Traição: [Talita : 3/3] = FIM

Às vezes o amor está ali do seu lado e você simplesmente não enxerga, ou não dá uma oportunidade para ele acontecer. A vida é cheia de surpresas. Umas ruins outras nem tanto, mas procure sempre fazer por merecer as boas surpresas. Uma boa ação, uma ajuda para quem precisa. Isso sempre vai atrair coisas boas para sua vida! Procure fazer o bem que você será bem recompensado!

Virei Raphaela de frente para mim e a gente se beijou. Eu conhecia bem aquele beijo, aquela boca, aquele gosto delicioso que de desejo que vinha dos seus lábios.

Enquanto nossas bocas se uniam naquele beijo gostoso, as nossas mãos percorriam os corpos uma da outra. As minhas se concentraram mais naquele bumbum delicioso que a loira tinha.

Os nossos seios se esfregavam uns nos outros, eu sentia seus mamilos durinhos esfregando nos meus. Bocas, mãos, corpos, aquela dança gostosa estava me deixando mais excitada ainda. Eu precisava daquilo, eu queria muito aquele tesão descontrolado que ela despertava em mim.

Ela sabia onde tocar, como tocar, ninguém conhecia meu corpo como ela conhecia. Nossas preliminares não duraram muito porque meu desejo não deixou. Meu corpo queimava debaixo d’água. Era sempre assim entre nós duas. O tesão tomava conta do ambiente, sem medo, sem culpa, sem arrependimentos. Nunca houve isso antes ou depois. A gente se entregava por completo às nossas deliciosas loucuras. Era isso que eu precisava para me sentir melhor.

Raphaela desceu sua boca para meu pescoço onde sua língua e seus lábios brincaram por um bom tempo. Senti uma pequena mordida já característica na minha orelha e ouvi aquela voz rouca e gostosa dizer que estava com muita saudade da gente. Logo seus lábios desceram até meus seios, meus mamilos foram sugados, mordidos, viraram o objeto de desejo daquele boca de lábios macios.

Aqueles carinhos arrancavam pequenos gemidos da minha boca. Ela logo desceu sua boca passando sua língua por entre meus seios até chegar na minha barriga. Ali ela beijou, mordiscou, passou a língua e foi descendo. Minhas pernas se afastaram automaticamente para facilitar os carinhos que eu tanto desejava.

Senti suas mãos segurar nas minhas nádegas e apertar forte. Sua língua começou a percorrer entre minha coxa e minha virilha. Ela estava me provocando e eu adora aquilo. O meu tesão só se intensifica com aquelas provocações da sua língua entre minhas pernas. Senti a ponta da sua língua me penetrar e logo depois ir subindo abrindo meus lábios. Senti um pequeno sopro no meu clitóris , depois outro. Uma quente, um frio, eu gemia alto e entre gemidos eu implorei

~aaaaahhhh por favor uuuuuiii me chupaaa aaah eu não aguento maiiissss

Ela atendeu meus pedidos e sua língua começou a lamber de baixo para cima bem devagar, pequenas paradas em cima do meu clitóris, leves sugadas, pequenos movimentos em oito. Nossa, ela sabia como me levar à loucura. Sua língua penetrou fundo e se movimentou por alguns instantes. Logo ela subiu sua língua e parou com ela em cima do meu clitóris e começou a brincar com ele. Meus gemidos tomaram conta do ambiente e provavelmente era ouvido fora dele também. Eu levei as duas mãos na sua cabeça e forcei meu sua boca na minha intimidade. Seu lábia inferior ficou abaixo do meu clitóris e o superior acima, sua língua circulava, seus lábios pressionavam. Sugadas mais fortes, língua mais rápida. Pequenos movimentos laterais com a cabeça. Os estímulos se intensificaram e eu fui arrebatada por um orgasmo magnífico que me fez tremer cada parte do meu corpo.

Foi intenso, gostoso, prazeroso, minhas forças de sustentação foram se esvaindo e eu busquei apoio na parede coberta por uma porcelana gelada. Eu mal conseguia respirar. Meu coração estava disparado e espasmos tomavam conta do meu corpo. Quando consegui abrir os olhos vi aquela mulher linda ali ajoelhada passando os dedos ao redor da boca e logo os sugando. Eu conhecia bem aquela mulher e aquele olhar. Eu sabia o que iria vir a seguir. Ela apoiou suas mãos no piso e veio até mim igual uma fera caminhando para abater sua presa.

Ela me olhou nos olhos e falou com uma voz firme, quase um comando.

~Se vira e empina essa bunda.

Eu como uma boa presa louca para ser devorada obedeci. Senti sua boca beijando minhas nádegas. Mordidas que com certeza deixariam marcas foram distribuídas sem nenhuma reclamação da minha parte. Um tapa foi desferindo e a ordem para eu empinar mais saiu de sua boca. De novo obedeci e sua língua se apropriou da minha intimidade novamente. Meu gemidos voltaram. Senti mais alguns tapas e dei pequenos gritos de dor e prazer. Eu amava aquela mistura e ela sabia bem.

Ela espalmou sua língua e dobrou um pouco a usando como uma pequena concha que passava dentro da minha intimidade e ia para no meu ânus. Ela fez aquilo algumas vezes. Passou a ponta da minha língua no meu ânus lubrificando com meus fluidos vaginais. Ela se levantou e ficou de frente ao meu lado esquerdo. Uma mão ela levou até meu clitóris e começou a me masturbar. A outra ela levou até o meio das minhas nádegas e sentei seu dedo polegar penetrar minha intimidade. Mas eu sabia que não era ali que ele ficaria. Depois de bem lubrificado senti ele brincando no meu ânus. Fazia pressão e depois diminuía. Seus dedos se movimentavam rápidos no meu clitóris sensível após o orgasmos. Aquilo causava pequenas ondas de choque no meu corpo. Seu polegar continuava fazendo pequenas pressões no meu ânus. Depois de algumas tentativas ele penetrou e ficou quieto ali.

Eu ouvia sua voz rouca no meu ouvido me chamando de gostosa, pedindo para eu gemer para ela. Eu estava quase explodindo novamente quando ela me deu o golpe de misericórdia. Como um movimento rápido ele fez da sua mão de trás um gancho. Dois dedos penetraram na minha intimidade e o polegar ainda estava dentro de mim. Os movimentos foram iniciados devagar. Eu senti um pouco de dor e muito prazer. Os movimentos se intensificaram e o prazer foi tomando conta e a dor foi sumindo. Seus dedos em cima do meus clitóris ficaram mais rápidos e sua mão atrás fazia um entra e sai delicioso. Mais uma fez sentir um calor se formar no meu útero e tomar conta do meu corpo.

Um orgasmo descomunal como eu já previa me fez gritar de tanto prazer. Por alguns segundos acho que perdi a consciência, mas quando voltei a mim eu me ajoelhei no chão para não cair porque minhas forças foram sumindo aos poucos. Eu tinha dificuldade de respirar e meus espasmos se espalharam pelo meu corpo fazendo ele balançar. Aos poucos eu fui me recuperando. Raphaela fazia carinhos em mim e tinha um sorriso de satisfação no rosto. Eu me sentia a mulher mais satisfeita do mundo.

Acabamos de tomar nosso banho. Eu não sou egoísta e claro que não ia deixar Raphaela sem seu merecido “pagamento” mas eu estava sem condições de retribuir ali naquele exato momento. Saímos do banho e seguimos para cama. Raphaela nem se vestiu. Já subiu na cama, abriu as pernas expondo aquele rosa lindo e delicado e fez sinal com o dedo me convidando. Ela tinha aquele sorriso sacana no rosto. Aceitei o convite e ali comecei a retribuir os prazeres que ela me deu, mas a noite foi longa. Várias retribuições aconteceram até perdemos todas nossas forças e dormimos uma agarrada na outra.

Acordei no outro dia renovada. Não, eu não deixei de amar o Maurício, nem de sofrer por causa do que ele fez e muito menos aquela maldita dor passou. Mas amenizou, uma noite se sexo não é solução para os meus problemas mas ajudou. Ainda mais que foi com alguém tão especial para mim. Eu realmente me senti melhor naquela manhã. Eu vi que a minha cura definitiva talvez não fosse demorar tanto mas por enquanto pequenos doses de amor, carinho e sexo não iria piorar a situação. A tendência era melhorar e eu tinha isso tudo com Raphaela.

O final de semana foi ótimo, Mauricio assinou os papéis do divórcio numa boa. Aceitou minha proposta e agora a agência era minha e ele seria o presidente. Os empregos foram salvos. Ele perdeu a agência mas não se afundou em dívidas e ainda manteve um bom emprego. Era um bom negócio para ambos mas principalmente para ele. Me daria lucros, sim daria, mas era algo que não mudaria muita coisa nos meus negócios. Mas no fim acho que todos saíram em vantagem e isso era bom.

O final de semana foi ótimo. Eu e Raphaela passamos praticamente ele todo em minha casa a não ser no sábado a noite e saímos para ver um filme no cinema do shopping. Tentamos levar Lara mas ela estava no hospital com a mãe e não pode nos acompanhar.

A semana começou tensa, logo na segunda eu e Raphaela seguimos cedo para o hospital. Ficamos fazendo companhia para Lara e seu pai durante o procedimento cirúrgico da mãe da Lara. Depois de quase quatro horas ali naquela sala de espera, o médico apareceu e disse que a operação tinha sido muito bem sucedida. Lara chorou muito abraçada com o pai que também chorou de felicidade com a notícia.

Eu fiquei muito aliviada também com aquela notícia, Raphaela acabou se emocionando ali abraçada comigo. Lara logo veio me abraçar e foi mais uma sessão de agradecimentos. Dessa vez não foi só dela que ganhei um abraço, seu pai veio me dar um abraço também. Era até engraçado aquele homem grande e forte com os olhos banhados em lágrimas. Aquilo deixava bem claro o quanto a gente é frágil nessa vida. Por mais força física que a gente tenha, o emocional derruba qualquer um.

Depois de algum tempo a gente foi ter uma conversa mais calma com o médico. Ele explicou os cuidados que precisavam ser tomados para a recuperação. O tempo aproximado para que isso pudesse acontecer. Mas com os cuidados certos de cinco a seis semanas a vida daquela família voltaria ao normal. Eu fiquei muito feliz de ter ajudado, mas eu queria fazer mais. Eu nunca olho uma situação só por um lado. Aprendi com meu pai a olhar tudo com um olhar mais amplo. Foi um ensinamento para os negócios, mas eu levei para minha vida. Agora mais que nunca vou usar. Depois de ser feita de boba a gente tem a tendência de procurar ficar mais esperta.

A mãe de Lara iria ficar mais algum tempo no hospital. Isso custaria dinheiro. Ainda tinha alguns remédios para comprar. Ela não poderia voltar a trabalhar tão cedo. O pai teria que bancar tudo de agora em diante por uns tempos. Fora que quando sua mãe voltasse para casa ia ficar longe de quase tudo. O bairro que eles moram fica longe do centro. Do hospital e de lugares que você precisa em uma emergência. O médico disse que tudo correu bem e a tendência era que iria continuar assim , mas os riscos ainda existiam. Sempre existe.

Eu comecei a me lembrar de algumas coisas que Lara me disse e resolvi fazer algo que mudaria a vida daquela família e eu não iria perder nada fazendo isso se Lara fosse mesmo a pessoa honesta e batalhadora que ela parecia ser. Saímos da sala e chamei Raphaela para ir até a lanchonete do hospital. Contei a ela minha ideia e ela achou incrível mas porém arriscada porque no fundo tanto eu quanto ela achávamos que Lara era realmente uma boa pessoa mas a gente ainda não conhecia ela direito. Eu perguntei a Raphaela o que ela faria no meu lugar. Ela disse que faria o que pensei, quem mesmo que Lara não fosse a pessoa que a gente acreditava ser, fazer o bem nunca é errado. Errado alguém receber ajuda e não valorizar.

Eu argumentei que errei muito no caso do Maurício. Ela disse que no fim quem perdeu foi ela e não eu e não foi só Maurício que eu ajudei, ela disse que se não fosse por mim provavelmente hoje ela estaria trabalhando no máximo como chefe se seção de alguma loja, mesmo com sendo formada. Que eu que dei a oportunidade para ela crescer. É com ela eu não errei. Tive que concordar, com ela eu não errei, na verdade foi o meu melhor acerto até hoje.

Falei para Raphaela que iria pensar um ou dois dias com calma e depois resolvia o que fazer.

Voltamos para a sala, perguntei ao médico se meu advogado tinha resolvido tudo e ele disse que sim. Eu perguntei onde eu poderia fazer o pagamento e ele disse que era para eu falar com uma das meninas da recepção. Agradeci ele e sai. Me despedi da Lara e do seu pai, falei para ela que qualquer problema poderia me ligar. Ela me agradeceu com mais um abraço e eu fui pagar a conta do hospital. Depois de tudo certo eu deixei Raphaela no escritório dela e voltei para casa.

Eu tinha muito o que pensar, a doença da mãe da Lara me fez pensar em muitas coisas. Eu não queria fazer igual meu pai que viveu a vida toda trabalhando e só foi aproveitar a vida depois de velho. Eu queria conciliar as duas coisas. Trabalho sim era importante e era algo que eu gostava. Mas queria aproveitar um pouco mais a vida já que a gente não sabe até quando vamos ter saúde para isso. Eu podia estar pensando em fazer uma das maiores burradas da minha vida, mas eu ia apostar na Lara. Ela disse que queria uma chance, eu ia dar a maior chance da vida dela. Se tudo desse certo eu teria alguém de confiança para me ajudar.

Depois de muito pensar por 2 dias e de debater o assunto com Raphaela eu resolvi seguir em frente. Liguei para Lara e falei que queria falar com ela. Marcamos um almoço na minha casa. Raphaela que ultimamente tem ficado mais na minha casa que no escritório a buscou no hospital e nos acompanhou.

Minha proposta não era tão complicada. Eu iria arrumar um apartamento no centro para ela e a família morarem. Eles iriam pagar as contas básicas, menos condomínio e aluguel. Isso até ela começar a trabalhar e ganhar um bom dinheiro. Eu iria emprestar 10 mil reais para ela poder se manter até ter condições de se bancar. Eu iria pagar seus estudos na melhor faculdade privada da cidade. Em troca ela iria fazer seu estágio na minha impressa. Ela iria ser minha assistente pessoal e iria aprender tudo comigo durante um ano. Se ela saísse bem e se formasse ela seria efetivada como minha assistente e teria um ótimo salário.

Se tudo desse certo no futuro eu iria por ela como vice prefeito sênior da minha empresa. Mas isso ela teria que fazer por merecer, eu estava lhe oferecendo uma oportunidade, eu não iria dar nada de graça para ela. Tudo que eu estava dando ela iria me pagar no futuro. Eu estava fazendo um negócio de risco que se desse certo eu seria muito beneficiada e se desse errado a decepção seria enorme e o sucesso é fracasso disso dependia dela.

~Eu nem sei o que dizer Talita, mas eu não posso aceitar. Eu não tenho condições de te pagar nem o tempo de aluguel, imagina 10 mil reais e meus estudos! Eu queria muito a chance dessa, mas não posso aceitar. Me desculpe.

Eu achei muito legal ela se preocupar com isso. Era um sinal que ela era responsável. Talvez outra pessoa só teria visto as vantagens, mas ela não fez isso.

~Lara, você vai me pagar quando você puder. Se você se formar e tenho certeza que vai porque já pesquisei seu horário escolar. Você é ótima. Você sabe quanto uma assistente pessoal minha vai ganhar? É daqui 3 ou 4 anos quando você tiver capacidade se assumir como vice -presidente sênior, você tem a ideia de quanto seria seu salário? Olha faz assim, você me paga daqui 5 anos. Pode ser?

Ela pelo jeito não fazia ideia dos salários, era algo fora da realidade dela.

~Eu sei que nesse mundo de negócios se ganha muito bem mas eu não faço ideia do valor.

Eu já imaginava.

~Um assistente pessoal normalmente ganha em torno de 2 a 3 mil por mês, no seu caso é um pouco diferente porque você não vai trabalhar para a empresa. Você vai trabalhar para mim. Posso te pagar 3 mil no primeiro ano, se você se sair aumento mil por ano. E se caso você quiser deixar o seu trabalho é ir para outra empresa ou algo assim você pode. Nós renegociamos a divida da melhor maneira possível mas você não vai pagar nada antes de completar 5 anos, podemos por isso tudo em contrato para nós duas termos mais segurança.

Ela ainda parecia estar com dúvidas.

~Lara quanto ao salário de um vice-presidente sênior é mais variado mas é em torno de 20 mil até 120 mil por mês de salário. Se você se esforçar no mínimo você vai estar ganhando 20 mil mensais daqui 5 anos. Mas é você quem sabe. É só uma proposta entre amigas.

Ela abriu um sorriso quando eu disse amigas. Aquela garota parece que tinha mesmo gostado de mim.

~Eu não sei o que dizer. Parece ótimo, mas estou com medo de não atender às suas expectativas.

Raphaela que só ouvia e balançava a cabeça resolveu se meter.

~Lara sabe quando você vai ter outra chance dessa na vida? Nunca, mas nunca mesmo. Sua oportunidade está aí na sua frente, aproveita. Eu tive uma proposta bem parecida com a sua. Eu não pensei duas vezes e aceitei. Mesmo com medo eu encarei o desafio e hoje sou agradeço muito a mim mesma por ter sido corajosa a ponto de aceitar.

Lara respirou fundo e disse.

~Você tem razão Lara. Eu disse esses dias atrás que Maurício foi muito idiota em jogar a oportunidade que teve fora. Agora estou recebendo uma e estou a ponto de não aceitar. Não vou fazer isso. Eu aceito Talita e vou fazer você ter muito orgulho de mim ainda.

Era aquilo que eu queria ouvir.

~Eu tenho certeza que vai Lara. Mas sem criar expectativas agora. Vamos ficar no futuro que é sua mudança e depois do fim de ano a gente pensa no seus estudos. Um passo de cada vez.

Ela concordou. Conversamos mais um bom tempo e acertamos cada detalhe do nosso acordo. Ela disse que não precisava de contrato mas eu disse que era melhor, mesmo a gente confiando uma na outra ter algo garantido isso era bem melhor.

Ela tinha que voltar ao hospital. Raphaela iria levá-la. Eu perguntei se ela tinha CNH. Ela disse que sim. Eu falei que ia dar um carro para ela. Que isso seria um presente mas o problema é que era o carro que Maurício usava. Ela fechou a cara só de ouvir o nome dele. Pelo jeito ela guardava um rancor enorme dele. Eu disse que ela não precisava ficar com ele. Até porque ele gastava muito. O IPVA era caro, mas ela poderia vender e comprar outro mais fácil dela manter. Ela aceitou. Eu disse que ia pedir para meu advogado deixar ele no hospital para ela. Depois de mais uma sessão de abraços e agradecimento ela se foi.

Dali para frente a vida foi seguindo sem muitas mudanças. Eu tinha voltado ao trabalho mas às vezes ainda tinha algumas crises de choro. Lara começou a estudar e a trabalhar comigo. No início do ano resolvi reforçar a segurança na minha casa de tanto meu pai pegar no meu pé. Trouxe o pai da Lara para trabalhar para mim e comandar tudo. A mãe dela já estava bem e voltando a ter uma vida quase normal. O problema agora era só controlar a pressão mas o risco de uma arritmia grave diminuiu quase a zero.

Raphaela estava trabalhando normalmente mas dormia mais comigo do que em casa. Essa parte eu amava. Nossas noites de sexo acontecia as vezes, não era uma constante mas as vezes a gente se pegava. Mas notei que Raphaela estava bem mais carinhosa que o normal. Provavelmente por causa de saber que eu ainda estava sofrendo com tudo que houve. A cada dia que passava mais eu deixava de pensar no Maurício. Mais minha amizade com Lara se estreitava.

Mudanças estavam acontecendo aos poucos. Lara a algum tempo depois de voltar aos estudos começou a comentar muito sobre um colega de curso. Vi que ela parecia estar interessada no rapaz. Resolvi ir mais a fundo no assunto e ela confessou que realmente estava interessada nele e ele nela porém ela estava com medo de quebrar a cara de novo como nos dois últimos relacionamento. Perguntei o nome completo do rapaz e fui dar uma investigada na vida dele. Para minha surpresa eu conhecia a família dele e só tinha coisas boas a falar sobre eles. Eu até já tinha visto o rapaz algumas vezes.

Falei com Lara que conhecia o pai, a mãe e a irmã dele mais velha. Que todos eram ótimas pessoas e a mãe dele era até amiga pessoal da minha mãe. Mas que isso não garantia que ele era uma boa pessoa mas que tinha tudo para ser. E que se ela não se arriscasse nunca iria saber. Depois de dois meses após essa conversa ela estava namorando e pelo jeito bem feliz. O olhinho dela chegava a brilhar quando falava dele.

E lá se foram 5 meses depois do meu divórcio. Eu já estava melhor, já não doía tanto. Lara a cada dia me mostrava que era uma garota diferente. Eu estava encantada com o jeito dela. A garota era muito esforçada, inteligente e até ali se mostrava ser uma pessoa boa e de caráter irrepreensível. Isso foi nos aproximando cada vez mais e além de uma assistente ganhei uma amiga incrível que adorava me abraçar. Rsrs

Em um final de semana eu estava na beira da piscina com Raphaela, Lara e seu namorado. Estávamos nos divertindo e rindo das palhaçadas do namorado da Lara com a Raphaela. Os dois se odiavam e se amavam ao mesmo tempo e isso rendia muita resenha entre nós. Depois de algumas gargalhadas eu saí para ir até o banheiro. Quando voltei Raphaela estava à minha espera.

Ela me olhou e sorriu.

~Parece que você está curada da tristeza que te acompanhava há alguns meses. Muito bom te ver sorrindo de novo.

Ela tinha razão. Eu estava feliz novamente.

~Não vou dizer que não penso no Mauro mais, mas já não dói como antes. Acho que o pior já passou e logo se Deus quiser vou encontrar uma pessoa que mereça meu amor. A gente bem que podia sair hoje à noite. Estou precisando conhecer novos pretendentes

O sorriso de Raphaela sumiu

~Você tem razão. Olha eu não vou poder hoje mas vai lá, se divirta. Eu acho que está na hora de eu dar uma distanciada para ter dar um pouco de espaço

Eu não estava entendendo ela.

~Como assim se distanciar? De jeito nenhum você vai fazer isso. Você é minha parceira, minha melhor amiga. Quero sempre ter você por perto.

Ele esboçou um pequeno sorriso.

~Eu sei Talita mas você está pronta para achar um novo amor e sei lá, eu não quero participar disso de novo. É coisa minha mas nunca vou abandonar você. Só acho melhor manter uma certa distância a partir de agora. Eu preciso disso.

Ela virou as costas e saiu, nem foi ao banheiro. Achei aquilo muito estranho mas na hora não me toquei. Fui na cozinha e peguei uma cerveja e voltei para beira da piscina e Raphaela não estava. Perguntei a Lara por ela e Lara disse que ela chegou e se despediu deles e saiu. Ela achou ela muito estranha e talvez podia estar enganada mas ela parecia muito triste. Me levantei e fui atrás da Raphaela mas era tarde. Ela já tinha saído com o carro. Mas eu não ia deixar aquilo sem resolver. Eu voltei e peguei a chave do meu carro, fui até a piscina e expliquei a situação para Lara e saí.

Quando cheguei na casa da Raphaela ela tinha acabado de chegar porque se longe vi o portão se fechando. Parei meu carro e chamei. Sua empregada veio atender. Me convidou para entrar e disse que Raphaela tinha acabado de chegar e provavelmente estava no quarto. Eu a agradeci e fui para o quarto.

Quando entrei Raphaela estava deitada na cama. Ela ouviu o barulho da porta e se virou, ela tentou limpar o rosto mas isso nunca funciona. Sentei na cama e disse.

~Por favor me fala o que fiz de errado? O que está acontecendo com você?

Ela parecia que estava com um nó na garganta e não saia nada. Eu insisti.

~Por favor Raphaela, o que está acontecendo? Eu nunca te escondi nada. Sou eu, sua melhor amiga. Fala comigo.

Eu no fundo imaginei o que era quando ela saiu correndo da minha casa e Lara disse que ela estava triste. Só tinha uma explicação e ela veio.

~Eu gosto de você Talita. Gosto de verdade, sabe. Eu achei que isso tinha passado mas voltou e parece que mais forte ainda. Não é sua culpa, mas eu amo você.

Aquilo me deixou sem reação. Mas ela continuou falando, me contou que quando éramos adolescentes sentia algo por mim mas ficava confusa e não sabia direito o que era. Que desistiu de se abrir comigo quando eu me apaixonei pelo Maurício. Que sofreu por uns tempos mas passou. Mas que agora ela estava passando por tudo de novo. A diferença era que agora ela tinha certeza que era amor. Mas eu iria achar outra pessoa e me apaixonar de novo e ela nunca teria a chance de pelo menos tentar.

Eu não sabia o que dizer, minha reação foi me levantar e falar para ela que eu precisava pensar naquilo tudo. Quando fui sair ela me chamou

~O que você tem a perder? Se der errado você não perde nada, se der certo nós duas ganhamos. Se você não me der uma chance eu vou sofrer do mesmo jeito. Mas se der pelo menos vou tentar. Você não tem nada a perder, só a ganhar.

Fazia sentido.

~Isso não é um negócio Raphaela. São seus sentimentos em jogo. Não vou tratar isso como um negócio.

Ela abaixou a cabeça e disse.

~Os sentimentos são meus e eu quero negociar eles com você. Por favor. Eu só preciso de uma chance.

Na hora eu pensei que podia estar fazendo uma besteira enorme mas eu não aguentei dizer não para ela.

~Tudo bem Raphaela. Vamos tentar pelo menos. Você tem sua chance e eu quero muito que dê certo porque seria um sonho passar o resto da minha vida com você.

Ali começamos um namoro, o tempo foi passando e Raphaela foi com calma ocupando o espaço que era do Maurício no meu coração. Hoje 3 anos depois paro para pensar e parece um sonho o que aconteceu. Um sonho bom no final, bom não, maravilhoso!

Hoje estou grávida do meu primeiro filho legítimo, mas já temos uma menina que adotamos a alguns meses. Lara está casada há seis meses e grávida também. Ela hoje é minha vice-presidente sênior. Ela foi a melhor aposta que fiz na minha vida. Aquela garota hoje é uma mulher competente e responsável. Ela me enche de orgulho. Além disso, ela se tornou minha melhor amiga. Raphaela me faz feliz e me completa em todos os sentidos. Como eu perdi tempo com ela, mas tudo tem sua hora e seu momento.

Pouco tempo atrás vi Maurício e uma reunião de negócios. Ele estava um pouco mais magro mas ainda era um homem muito bonito. Seu semblante estava meio triste mas quando me aproximei para falar com ele um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios. Perguntei como ele estava e da sua família. Os pais deles são dois queridos. A conversa foi rápida e não falamos nada do passado. Eu não tenho raiva dele mais, ou guardei rancor. Lara não gosta nem de ouvir o nome dele, mas eu não. O perdoei a algum tempo, não quero contato mas só desejo o melhor para ele.

Minha vida segue em frente, os negócios vão bem, o pessoal também, o sentimental está maravilhoso. Posso dizer que hoje sou uma mulher feliz e assim pretendo continuar o resto da vida.

Fim