Joguei a blusa no ombro, vesti bermudinha curta e com as coxas de fora, guardei o dinheiro no bolso e lá fui eu comprar mortadela e queijo na padaria da pracinha. Eu tinha 19 anos, tava com o corpo empinadinho naquela época, rabudinho, e era acostumado a receber olhares de homens e também de mulheres quando andava na rua, talvez por conta da minha aparência angelical e do meu jeito de viado soltinho. O que as amigas coroas da minha tia não sabiam é que eu tava mais pra diabinho do que pra anjinho.
- Fala, Dado! Tranquilo, moleque? – Joca me parou na rua, pôs a mão no meu ombro e eu o encarei com total atenção, deixei o padeiro tenso.
- Tudo certo, amigão. Vem cá, minha tia ficou preocupada contigo. Foi o pneu de novo?
- Porra, Dadinho, nem fala! Essa porra de bicicleta só dá trabalho, tomar no cu! – o trintão reclamou e desceu a mão do meu ombro pra minha cintura.
- Imaginei. Tá na hora de trocar, né?
- Já passou da hora. Tá indo na praça? Te acompanho.
- Não precis-
- Que isso, pô, faço questão. É caminho. Vou dar um pulo na borracharia do negão. – Joca deu a volta ao meu redor, analisou meu corpo dos pés à cabeça, coçou o queixo e foi andando do meu lado, sem tirar a mão da minha cintura.
Ele era um macho de 32 anos que não valia porra nenhuma. Baixinho, moreno de sol, cabelo loiro, os pelos do corpo também clarinhos, uma coisa meio galego e meio russinho. Panturrilhas grossas e cabeludas, bigode grosso, sorriso de garanhão e apenas a mancha cinzenta da barba no rosto. Esse era safado por natureza, um verdadeiro galã suburbano. Fisicamente falando, o gaiato lembrava muito o Marcos Palmeira quando fazia aquela novela “Cheias de Charme”, com exceção dos pelos claros. Joca tinha esposa, mas se envolvia com um monte de mulher, vira e mexe rolava fofoca com o nome do sacana no bairro, mas essa história não é sobre esse cretino, esse filho da puta. Não ele, não o Joca. Esse é um conto sobre o...
- Tá na mão, chefia. Agora tua bike tá novinha em folha. – o borracheiro falou assim que chegamos na oficina.
- Olha lá, mermão. Da outra vez tu disse a mesma coisa e me fodeu. Tem certeza que esse pneu é dos bons?
- E eu sou homem de mentir, Joca!? Me respeita! Sou homem de Deus, eu não minto. Sou pastor, esqueceu? E olha a boca! Não quero palavra suja na minha oficina. Cadê tua educação?
- Homem de Deus, homem de Deus... Sei... Tomar no cu, negão! Na hora de comer mulher casad-
- XIU! Vou ter que repetir?! Olha a boca! – o dono da borracharia aumentou o tom de voz e exigiu respeito.
Silêncio absoluto na oficina mecânica. Foi nesse momento que o borracheiro olhou pra mim, prestou atenção na minha presença ali e fechou a cara imediatamente. Parecia que eu tinha cometido um crime grave na frente do Mariano, porque a mudança na expressão facial dele foi coisa de ator da Globo.
- O que tu tá fazendo aqui, Eduardo?!
- Eduardo não, me chama de Dado. Ou melhor, pastor: Dadinho. Só pros mais íntimos. – fiz manha, falei com a voz pastosa e ele não se aguentou, levantou do banco e ficou de pé na mesma hora.
- Respeita a santidade do ambiente de trabalho, seu moleque enxerido! – o volume de voz cresceu de novo, o quarentão achou que ia me intimidar, mas eu comecei a rir e me empinei ainda mais.
- O que eu falei de errado? Nem falei palavrão. Ainda. Hihihihi...
- E nem vai falar. Cai fora! Some daqui! Minha oficina não é lugar pras tuas frescuras, não! Rala, Eduardo!
- Só se você pedir com jeitinho. Cadê a educação? Só porque eu sou viadinho, aí o respeito acaba? Deus mandou amar todo mundo, pastor. Pelo visto, é um desafio pro senhor. Não é, gente?
Olhei pro lado e os dois funcionários do Mariano ficaram no mais absoluto silêncio, assim como o safado do Joca. Mas eu não queria a aprovação de ninguém ali, queria apenas mostrar pro pastorzão que geral tava prestando atenção nele. E deu certo. O mecânico rangeu os dentes, fechou bem as mãos e eu vi o momento exato em que várias veias saltaram em seu corpo massudo.
- Eduardo, Eduardo... Tu não me provoca, caralh... Caramba. – foi por pouco, ele quase espraguejou. – Aqui não é lugar de fresco. Lugar de gente fresca é no castigo.
- BAHAHAHA! Já bati minha meta por hoje. Pastor. – passei o dedo no peitoral malhado, suado e cabeludo dele, o brutamontes fez cara de nojo e quase deu um tapa na minha mão.
A sorte é que me adiantei e saí correndo da borracharia antes de ele me pegar. Eu caí na risada e os outros machos também gargalharam com a cena, porque a vizinhança inteira sabia que o pastor Mariano ficava nervosinho e raivoso sempre que alguém fazia piada de cunho homossexual com ele. E você vai me chamar de sem vergonha e dizer que não tenho amor próprio, mas o foda é que aquele não era um homem qualquer. O mecânico era um espetáculo de macho, isso sim! Daqueles que cê olha e já imagina em cima de tu, montado no teu couro e cavalgando no teu lombo. Valha-me, Deus!
A pele extremamente escura e carregada de melanina, porte físico de macho que foi militar antes de ser pastor da Universal, brações fortes, bíceps destacados e corpão parrudo de borracheiro ogrão. Mariano era uma mistura de músculos, pelos e barriguinha que me deixava maluco e com muita sede de pagar um boquete gostoso pra ele. Uns 44 anos muito bem vividos e 1,80m de pura suculência, com veias largas nas mãos, tórax robusto, lábios grossos, cabelo na máquina baixinha e o par de olhos cor de mel que fazia qualquer varoa se molhar com uma simples encarada.
Pra piorar, como se não bastasse, o pastorzão ainda era um maludo dos bons, daqueles de primeira categoria, com porte de arma e o caralho. O bagulho era tipo peso pesado mesmo. E detalhe: maludo acidental, maludo sem querer. Ele não fazia de propósito e não andava sem cueca, só era caralhudo e sacudo mesmo. Sem culpa. Pra ser franco, acho até que o varão não percebia o quão volumosa sua piroca ficava nas roupas que ele usava.
Fosse na bermuda jeans surrada, rasgada e suja de graxa que Mariano vestia pra trabalhar na borracharia, fosse no terno cheiroso e engomadinho pra ministrar a palavra no púlpito da igreja, o cara tava sempre dando seta na roupa, pronto pra trocar tiro e à mercê de ser taxado por excesso de bagagem no meio das pernas. Por isso que eu sempre passava na oficina e mexia com ele, mesmo sabendo que o macho ficava puto comigo e que era contra a minha orientação sexual.
No fim das contas, eu cagava e andava pros preconceitos do pastor Mariano. Deixava de lado toda essa baboseira religiosa dele e não perdia a oportunidade de dar uma boa manjada naquela perna de três que o gostosão guardava no short. Você sabe como é viado abusado, né? Especialmente viado afeminado, com fome de leite e especialista em garganta profunda, que nem eu. Não dava pra ficar um minuto sequer perto do Mariano sem conferir o tamanho do pedregulho amontoado na bermuda dele. E quando o macho sentava de pernas abertas? Eu ficava pra morrer, não nego.
Minha boca encharcava só de imaginar o cheiro daquele calção suado após um longo dia de trabalho pesado, depois de tantas patoladas na pica e coçadas de saco que ele dava durante o expediente na borracharia. Eu pensava na concentração de testosterona dentro das botinas e minhas narinas pegavam fogo. Aliás, eu me sentia até um pouco puto e desconfortável com tudo isso, pois sabia que nenhuma mulher desfrutava daquele macho da maneira certa, isto é, de corpo inteiro, tal qual eu faria se tivesse a chance. Nenhuma mulher mamava a saca pesada dele igual eu engoliria, com fome e ternura.
- “Ah, se eu tivesse a chance...” – às vezes eu me pegava pensando.
E pensava com tanta força, tanto afinco, que era capaz de passar uma hora inteirinha imaginando como era a vara do pastor. Será que era longa, não tão larga, mas compridona? Ou será que era curta, não muito grande na extensão, porém grossa igual ao antebraço? O macho me dava a impressão de ter uma senhora rola cabeçuda, pesada, veiúda e do prepúcio borrachudo, daquelas que arregaçam com extrema facilidade. Mas será que era sacudo, ou tinha bolas mais tímidas? E os pentelhos, Mariano raspava ou mantinha ao natural? A julgar pelo peitoral cabeludo e pelas panturrilhas peludas, eu podia jurar que ele tinha uma flora masculina no púbis.
Bom, não sou muito de acreditar em forças do pensamento, mas, de tanto me imaginar mamando e engolindo esperma do pastor Mariano, eis que um destino traiçoeiro e tempestuoso começou a se armar sobre nossas cabeças.
Meu notebook pifou, foi daquelas pifadas de sair fumaça e eu logo pensei que teria que comprar outro. Levei no conserto no dia seguinte, o técnico pediu pelo menos duas semanas pra solucionar o problema e chorei pra ver se ele resolvia antes, mas não rolou. Paguei uma grana e passei o maior estresse, porque não podia ficar esse tempo todo sem note, afinal de contas tinha trabalhos do curso pra fazer e um relatório de estágio pra entregar no final do mês. Tia Verônica, então, fez a tia prestativa e disse que eu podia usar o computador dela, um de mesa, que ela só usava pra jogar buraco on-line com as amigas. A coroa me salvou. A partir desse dia, passei a ir pra casa de titia diariamente e era lá que eu agilizava a vida acadêmica.
Só que comecei a perceber que, ao contrário do que eu imaginava, tia Vera quase não ficava sossegada dentro de casa. Não que fosse da minha conta, até porque eu tinha meus afazeres e não podia ficar tomando conta da vida dos outros, mas às vezes a quarentona saía de tarde e só voltava à noite. E como tio Beto era taxista e tava sempre dando a vida no táxi, o maridão custou a notar a ausência da mulher dentro de casa. Teve uns dois ou três dias que Betão voltou exausto do trampo, chegou na sala e tomou um susto quando me viu estudando e fazendo prova no computador de titia.
- Opa! É tu que tá aí, Dado? – ele veio me cumprimentar.
- Fala aí, Beto. De boa? Tô fazendo avaliação aqui. Coisas do curso.
- Show de bola. Então nem vou atrapalhar, depois a gente se fala.
- Que isso, cê não atrapalha. – fui educado.
- Se liga, tu sabe da tua tia?
- Cara, então... – fiquei sem saber o que dizer.
- Relaxa. Não precisa se complicar. Já tô acostumado com esse jeito dela.
- Que jeito?
- Esse jeito de me fazer de trouxa. – Betão botou a boca no trombone, sentou no sofá, abriu os botões da blusa e removeu os sapatos sociais de taxista.
Tudo que eu mais quis foi entender o que tava se passando entre ele e tia Verônica, mas a visão dos pezões 44 diante dos meus olhos foi de matar qualquer viado podólatra. E o cheiro suculento que subiu? Eu respirei fundo e meu nariz ardeu nos feromônios inesperados do maridão de titia, enquanto ele se colocava mais confortável e arejado no próprio uniforme.
- Não é de hoje que eu sei que ela tem outro homem, Dado.
- Tá falando sério?! – eu não acreditei.
- Sem sacanagem. Tô colecionando os vacilos da tua tia, filhão. Ela não tá nem aí pra mim. Essa deve ser o quê, quinta vez que eu chego em casa e ela tá pela rua? Nem avisa, não dá uma satisfação. Foda. Assim fica difícil. – ele lamentou, deu uma coçada no piruzão e voltou a se arejar no sofá.
Não vou mentir e dizer que foi a primeira vez que reparei no homem da tia Vera, porque não foi. É claro que eu já tinha dado uma olhada ou outra pra mala recheada que aquele ursão peludo ostentava entre as pernas, não sou cego. Roberto, Beto pros mais íntimos e Betão pra galera da Pavuna, era um quarentão gordo, do tipo barrigudo, com peitoral imponente, o corpo em formato de armário, pele clara, sobrancelhas largas e a barba modelada, enorme, destacada no queixo. Ele tinha uma coisa meio árabe, sabe? Sei lá, um semblante de turco. Algo, assim, estrangeiro, talvez o nariz reto.
- Mas você tem certeza que tia Verônica trai? Tipo, cê já viu alguma coisa? Pegou alguma mensagem no celular, deu algum flagrante nela?
- Certeza, certeza? Não. Mas o cara sabe, Dadinho. Todo corno fica sabendo, não tem jeito. Uma hora a casa cai e a verdade vem à tona. – Beto foi na geladeira buscar cerveja, trouxe uma pra mim e eu recusei, senão não terminaria a prova on-line.
- Pô, mas te falar? Eu tenho ficado aqui esses dias e não vi nada de anormal. – tive que dizer.
- Ah, é?
- Juro pra você. Não é querendo defender minha tia, não.
- Mas se tu visse algo de anormal, contaria pra mim?
- Por que não?
- Então, beleza. Posso confiar em tu, Dado?
- P-Pode, Beto. – eu nem sabia que estávamos fazendo um acordo.
- Vem cá. – ele levantou da poltrona, esticou a mão e apertou na minha, como se firmássemos um pacto. – Promessa é dívida, filhão. Confio em tu. Se alguma coisa diferente acontecer, qualquer coisa mesmo, me avisa. Me avisa, porque a coisa tá feia, camarada.
Você deve estar se perguntando o que o pastor e mecânico Mariano tem a ver com tudo isso, né? Aconteceu mais ou menos assim. Beto voltou mais cedo do trabalho na terça-feira, fez um dinheiro legal no táxi e resolveu levar eu e tia Verônica pra comer batata frita e podrão em Marechal Hermes. Só que alegria de podre dura pouco, você sabe. A gente mal saiu com o carro da calçada, o motor fez um barulho zoado e parou, sendo que o veículo nem chegou a passar da esquina. Resultado: ainda eram 18h e pouca quando eu e Betão chegamos empurrando o táxi na borracharia do Mariano.
- Ih, já sei. Foi motor, não foi? Pelo barulho... – o pastor abriu o capô.
- Não sei, meu chapa. Isso é você que vai dizer. Justo hoje... – Roberto lamentou.
- Deixa comigo, vizinho. Dou uma olhada.
O dono da oficina viu que eu tava ali, me ignorou e não deu nem boa noite, foi direto mexer no carro. A primeira coisa que eu reparei não foi na presença do padeiro Joca, muito menos no pacote amontoado de pica e bolas soltas na bermuda do borracheiro. O que mais chamou minha atenção foi a olhada que o negão Mariano deu no decote de titia quando Betão não estava olhando. Joca também reparou, soltou um riso bobo, esfregou as mãos e coçou o saco, aí minha ficha caiu: os dois estavam igual urubus ao redor da tia Vera.
- “Esses caras tão galudos na minha tia, que isso!” – meu cérebro captou. – “Que inveja dela. Hahahah! Quem dera pegar os dois. Faria muito.”
Ela, que era uma coroa vaidosa e muito foguenta, estufou os seios fartos no decotão, subiu um pouco o vestidinho e botou parte das coxas pra fora. Pronto, foi suficiente pro mecânico parrudo apertar a pica no calção e morder o beiço. Eu tive certeza que titia adorou ser observada e desejada por aquela dupla de machos rústicos e mortos de fome. A sorte é que o Beto tava na calçada, falando no celular e resolvendo burocracias com o pessoal do seguro, caso contrário teria acontecido uma discussão feia entre ele, o pastor Mariano e o safado do padeiro Joca.
Apesar de não ter estourado briga nessa noite de olhares e manjadas sugestivas na oficina, foi a partir daí que tudo aconteceu.
Poucos dias após esse episódio, eis que me deparo com aquele ogrão gostoso entrando pela minha garagem e indo pra casa da tia Vera. Eram umas 14h, 15h de uma tarde quente na Pavuna, eu tava estudando no sofá e me surpreendi quando vi a silhueta do sem vergonha passar de mansinho na minha cortina. Nenhuma amiga de titia era grande daquele jeito, então corri pra janela e tive que olhar duas vezes pra acreditar que era ele.
- “Não é possível!” – pensei.
Mariano andou praticamente na ponta dos pés pra não fazer barulho, me pareceu um pouco nervoso de estar ali e foi justamente num horário em que Betão tava fora de casa, rodando no táxi. Ele vestia o calção sujo da borracharia, camiseta com os braços de fora e boné na cabeça, como se quisesse esconder um pouco o rosto, além de estar com uma maleta de ferramentas na mão. O contorno da barriguinha destacada na blusa chamou minha atenção, assim como o piruzão maludo abarrotado no short.
Essa foi uma tarde atípica na casa da tia Verônica. As portas e janelas permaneceram fechadas durante as quase meia hora que o borracheiro passou lá dentro, não deu pra ouvir barulho nenhum do que tava rolando e confesso que fiquei extremamente curioso pra descobrir o que o pastor foi fazer na casa de titia. Eu vi o momento exato em que ele foi embora suado, rindo à toa e com o andar levinho no quintal, e o mais engraçado é que tia Vera não foi leva-lo no portão, tampouco o recebeu lá na hora que o macho chegou. Mariano entrou e saiu sozinho e de fininho, tudo aconteceu às escondidas e sem ninguém ver. Quer dizer... Alguém viu e não sossegou o facho depois disso: eu.
Passei muitas horas do meu dia pensando nas mil possibilidades do que eles fizeram. Depois que o mecânico foi embora, tia Verônica abriu novamente a casa, foi pro quintal bater roupa na máquina e eu percebi a coroa toda soltinha no jeito de andar. A gente se falou como se nada tivesse acontecido, eu dei a desculpa de que precisava usar o computador dela pra terminar um trabalho e titia liberou, foi assim que cheguei na sala, senti o calor infernal lá dentro e não deu pra negar, tava aquele cheiro de sexo no ar. Cada centímetro daquele metro quadrado exalava o odor gostoso do suor do Mariano, mas é claro que eu não comentei nada e fiquei na minha. Fiz qualquer coisa no computador, só pra disfarçar, depois voltei pra casa e tentei não pensar mais nisso.
Mas aí, no dia seguinte, a mesmíssima cena se repetiu. Pareceu um looping quando eu vi a sombra do pastorzão passar pela minha janela no horário exato em que o Betão tava trabalhando. Lá se foi o negão borracheiro pra dentro da casa da minha tia outra vez e, assim como na tarde anterior, ela fechou as portas e cortinas logo que ele entrou.
- “Não, não acredito nisso! Vou ter que bisbilhotar.” – o pensamento intrusivo foi mais forte que eu.
Meu corpo pegou fogo, a mente encheu de calor, comecei a suar e soube que faria uma merda. Deixei passar uns cinco minutos, atravessei o quintal e tive a coragem de bater na porta da sala da tia Vera, mesmo sabendo que a coroa provavelmente não queria ser incomodada. Gritei o nome dela, escutei correria lá dentro e titia berrou de volta.
- OI, DADO! JÁ VOU!
Ela me olhou pela janela embaçada, levou quase um minuto pra abrir a porta e apareceu na minha frente toda descabelada, suada, com o vestidinho um pouco levantado e a maior cara de quem tava cavalgando pra caralho na piroca do Mariano.
- Opa, desculpa. Não sabia que a senhora tava com visita, tia. – menti.
- Que nada, meu bem. Mariano veio só... Dar uma olhadinha no encanamento da pia da cozinha. Mas já tá de saída. – ela riu, bem cínica.
Ele, por sua vez, surgiu de trás dela, amarrou a cara quando me viu e ficou evidente nesse momento que, se pudesse me chamar de empata foda, o canalha com certeza teria chamado. Deu pra sentir a raiva dele só pelo jeito como me olhou e me julgou por eu ter interrompido sua trepadinha da tarde. E sabe qual foi o melhor? Eu devolvi a carranca com um sorriso em meus lábios, pro pilantra saber que eu já tava ciente de tudo e que interrompi de propósito.
- Qualquer coisa, se estourar de novo, é só me chamar. – o macho suado se despediu dela.
- Obrigada, Mariano.
Outro detalhe que chamou muito minha atenção foi a pica empilhada por cima das bolas no calção dele. O sem vergonha estava deliberadamente sem cueca, com a ferramenta solta e em estado de vigia, alerta total. Ele com certeza tava de pau durão antes de eu chegar e teve que amansar o garoto na marra, talvez por isso tenha feito aquele semblante maligno de ogro perverso. Suas veias marcadas nos braços e nos ombros também indicaram o quanto o pastor estava borbulhando de tesão pela tia Vera e de ódio por mim.
- Tia, desculpa atrapalhar a senhora. Será que eu posso usar o computador pra fazer prova? Esqueci que o professor remarcou pra hoje. – inventei.
- Claro, querido. Pode entrar, fica à vontade.
- Dá licença.
Passei do quintal pra sala, ela teve uma reação espontânea, correu na minha frente, pegou uma cueca que tava jogada no sofá e eu tive que fingir que não vi, mas a coitada nem teve como disfarçar. Titia ficou vermelha de vergonha, não falou absolutamente nada e eu também não comentei, até porque era a vida dela e não tinha nada a ver comigo. Eu não interrompi a putaria por causa dela, mas sim por causa do pilantra do Mariano, então fiquei na minha, fui pro computador e mais uma vez fingi que estava fazendo algo de importante.
O pastor ficou uns dois dias sem aparecer na casa da tia Vera depois disso. Porém não demorou muito e ele tornou a dar as caras, usando e abusando do mesmo esquema facilitado de sempre: Betão rodando no táxi, o portão destrancado, Mariano entrando e saindo, e nenhuma alma viva pra fofocar a respeito. Ninguém, exceto meus olhos famintos na surdina das tardes quentes da Pavuna. Eu capturava cada movimento, cada safadeza daquele cafução tirado a borracheiro suburbano de dia e a varão da Universal à noite.
Uma semana depois que tia Verônica e o negão Mariano iniciaram essa rotina clandestina de putaria e adultério, o circo pegou fogo. Era mais uma daquelas tardes de sacanagem na casa dos fundos, só que eu decidi interferir novamente e, um pouco depois que ele entrou, fui lá e tranquei o portão. O macho comedor de casadas me parecia muito mal acostumado com o fato de sempre sair e entrar com facilidade, então me transformei numa barreira no tabuleiro, exerci meu direito de passar a chave no portão de casa e morri de curiosidade pra descobrir o que iria acontecer quando Mariano saísse pra ir embora e percebesse que alguém passou ali.
Ele, logicamente, voltaria na casa de titia e pediria pra ela destrancar o portão, mas isso já trazia riscos além do normal, pois alguém poderia ver os dois no quintal àquela hora da tarde, fazer fofoca e chegar no ouvido do Betão, por exemplo. Fora que eles provavelmente ficariam intrigados com a ideia de que uma pessoa simplesmente entrou e saiu enquanto a foda acontecia. Bom, pelo menos era esse o meu plano: dar um susto no filho da puta do Mariano, pra ele saber que eu tava pentelhando as trepadas dele com a minha tia propositalmente.
Mas, caralhos me comam! Quem imaginaria que, numa história de corno manso, o corno manso voltaria mais cedo do trabalho nesse mesmo dia? Foi um entroncamento de situações que culminaram pra tudo acontecer. Na mesmíssima tarde quente onde eu decido trancar o portão pequeno, eis que Betão volta pra casa mais cedo, entra com o táxi e tranca o portão da garagem. Tenho certeza ABSOLUTA que não foi só eu que fiquei arrepiado e de cuzinho piscando quando o taxista Roberto fez barulho com o motor do carro no quintal. Corri pra minha cozinha, que fica nos fundos, bisbilhotei escondido no basculante e deu pra ouvir correria lá dentro.
- “PUTA QUE PARIU! É HOJE... VAI BABAR!” – pensei alto.
Betão saiu do táxi assobiando, de bolso cheio e aparentemente feliz por outro dia lucrativo no trabalho. Ele cruzou o quintal na maior paz, na maior tranquilidade, ainda parou pra abrir a mangueira e regar as espadas de São Jorge que ficavam no canto do muro, tudo isso aos assobios e cantarolando um funk antigo da MC Sabrina com o Buchecha, que era o que tava tocando no rádio do carro segundos atrás.
- Agora eu sou a resposta do tino implacável da fé. Sei que o amor é uma aposta. Tenta mal me quer, bem me quer. – o coitado batucou a batida da música no peitoral, sem saber o que ia encontrar assim que abrisse a porta de casa e se deparasse com o negão borracheiro descabelando o palhaço na esposa.
Até que aconteceu.
- Cheguei, amor. – Betão girou a maçaneta, abriu a porta e foi recebido por uma tia Verônica super atenciosa, que prontamente o recebeu com um beijão e um abraço bem dado.
No instante em que ela se pendurou no pescoço do marido e o rodopiou lentamente pra dentro de casa, a janela oposta da sala abriu devagar e o pastor Mariano simplesmente pulou pro quintal, no mais completo silêncio e sigilo. Eu flagrei tudo da minha cozinha, escondido, e tive que rir da situação, porque me senti vendo um programa de humor da Globo, de tão capenga e inusitado que foi esse momento.
- Não acredito! Só pode ser brincadeira, pegadinha! – falei comigo.
Detalhe: o bonitão tava com um chinelo torto no pé e o outro na mão, ensopado de suor, só de calção, segurando a cueca e a camiseta na outra mão. Isso mesmo, o amante de titia escapou sem cueca por baixo e com a caceta balançando solta de um lado pro outro, pra não comentar da bíblia que o pilantra carregava sob o braço. Fala sério, né? Seria trágico se não fosse pra lá de irônico.
- “Agora eu quero ver!” – minha mente entrou em combustão.
A porta da sala da tia Vera fechou. Tão logo Mariano pulou pro quintal, ele atravessou acelerado pelo corredor, disparou na direção do portão e, por um segundo, pensou que havia escapado ileso. Mas, veja você, ambos os portões estavam trancados. O pequeno fui eu, o grande foi Betão quem passou a chave depois que estacionou o táxi na garagem. Por falar nele, o marido da tia Vera deve ter encontrado algum rastro de macharia em casa, porque ele começou a berrar, ela também, e eles entraram numa discussão calorosa lá dentro.
- TINHA MACHO AQUI! EU SEI! – o taxista gritou.
- TINHA NADA, HOMEM, PARA DE ME ACUSAR! – titia mentiu na cara dura.
Foi nessa hora que eu surgi na varanda da minha casa, na parte da frente do terreno, observei o estado de aflição e nervosismo do Mariano com tudo que estava acontecendo e ele se assustou ao me ver.
- Parece que cê tá encrencado, hein, pastor? – debochei.
- Abre essa porra, moleque! Abre logo, antes que dê merda!
- Eita, tá até falando palavrão. Pelo visto, o negócio foi sério. Tá com medo? Hahahaha!
- LARGA DE FRESCURA, SEU MOLEQUE! – ele aumentou o tom de voz pra me repreender, mas lembrou que não podia fazer barulho e veio parar na minha frente.
Mariano usou as mãos grossas e calejadas de borracheiro pra me segurar pelos braços, depois franziu a testa, fez cara de nervoso e me encarou, numa clara tentativa de me intimidar.
- Abre logo essa porra!
- Por que eu deveria?
- Porque o corno do teu tio vai sair de lá de dentro e ver que eu tô aqui, Eduardo! Ficou maluco, seu merdinha?! Quer ver briga? Quer ver eu me foder?!
Seu peitoral suado me ganhou muito facilmente e eu confesso que parei durante uns bons segundos só pra admirar a beleza daquele macho estressado. Como sempre, as veias infladas e grossas seduziram minha atenção, os pezões largos também me hipnotizaram e eu nem soube dizer o que senti quando percebi suas axilas suadas, lotadas de pelos. E o cano sacudindo no calção enquanto ele me segurava? Definitivamente meia bomba, por culpa de ter sido interrompido de surpresa no meio do serviço de conserto do encanamento de titia.
- Me escuta, moleque! Destranca o portão, preciso sair daqui! Tu tá me ouvindo?! – ele me sacudiu.
- Tô ouvindo, sim, mas... Não posso te ajudar.
- CLARO QUE PODE!
- Pula o muro, porra! Cê é grandão, todo forte.
- Esse muro é alto pra caralho, Eduardo! Só se tiver escada aí, tem?
- Tem não. Ah, deixa de frescura. Um homão desses e tá com medo de pular? Hahahah! Logo você, pastor, que me chama de fresco o tempo todo?
Ele pirou na batatinha com a minha afronta. Mordeu o beição, apertou ainda mais meus braços e rosnou pra mim como se fôssemos inimigos declarados.
- Mas tu é um fresco do caralho mesmo! Viadinho! Deus castiga, Deus pune a frescura!
- E adultério, ele pune também? – dei deboche de troco.
- CALA BOCA, EDUARDO! Me escuta! Ou tu abre essa porra de portão, ou eu-
- Ou você o quê? Vai me bater?
- Argh, seu moleque do capeta... – o brutamontes grunhiu e bufou raivoso.
- É o seguinte. Eu destranco o portão, mas você vai ter que fazer o que eu quiser.
- NEM FODENDO! NADA DE FRESCURA PRA CIMA DE MIM, VIADO!
- Então boa sorte com o Betão, pastor. Só espero que ele não pegue o revólver em cima do armário, senão fodeu. Não tô pronto pra aparecer no jornal. Ainda por cima, dando depoimento na frente do IML. Já pensou? Quero não, tô fora. – provoquei, me insinuei de verdade e ele só faltou dar um tapão na minha cara, de tão fulo que ficou.
Estávamos na varanda da minha casa, até que a porta da casa da tia Vera abriu e a discussão dela com o Beto alcançou nossos ouvidos. Por conta das nossas posições, eles não conseguiram nos ver e não sabiam que a gente tava por ali, então Mariano aproveitou a deixa, ficou sem alternativa e meteu o pé pra dentro da minha sala pra se esconder. Senti um nervoso anormal no corpo, pensei que ia dar em confusão, mas agi rápido, fui atrás dele e tranquei a porta, só por precaução.
- Bom, já que você tá se abrigando na minha casa, vou encarar isso como um sim. Agora cê tá na minha mão. – falei.
- Eu aqui desesperado e tu querendo me chantagear, Eduardo?! Não tem vergonha na cara, não!? Nem um pingo de compaixão? Se manca, porra!
- Você por acaso já teve compaixão por mim, pastor? Já me tratou com educação, já demonstrou respeito? Cai na real. Só tá com esse papinho porque precisa da minha ajuda, senão cê nem estaria dando a mínima pra mim. Patético.
Fechei a cara, fiz linha dura, cruzei os braços e mostrei o quão insatisfeito estava com a presença dele na minha casa. Caminhei pro meu quarto, o grandão me seguiu e pareceu apreensivo, meio que com medo de eu sair e fofocar tudo pro meu tio. Betão, enquanto isso, ainda batia boca com tia Verônica no quintal, e foi sob essa trilha sonora caótica e suburbana que eu parei na janela, olhei pra trás e me vi frente a frente com aquela beldade de cafução rústico, um puta macho parido pelo asfalto quente da Zona Norte do Rio.
- Tu não vale porra nenhuma, Eduardo. Bem que dizem que viado é tudo puta. Tá explicado. – ele me tirou de baixo a cima.
- Talvez você esteja certo, pastor. Eu acho que sou um pouco... Dado, sabe? Hahahah! – tomei a cueca da mão dele, passei no meu rosto e o canalha não entendeu minha reação.
Quase fritei de tesão quando inalei o cheiro das bolas daquele macho comedor de casadas. Minha mente esquentou, eu suspirei o frescor, o tempero e a testosterona produzidos pelos culhões do borracheiro da esquina, fiquei tonto e tive que me concentrar pra não desmaiar de prazer. Mariano fez semblante de nojo, eu dei um passo pra frente, parei diante dele e toquei seu peitoral malhado, cheio de pelos.
- Olha só, viadão, se tu acha que porque eu tô na tua casa-
- Xiu, xiu, xiu. Tá pensando que tá falando com quem? Aqui não é sua igreja, não, Mariano. Aqui mando eu. Aqui não tem ovelha, só tem nós dois. Não vem querer me dar sermão divino, não. Você acabou de sair corrido da casa da minha tia e de cueca na mão, ainda tem a cara de pau de falar de mim? Primeiro respira, maluco. Respira, isso. Agora pensa duas vezes antes de abrir a boca, porque o Beto tá caçando o amante da tia Vera lá fora nesse momento.
Ele respirou fundo, pensou de novo, só que dessa vez não teve resposta. Minha mão desceu no mamilo do cafajeste, o bico do peito dele endureceu entre meus dedos e ele balançou demais no meu toque.
- Eduardo... Tô avisando, isso não é de Deus...
- Quem diria, hein? Esse tempo todo me julgando, mas comendo mulher casada. Por isso que o Joca te zoa, agora entendi. Ser viado não pode, mas pegar a esposa alheia pode. Esse seu discurso é meio zoado, cara.
- Tu não passa de um cretino. O pessoal na rua te chama de anjinho. Anjinho, sim... Anjinho... Tu é um merdinha. Um viadinho. – ele olhou pra minha mão tocando seu peitoral e rosnou com ódio.
- Isso, se solta. Pode se soltar, macho. Eu gosto de você assim, desse jeito. Sincerão, nu e cru. Pelado na minha mão. Falando palavrão, deixando a fera sair do peito. Quem é o verdadeiro Mariano, o mansinho que se faz de bom moço ou esse pecador devasso que ninguém conhece? Hahahaha! O que você deve comer de mulher casada por aí e ninguém desconfia. Se bobear, tem até filho perdido e não sabe. Hihihih!
Foi aí que o garanhão trincou na raiva. Segurou meu pescoço, apertou e me cercou no canto da parede. Minhas costas bateram contra a janela, o pastor Mariano mostrou o quão furioso estava e exibiu as presas brancas e afiadas pra me assustar.
- Olha a porra das atrocidades que tu fala, seu viado filho da puta! Tu não sabe nada da minha vida, escutou?! Nada! Não quero meu nome em boca de bichona!
- Caramba! O pastor mudou de semblante rapidinho, viu só? Hihihih! – continuei de deboche.
- Tu não tem medo de morrer?
- Tá falando até de morte, agora. Pode isso, homem de Deus?
- Eduardo... Odeio gente fresca. Odeio essa tua frescura, esse teu cheiro de frango fresco... – sem perceber, ele farejou meu cangote e me deixou completamente arrepiado, muito instigado.
Sua barba tocou no meu ombro, foi todo um momento de muita tensão entre nós, porém teve fim quando ouvimos a voz do Betão no quintal e bateu aquele nervoso fodido de acontecer alguma tragédia.
- SE EU PEGO, EU MATO! – o taxista gritou.
Silêncio geral. A gente se olhou, eu esperei qualquer barulho e... PÁ! Foi de repente. Beto se pendurou na minha janela, me encarou e, por questão de centímetros, não percebeu a presença do amante de titia escondido bem do meu lado, atrás da parede e da cortina. Eu me tremi por inteiro, notei que o marido da tia Vera tava visivelmente alterado e ele foi direto comigo.
- Fala a verdade, Dado, tu viu alguém passar aqui hoje?! Agora!?
- Betão, você tá be-
- RESPONDE, FILHÃO! VIU OU NÃO VIU?!
Engoli o momento a seco. Lembrei da voz dele desabafando comigo dias atrás, me vi entre a cruz e a espada, e tive que respirar profundamente antes de tomar uma decisão.
- “Mas se tu visse algo de anormal, contaria pra mim? Posso confiar em tu, Dado?” – foi como um eco emergindo do fundo da minha mente.
Minha mão esquerda segurava a cortina, enquanto meu tio me encarava através da grade da janela e aguardava pela resposta. Durante esse mesmo instante, minha mão direita procurou novamente o bico do peito do pastor Mariano, escondido do meu lado, e eu desfrutei de uma efêmera sensação de prazer extremo. Daquelas ondas de adrenalina e tesão nas quais tudo pode dar errado a qualquer momento, sabe? Pra completar a grande ópera, o pastorzão juntou as duas mãos, fez sinal de oração e mexeu a boca, implorando pra eu não contar nada pro corno manso.
- Não vi ninguém, Betão. – menti.
- Tem certeza, moleque!? Tu prometeu que ia contar tudo, lembra?! – ele insistiu.
Olhei pro lado, meio que de rabo de olho, e lá estava o borracheiro troglodita quase se ajoelhando nos meus pés pra eu não fazer delação. Minha mão desceu do peito pro umbigo do Mariano, ele pegou meus dedos e, num movimento desesperado de sobrevivência, levou diretamente pro volumão da piroca no calção suado.
- Bom, se passou alguém por aqui, eu não vi.
- Ninguém, Eduardo?! – Beto questionou uma última vez.
- Ninguém. Eu falaria se passasse... – menti de novo.
Betão perguntou na minha cara se eu sabia de alguma coisa a respeito da mais recente pulada de cerca de titia, e eu menti, fechei com o lado errado da história. Não ligaria se o adultério dela fosse com qualquer outro cara, tipo o Joca, mas trair com um macho cretino feito o Mariano foi demais pra mim. Na minha mente, ter conhecimento das traições da tia Vera com o pastor me deu uma sensação de... Poder. Porque o Mariano adorava dar sermão bíblico nos outros, pagava de homem de Deus, de moralista e varão exemplar, então ninguém na vizinhança imaginava que ele comia mulher casada. Que grande hipócrita, né?
- Você tá bem, Beto? Quer entrar pra tomar uma água com açúcar? – fiz o jogo de verdade, falei com um e apertei o malote pesado do outro.
- Não, não, tô de boa. Eu só... Preciso esfriar a cabeça. Vou dar um tempo e voltar lá pra conversar com a tua tia. Por hoje, é só. Já deu.
- Tem certeza? Posso fazer um chá de camomila pra você. – e tome patolada na vara grossa do mecânico.
- Relaxa, garotão. Valeu pela ajuda.
- De nada. Disponha. Se precisar de alguma coisa, tô aqui.
- Valeu, Dado.
O taxista saiu, eu tranquei a janela, em seguida fechei as cortinas e de repente ficou um cenário escuro no meu quarto, tudo preto. Mas não perdi o senso de direção, afinal de contas ainda estava segurando e amassando aquela tora de carne entre meus dedos, sentindo um sacão pra lá de recheado na palma da minha mão. Quando ele pensou que tava tudo tranquilo e achou que era só meter o pé da minha casa, eu abaixei na frente dele, pus o rosto na montanha de piroca e comecei a inalar o cheiro quente e delicioso da genitália do amante de titia.
- O Senhor há de punir toda frescura. Os frescos não herdarão o reino dos céus. – o desgraçado entoou baixinho.
Mas eu ignorei o sermão, cheirei o calção dele com todas as forças e meu rosto esquentou diante daquele odor tão característico e gostoso da pica do borracheiro. Era uma mistura de suor com testosterona, mas também um pouco da graxa penetrada na costura do short que o machão usava diariamente pra trabalhar na oficina.
- Toda frescura será punida. Nenhum varão sucumbirá diante do inimigo, diante do diabo. – quanto mais ele falava, mais eu alisava sua rola e deixava ela cada vez mais em pé, torta.
Eu me empolguei. Lembrar de como o saco dele ficava marcado e volumoso naquela roupa mexeu comigo, especialmente enquanto eu botava o cheiro do Mariano pra dentro de mim e brincava de patolar a caceta borrachuda. Foi nessa tarde que eu realizei o sonho de pegar naquele malote e matei minha vontade de apertar o piruzão do mecânico da esquina.
- Coisa de marica. Tá amarrado. – ele tentou me intimidar, mas ignorei.
Teve uma hora que eu olhei pra cima, minha visão se adaptou ao quarto apagado e lá estava o par de olhos cor de mel me encarando através do escuro. E apesar de toda a lição de moral bíblica, o safado me olhava de um jeito terno e muito curioso, como se quisesse descobrir se eu realmente teria coragem de engolir a mesma piroca em que titia sentava.
- Você pulou na jaula do leão quando resolveu se abrigar aqui em casa, pastor.
- Sou sujeito homem, Eduardo. Meu pau não vai subir contigo, só sobe com buceta.
- Ah, é? Então por que tá ficando animadinho? – arriei o short e a madeira ricocheteou pra cima com a maior voracidade, cheia de fome. – CARAMBA, PASTOR! UAU!
O grandão empenou, a trolha quase bateu contra o meu rosto e acho que nem ele soube o que dizer, o próprio dotadão ficou surpreso. Talvez tenha sido a curiosidade, a adrenalina da traição e toda a tensão do momento, por assim dizer. O certo é que Mariano tava meia bomba na minha frente, eu de joelhos diante dele, lambendo meus beiços e pronto pra iniciar os trabalhos numa senhora giromba de 20cm de imponência.
- Caralho! Agora eu acredito que você é varão de verdade, viu? Puta merda! Bahahaha!
- Seu moleque assanhado! Larga de frescura, desiste. Não sou pecador, não. Isso é errado, Eduardo. Não é coisa de Deus.
- Certo é comer mulher casada? – depois da minha fala, o silêncio tomou conta do quarto escuro.
Pastor Mariano era dono de uma piroca com mais de um palmo de comprimento, só pra tu ter noção da potência do varão. Espessura mediana e taluda, super curvada pra cima e absolutamente escura, mas foi eu arregaçar o couro e o cabeção cor de rosa vazou cara a cara comigo. O cheiro forte de suor de mecânico dominou minha respiração, o cafajeste fechou os olhos, eu chupei só a cabecinha e não me aguentei, tive que engolir até onde aguentei.
- SSSSS! Tô dizendo que essa porra é pecado, moleque, me escuta! A gente vai pro inferno, Eduardo! Tá maluco?!
Mas eu ignorei, só pensei em mamar e me dopar no cheirão suculento de machão trabalhador. Enchi a piroca do Mariano de baba conforme fui sugando, cheguei cada vez mais longe e pirei com a textura das veias grosseiras pesando na minha língua. O freio da jeba também roçou gostoso em minhas papilas gustativas, eu me lambuzei naquele taco e usei uma mão pra segurar e apertar de leve o sacão peludo do sem vergonha, aí sim ele gemeu mansinho.
- AAARFFF! Caralho, garotão... Mmmm! Chega dessa vida de pecados, chega de imoralidade... A sua moral... Hmmm... Será expurgada... Toda frescura... OOORSSS! Será punida!
O início do boquete no amante de titia foi tudo de bom. Envolveu muita sinestesia, olfato, paladar e tato, e eu descontei na mamada tudo que sentia pelo salafrário do Mariano. Usei a mão pra bater punheta pra ele junto com as sugadas que dei na vara, entrei num ritmo contínuo de sucção e deu pra ouvir o barulhinho das chupadas ecoar entre as quatro paredes.
- Tomar no cu! UUURGH, FFFFF! Tu não tem vergonha de ser fresco?!
No calor do momento, eu alisei as coxas cabeludas, espalhei a testosterona contida na transpiração da pele melaninada e fiz o cheiro do suor do pastor espalhar de vez no quarto. Mas eu queria mais, muito mais. Precisava, acima de tudo, inundar meus pulmões e os alvéolos com a mais bruta e pura fragrância daquele que era meu sonho de macho, então peguei a cueca dele no chão e comecei a mamar enquanto me droguei no tempero dela.
- Não tem medo de ir pro inferno, Eduardo?! Pagando boquete desse jeito, porra! Com essa experiência! OOORSSS! Caralho!
Ainda nessa onda gostosa de explorar o corpão parrudo do borracheiro, eu subi as mãos, alcancei os mamilos dele e fiquei massageando os dois biquinhos durante o bola gato babado. Daí pra frente, Mariano deu uma soltada de malícia que era exatamente o que eu precisava. Fiquei mais corajoso, engoli a marreta toda, meus lábios selaram ao redor do talo e tive que olhar pra cima só pra ver as caras e bocas que ele fez.
- BAGULHO DE VIADO! SSSSS! Quer me desviar do caminho, né!? – ele disse uma coisa, mas fez outra.
Segurou minhas orelhas, ficou na pontinha dos pés, estendeu o corpo pra frente e simplesmente danou a foder minha goela, extraindo o som dos engasgos. De um segundo pro outro, eu deixei de ser viadinho assanhado e fui transformado na mais baixa das putas pelo amante da minha tia. Até a maneira nojenta com a qual Mariano me olhava mudou e deu lugar a um olhar tentador, algo típico de comedor putão.
- OOORGH! Tu quer me fazer pecar? Quer me levar pro inferno, né, sua bichona!? Então toma, abre a porra da boca! Tem espaço aí dentro que eu sei! Mmmm!
- GLOGH, GLOGH, GLOGH, GLOGH! – minha garganta chorou quente nas pinotadas do grandão.
- ESSA GOELA NÃO TEM FIM!? AAAARSSS! VIADINHO DO CARALHO! – ele entrou em velocidade alta, socou tudo na minha faringe, grudou a mão atrás da minha cabeça e me fez tragar a cobra por mais de dez segundos, tudo pra mostrar quem manda.
O que mais me impressionou, o que mais fez minha mente se contorcer, foi a inversão, a transformação de personalidade quando a putaria explodiu. Mariano olhava pra mim e não enxergava mais a bicha afeminada do bairro. Agora ele via uma putinha implorando por paulada na garganta, por isso virou um monstro, abraçou meu crânio e disparou nas ferroadas pra queimar minha goela.
- TOSSE NÃO, PUTA! AGUENTA! ABRE A BOCA, PORRA, TÔ MANDANDO! – o troglodita abaixou, me deu um tapa no rosto e cuspiu dentro da minha boca.
- Seu filho da puta! Hahahaha! Gostoso! Se solta, gosto de você assim.
- Fala comigo não, viadinho! Não escuto frescura, só quero te usar.
- Ah, quer? Quem diria, né? Como são as coisas. – debochei.
- CALA BOCA, CARALHO! BORA, MAMA AQUI! – aí me puxou e voltou a afundar marreta na minha garganta sem pena, totalmente viciado na sensação de dar com a cabeça da pica na minha glote.
Era quase uma entubação, como se o Mariano descontasse a raiva todinha nas minhas amídalas. O cara virou um transtornado no meu quarto, apoiou o pezão na cama e ganhou posição pra foder minha goela a mil por hora, com direito ao saco pesado espancando meu queixo e seu suor quente pingando no meu rosto. O sonho alfa de qualquer boqueteiro orgulhoso, né não?
- FALEI QUE IA TE MACHUCAR! FFFF! – passou os dedos no meu cabelo enroladinho, fez de alça e ditou o ritmo das engasgadas como bem quis, usando e abusando de mim.
- UUUHNFFFF! – estufei em piru, minhas narinas colaram no púbis pentelhudo do desgraçado e eu tive que prender a respiração pra não tossir, foi uma sensação de muita luxúria.
- TU TÁ PRECISANDO DE UM CORRETIVO PRA LARGAR DE SER FRESCO, BOIOLA! OOORSSS! – seu jeito de grunhir enquanto me botava pra mamar em modo selvagem também foi do caralho, eu derreti.
- GGHHRRR! – babei meu queixo todo, virei o novo “Gag The Fag”.
Teve uma hora que ele tapou meu nariz, grudou minha garganta no caralho e tentou me engasgar pra valer, na intenção de maltratar mesmo, mas eu dei dentro com cada trotada e ele não botou fé quando viu que eu sustentei suas pirocadas compulsivas e cabeçudas. Quanto mais Mariano tentava me engasgar e me machucar, mais eu engoli pica e deixei ele satisfeito com a garganta profunda profissional.
- NÃO QUERIA?! NÃO FEZ CHANTAGEM PRA GANHAR PIRU!? AGORA MAMA, ENGOLE TODO! SEM FRESCURA! – apontou o dedo na minha cara na hora de dar as ordens, me deu tapas no rosto e tornou a me engasgar, cheio de autoridade.
Parecia um ditador do sexo, todo gostosão e cheio de si. Ele mordia o beiço, ficava na pontinha dos pés pra esculachar minha goela, fez minha boca de buceta e não parou de me rebaixar aos níveis mais putos possíveis. Virei brinquedo, mero objeto na mão grossa e calejada do pastor Mariano. Que tentação do capeta!
- FRESCO NÃO ENTRA NO CÉU, VIADO! VEM COM PAPO DE MAMAR SÓ NA CABEÇA NÃO, TRATA DE GUARDAR ESSA PORRA! SSSSS! – ele me manuseava com extrema facilidade e a todo momento apertava minha nuca pra me fazer engolir tudo.
- GHHHHRRR! – e eu, como sempre, me deixando levar, sendo o submisso número um pro amante caralhudo da minha tia.
Fiquei mais de quinze minutos suportando as empurradas incansáveis daquele macho cafajeste, minha goela começou a arder, a mandíbula cansou e meus olhos derrubaram muitas lágrimas de nervoso, mas também de emoção. Como eu disse antes, sempre foi meu sonho estar onde eu estava, ajoelhado diante do borracheiro garanhão da esquina e servindo um boquetão cinco estrelas. Ver que os dedos dos pés dele se contorciam toda vez que eu engasgava na peça, fez de mim boneco inflável. Eu estava à disposição pra ser usado.
- Piroca gostosa do caralho, tomar no cu! Se você não tivesse ficado de babaquice esse tempo todo, eu já teria mamado mais vezes. Que desperdício. – lamentei.
- Então cala boca e me chupa, Eduardo. Não queria piru? Tá aqui, ó!
Levei vários e vários tapas desafiadores na cara, puxões de cabelo e marretadas na faringe até chorar de tesão. O cafução dominador também fodeu minhas bochechas e toda hora batia com a pica na minha língua, pra escutar aquele barulho estalado e babado do impacto da carne. Eles fez minhas papilas gustativas de tapete, arrastou a cobra de volta pra boca e retomou o transe alucinado e frenético de transformar minhas amídalas em buceta.
- Duvido que minha tia engasgue na sua vara que nem eu. Hahahaha!
- Tu quer se comparar com mulher? Tá de sacanagem?!
- Responde, pô. Ela mama assim?
O fanfarrão não respondeu e eu caí na risada. Como se não bastasse o espetáculo de feromônios, de vez em quando ele fechava os olhos, suspendia as sobrancelhas, fazia semblante de pidão relaxado e só dava pra ouvir o barulho avassalador das minhas engasgadas na caceta.
- AAARFFF! Que vontade de estourar tua garganta, viado! SSSSS! Sem frescura, quero ver! Aguenta, putinha! Mmmm! Não queria pica, sua imunda!? Anjinho de cu é rola, safada! Vagabunda! ENGOLE, PORRA, TÔ MANDANDO! AAARSSS!
- GLUGH, GLUGH, GLUGH...
Às vezes eu não sabia se mamava a rola ou o sacão gordo, se cheirava a cueca suada ou se dava atenção aos mamilos e às coxas do bonitão, só sei que desfrutei do Mariano e fiz questão de provar pra ele que o melhor do mundo tava na carne, em ser humano e pecar na luxúria. E detalhe: o filho da puta largou a bíblia em cima da estante enquanto esteve no meu quarto, ele nem hesitou sobre o que queria fazer comigo.
- Goza logo, vai? – pedi.
- É o quê? Gozar logo? Tehehehe! – ele esfregou as mãos, fez o semblante diabólico e foi nesse momento que o jogo se inverteu, o tabuleiro virou contra mim.
Até então, eu achava que o pastor Mariano tinha pulado na jaula do leão quando escolheu se refugiar ali dentro. Mas a partir daí, a ficha caiu e me dei conta de que foi o contrário. Era eu quem tava perdido com ele.
- Gozar logo é o caralho, viado! Vem cá, vira essa porra aqui pra mim. – o ordinário me botou de quatro, bateu com o martelo na minha bunda e se preparou pra cruzar.
- Tá doido, pastor? Sexo anal é pecado. Fora que cê é enorme! Não vou rasgar minha bunda numa vara desse tamanho, não. Quero só mamar mesmo.
- BEHEHEH! Duvido, cuzão! Tu vai dar o cu sim, e vai dar bem dado! Anda, empina essa porra! – apertou meu cóccix, ajustou minha posição e engatilhou a arma.
E eu queria dar a bunda mesmo, LÓGICO! Mas, mais que isso, eu queria continuar me deliciando com a imagem de um varão que antes não queria nada, e que agora queria tudo, por isso fiz charme e continuei negando o anal, só pra ver ele pedir mais e mais cuzinho. Quanto mais aquele pastor infeliz pedia pra me devorar, mais eu piscava e ficava babado pra recebe-lo, hospedá-lo.
Continuação no Privacy. twitter
Privacy*com*br/profile/andmarvip