Me leve para a praia 14

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5228 palavras
Data: 13/09/2024 00:50:21

Acordo com a luz do sol bem no meu rosto, está fazendo um friozinho, mas estou aquecido nos braços do Ciço, que por sinal é meu lugar favorito no mundo ultimamente, ele tem sido minha praia desde que nós conhecemos, o calor do seu corpo é como o sol tocando e aquecendo minha pele, quando deito minha cabeça no seu peito sou capaz de ouvir as ondas quebrando na praia, seu sorriso então é a brisa do mar que me acalma e me fez feliz, Ciço tem se tornado cada vez mais parte da minha vida, algo nele me faz perder até mesmo minha insegurança, sinto que ele é meu tanto quanto sou dele.

Só desejo que um dia possa retribuir a ele todas essas alegrias que ele me traz, agora estou aqui agarradinho nele. Ciço dorme pesado, nem o sol e nem a falta de espaço parecem incomodá-lo, também o tanto que ele bebeu ontem, seria estranho se estivesse acordado agora — sorri sozinho do meu pensamento — por mim esse nosso momento seria eterno, mas preciso levantar antes que alguém nos veja, não estou pronto para me assumir publicamente, parte de mim tem muito medo de que as pessoas possam convencer ele de que está cometendo um erro ficando comigo, não sei, mesmo que meus pensamentos sejam muito irracionais, ainda sim não consigo me desviar deles.

Levanto fazendo o máximo de esforço para não acordá-lo, mesmo achando que nem se eu tentasse acordá-lo agora eu conseguiria, pois ele está num sono profundo, e deve estar sonhando com algo bom já que está sorrindo, lhe dou um selinho rápido e o deixo descansar, aproveito para pegar meu celular, ver a hora e ligar para casa para dar sinal de vida, ainda é cedo, nem são oito da manhã ainda, essa minha mania de acordar cedo, detesto dormir até tarde quando não estou em casa, na verdade o único lugar onde consigo dormir como em casa é na casa do Ciço, mas sei que é por causa dele, aqui mesmo se não estivéssemos tão expostos, com certeza estaríamos dormindo com ele ainda.

Ligo para minha mãe, mas ela não atende, então deixo uma mensagem falando que estou bem e o mais importante , sóbrio, ela deve está trabalhando, aproveito para mandar uma mensagem para o meu pai avisando a ele que dirigi pela primeira vez de forma suave ontem a noite e ele logo me responde falando que já posso voltar a praticar no nosso carro então, estou pensando agora em que tipo de relação meu pai teria com Ciço, tipo o pai dele está sendo muito foda comigo, minha sogra também, mas me sinto mais próximo do senhor Cícero no momento, acho que com o tempo isso muda, vai ver só não tive uma oportunidade ainda, já minha família vai se comportar bem diferente da família dele, tipo minha mãe já pegou uma certa raiva do Ciço por causa das mentiras que a Isabel contou para ela, meu pai e ele até pareceram se dar bem daquela vez, só ele que não fazia ideia de que Ciço e eu estamos ficando e tem a Isabel que com toda certeza do planeta vai ficar careca de ódio quando descobrir que estamos juntos, isso porque infelizmente Ciço já teve algo com ela no passado.

É estranho que eu não sinta ciúmes da minha irmã? Tipo, me incomoda muito mais o César dando em cima dele do que a possibilidade de Isabel tentar algo com ele de novo, a forma como ele falou sobre a relação deles me pareceu muito definitiva, não acredito que ela teria alguma chance com ele agora, o que é ótimo para mim e péssimo para ela, pois ele é mais do que um gostoso, ele é perfeito em todos os sentidos, no lugar dela, lamentaria muito por perdê-lo.

Deixo esses pensamentos de lado por um tempo e aproveito para ir banhar enquanto todos ainda estão dormindo, assim posso tomar meu banho e usar o banheiro de forma sossegada. Porém, foi só entrar no banheiro que as memórias de ontem vêm à tona. Minha boca em seu corpo nu, um calor percorre meu corpo e, em poucos segundos, meu membro está rígido e clamando por atenção. Tiro minha roupa e ligo o chuveiro, deixo a água fria cair em meu corpo enquanto recordo o toque de seus dedos na minha pele. Me tocar parece inevitável, então não vou mais adiar essa necessidade.

Com uma de minhas mãos, seguro forte meu membro enquanto a outra uso para acariciar meu peito, fecho delicioso meus olhos e logo me vem sua imagem na mente, seu corpo moreno e musculoso, seus pelos do peito que me dão tanto tesão, quando mais novo fantasiava com o que queria fazer com Rick, ele estava muitas vezes em meus momentos íntimos, mas com Ciço é diferente, não é uma fantasia e sim uma lembrança e isso me desperta um prazer que não conhecia, lembro de seus dedos brincando em minha entrada, de nossos membros rígidos unidos em suas mãos então nos masturba ao mesmo tempo, minha respiração fica ofegante, até que não consigo mais segura, mesmo de baixo do chuveiro frio meu corpo arte de prazer e luxúria, minha porra sai com tanta força que suja a parede do banheiro, gozei de forma tão intensa que minhas pernas tremem ameaçando falharem.

Finalizo meu banho e limpo a sujeira que fiz, afinal estou dividindo esse banheiro com os outros, não quero deixar resquícios de meu momento íntimo aqui, já quase não me reconheço, gozei duas vezes numa viagem que nem queria fazer e que ainda está longe de acabar, já que ficaremos aqui até a próxima quarta-feira de cinzas, pelo menos é o que foi acordado, mas lembro do meu trato com Ciço de que quando eu quiser voltar para casa a gente volta sem reclamar e sem insistir para que eu fique.

De banho tomado e já devidamente vestido com minha camisa do Leão oficial que me deu vontade de vestir, vou para a cozinha atrás de café. Assim como suspeitei, a dona Aninha, além de estar de pé, até já passou um café da maneira que gosto. Café de vó não tem competição, é a bebida dos deuses, vou me guiando pelo cheiro maravilhoso de café fresquinho e acabo me surpreendendo ao ver que Bianca está na cozinha ajudando sua vó, pensei que ela estaria dormindo como os outros, mas pelo jeito ela deve ser parecida comigo de não conseguir dormir muito e não a culpa, afinal ela não deve ter muitas chances de ver os avós, no lugar dela, também aproveitaria a companhia deles ao máximo.

— Bom dia! — Digo com entusiasmo ao entrar na cozinha.

— Bom dia, caiu da rede? — Bianca brinca.

— Não costumo dormir até tarde — confesso.

— Também não, ainda mais quando venho para cá, acho até um pecado a pessoa ter um sol desse e uma praia perto e ficar dormindo.

— Tem razão — concordo com ela.

— Ainda bem que você acordou, Dan, é que eu gosto muito das coisas de uma padaria que tem lá no Centro, só que o vovô foi pescar e o Caio surta se eu pegar o carro dele.

— E como a gente vai? — Pergunto.

— Podemos ir ao carro do Ciço, o Caio não vai acordar agora, eu tentei e ele nem se mexeu, vai, amigo, vamos, por favor, você vai amar o bolo de milho de lá.

— Tá bom, mas o Ciço também não está com cara de que vai acordar agora — falei.

— Não tem problema, você vai dirigindo o carro dele, ele é bem menos chato do que o Caio — ela diz.

Bem, acredito que o Ciço não vai reclamar, e desde ontem me sinto um pouco mais seguro em dirigir. O trânsito aqui a essa hora também não deve ser tão ruim assim, então eu vou me arriscar, subo, pego a chave do carro, antes dou uma conferida para ver se ele está acordado, mas não, até está roncando agora, lhe dou um beijinho rápido porque ele é lindo e não resisto e em seguida desço com a chave na mão, estou numa adrenalina só, real, parece que estou fazendo algo escondido, é uma experiência nova para mim que não costumo me arriscar, mas claro é o carro do meu sogro, não posso vacilar, porém, só de saber que o Ciço confia em mim isso já me dá mais segurança.

Ligo o carro, dou a partida e, com Jeová guiando minhas mãos, consigo tirar o carro da garagem sem problemas. Passado o pior, que era tirar o carro de dentro de casa, o resto do percurso é tranquilo. Estou indo devagar e até posso ouvir as instruções do Ciço na minha cabeça, estou tenso, porém indo bem. Bianca é uma boa copiloto também, ela vai me dando algumas dicas de direção, ela é até mais paciente do que meu pai, na real todo mundo tem mais paciência que ele na hora de ensinar alguém. Para me distrair do nervosismo, ela vai puxando assunto.

— Tu e o Ciço são muito fofos juntos — ela solta casualmente.

— Como assim? — Pergunto meio nervoso.

— Ué, vocês não namoram?

— Sim, quer dizer, estamos quase namorados, mas como você descobriu?

— Só olha para vocês, você é mais na sua mesmo, já o Ciço até os olhos dele brilham quando ele te olha, fora que ele é mais próximo de você do que de qualquer um, ficou até com ciúmes de você sozinho na piscina com o Raylan, parou de dançar na hora que te viu lá e foi para perto de ti — é incrível como uma pessoa de fora tem uma visão privilegiada, tipo, não tinha percebido que ele estava com ciúmes de mim ontem, Ciço é tão incrível, não tem porque sentir ciúmes, perto dele não tem homem que consiga minha atenção.

— Mais alguém sabe?

— Eu não comentei com ninguém, até porque não é da minha conta, né?

— Valeu — Bianca está se mostrando ser muito mais gente boa do que eu esperava. Acho que fui precipitado em taxar os amigos do Ciço de pessoas tóxicas e estranhas, alguns são mesmo, mas agora já tenho duas pessoas na minha sala com quem posso ter uma conversa e quem sabe uma amizade, que são a Giovanna e a Bianca. — Você fala com a Giovanna, né?

— Sim, até convidei ela, mas ela é que nem você, não curte sair com a gente — Bianca fala rindo.

— Foi mal — me desculpo.

— Sem problema, e sim, também estou tentando entender — Bianca fala de uma forma que até parece que leu minha mente.

— Eu achei que eles estavam juntos — falei.

— Ela me falou que eles até chegaram a ficar no shopping, ele e ela foram fazer um trabalho e depois ele a levou até em casa.

— Pois é, eu até estava nesse dia, por isso achei muito esquisito ele dando em cima da Mari na cara dura — é tão bom ter alguém com quem fazer fofoca de vez em quando.

— Ele chamou ela para ir também, só que ela não quis. A Gi é muito gente boa, nunca namorou e o pior é que, pelo jeito que ela falou, está até começando a gostar dele.

— Que azar — falei.

— Pois é, né, Dan ? Nem todos têm a sorte de encontrar um Cícero — seu comentário me deixa vermelho.

— Mas você tem o seu Caio — ela faz uma careta e responde.

— Amigo, nem eu sei o que ainda estou fazendo com ele, sinceramente, mas é essa a cina de mulher hétero trouxa sofrer por macho.

— Se precisar conversar.

— Obrigado, amigo, pode me contar os detalhes sórdidos da sua relação com aquele gostoso do Ciço também.

— Te contar que ele é gostoso mesmo — estou me divertindo muito com ela, é a primeira vez em que me sinto à vontade com uma amiga.

Chegamos à padaria e ela tinha razão, valeu muito a pena vir até aqui, tem tanta coisa bonita e aparentemente gostosa que nem sei o que devo comprar, tem coisas para o café da manhã da turma em casa já. Bia quis vir aqui para comprar coisas para ela e para o namorado, então vou aproveitar e fazer o mesmo, vou pegando coisas que já sei serem do gosto do Ciço. Ele vai adorar a surpresa, só de pensar no sorriso que ele vai fazer já vale até um possível sermão que ele pode fazer por conta do carro que peguei sem pedir.

Na volta para casa, Bia está me contando as fofocas da nossa faculdade, algumas eu já sabia, outras pude até complementar. Quando se é calado como eu, muita gente solta coisas perto de mim sem se dar conta. Em casa, deixo o carro na rua mesmo, afinal, quando o pessoal acordar, vamos todos descer para a praia, como foi combinado ontem. Alguns dos nossos amigos já até começaram a acordar e estão se arrumando para comer e irmos à praia, e o Ciço é um deles.

Ele está tomando banho, como todos vão comer juntos, Bia deu a ideia de montarmos a mesa do café da manhã no quintal, aproveitando a mesa grande que cabe todo mundo. O pessoal que já estava pronto aproveita para nos ajudar a pôr tudo na mesa do quintal. César, que já está de banho tomado, é o primeiro a reparar nas compras que fizemos, mas ele fica calado, menos mal. Ciço finalmente se junta à gente e tenho vontade de beijar sua boca, linda. Está ficando cada vez mais difícil estar perto dele e não poder fazer nada, sei que essas condições foram colocadas por mim mesmo, ele já deu várias invertidas em público sem se preocupar, talvez seja minha hora de avançar um pouco e confiar mais no nosso relacionamento.

— Pega esse aqui, é o seu — falei, entregando a ele o lanche que comprei para ele.

— Olha aí, vocês foram à padaria sem a gente? — César fala e já sei onde ele quer chegar.

— Sim, não temos culpa se vocês estavam todos num sono profundo, né, Dan? — Bia ganha muitos pontos comigo pela sua resposta.

— Bia, você não pegou meu carro, não, né? — Caio perguntou, já com uma cara fechada.

— Claro que não, nem sei onde você escondeu a chave dele, Caio, a gente foi no carro do Ciço — ela responde.

— E tu teve coragem de dirigir a Hilux do Ciço, amiga? — Mari perguntou, rindo.

— Eu que fui levando — respondi timidamente, fico esperando uma reação do Ciço e tudo que recebo dele é um sorriso de puro orgulho e um agradecimento dele com a boca cheia.

— Essa coxinha está do caralho, o catupiry dá o nome aqui — Ciço fala ainda de boca cheia.

— O Daniel sabe mesmo dos gostos do Ciço — Raylan fala.

— Ele sabe — Ciço diz de forma provocante, todos estão rindo por acharem que é mais uma piada.

Nem preciso olhar para o César para saber que ele está me fuzilando com os olhos, estou ficando cansado desse comportamento dele. Eu sei como é difícil amar alguém e não ser correspondido, e sei mais ainda que se na época em que nutria um sentimento pelo Rick ele tivesse namorado outro cara, teria doido bem mais, pois usava o fato dele ser hétero como uma forma de conseguir lidar com a rejeição, ou melhor, com o fato dele nem me enxergar dessa forma, no fim, o beijo que demos antes dele desaparecer só serviu para confirmar mais ainda essa teoria.

Parando para pensar, quando me entreguei totalmente ao Rick, foi o momento em que o perdi. Talvez essa seja a causa do meu bloqueio em relação ao Ciço, eles são diferentes, eu sei, mas dentro de mim, tenho medo de pular de cabeça e perdê-lo. Ciço já se tornou muito mais do que um simples desejo ou uma fantasia, ele virou minha realidade, parte de minha rotina. Perdê-lo significaria perder uma parte de mim e ainda pior, pois estudamos juntos.

— Vamos à praia — diz Bia, toda animada.

Ciço está com uma bermuda tactel que mexe com meu imaginário muito fortemente e uma camiseta branca. Ele colocou um óculos escuro para proteger os olhos ressequidos e uma corrente de prata no pescoço. Porra, quero pular em cima dele agora sem me importar com mais nada, só que preciso me segurar. Uma coisa é passar a demonstrar afeto, outra é fazer as coisas que quero fazer na frente dos meus colegas de faculdade. Ainda preciso manter o decoro, pelo menos em público, até porque as coisas vêm esquentando entre a gente. Tenho para mim que, na próxima vez que formos ficar, vai rolar algo mais sério.

Ele me deixou levar o carro e ficou me ensinando algumas coisas sobre direção. César foi à carroceria, o que foi muito bom, só assim tenho um tempo de tranquilidade com Ciço sem ele em cima feito um urubu. A barraca que Bia nos trouxe é mesmo muito bonita, a praia de Canoa Quebrada em si é incrível, me sinto bem no momento em que meus pés tocam a areia, estou começando a dar o braço a torcer de que essa viagem não foi uma ideia tão ruim assim.

Pegamos uma mesa e os caras logo tratam de pedir suas bebidas, peço uma água de coco e fico de boas sentado ao lado do Ciço. Ka está com um biquíni claramente menor do que o tamanho dela e aproveita para exibir seu corpo. Os caras olham para ela, satisfazendo seu ego, menos seu alvo, que ao invés de olhar para ela está aqui me enchendo o saco para tirar a camisa e ele poder passar protetor solar nas minhas costas. Bia até riu, percebendo que o plano de sua amiga de chamar a atenção do Ciço fracassou miseravelmente.

Não sei quem ficou mais puto com Ciço passando protetor nas minhas costas, César ou Ka, mas não estou nem aí para eles, como falei já estou cansado do jogo que César está querendo jogar, ele fica tentando marcar território para cima do Ciço o tempo todo, mas ele precisa entender que Ciço me escolheu, que não furei seu olho, até porque nem o conhecia quando comecei a gostar do Ciço, eu mereço estar com ele, porque ele quer estar comigo, pode até ser que não dure, porém eu resolvi que vou aproveitar cada segundo que eu tenho com ele, então para mandar uma mensagem clara para essas cobras que estão me cercando querendo pegar meu namorado que ele está comigo e não solto na pista.

— Ciço, vamos dar um mergulho — falei assim que ele se serviu do primeiro copo. Sei que corro o risco de ele dizer que não, já que sua cerveja acabou de chegar, mas ele simplesmente vira o copo e levanta, tirando a camisa.

Ele não para na camisa e tira a bermuda também, meu coração quase sai pela boca, ele está de sunga branca, porra, que monumento de homem, meu Jeová do céu, ele deixa seu óculos com o Raylan e segue comigo para o mar, percebo vários olhares em cima dele e nem posso reclamar, afinal, ele não passa despercebido, estranhamente me sinto melhor comigo mesmo, porque eu sei que sou eu quem tem acesso a todo esse corpo moreno e espido no final do dia e na minha rede que ele vai deitar, isso infla meu ego e me faz rir feito um bobo.

— Que foi? — Ele me pergunta.

— Estou feliz, feliz por estar com você aqui.

— Para com isso, se não vou ser obrigado a te agarrar aqui na frente de todo mundo — ele diz com os olhos faiscando de prazer.

Aproveito quando estamos longe dos outros e dentro do mar para me aproximar dele e beijá-lo. A energia que sinto no meu corpo é inexplicável, meu membro se enrijece no momento em que nossos lábios se tocam, ele tem um efeito sobrenatural sobre mim, seus braços fortes me envolveram num abraço e assim ganhei outro beijo, um mais quente e um pouco mais demorado, mas o melhor é me afastar, até porque não estamos sozinhos na praia, gostaria que estivéssemos, mas não estamos.

— Ciço, qual o problema do César? — Pergunto, aproveitando que estamos só nós dois.

— Rapaz, eu também estou tentando entender, estou achando que ele está com ciúmes da gente.

— Só se for de você, afinal vocês são amigos e acho que ele gosta de você — ele começa a rir só de pensar nessa hipótese.

— Não, ele não gosta, entre a gente não rola nada assim, nem atração, nem nada do tipo — diz ele com segurança.

— Mesmo assim, melhor você falar com ele, porque estou ficando de saco cheio da acidez dele para nosso lado.

— Sabia que eu amo quando você está com essa cara de emburrado? — Ele sabe como me desarmar.

— Estou falando sério, Ciço.

— Eu sei, tudo bem, assim que der vou ter uma conversa franca com ele, tá legal? — ele fala.

— Certo, e a Ka, o que você achou do biquíni dela? — Pergunto para saber sua resposta.

— Ela é muito bonita e aquele biquíni é bem pequeno, mas você sabe que não curto mulher oferecida e outra, eu namoro, sou um cara fiel.

— Quem você namora? — O provoco, lembrando que ele ainda não me fez o pedido.

— Você vai ver só, Danny boy, eu já tenho tudo planejado na minha cabeça, vou te pedir em namoro de um jeito que você vai até chorar de tão emocionado — seu excesso de confiança me preocupa e me gera uma ansiedade ao mesmo tempo.

A água está uma delícia, porém, felicidade de pobre dura pouco, então a galera começa a chegar para se juntar à gente no mar. Essa viagem estaria sendo muito melhor se fosse só a gente, mas o pessoal é encantado também. Sendo justo, não está sendo nenhum grande sacrifício ficar por aqui. Estou gostando, conheci a Bia um pouco melhor, o Raylan não está me enchendo como antes e estou numa praia muito foda, então, no saldo final, essa viagem está sendo bem melhor do que esperava.

Agora que Ciço descobriu que sei dirigir, ele está bebendo sem medo de ser feliz, só espere que ele lembre que não tenho carteira. De qualquer forma, não acho que vamos ser pegos por aqui em uma blitz, até porque nem estamos tão longe da praia. Todos parecem estar se divertindo, menos Raylan, que tomou um fora da Mari e está pegando outro carinha que conheceu aqui na praia mesmo. Também tenho o pressentimento de que almoçar na praia não fez bem ao financeiro dele. Até fico com vontade de ajudar, mas não posso me meter mais do que já me meti lá no supermercado.

Ficamos na praia até às duas da tarde, as meninas pegaram o bronzeado que estavam querendo, agora já é hora de irmos embora. Bia disse que vai começar o mela mela na praça da cidade. Ciço me contou que é uma tradição de carnaval em que o povo se suja inteiro com maizena, não me parece tão divertido assim, mas Bia garantiu que nem todos são obrigados a brincar, então certamente ficaríamos apenas assistindo de longe, todos pagam a conta. Vejo que Raylan calculou algumas vezes no celular, deve estar vendo a melhor forma de fazer seu pouco dinheiro render até o fim da viagem. Depois vou conversar melhor com ele sobre isso, sei que não é bom me meter, só que não acho legal ele perder a diversão da viagem por algo que pode ser resolvido — pode dizer, sou trouxa mesmo.

— Vem aqui, quero tirar uma foto com você antes de irmos — Ciço diz, deixando que o pessoal siga na frente.

Ele me abraça e, antes que eu possa reagir, ele me beija na bochecha na hora da foto. Ficou bem fofo porque fechei os olhos na hora em que ele me beijou. Seu sorriso bobo me faz ficar sem jeito e não consigo brigar com ele pelo beijo roubado. Enquanto caminhamos até o carro, percebo que ele coloca nossa foto no descanso de tela do celular. Estou vermelho de vergonha e pulando de felicidade por dentro. Ciço me ganha com esses pequenos gestos, que mesmo sendo simples para mim têm um significado imenso.

Estou ficando bom nesse negócio de dirigir, vou guiando o carro até o Centro da cidade, até lembro o caminho, já que o fiz hoje mais cedo, paramos em casa antes só para pegar o cooler com as bebidas, a praça está tão lotada que preciso parar o carro antes de chegar na praça, tem música por toda parte, como se estivesse acontecendo um duelo para saber qual carro tem o som mais alto e potente, Ciço está que nem pinto no lixo de tão animado, ele realmente gosta dessas festas, percebendo que ele está prestes a se sujar, digo para ele tirar a camisa, e deixar dentro do carro, afinal ele está com uma camiseta branca, não é das melhores para sujar.

Ka está com os olhos quase saltando para fora, secando o peitoral definido dele. Não me incomodo com os estranhos que passam admirando a beleza dele, mas com ela é diferente. Se o que Bia falou é verdade e acredito que seja, todos aqui já devem ter se tocado de que está rolando algo entre a gente e, mesmo assim, essa piranha não tira os olhos dele e agora deu para querer ficar encostando nele. Bia até tenta dar uma afastada nela e agradeço por isso, mas ela segue se esquivando procurando uma brecha para chegar nele. Não sei quantos foras mais ele precisa dar para ela se mancar.

Enfim, a brincadeira começa e eu fico em cima da carroceria, protegido de certa forma, o carro também não está onde a brincadeira está acontecendo, estou me divertindo vendo os bêbados lançando maizena e espuma de carnaval uns nos outros, só de ver a felicidade no rosto do Ciço já vale eu ter vindo para essa farra, a brincadeira está indo bem até que Caio puxa Bia e a beija, fazendo com que várias pessoas sujem os dois, motivados pelo casal, Guilherme e Tati fazem o mesmo e o que aconteceu com Caio e Bia se repete, Raylan, sendo ligeiro, aproveita a deixa e finalmente consegue o que quer e beija a Mari, fazendo com que todos comecem a sujar eles também e ai meu olhar vai certeira para a piriguete da Ka, que já se posiciona para avançar em cima do meu namorado, mas se ela pensa que vou ficar parado olhando ela está muito enganada, desço do carro de um pulo e vou até ele.

Quando ela avança, ele a afasta, mas, sem que ela tenha tempo de argumentar, eu o puxo para mim e lhe beijo ali mesmo, na frente de todo mundo. Meu coração está a mil por hora, as mãos do Ciço me seguram com força, ele não quer me largar e, para sorte dele, também não vou largá-lo, nossas línguas se encontram e nosso beijo fica ainda mais quente, estou abraçando ele com tanta força que nosso corpo está colado um no outro, sem um centímetro de espaço sequer, por um momento parece que estou beijando ele pela primeira vez e que vou as nuvens no seu beijo, sinto como se por um segundo só tem nós dois nessa praça, nem som e nem ninguém, apenas nós dois, aí a realidade volta com nossos amigos sujando nós dois assim com foi feito com os outros casais, não queria me sujar, ainda mais usando minha camisa oficial do Leão, mas até foi por uma boa causa.

— Eu te amo — falei com minha boca colada na dele.

— Eu te amo mais — ele responde.

— Procurem um quarto — Maria fala, tirando onda com a gente, fico com vergonha e só aí nosso beijo termina.

— Pode deixar que a gente vai — Ciço respondeu com seu sorriso malicioso.

Já estou sujo mesmo, agora é abraçar o capeta. Ciço me suja de todo jeito e assim faço o mesmo com ele. Estou me divertindo nessa brincadeira praticada por bárbaros carnavalescos. Ciço está duas vezes mais feliz agora que o assume na frente de todos, ainda estou com medo de como isso vai repercutir depois, só que nesse momento estou satisfeito por ter feito isso. Ka desapareceu do meu campo de visão, assim como César, que também sumiu no meio dos foliões, nos dando espaço finalmente. Acredito que agora ele entendeu que Ciço e eu estamos juntos, é triste, mas ele supera, eu superei.

Na volta, Ciço mandou todo mundo ir à carroceria, incluindo ele, e apenas eu fui dentro do carro, me limpei da forma que para sujar o carro o menos possível, eles vão fazendo festa o caminho todo de volta para casa, quando chegamos eles colocam o som do carro do Caio na porta de casa e continuam a bebedeira, eu que já estou agoniado com a sujeira no meu corpo vou logo tomar um banho, Ciço fica lá bebendo com os amigos, antes de ir tomar meu banho, olho para Bia em um pedido licencioso que ela entende de pronto e confirma com a cabeça, ela vai ficar de olho para piriguete não tentar a sorte de novo enquanto estou no banho, mas nem precisou ela ficar de olho, assim que está entrando no banheiro vejo Ciço com sua toalha no ombro, ele fica lindo até bêbado como que pode.

— Você quer banhar sem mim? — Ele pergunta todo manhoso.

— Claro que não, só não queria estragar sua festa.

— Você é minha festa — ele responde, me beijando e entrando no banheiro junto comigo.

Trocamos beijos quentes no banho, e aproveito bem seu corpo quando passo o sabonete para tirar toda a maisena de sua pele. Depois ele faz o mesmo, retribuindo o que fiz por ele. O tesão que estou sentindo por ele está fora de controle. Quero beijá-lo, quero chupá-lo, quero que ele me possua, quero ser dele como nunca fui de ninguém antes, preciso senti-lo dentro de mim, quero saber qual a sensação de estar ligado a ele, entregue de corpo e alma e vejo reciprocidade em seus olhos.

Mas agora que a galera sabe sobre a gente, não quero me demorar nesse banheiro, mas do que já estamos demorando, não vou saber lidar com piadas sobre o que estamos fazendo no banheiro, sou tímido demais para isso. Depois do banho, a gente sobe e troca de roupa. Ele coloca uma bermuda de moletom preta e uma camisa de manga longa também preta. Eu coloquei uma bermuda jeans e uma camisa polo azul. Ele até perfume passou, acho estranho já que ele está arrumado demais para quem vai ficar enchendo a cara com os amigos na porta de casa, ele pega sua necessaire e coloca minha escova dentro, não sei o que ele está pretendendo ainda.

— Vamos — ele diz, pegando minha mão, eu o sigo curioso sobre seu plano.

Quando chegamos onde nossos amigos estão, todos estão curiosos assim como eu. A primeira a verbalizar sua curiosidade é a Bia, perguntando para onde vamos.Ciço, com um sorriso malicioso no rosto, então responde.

— Ué, vamos procurar um quarto — minha pele vai para um vermelho escarlate de tanta vergonha agora, ainda mais quando os amigos começam a tirar sarro, mas ele falou sério e assim nos despedimos do grupo, dando boa noite, e seguimos apenas nós dois para um motel perto da praia que ele já havia visto na volta para casa.


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Comentários

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Nossa!! Que capítulo fodaaaaaa!!!! 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

Continua! Continua!!!!!!!! 🙏🏽🙏🏽🙏🏽🙏🏽🙏🏽

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Ahhhh Rafaaaa!! Que capítulo sensacional esse!! E que venha o sexo desses dois, faça seus leitores gozarem gostoso, vai! Hehehe

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E, tem gente que consegue aguentar haha ?! Não mesmo, vamos gozar que a vida é curta!!

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Interessante esse lema, viu? Hehehe

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Eles sao lindos demais cara kkkkk mas ainda sinto que o César vai aprontar alguma hahaha

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A parte do mela mela, foi a melhor, amei a surra no cesar e na Ka, Meu coração dispara toda vez que vejo esse amor do Dan e do Ciço, fiquei até com invejinha, por que não consigo encontrar um amor desses.. 😍😍

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Ufaaaa ... Mais um capítulo sem que nenhuma "zerda" aconteça com o casal 1000. Ninguém resiste a esse Ciço.😍😍😍😍😍

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Um Ciço na vida não faria mal, né?? Hehehe

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Que episódio Pika, o Ciço é muito foda, mas eu morreria de vergonha também kkkkkk

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