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Os homens eram grandes. Haviam magros, gordos, fortes de tronco musculosos e secos como urubus despenados. Todos passavam as mãos ásperas e calejadas por seus orifícios mas não faziam mais nada além disso. Como se obedecessem uma lei.
- É muito magra - dizia um.
Eles tinham a mania de falar bem perto e coçarem as barbas.
- Mas aqui tem o que faz elas engordarem - disse um segurando o bolo de carne entre as pernas - estou com elas cheias prontas para despejar nessa boquinha...
Betisse olhava tentando entender o que diziam e via que estava forçando as sobrancelhas.
Porque ouvia nitidamente aquelas palavras e via os rostos e os corpos de quem falava e começava até a reconhecer as vozes mas não entendia o significado delas.
Aos seus ouvidos soava como "foga-hago-tere-ago-noga-foga-debu-debu-foga", e ela apertava os olhos girando a cabeça de um lado para o outro sem compreender. Apenas quando falavam a linguagem dos homens de chicote, entendia, porque era a língua que seus pais falavam também e ela nunca pôde aprender por causa do senhor Yvertot.
- Que cuzão! - e bateram firme nela.
Ela choramingou e correu para a frente mas a corrente a trouxe de volta. Ela bateu a cabeça na madeira do navio.
- Cuidado para não danificar - disse um - o capitão vai decidir se arrancamos ou não os dentes dela.
- Não precisa é só dizer para ela não morder - outro disse - coitada vi sentir muita dor...
- Manezão! Elas nasceram acostumadas a dor!
- É? ou você acha que esses braços dela nasceram assim! Idiota! Yvetot cobra um preço alto para deixarem seus escravos darem cria.
- É errado nomear os condenados de escravos.
- Na prática são isso mesmo depois de jogados nas ilhas quem mais ouviu falar de um deles? Vivem como sombras e morrem, escravos sim...
O rapaz magro olhou para Betisse e suspirou. Ela olhava fixo para ele mas desviou abaixando a cabeça. Ele era magro de ombros mas robusto no peito e na barriga como a maioria deles tinha barba e peito peludo.
Betisse era uma "fêmea adulta" como os homens do chicote diziam. Ela sabia como um homem cobria uma fêmea e via como os homens seguravam as próprias carnes duras por baixo da roupa e sabia que uma hora ou outra a iriam "currar".
Vira a mãe padecer nas mãos de outros escravos e nas dos homens de chicote. Ela não tinha escolha. Embora, fosse o pai de Betisse que estivesse sempre ao seu lado, os escravos machos de Yvertot eram na maioria capados.
Não o "pai reprodutor" de Betisse. Um dia ela ouviu um dos homens de chicote dizer a outro na linguagem que Betisse conhecia "tem uma lei do continente que impede a escravização dos filhos dos escravos por isso que quando as mulheres completam dezoito luas, vão para o harém do senhor, ou são mandadas para os navios".
Ela nunca compreendeu o que acontecia com os homens que nasciam filhos dos escravizados ninguém nunca lhe dissera.
O homem magro que a prendeu na corrente veio até ela e espantou os outros.
O homem magro que a prendera na praia gritou para Betisse que despertou dos pensamentos:
- "Ei, sujeira aqui" - e apontou outro balde.
Ela compreendeu que se quisesse espremer aquela coisa fedida que saía de entre suas pernas as vezes molhado na parte da frente e as vezes como barro atrás, seria feito ali. Ela assentiu.
Esse homem magro se aproximou e disse na língua que Betisse não compreendia e o que para os ouvidos dela soaram assim "argo-fai-barti-da-nitise-arfa", e ela sorriu, e ele uniu as sobrancelhas na verdade significava:
- O seu melhor professor será a fome - e sorriu.
Betisse ouvia muito a palavra "capitão" e por nunca conseguir falar tentava repeti-la como "tapoao", ela grunhia isso aos homens, que sorriam em resposta. Algo dentro de sua barriga começava a morder.
Ela se contraía toda e queria se erguer mas não conseguia porque a corrente ainda estava enrolada. Ela abria a boca para sair alguma coisa quando o navio se movia de forma muito brusca.
Os homens ainda passavam as mãos em seu corpo mas agora vinham com a carne deles duras em sua direção. Eram coisas grosas e pontudas como pedaços de pau e essas coisas duras de carne cuspiam algo branco e cremosa em sua cara, tinha um cheiro doce, forte.
Betisse começou a associar aquela coisa como algo que poderia alimentá-la porque ainda não comera nada desde que subira no navio. A escuridão vinha e a claridade em seu lugar e nada de darem algo a ela.
Até que Betisse, parou, e abriu a boca em direção ao tronco que um dos homens segurava em sua direção. E quando o tronco de carne dele cuspiu ela engoliu, e começou a engolir os dos outros também.
O homem magro veio numa noite e a fez beber algo salgado e de cheiro forte como as bebidas amargas do senhor Yvertot e ela sugou a coisa meio mole dele como se sua vida dependesse disse. Ela mamava o tronco do homem magro. E quando ele cresceu dentro de sua boca, e o homem magro pressionou mais sua cabeça contra a carne dura, ela esperou pelo cuspe que o pedaço de carne dura como tronco ia despejar em sua boca.
O homem magro foi o primeiro a dar um naco de pão e carne que ela devorou junto com o gosto do negocio cremoso e doce que saiu do tronco de entre as pernas do homem.
- Ela está morrendo de fome - o ouviu dizer. O que para ela soou como "tárestarrondeesta" e um outro sujeito que veio em seguida sacodindo seu negocio também duro na sua frente respondeu - Bem que você disse, a fome foi o melhor professor... - enquanto sugava ela ouvia a voz do homem - ela está devorando nossos caralhos como se fossem a coisa mais importante de sua vida misseravel!
- E no caso dela é mesmo!
O homem gargalhou e segurando suas orelhas começou a sacodir o troço mais para dentro. Ela desesperou pois não conseguia respirar direito mas ainda sentia a dor no estomago e queria a coisa cremosa dele também então dilatava mais os lábios.
Ele era bem mais forte e robusto que o homem magro e e ela precisava se esforçar mais sentindo a cabeça do troço dele vindo como se estrasse por sua garganta e descesse até a altura do peito.
A voz do homem magro disse "aporeceitanãoestrabesse", pelo menos foi o que Betisse ouviu mas era apenas um aviso que queria dizer:
- O capitão a quer sem violação isso é só para que ela não morda - e arfou - é como uma aprendiz ainda está engatinhando.
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Contém violência gratuita.
Todos os personagens são maiores de idade.
É uma história de horror, terror, e com erotismo apelativo e pornográfico!