— Tudo bem, eu aceito.
Aquelas simples palavras de obediência e submissão, ditas em um momento de desespero, por medo de perder minha esposa, transformariam de forma definitiva a minha vidinha simples. Meu calvário estava prestes a começar.
Vamos ao início, para que a história seja contada de maneira correta:
Eu sou o Fabiano, Binho para os amigos. Nem alto nem baixo, nem bonito nem feio. Apenas um cara normal, como milhões de outros homens neste mundo. Tenho olhos e cabelos castanhos escuros, corpo em forma, mas sem exageros. Mais normal do que isso, impossível.
Achei que vivia uma vida feliz com minha esposa, mas, pelo visto, era apenas a minha impressão. Nós nos conhecemos desde a adolescência, começando a namorar cedo e nos casando logo após terminarmos a faculdade. Sempre achei que nosso relacionamento era sólido, mas, com o tempo, Malu começou a sentir que algo estava faltando.
Certo dia, enquanto tomávamos café da manhã, Malu se virou para mim e, do nada, com um olhar sério, sugeriu uma ideia que mudaria tudo:
— O que acha de abrirmos nosso casamento?
Atônito, pensando que não tinha ouvido direito, fiquei estático, apenas a encarando.
Ela continuou, falando de forma calma e incisiva:
— Estou cansada da rotina e gostaria de explorar novos caminhos. — Ela se aproximou e segurou meu braço carinhosamente. — Eu amo você, não quero perdê-lo. Acho que esse é o melhor caminho para nós.
Fiquei atordoado com a proposta, lógico, em uma mistura de confusão e medo.
— Você realmente quer isso, Malu? Estar com outras pessoas? — Perguntei, apertando a xícara de café entre as mãos.
Malu suspirou, sabendo que a conversa seria difícil.
— Sim, Fabiano, eu quero. E como eu disse, isso não significa que eu não queira você. Podemos encontrar novas experiências e aprender com elas.
As palavras dela ecoavam na minha mente, e as inseguranças que surgiam com a ideia tomavam conta de mim. No fundo, eu tinha medo de perder a Malu.
Ela não me deu muito tempo para pensar e já voltou a argumentar:
— Pense comigo, essa seria uma maneira madura de provar nosso amor e confiança, afinal, é apenas sexo, carne, não envolveria sentimentos. Você é o amor da minha vida e isso nunca irá mudar.
Eu não podia simplesmente aceitar e fui honesto:
— Você me daria algum tempo para pensar? Não posso decidir tudo…
Sorridente e carinhosa, ela me interrompeu com um beijo:
— Claro, amor. Leve o tempo que precisar. Não é como se eu estivesse desesperada ou algo do tipo… isso tem que ser uma decisão conjunta, de casal.
Malu recolheu a louça e a colocou na pia, me deu mais um beijo carinhoso e saiu radiante em direção ao quarto:
— Olha a hora, vamos nos atrasar para o trabalho.
Malu, aos meus olhos, é a mulher mais linda e incrível do mundo. Morena clara, baixinha, seios médios e bumbum avantajado, que fica ainda mais destacado pela cintura fina. Os olhos cor de mel, astutos e curiosos, conseguem enxergar até a minha alma. Ela sabe que eu sou ingênuo e totalmente apaixonado por ela, chegando a beirar a devoção. Ao longo de nossa relação, e ainda mais fortemente durante o nosso casamento, ela sempre foi a figura dominante. Uma dominância inteligente, baseada em carinho e afeto, sempre dando para receber em dobro.
Nos dias seguintes, enquanto eu pensava em sua proposta, Malu me enviou dezenas de artigos e reportagens que exaltavam as vantagens de uma relação aberta. Eram sempre matérias positivas e descoladas, com foco na felicidade recém-descoberta de casais muito semelhantes a nós, que conseguiram alcançar um novo patamar de felicidade em suas vidas graças a esse estilo de vida liberal.
Além das matérias e artigos, ela costumava reforçar seus argumentos quando estávamos juntos.
— Sempre fomos o primeiro um do outro em tudo. Nós nunca nos permitimos curtir a vida, sempre fomos tão sérios em tudo. Primeiro, os estudos; depois, nossas carreiras… em breve virão os filhos e as responsabilidades só irão aumentar. Agora é o momento, amor… essa é a hora de nos permitirmos ser um pouco mais ousados.
A pressão era feita de forma sutil e sem atropelos. Os argumentos eram honestos e bem colocados. Mesmo preocupado com o futuro da nossa relação, eu também estava curioso. Só para ter certeza, perguntei:
— Essa é uma via de mão dupla, né? Direitos iguais, correto?
Como já estávamos deitados, prontos para dormir, ela apagou o abajur e montou sobre mim:
— É claro, meu amor. Eu só quero que sejamos felizes.
Malu começou a se esfregar, beijando minha boca e falando em meu ouvido.
— Eu prometo que será bom, você vai ver. Só confie e se permita viver. Eu sei que tem um monte de mulher louca para estar com você… acha que eu não vejo como as safadas ficam todas à busca de você na academia?
Tentei ligar novamente o abajur, mas ela desligou de novo. Apertei aquela bunda carnuda e enfiei as mãos por dentro do shortinho, brincando com os dedos na xoxota e no cuzinho.
— Isso, seu gostoso. Quer foder meu cuzinho hoje? Você merece.
Coloquei Malu de quatro e puxei short e calcinha de uma vez, expondo seu corpo, sentindo o cheiro do sabonete íntimo tão familiar. Enfiei a cara entre suas nádegas, chupando tudo que minha boca e língua alcançavam. Ela protestou:
— Me fode de uma vez, não enrola. Estou ansiosa.
Ela me provocava, se esfregando em mim:
— Safado… gostoso… faz amor comigo… fode esse cu. Aproveita enquanto ainda é só seu…
Excitado pelo momento, as palavras provocativas da Malu passaram despercebidas, recebidas como estímulo, ao invés de preocupação.
Tentei estimular seu grelo, mas ela insistia em uma penetração rápida demais. Aquilo não era anormal, já que Malu se excita muito rapidamente e só sossega depois que é satisfeita. Acabei não me preocupando muito e fazendo o que ela pedia. Me posicionei e pincelei a rola nas pregas do cuzinho. Eu sabia que aquilo deixava a Malu enlouquecida.
— Fode esse cu, amor… estou doida de desejo…
Fui forçando a penetração, e a rola se encaixou perfeitamente.
— Adoro isso… fode agora, tá me atolando inteira…
Estoquei com carinho, massageando seu grelo e fazendo Malu gozar rapidamente. Continuei, com um pouco mais de força, e gozei logo depois. Foi um momento rápido, mas muito prazeroso.
Malu veio se apoiar em meu peito, parecendo ansiosa por uma resposta para o que conversávamos antes do sexo. Fui bem honesto com ela:
— Só me dê mais um dia. Eu ainda preciso estar bem comigo mesmo para responder honestamente. Só quero pensar mais um pouco…
Malu, sempre muito inteligente, me interrompeu:
— Eu já disse que não precisa se apressar, não disse? Sei que você responderá quando estiver pronto.
Malu me deu um beijo demorado e apaixonado, antes de correr para o banheiro. Ouvi o chuveiro ligado e decidi acompanhá-la. Achei estranho ela se virar assim que entrei, mas não disse nada. Nos lavamos rapidamente e voltamos ao quarto. Percebi que Malu parecia tentar limitar minha visão, sempre escondendo sua buceta. Num pequeno descuido dela, por alguns poucos segundos, ao se abaixar de costas para mim para colocar a calcinha, percebi que estava avermelhada, como se tivesse sido fodida.
Naquele momento, eu ainda não tinha pensado bobagens e Malu estava sempre um passo à minha frente. Ela pegou um creme que geralmente usamos na praia, pós-sol, e começou a esfregar nas partes externas avermelhadas e inchadas da xoxota.
— Acho que a depilação me deu alergia. Veja como minha pele está sensível… desculpa, amor, está doendo. Por isso ofereci o cuzinho, pois sei que você também adora foder meu cu.
O inocente aqui nem se deu conta, naquele momento, que tudo era um jogo, que as peças se movimentavam no tabuleiro e apenas eu, o corno, não sabia que estava jogando. Ainda fiquei com dó:
— Nossa, amor, que chato isso. Fica sem calcinha, vai ser melhor.
Malu acatou minha sugestão e veio se deitar, novamente buscando abrigo em meu peito e dormindo sem preocupações. Já eu, após uma longa reflexão e diante da dúvida pairando no ar, concordei relutantemente. Na manhã seguinte, enquanto nos arrumávamos para o trabalho, fui direto com a Malu:
— Se isso é o que você realmente quer… Tudo bem, eu aceito.
Assim que terminei de falar, um nó apertou meu estômago. O silêncio se instalou entre nós. Enquanto eu me perguntava como nossas vidas mudariam a partir daquele instante, Malu brincou comigo.
— Você aceita? O quê?
Até pensei em responder, confuso, mas ela sorriu debochada e me abraçou.
— Estou brincando, amor. Quero que as coisas continuem normais entre nós, como sempre foram. Não mude seu jeito descontraído. Eu amo você mais do que tudo neste mundo.
A proposta da Malu parecia avassaladora, e os dias seguintes foram preenchidos por uma confusão mista de esperança e temor. Embora eu tentasse ser compreensivo, uma voz interior sussurrava que isso poderia ser o fim do nosso relacionamento.
Nossa vida, pelo menos nos dois primeiros meses, continuou igual, sem nenhuma mudança na rotina ou nos horários. Aquilo me deu uma esperança ilusória, um falso pensamento de que nada realmente mudaria.
Com o passar do tempo, a nova dinâmica começou a se estabelecer. Malu começou a trocar mensagens de forma menos discreta com um colega de trabalho, um homem chamado Rafael. Ela estava sempre ao telefone, rindo e descontraída, sem se importar com a minha presença.
— Você precisa conhecê-lo, amor. O Rafa é uma figura. Acho que vou convidá-lo para a nossa festa.
Acabei me esquecendo que no próximo final de semana faríamos dez anos de casados e iríamos organizar um churrasco para família e amigos. Dez anos é um marco importante, uma data especial. Mesmo que estivéssemos juntos há muito mais tempo, o casamento era sagrado e definitivo.
Malu continuava carinhosa, brincalhona, boa amante e nunca negligenciou nossa relação. Sempre que eu a procurava, ela nunca negava amor. Ela também continuava a me procurar por vontade própria e nossa vida sexual estava até melhor do que antes.
Não sei se por medo, ou por não querer verdadeiramente saber a resposta, nunca tomei a iniciativa de perguntar à Malu se ela estava usufruindo a liberdade recém-adquirida. Suas trocas de mensagens continuavam, mas, sendo honesto, aquilo não afetava de forma alguma nossa vida como casal. Malu continuava a mesma, senão melhor.
O dia do nosso aniversário de casamento chegou e eu finalmente conheci o tão famoso Rafael. Ele era um homem charmoso e divertido, não posso negar. Malu manteve sua postura de esposa confiável e companheira e passou quase toda a festa ao meu lado. Meu maior temor não se realizou, que era os nossos familiares descobrirem que estávamos vivendo uma forma alternativa de relação. Até eu me perguntava se estávamos mesmo vivendo uma relação liberal, um casamento aberto.
Eu lutava para lidar com meus sentimentos confusos. Meus pensamentos me consumiam: “Afinal de contas, Malu estava ou não se relacionando com Rafael? Se sim, em que momento? Como eles se encontravam?” Os horários dela permaneciam os mesmos, chegando em casa rigorosamente às dezoito horas, como sempre.
Após duas semanas de incertezas, antes que a angústia tomasse conta de mim, criei coragem e, durante o jantar, fui direto ao perguntar:
— Você está transando com o Rafael?
Malu me olhou sem entender, confusa com a pergunta, mas também foi direta:
— Sim! Por que a pergunta? Nós não combinamos de abrir o casamento?
Ela parecia preocupada comigo:
— Amor, eu estou em falta com você? Fiz alguma coisa que o desagradou? Achei que estávamos bem.
— Você não se sente insegura com ele? — Perguntei a Malu, tentando esconder a dor na minha voz.
Ela sorriu de maneira suave:
— Não, ele é apenas alguém que me faz sentir viva… de uma forma diferente, é claro. Você ainda é tudo para mim, amor. Com ele é só curtição, bom sexo. Só com você eu faço amor.
Acabei não sendo corajoso o suficiente e, para me proteger, nem perguntei como eles faziam para se encontrar. As palavras dela não eram suficientes para aliviar a pressão em meu coração e eu comecei a compreender a diferença entre amor e possessão, mas isso não tornava a dor mais fácil de suportar.
Eu frequentemente refletia sobre minhas inseguranças durante caminhadas noturnas solitárias: "Eu sou suficiente para ela?" Eu me perguntava. "E se ela se apaixonar por ele?"
A palavra Rafael se tornava cada vez mais frequente, e eu não conseguia evitar a dor que surgia em meu peito ao ouvir Malu mencionar o nome dele. Em alguns momentos, eu queria ser aquele homem que poderia enfrentar a situação com coragem, mas eu apenas me sentia cada vez mais perdido.
Um dia, Malu chegou radiante em casa, contando sobre como ela e Rafael conquistaram um grande elogio no trabalho após um projeto conjunto e como tudo aquilo a fazia se sentir especial. Preso entre a culpa e a tristeza, eu não consegui conter minhas emoções.
— Isso é tão fácil para você, não é? — Disparei, deixando a sinceridade da dor transparecer.
Malu engoliu em seco, percebendo a tempestade emocional diante dela.
— Claro que não é fácil! Nós trabalhamos muito no projeto, mas somos sim, merecedores de tudo de bom que aconteceu após a conclusão vitoriosa.
Deixei a raiva e a irritação falarem por mim:
— Você sabe muito bem do que eu estou falando… Rafael isso, Rafa aquilo, Rafael assim, Rafa assado…
Malu me abraçou, sentindo que eu iria desabar de vez:
— Ei… isso que você está dizendo não é justo… Nós combinamos e você aceitou. Eu nunca fiz nada pelas suas costas, muito pelo contrário. Em momento algum eu negligenciei você e o nosso casamento. Não é justo o que você está insinuando.
Malu, esfregando as mãos em minhas costas, tentando me acalmar, disse:
— Eu me preocupo com você, com o que estamos passando, pois o amo. Isso nunca mudou e jamais mudará. Precisamos falar sobre isso antes que vire uma avalanche e nos soterre.
Realmente, Malu tinha razão. Eu estava sendo chato, irritante, ciumento. Ela estava fazendo tudo de acordo com o combinado. Talvez fosse a minha vez de encontrar alguém para aliviar o meu próprio estresse e igualar o campo de jogo.
Enquanto a relação de Malu com Rafael se desenvolvia, eu me sentia como um espectador da minha própria vida. Apesar de querer, eu não me achava pronto para me relacionar com qualquer outra mulher. E foi assim, de forma repentina, que a sorte começou a mudar para o meu lado.
Precisei usar o notebook da Malu, já que o meu não queria ligar e, sem nenhuma hesitação, ela me ofereceu o dela. Ela tinha um outro, profissional, e raramente usava o pessoal. Foi naquele dispositivo que, sem querer, eu encontrei uma mensagem trocada entre ela e Rafael.
Rafael: "Eu não consigo suportar essa ideia de você se entregando completamente a outro homem."
Malu: “Outro homem? Acho que você se confundiu, meu bem. O outro homem é você. Fabiano é o primeiro, o mais importante, o meu marido, o único a quem eu devo satisfação. Ah, antes que eu me esqueça, ele também é o único que eu amo. Você é uma ótima diversão, um macho gostoso, mas nada além disso. Nunca esqueça o seu lugar.”
Continua...