Afeto - Parte 02

Um conto erótico de Marcelo Foppe
Categoria: Homossexual
Contém 2468 palavras
Data: 13/08/2024 09:18:05
Última revisão: 14/08/2024 22:28:09

Restabelecido através do silêncio das próprias sinapses, Nestor deixa o box atravessando a neblina proveniente do vapor, ainda molhado, apanha a toalha e limpa o rosto ofegante de água e lágrimas. Um misto de ansiedade e emoção contrastam com a reticente vermelhidão da cabeça de sua pica, a qual, estava calejada do bel prazer. Seca os cabelos, agora lisos, transpassa a toada sobre o corpo e, com delicadeza, abaixa o prepúcio para secar o centro das suas emoções mais íntimas.

Agora, Nestor depara-se com a própria imagem embaçada frente ao espelho, revelando - na realidade - à figura que está registrada em seu íntimo. Um espectro turvo, sem definição, moldado pela sociedade. Apoiado sob a pia; com a outra mão, limpa o espelho, revelando em um cenário - úmido - o correlato reflexo (esportivo e sensualmente atrativo).

Com as nádegas firmes, ele corta em diagonal o banheiro sentido o roupeiro; pega as vestes usadas no baba, desvirando-as; dobra a camisa e o bermudão, desenrola a cueca que está comprimida com a descida das vestes; observa que aos fundos tem uma linha úmida em tom mais escuro ao anil original, fruto do próprio suor, contudo, ajeita a veste íntima e leva ao próprio rosto, sentido o perfume particular, estímulo este que agita em outras regiões que não a toráxica; derramando, inclusive, um gota ao chão.

Nu, abre a porta do quarto, observa que o ambiente encontra-se fechado, o vapor exalado e o cheiro de sabonete da Phebo tomam conta do ambiente; Nestor abre o guarda roupa, puxa a gaveta e retira uma cueca de algodão branca, pega uma bermuda de poliéster folgada cinza claro e uma camisa branca básica, retorna ao banheiro; escova os dentes e fita-se ao espelho, ajeita os cabelos com a mão e retorna ao quarto; abre a porta do comodo e observa que estava só.

A patroa que antes bradava de igual sorte a sua genitora, evadiu-se. Ao contrário, do que o costume, Nestor respira fundo e parte… Pega a carteira, as chaves do carro, ajusta o saco na cueca e atravessa a porta do apartamento.

Os cobogós que estão ao fundo do corredor da área comum permitem a circulação de um vento frio que desce pelas escadas do prédio antigo, a qual está posicionada na lateral do elevador de serviço. O cheiro de limpeza toma conta do ambiente. Ele conduz as vistas ao chão e observa o movimento das sombras dos demais moradores que escapam das frestas das portas.

Nestor chama o elevador; a seta de acrílico iluminado na cor vermelha demonstrando que o elevador social estava a descer; Nestor treme os pés; mesmo relaxado, o reflexo dos momentos passados o mantém ansioso. Ele inspira profundamente.

O sino do veículo toca, Nestor observa, através da pequena janela que fica na altura do rosto, que a porta de segurança abre dentro da cabine, com a mão esquerda, puxa o maçaneta bronze que encontra-se fixado no pórtico de madeira do aludido veículo. Dentro da cabine, Ele encosta ao lado direito no estéril ambiente, tombando a cabeça para trás. Os cabelos, acomodam o impacto com a parede, a luz, branca e fria, conjuntamente com o ar, adentram a ti de forma refrescante. Nestor lança a mão sobre o calção, acariciando o testículo. Vira o rosto e observa o veículo descer paulatinamente… De repente, para.

Quem entra são os vizinhos do quarto andar, Sr. Rodolpho e a sua esposa; um casal de idosos com aproximadamente 70 anos. Ela, uma senhora que demonstra o cuidado com o corpo e a pele; ele um senhor comum, com uma leve protuberância abdominal, característico aos homens daquela idade. Chegando ao play, o casal desce e Nestor segue pela garagem. Tira do bolso a chave do carro, observa que o veículo da consorte não estava ao lado do seu; aciona o alarme, destrava a porta e entra na cabine. A condução estava ainda com o cheiro do próprio suor. Em ímpeto bate a chave, liga o carro e evade-se da garagem rumo ao destino incerto.

Com os vidros abertos sente a brisa do cair da noite, o cheiro de perfume, cigarro e combustão dos veículos contrastam com a limpidez do seu corpo. Com um insite, resolve retornar a arena esportiva. Ao avistar a sinaleira, breca o carro, ajeita-se no banco inclinado projetando a pélvis para frentes a fim de facilitar o escape dos gases que o incomodam, com a mão que apoiava sobre a marcha, transfere-a sentido ao seu membro até a proximidade do seu cu, carimbando, assim, a mão com o cheiro recém expelido; instintivamente projeta ao rosto para inalar em um ato humanamente primal e cotidiano.

O sinal fecha; com a mão direta ao volante, Nestor apoia o cotovelo esquerdo e ajeita os cabelos com a mão do citado braço, um bocejo resplandece ao seu rosto, o hálito está seco, pesado, uma leve escarrada é promovida; o carro segue.

Homens, mulheres, crianças - diferentes histórias - atravessam perpendicularmente os seu caminho, mas nenhuma, se cruzam com as dele (por enquanto).

Ele já avista a Vila Esportiva. O local é um complexo esportivo com dois campos de futebol, dois de futsal, academia, piscina olímpica, lojas, restaurantes, vestiário, amplo estacionamento, etc. Nestor liga a seta e acena para o segurança que abre o portão, liberando acesso ao complexo, não demora muito, estaciona o carro. O som do chão de brita contrasta com o movimento dos automóveis; desafivelar o cinto, pega a carteira, uma mochila que estava no banco traseiro, cata o cadeado de senha e dirige-se ao vestiário, cerrando o carro com uma leve batida.

Em um passo relaxado e arrastado, Nestor observa que a arena de futebol ainda apresenta alguns jogadores; no afã de reconhecer alguém serra os olhos, contudo, diante do adiantar da hora, foi em vão. Chegando ao local ele aloca a mochila em um dos armários, fecha com o cadeado e segue para uma das cabines, o banheiro estava limpo, com a porta aberta, ajeita-se em frente aos vaso, projeta o seu membro e libera-se como um rio dourado que cintila ao encontro da louça sanitária, vigorosamente, movimenta-se no intuito de escoar qualquer fluido (mesmo sabendo, que é pouco provável). Aliviado, suspira, acomoda o seu instrumento - flácido e pesado - ao lado esquerdo da cueca, ajeitando-o na bermuda. Antes de sair, dá descarga, ao dirigir-se à pia, deu de cara com dois rapazes, os quais, aparentemente, estavam em uma das quadras, pois o cheiro de suor e axila estavam marcantes, igual a ele quando finaliza uma partida. Os rapazes, em conversa, dirigem-se aos mictórios, e, aparentemente, não atentaram-se em relação à sua presença. Nestor, instintivamente vira o rosto para observar quem são, contudo, não consegue alcançar uma definição.

Ao virar ao espelho que está acima da pia, observa que os dois estão a urinar, lado a lado, falam amenidades, um deles, brinca que o outro precisa quebrar a fimose, e a caceta parece mais um bico de elefante, em resposta, o outro diz: - tromba é minha pica no seu cu! Ambos caem no riso e evadem do local sem a assepsia.

Nestor deixa o local e caminha em direção ao bar, e, para surpresa estava Anderson, Vitor e Humberto, devidamente acompanhados de um engradado com seis cervejas descampadas ao chão.

- E aí, sacanas? Contata Nestor;

- Ooooo Rpz, senta aí, responde Victor com o copo na mão. Enquanto Humberto e Carlos observam um conteúdo no celular.

- Qual foi? Voltou pq, responde Humberto;

- Tava só em casa de bobeira;

- De vale night? pergunta Anderson com sorriso no rosto.

- Quase isso, responde Nestor.

- Viiiiiiiiiiixe kkkkkkkkkkkkkkkk, ressoa um coro dos amigos.

Passado o tempo as conversas aumentam, Nestor olha o celular para ver se a esposa entrou em contato, contudo, como de sempre, nada.

São solicitadas ao garçom batatas e aipim fritos, bem como, novas cervejas no avançar das horas, o teor alcoólico já estava a subir, Nestor perceba que, diante tanto ficar sentado, a cabeça da sua caceta começa a pesar. Vitor, relaxado e inclinando na cadeira; olhando para televisão, boceja, levanta a camisa e alisa com a mão direita a barriga magra e definida, desce com a ponta dos dedos polegar da mão esquerda para coçar a pélvis revelando as pelugens grossas e bastante aparadas; Anderson, mesmo na mesa, mas, distante, olha e cerra os olhos fixamente em um ponto indefinido apoiado com as mão e o copo na boca, Humberto, sentado, mas rotacionado com o tronco, mira a TV, revelando o seu cofre, cheio e robusto de um corpo “tipo paizão”. Em que pese todos saborearem individualmente aquele instantes os amigos estavam conectados naquele encontro viril.

- Vou mijar. Alerta Humberto, que ao levantar a estrala o joelho que é castigado pelo peso e a idade.

Nestor o observa seguir - feito um pato manco - em direção ao banheiro nas proximidades dos bares.

Anderson, encerra o estado meditativo dando uma golada com o resto da cerveja e bate na mesa, levanta a bermuda, desenhando bem os ovos e a pélvis, segue caminhando em direção ao bar, Vitor, atento a tv mostra-se, levantando a camisa no ato de alisar o mamilo esquerdo, enquanto acarinha-se os pentelhos com o dedão.

Nestor, bebe outro gole e sai do celular, apoiando-o sob a mesa, e, em ímpeto resolve tirar Vitor do movimento estático com uma sardinha na perna.

- Acorda Filho da Puta!

Vitor, distraído, se assusta.

- Minha pica, porra! Responde sorrindo.

- Qual é a boa depois daqui? Questiona Nestor.

- Rapaz, sem boa, Mirella está trabalhando no Hospital das Clínicas e sai do plantão às 7h. Talvez para casa. Mas, antes, devo dar uma aliviada.

- Vai bater o cagão, miséria? Responde Nestor.

- Não cabeça, Gozar!

De imediato, Nestor ajusta-se estranhamente ao fato de Vítor falar em aliviar, pois, não passava pela mente que traísse Mirela, (a esposa), contudo, a curiosidade foi maior em saber como iria gozar, sozinho ou acompanhado.

- Punheteiro descarado, retruca Nestor.

- Rsrsrsrs, Melhor uma batida gostosa que uma foda por fuder. Acompanhado, é melhor, ainda! Dispara Victor.

- Espia… Responde Nestor. Ta com Playboy, fdp?

- Playboy? Basta ver qualquer banheiro e buraco na fechadura.

- Tá danado mesmo, responde Nestor.

- Quando não meto em Adriana, pela manhã, sempre bato uma depois do barro.

- Foder no tezão de mijo é bom d +… Eu curto bater uma depois da cagada. O cheiro de bosta e de cu me excita. Afirma Vitor.

- Todos nós, cabeção. Afirma Nestor.

- Quando adolescente, no interior, competimos para ver quem goza mais longe. Tinha amigos que nem gala tinha, mas competia. Relembra Victor.

- Na minha época, não competimos com punheta, compartilhamos playboy, ficávamos roçando as cabeças das picas nas bucentas e nos cus de papel. De tanto roçar, ficava desgastado. O cheiro me deixava excitado pra caralho. A coisa mudou quando fazíamos umas bucetinhas com duas esponja e camisinha; para lubrificar, deixávamos a manteiga de fora, para derreter. Eitha porra época boa. Resgata Nestor em tom empolgado.

- Quanto ia a casa de meu primos, fazíamos rodinha ou furávamos a melancia, cortamos a ponta da camisinha e fazíamos de buceta. Mas o excitante era fica batendo as cabeças uma com a outra, quando o T batia d+, batíamos para ou ímpar e cobrávamos a cabeça da pica com a pele do outro e masturbavamos até gozar. As pernas ficavam bambas, abraçávamos, suávamos, e sentiamos os nossos cheiros.

Era perceptível que as confidências estavam trilhando por outros rumos, segredos pueris - outrora guardados - revelavam-se com uma trivialidade irreconhecível. Quem estava de longe, não poderia perceber que o debate tratava de experiências juvenis, contudo, ao chegar mais perto poderia observar que um dos braços, de cada um, escondiam a resposta às lembranças arquivadas. Nestor, comprime o braço sobre a caceta dura, querendo esconder. Vitor, faz o mesmo, mas, sem tanto pudor.

- Olha para isso, esse papo me deixou assim. Empurrando a cabeça da pica para baixo, dentro do calção, a mesma apontava para a esquerda. Ele com tanta robustez, movimentou a rola que revelou uma boa parte dos pentenhos em crescimento.

Nestor, em resposta com o sorriso no rosto, em audácia, projeta para baixo o calção deixando escapar o mastro pálido escarlate para visão de Vitor, verbalizando ainda: - E como está a daqui!

Vitor, que deveria ficar desconcertado, pelo contrário, gargalha copiosamente, conjuntamente com Nestor. Não demora muito, chega Anderson e, em seguida Humberto, o qual pergunta: - Qual é o motivo da graça?

- Vitor responde: A graça é ver e não falar! (Mantendo o sorriso).

- Meus queridos, pra mim já deu! Me pico ou durmo fora de casa, e, hoje, ainda tem função! Despede-se Humberto colidindo as mãos, alternando em punhos fechados e palmas abertas.

Anderson, está visivelmente alterado, discretamente embolando a voz, parece que procura algo na mesa e nos bolsos.

- Tá procurando, o que, cabeça? Pergunta Vitor.

- A chaves! E a carteira.

- São essas? Responde Nestor.

- Sim, caralho! Puta que pariu! Achei que tinha perdido essa desgraça. Kkkkkkkkkkkk

Diante da situação, todos riem.

- Está bebo mesmo, essa porra… Responde Vitor e completa: - Senta, vou pedir uma coca para você e algo para a gente comer, estou de larica.

Nestor auxilia Anderson a sentar; ele estava arrotando a cerveja. Está tudo bem? Pergunta defere dois tapas nas costas.

- Estou de boa! Só de rabo cheio mesmo.

Nestor, o acomoda e levanta-se para sentido contrário ao banheiro, na intenção de retornar ao veículo, pois, lembro que possuía Engove e Sal e Frutas, que são muito bons para ressaca e má digestão.

O mesmo caminha com um certo desconforto, mesmo peidando ao longo do percurso, o incômodo melhora mas não cessa. Aproxima-se do chão de britas, ajeita-se pois uma pedra entre a sandália e o pé esquerdo, transpassa entre os carros e, com cuidado, abre a porta do seu carro preto para não ferira a porta da CRV ao lado. Ele não chega a entrar, inclina o corpo para pegar as cartelas que estão no bolso lateral da porta da sua HRV.

Diante dos gases, ele libera um discretamente, contudo, para surpresa sente algo macio nos seus fundos, era Victor, que em susto, inclinou a pélvis para traz reclamando: - Puta que pariu! Morreu e não sabe, caralho!

- Kkkkkk, Tá uma delícia! Cheiro de cu de macho!kkkkkkkkk (gargalha, Nestor enquanto Victor abana-se).

- Você saiu sem falar nada e o outro tá em águas, fiquei cabreiro. Tá tudo bem?

- Está, pow! Vim pegar uns remédios para Anderson; ele tá de carro.

- Eu vi.

Vitor, desconcertado, queria - mesmo - roçar mais no rabo de Nestor, mas a catinga de merda queima as narinas, obstaculizando a investida (mas aumentando o desejo de algo mais íntimo e sujo).

- Bora! Fala Nestor batendo na caceta meia bomba de Vitor.

Nestor, meio alto, gosta daquela liberdade e intimidade pueril, resgatando assim, aquela excitação que é advinda de um semelhante, permitindo, inclusive, não intencionalmente, à uma “causalidade”. Ambos, retornam para acudir Anderson, mas, Nestor, mantém-se em baba e com o falo em brasa (continua)…


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Foto de perfil de Marcelo FoppeMarcelo FoppeContos: 11Seguidores: 13Seguindo: 4Mensagem Entusiasta de situações cotidianas. E-mail:

Comentários

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Adorei o conto. Espero que na continuação as coisas fiquem mais sujas,nada é melhor que um sexo pig

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Nunca li uma descrição tão elegante de um pum...rsrsrs... Muito bom ler um texto bem cuidado... Quando vi que tinha scat nos assuntos quase não li, mas ainda bem que resolvi conferir...rsrsrs Abraços!!!

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Só você pra descrever assim as flatulências hahaha

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Tudo que é habitual deve ter o seu valor reconhecido. Kkkk

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Hahaha

Você já leu os contos do Diogo Viscola? Você e ele têm isso em comum, de descrever as cenas tão bem que o leitor entra nelas a fundo

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