Obsessão. Parte 4.

Um conto erótico de Lukinha
Categoria: Heterossexual
Contém 3773 palavras
Data: 23/01/2025 17:23:36

Revisão:

Fui tirado dos meus pensamentos pelo toque do smartphone. Eu não queria atender, estava sozinho em casa com minhas lembranças, pensando em tudo o que fizemos naquele carnaval. “Como uma aventura tão gostosa e única pode agora estar maculada pelas manipulações da Mina e do Leandro?”

O toque insistente me trouxe de volta à realidade. Era meu pai chamando, com uma notícia que me deixaria ainda mais arrasado do que eu já estava.

— Miguel? — A voz do meu pai estava mais grave do que o normal. — Eu preciso te contar algo.

— O que foi, pai? Está tudo bem? — Perguntei, sentindo um calafrio inexplicável.

Do outro lado da linha, houve um breve silêncio antes da resposta.

— É sobre o seu tio, o Ricardo ... Ele faleceu.

O mundo pareceu parar naquele instante.

— Como assim? — Balbuciei, a voz embargada. — O tio Ricardo? Como ...?

— Ele estava na Europa, em uma daquelas viagens dele. Fiquei sabendo hoje pela manhã. Ele sofreu um acidente enquanto voava de parapente.

Deixe-me cair na cadeira, as palavras pesando como chumbo. Apesar de tudo, eu tinha um carinho enorme por ele. Tio Ricardo era o oposto do meu pai: aventureiro, irreverente, despreocupado com responsabilidades. E, talvez por isso, tenha sido uma figura tão especial em minha vida.

— Eu não acredito ... — Murmurei.

— Eu sei que você gostava muito dele — meu pai continuou, a voz agora mais suave.

Apesar das diferenças que ele tinha com o Ricardo, ele sempre foi um bom irmão. Senti uma onda de emoções me inundar: tristeza pela perda, nostalgia pelas memórias de infância, e uma estranha sensação de vazio.

A rotina na distribuidora farmacêutica tinha sido intensa nos últimos meses, especialmente após minha separação. Eu me dediquei ao trabalho, tentando afastar a saudade da minha filha e as lembranças dolorosas da traição. Ainda era difícil aceitar como tudo aconteceu — as mentiras, as manipulações, a maneira como Mina e Leandro me traíram.

Me despedi do meu pai, agradeci por ele ter me contado e desliguei a ligação.

Meu pai e tio Ricardo tinham uma relação estranha. De amor fraterno, é verdade, mas também, de afastamento. Tio Ricardo era um playboy verdadeiro, um “Bon Vivant”, que cedeu a administração dos negócios de forma incondicional para o meu pai. Ele passava anos viajando, dando notícias esporádicas.

Ele fora mais presente durante minha infância e adolescência, e sempre me via como o filho que nunca poderia ter, já que, sofria de uma condição que o tornava infértil. Ele era muito mais do que um tio.

Os dias que se seguiram foram cheios de compromissos. Havia documentos a organizar, ligações a fazer, e, principalmente, um vazio no peito deixado pela partida do tio Ricardo.

Foi a primeira vez que Mina falou comigo, após a separação, em que ela não me cobrou ou tentou me manipular. Sua mensagem parecia bastante honesta e gentil.

“Miguel,

Acabei de saber sobre o falecimento do seu tio Ricardo e quis te escrever. Eu sei o quanto ele era importante para você e como ele sempre foi presente na sua vida. Imagino o quanto isso deve estar sendo difícil.

Quero que saiba que estou pensando em você e sinto muito por essa perda. O Ricardo era uma pessoa única, cheio de vida e de histórias e, tenho certeza de que, ele será sempre lembrado com muito carinho.

Se você precisar de algo, mesmo que seja só alguém para ouvir, estou aqui. Cuide-se, por favor.

A sempre sua, Mina”.

Respondi agradecendo, mas sem dar corda para que Mina tentasse se aproximar.

Levou algum tempo, mais de uma semana para ser exato, para que o corpo chegasse ao Brasil e pudéssemos fazer uma cerimônia de despedida adequada para o tio Ricardo. Meu pai estava muito emocionado e eu precisei ser forte para apoiá-lo.

Alguns dias depois, o advogado da família veio ao meu encontro na distribuidora. Eu estava sentado na sala de reuniões da empresa quando ele entrou, com uma pasta volumosa em mãos.

— Miguel, obrigado por me atender. Preciso discutir algo importante sobre a herança deixada pelo seu tio Ricardo.

— Claro — Respondi, tentando esconder o cansaço e o peso da perda.

O advogado abriu a pasta e puxou alguns papéis.

— Como você sabe, seu tio era dono de metade da empresa, e nunca teve herdeiros diretos. Ele deixou um testamento em que transfere toda a participação dele para você. Assim como todo o saldo de suas contas e alguns investimentos.

— Para mim? — Me assustei, incrédulo.

— Sim. Parece que ele confiava muito em você, tanto pessoal, quanto profissionalmente.

Fiquei em silêncio por alguns segundos. O tio Ricardo, sempre me incentivou a viver mais, a aproveitar a vida, a arriscar mais. Foi por causa de suas histórias que resolvi viver aquela aventura de carnaval com Mina, Leandro e Viviane. Era irônico que ele agora deixasse um legado tão grande nas minhas mãos, alguém que sempre foi tão diferente dele.

Pouco depois da conversa com o advogado, ainda tentando digerir as novidades, fui chamado ao escritório do meu pai. O rosto dele parecia mais sereno do que o normal.

— Pai, o advogado acabou de me contar sobre o testamento do tio Ricardo ...

Meu pai assentiu.

— Sim, eu já sabia. E é por isso que decidi que é hora de eu me aposentar.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa. Eu sabia que aconteceria, mas não tão cedo.

— Como assim?

— Miguel, você está mais do que preparado. Trabalhou duro ao meu lado todos esses anos. Agora, com a parte do Ricardo, a empresa é praticamente sua. Eu confio em você para levar isso adiante.

— Pai, eu não sei se estou pronto para isso agora ...

— Você está, Miguel. — Meu pai colocou a mão no meu ombro, um raro gesto de afeto. — Sei que você está passando por um momento difícil, mas a vida segue. Seu tio acreditava em você. E eu também acredito.

Meu pai ainda brincou:

— Filho e sócio. Será que já existiu um pai tão orgulhoso?

Eu suspirei, sentindo o peso de todas as mudanças que vinham acontecendo. Eu estava sozinho, recém-saído de um casamento conturbado, e agora tinha que assumir a responsabilidade total da empresa que sustentava a família há gerações.

Eu olhei para o meu pai, que me encarava com firmeza e confiança. O olhar dele dizia tudo: não era apenas um negócio, era um legado.

— Eu prometo que vou honrar isso, pai. E a memória do tio Ricardo.

Meu pai sorriu, o cansaço dos anos de trabalho finalmente parecendo se dissipar.

— Eu sei que vai, Miguel. Eu sei que vai.

Quando eu me preparava para sair de sua sala, ele ainda disse:

— Faremos a transição em uma semana. Tire um dia ou dois para acertar qualquer pendência e já se prepare para a mudança de sala.

Apesar da tristeza e ainda em luto, aquelas mudanças rápidas também trouxeram ansiedade e expectativa. Eu sempre soube que aquele dia chegaria, mas não da forma como tudo ocorreu.

Naquele começo de noite, em meu apartamento, achei que poderia tentar explorar a estranha gentileza da Mina, o que me parecia uma trégua, e mandei uma mensagem.

“Por favor, me deixe ver minha filha. Eu já perdi demais, não tire isso de mim também”.

Meu apelo honesto e desesperado pareceu encontrar simpatia. Ela respondeu:

“Tudo bem. Mas precisa ser aqui em casa, já que você ainda está sob análise do conselho tutelar. Venha jantar com a gente”.

Aceitei sem questionar, já que não tinha muito que eu pudesse fazer. Em pouco tempo eu estava de pé na porta da minha antiga casa. Minha pequena abriu antes que eu batesse.

— Papai … que saudade.

Abracei minha filha com os olhos marejados, reunindo toda a minha força para não chorar. Mina estava poucos metros atrás, com um sorriso vitorioso no rosto.

Passei quase duas horas com minha menina, evitando gentilmente qualquer tentativa de aproximação da Mina. Brincamos tanto, que ela acabou adormecendo de cansaço em meus braços. A coloquei na cama, beijei sua testa e me despedi.

Mina tentou sua cartada final, enquanto eu me preparava para ir embora. Se ajoelhando aos meus pés, ela implorou:

— Não vá … sua família está aqui, te esperando. Deixe de ser orgulhoso e aceite minhas desculpas. Eu prometo, do fundo do meu coração, passar a vida compensando todo o mal que fiz a você.

Não respondi, apenas desviando dela e tentando sair dali. Ela tirou a máscara e me ameaçou.

— Se você quer que as coisas sejam assim, pior para você …

— Pior para mim? Você não cansa? O que mais você acha que pode tirar de mim? Você já levou tudo, não sobrou nada. Você me destruiu, me humilhou e ainda tenta me fazer sair como o vilão?

Percebi que minhas palavras a assustaram e sua pose estremeceu. Fui mais além, tentando devolver um pouco da dor que sentia.

— Eu posso ser esse vilão que você tanto deseja. Se esse é o papel que me cabe, vou atuar também.

Saí sem olhar para trás, entrando no carro e deixando Mina na porta da casa, com olhar vidrado, num misto de surpresa e raiva.

Nunca fui muito de beber e não seria por Mina, por sua traição, que eu colocaria minha saúde e sanidade em risco.

Voltei para o meu apartamento disposto a começar a tentar virar aquela partida. Eu precisava de provas das manipulações da Mina. Era hora de dar o troco, de mostrar que ela também tinha muito a perder.

Tomei um banho e comecei a pensar em estratégias para contra-atacar. Eu jamais usaria minha filha como peão e a única coisa que me restava, era interferir na farmácia dela, empresa que eu detinha cinquenta por cento da sociedade. Aquela parecia uma ideia justa e promissora.

Fui tirado das minhas maquinações pelo som de mensagem no celular. Já imaginava que era Mina tentando me manipular emocionalmente de novo, mas fui surpreendido por um número desconhecido. Uma mensagem de texto e um vídeo.

Li a mensagem primeiro:

“Vendo que você está prestes a fraquejar, já que está novamente visitando sua ex, não me resta outra opção. Eu não queria, juro, mas acho que é o melhor. Acho que é hora de mostrar a verdade nua e crua. Me desculpe, mas vai doer mais do que já está doendo, a verdade é assim. Eu realmente sinto muito”.

Preocupado, ainda confuso com aquela mensagem sinistra, demorei alguns minutos para criar coragem e rodar o vídeo. Finalmente, a coragem veio e comecei a assistir.

A primeira coisa que vi foi ela, Mina. Ajoelhada na cama, a cabeça inclinada para trás, os lábios entreabertos no que parecia um gemido, que fez o meu estômago revirar, embora o áudio ainda não estivesse ligado.

Ela não estava sozinha. Atrás dela, Leandro – o maldito Leandro – tinha as mãos segurando seus quadris, sua estrutura musculosa elevando-se sobre o corpo de Mina. E, ao lado deles, Viviane, nossa melhor amiga … não, não mais amiga, estava debruçada sobre Mina, beijando-lhe o pescoço com uma ternura que parecia uma bofetada na minha cara.

— Que porra é essa … As duas são lésbicas também? — Murmurei, destilando minha ignorância sobre a bissexualidade feminina.

A sala parecia encolher ao meu redor.

O vídeo continuou e, então, o áudio começou. A voz de Mina, sussurrante e suplicante, encheu meus ouvidos.

— Por favor, Leandro … mais forte. — As palavras me atingiram como um soco.

Eu conhecia aquele tom. Costumava ser o meu nome em seus lábios, implorando por mais. Agora era o de outro homem. E não qualquer homem – Leandro. O cara que sempre fora o meu melhor amigo. O cara que com o meu consentimento, experimentou a nossa intimidade.

Leandro riu, baixo e cruel.

— Você ouviu isso, Miguel? — Ele disse, olhando diretamente para a câmera.

Eu congelei. “Espera, o que?”

— Oh, não se preocupe, eu sei que você verá isso, eventualmente. Queria ter certeza de que você não perderia a diversão.

Minha mandíbula apertou, os nós dos dedos brancos enquanto eu segurava o telefone com força. O bastardo estava zombando de mim. De propósito. Como se aquilo fosse algum tipo de jogo.

Na tela, Leandro se abaixou, sussurrando algo no ouvido de Mina. Ela estremeceu, balançando a cabeça ansiosamente, antes de se virar para Viviane. Seus lábios se encontraram novamente, lentos e deliberados, como se estivessem fazendo um show só para ele. As mãos de Viviane percorreram o corpo de Mina, cobrindo seus seios, provocando seus mamilos até que Mina se arqueou ao seu toque.

Leandro observou, com um sorriso malicioso em seus lábios, antes de dar um tapa forte na bunda da Mina. Ela se engasgou, mas não havia dor em sua expressão, apenas desejo puro.

— Você gosta disso, não é? — Leandro grunhiu, sua voz cheia de superioridade. — Sempre adorei esse rabo carnudo. Acho que Miguel nunca percebeu isso, né?

Mina gemeu em resposta, fechando os olhos enquanto os dedos de Viviane deslizavam entre suas pernas.

Eu não conseguia desviar o olhar, embora cada segundo queimasse como ácido em meu peito. Aquilo não era apenas sexo, era humilhação. Uma performance destinada a me despojar de qualquer dignidade que me restasse.

Leandro se moveu atrás de Mina novamente, penetrando seu cu com um impulso lento e deliberado. O grito dela ecoou pelos alto-falantes, deixando um nó no meu estômago.

— Ahhhhhh … Assim mesmo, Leandro … que delícia …

Me lembrei de como ela costumava soar quando era eu dentro dela. Como ela costumava se agarrar a mim, sussurrar meu nome como se fosse a única palavra que importasse.

Agora, aqueles sons pertenciam a outra pessoa.

— Olhe para ela. — Disse Leandro, sua voz cortando os meus pensamentos. — Ela é minha agora. Sempre foi, na verdade. Você simplesmente não sabia disso.

Viviane se juntou a eles, seus lábios percorrendo a espinha de Mina enquanto suas mãos trabalhavam em conjunto com os movimentos de Leandro. Os dois moviam Mina como uma marionete, seus toques sincronizados, seu controle absoluto.

Mina se rendeu completamente, seu corpo tremendo quando o prazer a dominou.

— É isso … — Leandro murmurou, com voz presunçosa. — Goza, piranha. Você não precisa mais dele. Você tem a gente.

Minha mão tremia enquanto eu segurava o telefone, o coração batendo forte no peito. Não se tratava apenas de sexo. Isso era uma questão de poder. Era sobre domínio. E Leandro estava se certificando de que eu soubesse disso.

A cena mudou, e agora Viviane estava deitada de costas, Mina montada em seu rosto, as pernas bem abertas enquanto Leandro pairava sobre as duas. A maneira como eles se moviam juntos era quase hipnótica, seus corpos misturando-se perfeitamente, como se já tivessem feito isso centenas de vezes. Talvez eles tivessem. O pensamento fez o meu estômago revirar.

— Então, Miguel — disse Leandro, sua voz cortando a névoa de luxúria na tela. — Acha que você poderia lidar com isso? As duas, ao mesmo tempo? Ou isso é demais para você?

Minha respiração ficou presa. Queria jogar o telefone do outro lado da sala, esmagá-lo contra a parede e apagar as imagens gravadas em meu cérebro. Mas eu não consegui. Estava congelado, preso em algum transe distorcido enquanto o vídeo passava.

A risada de Leandro voltou a encher a sala, fria e zombeteira.

— Sim, foi o que pensei. Alguns homens foram feitos apenas para assistir. — As palavras me atingiram como uma faca, cortando qualquer orgulho que ainda restava em mim.

Eu me sentia pequeno. Insignificante. Substituído. Mas à medida que o vídeo continuava, algo mais começou a se agitar profundamente dentro de mim: raiva. Raiva crua e não filtrada. Aquilo não foi apenas uma traição. Aquilo era uma guerra. E eu não iria me sentar e aceitar.

Eu cerrei os punhos, minha mente fervilhando de possibilidades. Se Leandro pensava que conseguiria escapar impune, estava completamente enganado. Se Mina e Viviane pensavam que poderiam me humilhar e sair ilesas, outra coisa estava por vir.

O vídeo terminou abruptamente, me deixando com uma tela em branco, com o coração batendo forte no peito. Eu respirei fundo, tentando me equilibrar, mas o fogo que queimava dentro de mim não seria apagado.

Peguei o telefone e mandei o vídeo para a Viviane com uma mensagem:

— Vocês todos se merecem. E pensar que eu quase caí na sua manipulação também. Me aguardem, vocês não perdem por esperar. O que é de vocês está guardado.

Bloqueei seu número e mandei mensagem para a Mina, também. Junto com o vídeo, lógico.

“Esse é o seu arrependimento, não é? Eu aprendi uma lição valiosa: traidores se arrependem apenas de terem sido descobertos, nunca de terem traído”.

Bloqueei Mina também e aproveitei para mandar uma mensagem para o meu advogado.

“Quero começar o processo de venda da minha parte na farmácia da Mina. Você pode conduzir o processo por mim?”.

Ele respondeu alguns minutos depois:

“Tem certeza disso? Se for isso mesmo o que você quer, já começarei amanhã”.

Voltei digitar:

“Sim! Certeza absoluta. Não quero manter vínculos com ela além da minha filha. Como está a situação da investigação do conselho tutelar?”.

Ele respondeu sem atraso.

“Acho que iremos conseguir reverter a situação. Tenha paciência e não entre em conflitos desnecessários com sua ex. Ela já está dificultando o divórcio, não dê mais munição para ela usar contra nós. Amanhã começarei a procurar interessados em comprar sua parte na farmácia. Boa noite!”.

Aquele “boa noite” era um toque. Já passava das vinte e três horas. Era um pedido para não o incomodar mais fora de hora.

“Quem será que havia enviado aquele vídeo?”. Pensei. Aproveitei e mandei uma mensagem também.

“Quem é você? Por que está fazendo isso?”.

A pessoa respondeu:

“Me considere uma amiga. Se você for bonzinho, mostrar gratidão, eu tenho muito mais coisas para revelar”.

Uma dica já estava ali, bem na minha frente.

“Uma amiga, hein … uma mulher. Por que o anonimato? Nós nos conhecemos?”.

Ela fez uma ligação de voz pelo aplicativo de mensagens.

— Olá, Miguel.

Eu não tinha certeza se conhecia aquela voz, mas ela era, de certa forma, nostálgica.

— Por que se esconder? Me ajudar pode ser prejudicial para você de alguma forma?

Ela desligou a ligação e voltou a digitar.

“Infelizmente, sim.”

Arrisquei, aproveitando a oportunidade.

“Você teria uma forma de me ajudar a reverter a liminar em que Mina conseguiu me afastar da minha filha.”

Ela não me respondeu diretamente, mas enviou algumas fotos. Eram da mesma semana na praia, onde não só eu, mas Mina e Viviane também fumavam maconha.

“É disso que ela te acusa, não é? Faça o mesmo.”

Agradeci, mas ela não respondeu mais. Fiquei tentando lembrar, dar um rosto àquela voz, mas minha memória não ajudou. Queria mandar as fotos imediatamente para o meu advogado, mas após aquele “boa noite”, uma noite a mais não faria muita diferença, e decidi respeitar seu horário de descanso.

Demorei a dormir, tive um sono agitado, mas consegui descansar por algumas poucas horas.

Eu não conseguia deixar de pensar naquele Leandro que se apresentou para mim no vídeo da noite anterior. “Quem era aquela pessoa? Como pude ser tão cego durante tantos anos? Quando aquela mágoa e ressentimento por mim, começaram? Será que era por causa da Mina? Ou alguma coisa que eu fiz para ele no passado?”.

Nada fazia sentido e as dúvidas só aumentavam.

Me levantei da cama antes mesmo de o sol nascer. O silêncio da madrugada parecia amplificar o som dos meus próprios pensamentos, que ecoavam como trovões. Andei de um lado para o outro no quarto, olhando para o telefone, esperando que a tal "amiga" misteriosa enviasse mais alguma coisa. Nada.

As fotos na galeria do celular pareciam me chamar, como se estivessem pulsando, implorando para serem usadas. Eu sabia que aquelas imagens poderiam virar o jogo. Mas ao mesmo tempo, usá-las poderia ser arriscado. Se Mina tinha conseguido me manipular por tanto tempo, não seria absurdo supor que ela tinha algo a mais guardado contra mim. Era preciso agir com inteligência, não com impulsividade.

Me joguei na cama novamente, segurando o telefone entre os dedos. "Ela e Viviane fumando na praia ... Elas realmente acham que são intocáveis".

Abri as fotos novamente, observando cada detalhe. Viviane segurava o cigarro de maconha com naturalidade, quase desafiando o mundo, enquanto Mina sorria como se nada pudesse tocá-la. Uma pontada de rancor subiu pela minha garganta.

"Isso não é só sobre mim", pensei. "É sobre a minha filha. É sobre os momentos que tiraram de mim".

Finalmente tomei uma decisão. Peguei o telefone e escrevi uma mensagem para o advogado:

"Sei que disse para eu não provocar conflitos, mas preciso que você veja isso o mais cedo possível. Vou enviar algo que pode nos ajudar a reverter a liminar".

Anexei as fotos, mas hesitei antes de apertar "enviar". Aquela hesitação me fez parar e refletir. "E se isso for uma armadilha? E se a mulher anônima estiver jogando algum jogo comigo também?". Deletei a mensagem antes de enviá-la e fechei os olhos, respirando fundo. Não era o momento de errar novamente.

De repente, uma notificação de mensagem apareceu no meu telefone. Era da mulher anônima.

“Bom dia, Miguel. Dormiu bem? “

"Essa mulher está brincando comigo", pensei. Apesar da raiva, respondi:

“O que você realmente quer com isso?”

A resposta veio rápida.

“Quero que você recupere sua vida.”

Eu não confiava naquela resposta, estava calejado já. Digitei:

“E o que você ganha com isso?”

“Justiça! Às vezes, a justiça precisa de um empurrão.”

Senti um arrepio percorrer minha coluna. "Justiça" era uma palavra poderosa, mas também perigosa. Eu precisava ter certeza de que não estava sendo manipulado de novo.

“Preciso de mais provas. Algo que realmente coloque Mina e Leandro contra a parede.”

Houve um longo silêncio, até que outra mensagem chegou:

“Vou te dar mais do que isso. Espere.”

Encarei o telefone, tentando decifrar o que viria a seguir. O sol começava a iluminar o quarto, mas a luz da manhã não trouxe o alívio que eu esperava. Havia algo maior acontecendo, e eu estava no centro de uma teia que ainda não conseguia entender.

Preparei um café forte, para me acordar de vez, encarar o dia que tinha pela frente. Cada movimento precisava ser calculado, cada palavra dita com cautela. Mas uma coisa eu tinha certeza: não seria mais o Miguel passivo, que aceitava ser esmagado. Eu precisava estar no controle.

A primeira ligação que fiz foi para o advogado:

— Eu tenho algo, mas preciso saber se vale a pena usar. Vamos nos encontrar hoje. Quero resolver isso.

Depois, respirei fundo e decidi que, enquanto aguardava a "amiga" cumprir sua promessa, eu mesmo começaria a investigar. A verdade total sobre Leandro, Mina e Viviane não viria até mim tão facilmente, mas eu estava disposto a cavar até encontrar tudo o que precisava.

Eu sabia muito bem a quem recorrer. Ele já tinha me ajudado antes.

Continua …


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Foto de perfil de Contos do LukinhaContos do LukinhaContos: 119Seguidores: 383Seguindo: 15Mensagem Comentários de teor homofóbico, sexista, misógino, preconceituoso e de pessoas que têm o costume de destratar autores e, principalmente, autoras, serão excluídos sem aviso prévio. Assim como os comentários são abertos, meu direito de excluir o que não me agrada, também é válido. Conservadores e monogâmicos radicais, desrespeitosos, terão qualquer comentário apagado, assim como leitores sem noção, independente de serem elogios ou críticas. Se você não se identifica com as regras desse perfil, melhor não ler e nem interagir.

Comentários

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Conto incrível! Acho que tem muito a acontecer. É o tipo de conto no qual as resoluções não são nada fáceis.

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Uau. Essa Mina é muito safada. Não esperava essa da Viviane, mas ele não deveria ter enviado os vídeos para os três. Deveria aguardar mais um pouco, porque se Leandro falou que ele iria ver isso eventualmente, é porque era da intenção dele que ele visse e sentisse o baque, fazendo algo impensado e cometer algum erro.

Se ele não faz nada, deixaria os adversários sem saber os passos.

Agora todos eles vão ficar atento e tentando imaginar quem enviou o vídeo. Pode ser perigoso pra que enviou.

Ou foi enviado por algum deles, com algum software que muda a voz kkkkkk

Mistério. Tá bom demais isso.

Abraços Lukinha

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O bicho vai pegar nos próximos capítulos.

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Incrível como sempre!!

Mas ainda tenho a impressão de que está sendo manipulado!!!

Melhor coisa é investigar por conta própria!!

3 estrelas

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Mas de qualquer forma o retorno com essa mulher é totalmente desaconselhável pois é impossivel confiar nela e não dá para gastar tempo e energia em quem não se confia. Ela se acha o centro do universo e não está nem aí para os sentimentos dele ou da filha, é extremamente egoista. deixar de se relacionar com alguém assim é livramento e não perda.

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Eu acho que o problema todo é esse (não só esse, claro!)

Ela é uma pessoa totalmente egocêntrica e narcisista...mas até que ponto isso chega??

Ela não consegue ver o sofrimento da própria filha?? Ela fez tudo isso com o cara e não há arrependimento, muito pelo contrário... empatia....AMOR!!!

Que tipo de mostro é esse?? Vc estar com os amantes na cama e na HR ficar humilhando o coitado/a que nem sabe o que está acontecendo parece ser uma coisa normal. Um código ou pré requisito pra esses fdp traidores (desculpa o tom...).

O que me irrita ainda mais nesta história é a postura após. E isso é extremamente comum. Vc vê perfis de advogados (as) que ensinam a acabar com os caras sem o mínimo pudor.

Esse é o mundo que vivemos. Essa história é ótima pq mostra muito como nosso mundo está hj. Pessoas se casam pensando em separar. Começam o relacionamento já pensando em como conseguir vantagens...enfim...

Se vc não viveu numa base sólida vc não sente falta, então QQ outra coisa é mais importante. E vc tem dois mundos num mesmo país completamente diferente.

Um deles vc espera a todo custo para se relacionar e, principalmente, adia ou simplesmente não deseja ter filhos para se dedicar a vida pessoal e profissão.

E temos um outro brasil em que ocorre o contrário. Jovens se aventurando em relacionamentos e tendo filhos rapidamente, muitas vezes até buscando algum ganho com isso.

Mas é um tema espinhoso e difícil pq vai descambar p discussões que não me interessam discutir e etc. E causam desconforto, pq ninguém quer enfrentar a realidade

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Concordo, ela simplesmente tem problemas mentais, mas isso é prblema dela e não dá a ela o direito de posse sobre ninguém,muito menos machucar as pessoas da forma como está fazendo.

Mascontos como esse e tantos outros para mim servem para que eu dê valor ao que eu tenho e tire as minhas conclusões sobre o que eu quero ou não para a minha vida. ou seja, aprendizado.

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Esse veio com força, para estabelecer de vez a história. Ótimo, me deixou ansiosa.

⭐⭐⭐

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Obrigado por este maravilhoso capítulo, meu irmão!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👊🏼👊🏼👊🏼👊🏼👊🏼

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Sensacional amigo, a chapa vai esquentar de vez.

3 estrelas.

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