A casa não fica tão longe da faculdade também, só tem casarão na rua dele, sua casa tem uma garagem grande, cabe dois carros com certeza, mas não tem nenhuma no momento, ele coloca a moto no canto para não atrapalhar a entrada de carro, a casa está aberta logo de cara vejo uma mulher vindo nos receber, mas ela não parece em nada com ele então não deve ser a mãe dele.
— Chegou cedo hoje Cicinho — ela fala seu nome de forma meiga — você já almoçou?
— Almocei Claudia, obrigado, esse é o Daniel, meu amigo da faculdade.
— Oi Daniel, o senhor quer alguma coisa, uma água, um suco — foi estranho ser chamado de senhor.
— Não obrigado – respondi sem jeito.
— Claudia estamos indo pro meu quarto, cadê minha mãe?
— Ela não veio hoje, disse que ia almoçar pelo salão mesmo.
— Ah tê certo.
— Quando vocês quiserem lanchar alguma coisa você avisa Cicinho.
— Pode deixar, obrigado Claudia.
Seguimos para o quarto dele, a casa dele tem móveis de madeira e coisas bem chiques, ele deve ser rico, no mínimo sua família deve viver muito bem, a porta do quarto dele fica na sala, o quarto dele é bem grande, tem um guarda roupas gigante embutido, tem também estantes de madeira e uma mesa de madeira presa na parede, sua cama é de casal maior e ele tem ar-condicionado no quarto, inclusive é a primeira coisa que ele liga, o que para mim é um desperdício já que tem janelão duplo no quarto dele que se abrisse correria um vento até que bom no quarto.
O quarto não é grande, mas os móveis planejados deixam cada coisa em seu lugar, ele tem uma tv gigante na parede, um computador que acredito ser gamer, uma cadeira gamer e o quarto é suíte, nas prateleiras e nas portas do guarda roupa tem fotos dele em diferentes lugares, olho de relance e tem foto dele até fora do país, uma das suas prateleiras também é cheia de souvenirs provindas de suas viagens provavelmente, vão desde cidades brasileiras até países da América latina e claro numa prateleira de baixo da tv está o play 5 dele com os controles.
— Você é rico? — Perguntei.
— Não, meu avô é — ele fala tirando a camisa e embaralhando toda e qualquer coisa que pudesse vir na minha mente, seu peito tem o peito peludo, estou suando frio, seu corpo é ainda mais definido do que imaginei.
— Vou tomar um banho, fica a vontade ai se quiser pode ligar a tv ou usar o computador — e assim ele vai para o banheiro só depois de fechar a porta é que consigo respirar de novo, fiquei de pau duro e olha que não sou de ficar excitado por qualquer coisa, a última pessoa que me deixou assim foi o Rick.
Mesmo com a permissão dele tudo que consigo fazer é ficar sentado na cadeira gamer dele e esperar que ele saiu do banho aproveito para ver mais algumas fotos dele o cara sempre foi lindo, até nas fotos dele mais novo parece um modelo mirim, tem gente que nasce com a bunda virada para a lua mesmo, depois de um tempo ele sai do banheiro e meu coração para, Cícero está usando um calção folgado de jogar futebol assim como Rick costumava usar, seu ele pelo menos colocou uma camiseta verde que deixou seus lindos braços expostos, tudo naquele cara me causava desejo e lascívia, tive que pedir um copo com água para molhar a garganta e tentar manter a pose.
— Se quiser pode banhar também, tenho uma roupa que acho que cabe em ti — ele fala, porém recusou gentilmente.
Só depois que a gente começou a jogar vídeo game foi que consegui me controlar, gosto tanto de jogar que minha concentração ficou toda voltada para o jogo, mas não sou de ferro, de vez em quando lanço olhares para ele depois de uma tempo Cláudia entra no quarto com uma bandeja com lanches para gente, então fazemos uma pausa no jogo para comer, ele coloca uns vídeos aleatórios de música na tv enquanto a gente come, tamanha é minha surpresa em descobrir que temos um gosto musical parecido.
— Você gosta de Vivendo do Ócio? — Pergunto.
— Quem não gosta tá errado, eles são pica demais, fui num show deles ano passado cara são incríveis.
— Eles vieram ano passado — falei surpreso porque não soube.
— Não, fui em SP, estava lá com minha mãe e aproveitei para ver os caras e outros que eu gosto também.
— Sério Cícero você é rico — falei rindo.
— Não, meu avô é te falei.
— E o que ele faz? — Pergunto.
— Bem meu avô é americano, ele conheceu a mãe da minha mãe numa das visitas que ele estava fazendo ao Brasil, eles se apaixonaram, casaram e ele levou minha avó para morar nos Estados Unidos.
— Nossa — é tudo que consigo falar.
— Minha mãe nasceu lá, mas quando minha tia nasceu minha avó descobriu que ele tinha outra família lá e voltou para o Brasil.
— Que loucura — falei.
— Pois é, só que ele descobriu que os filhos da outra mulher não eram dele mesmo e veio atrás da minha vó, eles voltaram, só que ela ficou aqui e ele lá.
— E você se dá bem com ele?
— Sim, ele vem todos os anos no meu aniversário e é doido que eu vá morar com ele.
— E por que você não vai?
— Eu já fui várias vezes para visitar ele, só que não me vejo morando lá não, prefiro ficar por aqui mesmo.
— Entendi, e sua mãe trabalha num salão?
— Sim, ela é esteticista e tem um salão na avenida — ele fala com naturalidade que sua mãe é dona de salão.
Voltamos a jogar até que deu minha hora, me despeço dele, mas ele não me deixa ir de ônibus, aí entramos num impasse, pois não estou nem um pouco afim de subir em sua moto, ele se diverte com meus argumentos para não aceitar a sua carona, mas não importa o quanto me esforce ele não me deixa ir de ônibus, então a única solução que encontrar é me pedir para acompanha-lo até o salão de sua mãe, vou sem entender muito bem seu plano.
— Te espero aqui fora — falei quando ele se dirigiu para dentro de um salão podre de chic.
— Tá, mas não vai fugir já volto.
Ele entra lá despreocupado com suas roupas simples, depois de um tempo ele sai com um sorriso no rosto, e me chama para segui-lo até um estacionamento ao lado do salão, só ai me dou conta de que ele foi pedir o carro da mãe dele para poder me dar uma carona.
— Não acredito que você fez isso — falei.
— Relaxa, minha mãe não vai precisar do carro, vem.
O carro é um jeep grande e bonito, parece uma nave, se eu tenho medo de dirigir o carro velho do meu pai, com esse eu entraria em pânico, pelo menos de carro me sinto um pouco mais seguro com ele dirigindo, Cícero dirige muito bem, ele faz até parecer fácil.
— Meu pai estava brigando comigo hoje porque não dirijo e você faz parecer tão fácil — falei pensando alto.
— Mas é fácil, você devia aprender mesmo e tirar sua habilitação — ele fala como meu pai.
— Eu já tentei, mas meu pai é um pouco bruto e sem paciência quando tem que ensinar algo e Isabel não faz nem questão de me ensinar.
— Sua mãe não pode?
— Ela nunca tem tempo — falei.
— Então eu te ensino — ele fala com naturalidade.
— A claro — falei sem levá-lo a sério.
— Tô falando sério e amanhã venho te buscar assim você não precisa depender do seu pai que está disponível para te levar — estou rindo por saber que ele é comediante.
— Ah que maravilha, então às seis e quarenta vou está te esperando aqui na porta — falei entrando na brincadeira dele.
— Tá marcado então, pronto está entregue — ele fala parando em frente à minha casa.
— Obrigado pela tarde e pela carona — falei e sai do carro o mais rápido que pude, porque ele estava com um dos seus sorrisos matadores.
Rick foi o único amigo de verdade que tive e não sei lidar com esse sentimento que está surgindo em mim em relação ao Cícero, ele é só meu amigo, não posso me apaixonar por ele e muito menos desejá-lo, só que bastou entrar no meu quarto para vir a imagem dele sem camisa em minha mente, o bico do peito dele é marrom, seus pelos do peito são uma delicia, quero me perder sentindo seu cheiro, a parte ruim de ser virgem é que não sei como é a sensação de ter alguém dentro de mim, me preenchendo, já pensei em usar um brinquedo, mas sempre carrego na hora de pôr meu plano em prática, não paro de me perguntar como teria sido perder a virgindade com Rick assim como perdi o meu BV com ele.
Depois do nosso beijo ter sido interrompido pela minha irmã ele foi embora e eu fui ajudar com a decoração do meu aniversário, mas ele não foi e no dia seguinte não o vi, ele não foi nem para escola, com o tempo solve que ele havia se mudado para morar com a avó no interior e assim nunca mais tive noticias do meu primeiro amor e amigo.