Existe um tipo de corrupção que se aloja, se alastra de maneira lenta, penetrando as frestas, contaminando, mudando e transformando aquilo que toca, nasce da palavra e é perpetuada pela consciência, pelo pensar.
Elida era uma mulher de 45 anos, 1,70, 75 kgs, pele parda, clara, cabelos pretos, um corpo com poucas curvas à primeira vista, mas que escondia traços físicos únicos para os que tivessem a sorte de admirar sem roupas.
Era religiosa, e casada com Daniel, um gringo que veio ao brasil à muitos anos, aqui se estabeleceu e criou uma rede de restaurantes, pizzarias, lanches.
Ela ajudava a manter e tocar os diversos estabelecimentos, junto ao marido.
Sem me prolongar muito, pois não é o foco do relato. Logo que os conheci, entramos em uma dinâmica, em que Elida rapidamente se tornou minha, o marido amava, e ao longo de três anos pude cultivar, explorar e apreciar todo o lado submisso dela.
Tinham dois filhos, sendo um já meu, o contato sexual entre eles era nulo e frequentemente me mostrava presente nestes estabelecimentos, para exibir e reforçar todo esse controle, de maneira pública, com a discrição necessária para manter o castelo de pé.
Em um destes estabelecimentos, apesar de um restaurante na parte interna, o exterior era uma espécie de boteco, com as mesas dispostas em fita ao longo de toda a fachada.
Ali se reuniam todos, e um dos grupos frequentadores era de mulheres casadas, que viam ali um lugar seguro para se reunir, botar o papo em dia e fugir da rotina de maridos, filhos, casa, trabalho.
Elida ficava sempre andando, conferindo, corrigindo os problemas dos estabelecimentos, e enquanto o fazia, tirava um tempinho para conversar e beber um pouco com esse grupo, já clientes de longa data.
Apesar de não ser muito mais velha, todas ali a viam como uma "mãezona", que dava a sua pitada de experiência nas conversas.
Uma dessas mulheres se chamava Natalia, loirinha dos cabelos no ombro, 33 anos, 2 filhos, empresária, 1,65, 60 kgs, corpo mantido na base de pilates e dietas loucas.
As duas eram particularmente próximas, pois compreendiam o sentimento de estar do controle, ou a frente de seus respectivos negócios, Natalia era dona de uma loja de roupas e sapatos onde todas as mulheres da cidade compravam.
Natalia era fiel, feliz, realizada, não lhe faltava nada, e aquele horário de lazer era nada mais que isso, descanso.
Em uma dessas ocasiões, enquanto Elida se aproximava da mesa, puxando uma cadeira para se juntar ao grupo, ouvia as gargalhadas altas, e discretamente perguntava a Natalia:
-Que foi??? Me conta.
-Ah, estão fuxicando dos amantes, e dos caras que elas querem pegar.
Enquanto Elida arqueava as sobrancelhas informando que compreendeu, Natalia se inclina para ela, mantendo a conversa isolada pergunta baixinho:
-E você? Deve deixar elas todas no chinelo né?
-Eu???? Jamais, eu sou comportadinha, rsrsrsr, igual a você, né?
-Ah eu sou mesmo, um marido já dá trabalho suficiente.
-Mas querer DOIS maridos também já é loucura né? rsrsrs o outro serve pra outras coisas.
Fala enquanto dá um tapinha leve no braço da Natalia, que responde corporalmente sorrindo e absorvendo a safadeza, para alguns segundos, mas volta a se inclinar:
-Mas você tem né? Eu já percebi.
-Percebeu? Aonde?
-Ah tem um homem que aparece ai às vezes, discretinho, mas se meu marido ver um homem coloca a mão no meu pescoço daquele jeito, é divórcio na hora.
Elida se afasta, surpresa com os olhos de águia da amiga, volta e sussurra no ouvido dela:
-Mas aquilo não é amante Natalia....
Se afasta novamento sorrindo.
Natalia olha, curiosa tentando entender, mas antes que possa se manifestar Elida quebra o isolamento devolvendo a presença das duas ao grupo, já comentando outra coisa que ouviu na mesa.
O decaimento, começa, como ferrugem que surge em uma superfície metálica íntegra.
Não leva muito tempo, alguns dias, e a curiosidade começa a pinicar a mente de Natalia. O que ela quis dizer? Que mais seria? Será que estava só me despistando?
O resultado é uma mensagem direta para Elida, que quando recebe, está deitada sobre mim, recebendo sua dose de carinho pós coito, massageando minha bolas meladas como a ensinei, com o cuzinho recheado de gozo como a treinei, e recebendo um carinho nas costas e beijos na cabeça.
Ela para o carinho e estica a mão para trás, buscando o celular, e abrindo, o que coloca na frente dela, e da minha:
-Se não é amante é o que????
Ela sorri, desligando o celular e voltado à suas responsabilidades, pergunto sobre o que se trata, e Elida me explica com todos os detalhes me levando a conclusão:
-Ela é bem perspicaz né?
-É sim, assustei na hora que ela falou.
-Será que estou dando muito na cara?
-Claro que não, é ela que sentiu.
-Sentiu?
-Sim sentiu, igual quando nos conhecemos, ela é toda certinha, perfeita, feliz. Igual eu na época. Isso nunca é real, é só uma maquiagem muito boa, de qualidade.
-Entendi, perspicaz igual a você, rsrsr.
-Ela precisa de um dono igual a você.
-Eu????
-"IGUAL" a você, não "VOCÊ".
Dou uma risada sentindo a intensidade do ciúmes aumentar a temperatura do quarto 1 grau.
Seguro a mão dela que massageia meu saco, e ela bem treinada, desce e começa a mamar.
Deitado sentindo a boca cumprindo seu papel, ponderando, eu falo:
-Quer que eu arrume alguém "IGUAL" a mim pra ela?
Ela para com meu pau na boca, imóvel, enquanto completo:
-Que não seja "EU"?
Ela volta a mamar, enquanto pondera na mesma intensidade.
Termina o seu trabalho, engolindo minha essência e se senta na cama olhando pra mim:
-Você conhece alguém? Pra ela?
-Não conheço, mas posso ficar de olho.
-Não tem ninguém igual a você....vão só comer ela e largar, não vou ser responsável por isso.
-Mas ela não é você Elida, talvez ela só queira ser comida e largada.
-Eu vou descobrir.
Elida se deita novamente, pensando na amiga passando por tudo aquilo que a define como é hoje.
Pega o celular e responde Natalia na minha frente:
-Consegue ir quarta lá? Só nós duas? Eu te conto.
Já entendendo, tiro o celular da mão dela e volto minha atenção à Elida pelo resto da noite.
Quarta feira, dia de pouco movimento, ela recebe a amiga, se sentam em uma mesa ainda mais escondida na parte do restaurante, e com muito cuidado Elida explica tudo a ela, do começo ao fim, abdicação da autonomia, submissão, respeito e veneração, entrega, a parte difícil, as recompensas.
Natalia ouve com os olhos arregalados, com a mente fervilhando de perguntas:
-Mas o seu marido sabe????
-Ele não só sabe, como faz parte de tudo isso, sem ele não haveria motivos pra nada disso.
-E ele aceita?
-No meu caso, ele que iniciou tudo, ele desencadeou tudo.
-Mas você não ama seu marido???
-Claro que eu amo, ele tem um lugar especial no meu coração, eu nunca vou largar dele.
-Eu não entendo.
-É complicado mesmo Natalia, esse tipo de coisa só se entende mesmo, vivenciando.
-E você ama o outro???
-É diferente de amor Natalia.....eu sou dele.....
-Meu Deus.
-Um dos meus filhos é dele.
-Meu deus, e seu marido?
-Ele ama como se fosse dele, é uma consequência diária, duradoura, de que eu sou de outro homem, sexualmente. Ai Natalia é difícil, mas isso me aproximou tanto do Daniel, não sei nem como explicar.
As duas continuam a aprofundar o papo, e fica claro que a corrupção está agarrada à alma da Natalia, mesmo que esteja sobre uma camada intacta de proteção da alma, aos poucos encontraria caminho ao núcleo.
No tempo que se passa, semanas, meses, Elida consegue ver a mudança no comportamento da amiga.
Nos encontros no bar, primeiro com os sorrisos que acabam subitamente, de maneira não natural, os lábios pressionados mostrando discretamente a angústia enquanto ouve e participa das conversas, o olhar se torna vago, e a postura passa a transmitir ansiedade.
Em determinado ponto, Elida percebe a amiga pálida, tentando disfarçar ao máximo com as suas maquiagens, emagrecida, os sorrisos se tornaram apenas acenos de canto de boca.
Decide intervir, e a chama para dentro, onde podem conversar a sós:
-Natalia você está bem?
Os olhos da amiga marejam:
-Eu estou, não sei porque estou assim.
Segurando o rosto da amiga Elida diz:
-Eu sei porque.
-Porque?
-Você também sabe.
Natalia olha nos olhos da amiga querendo chorar, e recebe um abraço forte como resposta, enquanto ouve Elida falar no ouvido dela:
-Como vai fazer com seu marido?
Natalia aperta o tecido da camisa de Elida enquanto sente as lágrimas começarem a percorrer o rosto:
-Shhh shhhh shhh, vai passar, vai passar.
Elida diz enquanto acaricia os cabelos dela, como se fosse sua filha.
Se afasta desfazendo o abraço enquanto enxuga as lágrimas do rosto da amiga com os dedos, e lutando contra o ciúmes diz:
-Sexta feira é um dos dias dele....você quer vir comigo?
Natalia começa a balançar a cabeça indicando que não enquanto volta a marejar os olhos, e Elida controla:
-Não não não não não, fica calma, nós vamos conversar, só conversar, pode ser?
Sentindo a mácula já infiltrada profundamente, os estalos da alma fragilizada soltando lascas lentamente ela responde:
-Sim.
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