Parte 8.
A Reação do Sady foi repentina e surpreendente.
Eu e Marciana nos levantamos enquanto ele já ia se dirigindo para a porta de saída. Parecia não querer muita conversa. Marciana pediu:
— Espere, não se vá.... Por favor.
Sady parou, olhando para nós dois. Sua expressão era de profunda tristeza.
Ele não conseguiu falar nada. Mas a Marciana foi até ele, segurou em sua mão. Ficou na ponta dos pés e deu um beijo rápido sobre os lábios do chefe. Pediu:
— Por favor, gostamos de você. Tenha paciência. Vamos com calma. Eu sinto mesmo um tesão grande por você. Mas estamos inseguros. Compreenda.
Ele não disse mais nada. Parecia mesmo bem abalado. Se retirou e desceu as escadas, sem falar mais nada.
Ficamos, eu e a Marciana ali, meio estáticos, e, certamente, bastante abalados também. Não foi um desfecho harmonioso. Nós tínhamos consciência de que havíamos ido longe demais nas provocações, e do nada, a Marciana tomava aquela atitude, cortando qualquer chance de envolvimento com ele, ali, naquele dia. Mas, era uma decisão que somente ela podia ter.
Naquele domingo, aquele incidente, nos deixou tensos e um pouco deprimidos. Tínhamos consciência do papel frustrante que fizemos o Sady passar.
Tentei contato com a Sady pelo aplicativo de mensagens, mas ele nem abriu para olhar. A Marciana, fez uma chamada, mas ele também não atendeu. Decidi que deveríamos dar um tempo. E deixar os ânimos serenarem.
No dia seguinte, segunda-feira, levei a Marciana para trabalhar, e ela tentou falar com o Sady, mas ele pediu que não tocasse mais no assunto. Queria colocar uma pedra naquele caso. Ela me contou por mensagem.
Assim ficamos, quase como estranhos, por mais de um mês.
A relação do Sady com a Marciana no trabalho, era das mais formais e frias possíveis. E ele se mostrava cada dia mais distante mesmo, evitando muito contato.
Eu e Marciana, ficamos bastante abalados com aquilo. Verificamos que a frustração que aquele incidente provocou nele, foi brutal. Adicionado ao fato dele ter se divorciado por decorrência de uma traição, o quadro dele era de apatia geral. A Marciana, principalmente, se sentiu a principal culpada por ter cortado o interesse do Sady de forma tão imprevisível, depois de alimentar todas as esperanças. Mas ele recusou todas as aproximações dela e minhas.
Até que um dia, um colega de trabalho da Marciana, na loja de automóveis, comentou com ela que o chefe estava muito estranho. Ela quis saber melhor do que ele estava falando e o rapaz contou que algumas vezes, havia visto o Sady muito bêbado, sozinho num bar, tarde da noite, perto de sua casa. Notava que o Sady parecia estar numa fase de grande depressão.
Marciana ficou muito preocupada e falou comigo. Eu disse que ela deveria procurar ter uma conversa com ele, tentar esclarecer melhor as coisas.
Numa tarde, final do expediente, a Marciana entrou na sala do Sady e pediu para falar. Ele a olhou com muita tristeza e ela sentiu que ele estava mesmo muito deprimido. Ela ordenou:
— Sady, preciso falar urgentemente com você, e não pode ser aqui. Peço que me leve a um local onde possamos conversar sossegadamente. É muito importante e não aceito um não. Pode ser a última vez que nos falaremos.
Marciana me contou essa passagem depois, e relatou que na hora, ele a olhou com uma expressão vazia, os olhos meio que sem brilho. Parecia apático. Marciana disse que sentiu um aperto no coração.
Mas, devido ao modo impositivo dela, Sady dessa vez, aceitou lhe dar uma carona, e foram para um bar que fica numa área verde, com mesas espalhadas por um jardim, o que lhe dava bastante privacidade para conversar. Lá, pediram dois drinques, ela pediu um coquetel de frutas, e ele uma caipiroshka de vodca.
Eu recebi a mensagem dela que estava naquele bar, e tratei de me dirigir para lá. Mas ficaria de longe, apenas para saber se poderia interferir.
Marciana deixou o seu telefone celular conectado numa ligação com o meu. Eu ouvia a conversa deles enquanto seguia para lá.
Marciana falou:
“Por favor, eu quero me desculpar com você, e me explicar”.
A voz do Sady soava sem emoção:
“Fale o que quiser”.
“Eu sei que não agi bem com você, e tanto eu como o Maílson ficamos muito tristes com seu afastamento. Reconhecemos que você tem razões para isso, mas não podemos deixar morrer a nossa amizade”. – Marciana falava bem calma, sem forçar a voz.
Sady não disse nada. Marciana insistiu:
“Será que você pode nos perdoar? Não fizemos nada por mal. O erro maior foi meu”.
Sady na mesma voz sem emoção disse:
“Tanto faz agora. É indiferente”.
Marciana ficou calada por alguns segundos. Certamente, estava admirada com o que ele dissera. Respirou fundo e falou:
“Sady, por favor, eu gosto de você, muito, o Maílson também. Ficamos arrasados, tudo poderia ser bem diferente. Eu fui sincera, sinto muito tesão por você, mas estávamos muito preocupados justamente por você”.
Sady não respondeu logo. Um silêncio de alguns segundos pareceu demorar minutos. Finalmente ele disse:
— Marciana. Eu não quero mais sofrer. Eu me apaixonei mesmo por você, além do tesão que sempre tive. Nunca pensei que me apaixonaria novamente, depois do meu divórcio. Mas aconteceu, nosso convívio diário, observando sua atuação, seu comportamento exemplar, sua sensualidade sempre presente, e alimentei uma esperança louca, estimulada pelo Maílson e por você. Sei que foi loucura, reconheço, mas estava absolutamente flutuando, encantado. E fui derrubado da altura de uns dez andares. Me senti humilhado, rejeitado, e pior, usado sem o menor respeito. Foi danoso. Não me recuperei mais.
Marciana exclamou:
“Nossa! Me perdoe. Jamais pensei...
Sady continuou:
“Desde então, não tive mais nenhuma ereção, faz quase sessenta dias, minha libido acabou, e cada dia que a vejo no trabalho, linda maravilhosa, a dor e a solidão aumentam. Eu não quero mais isso. Eu vou embora daqui. Já pedi a minha transferência para outra cidade. Estou destruído e se ficar vou virar um trapo humano”.
Novamente, houve um silêncio na conversa. De repente, escuto o Sady falar:
“Por favor, “Marci” não chore. Vai piorar as coisas”.
Minha esposa estava chorando. Eu já estava nervoso e tenso, e com aquele fato fiquei também emocionado. Havia parado o carro nas vagas de estacionamento do parque, e estava distante uns cem metros do bar onde eles estavam. Pensei em ir para lá. Mas me contive. Ouvi Marciana falando com voz de choro:
“Por favor, Sady, acredite. Precisa entender... por favor... Nós gostamos muito de você. Fizemos tudo errado, eu queria, o Maílson queria, e você queria. Mas o fato de você estar apaixonado, nos apavorou. O medo de alimentar um amor proibido nos deixou inseguros, e eu decidi não avançar. O medo maior foi o meu. Mas, juro, me arrependo todos os dias”.
A voz do Sady pareceu mais natural e firme quando ele falou:
“Marci”, eu até suporto e aceito que você não queira nada comigo, que ame o seu marido e não quisesse arriscar. O problema, é que, o que aconteceu, do jeito que foi, me jogou na cara que eu acreditei numa fantasia, e o tombo que levei me estraçalhou. Emocionalmente, perdi meu brilho, meu amor próprio. Uma merda”.
De repente, senti também a voz da Marciana mais firme, novamente incisiva:
“Sady, você ainda me deseja”?
Um silêncio de dois segundos, captou um suspiro dele. Sady ia começar a falar:
“Ah... não...com....
“Eu tenho muito tesão em você” – Marciana cortou, e emendou:
“Você sabe que sempre que me lembro da gente dançando, se esfregando, do seu desejo, sua respiração no meu pescoço, sua mão nos meus seios, fico com muito tesão? Eu queria muito dar para você. Ainda quero. Eu confessei isso ao meu marido, que me aconselhou a tentar novamente. Mas você não nos deu mais chance de nada”.
“Marci” por favor, não brinque comigo”. – A voz do Sady estava firme.
“Não estou brincando. Eu quero você, nem que seja apenas uma vez. Mas eu quero. Por favor, nos dê uma chance”.
Novo silêncio, dessa vez mais demorado um pouco. Meu coração acelerado, ansioso com aquela situação. Ouvi a Marciana:
“Nossa, está com o pau duro. Que delícia. Você me quer”?
Escutei o som característico de um beijo. Suspiros. Depois o Sady perguntou:
“Se você quiser, tem que ser agora. Podemos ir a um motel”.
Outro som de beijos, por uns dez segundos, depois ouvi a Marciana:
“Ah, que gostoso esse beijo. Fiquei com saudade. Eu aceito ir ao Motel, mas tenho que chamar o Ma”.
Sady não respondeu de imediato. Demorou um pouco e perguntou:
“Tem certeza? Não vai dar merda de novo”?
“Tenho mais do que certeza”. – Marciana foi assertiva. “Isso é algo que temos que resolver juntos. Ele também queria. É um caso nosso. Agora, você sabe, eu jamais vou deixar de amar meu marido, e não deixarei que nada estrague nosso casamento. Se você for capaz de suportar isso, eu aceito agora”.
Ouvi o Sady pronunciar um “OK” e depois, chamou: “ Garçom, a conta, por favor.
Eles tinham tomado apenas um drinque cada um. Enquanto esperavam, ouvi mais alguns beijos, suspiros da Marciana, e ela dizer:
“Sady, estou com muito tesão mesmo. Minha xoxota está fervendo e toda melada. Nunca pensei que outro homem além do Maílson me despertasse tanto desejo”.
Eu sabia que ela falava também uma mensagem que servia para mim. Meu pau latejava ao ouvir minha esposa confessar e assumir que estava tarada para dar para o chefe. O Sady murmurou:
“Você não sabe o tesão que eu sinto. Não faz ideia. Vou fazer você delirar de tanto prazer”.
Novamente um silêncio de falas, quando ruídos de bandeja, copos e outros movimentos chegavam até meu telefone. Ouvi a voz do garçom: “Obrigado, voltem sempre”.
Ruídos de cadeira se arrastando, ouvi passos quando eles caminharam pelo jardim em direção ao parque de estacionamento. Meu carro estava uns trinta metros mais distante e eles não notaram.
Ouvi portas do carro de abrindo, Sady deu partida, depois mais alguns beijos, e eles saíram. Marciana perguntou:
“Qual motel você pretende ir? Para eu avisar o Ma”.
Sady respondeu:
“O Intense, é um bom motel. E perto. O que facilita”.
Marciana fingiu que pegou o celular e gravou um áudio:
“Amor, estamos indo para o Motel Intense. Vai para lá. Depois eu digo a suíte”.
Sady, ainda meio ressabiado perguntou:
“Tem certeza? Não vai dar xabu de novo”?
Marciana respondeu:
“Pelo contrário. O Ma está louco para ver isso, quer ser corno desde aquela vez. Eu que estraguei tudo.
Ela deu uma pausa, deu um sorriso, e comentou:
“ Nossa, que pausão duro! Você está tarado? Vai me comer gostoso”?
A safada estava me provocando e provocando o Sady ao mesmo tempo. Meu coração batia bem acelerado.
Sady apenas gemeu:
“Ah, você vai ver! Nunca gozou tanto”!
Eu seguia o carro deles a uns duzentos metros de distância, para não chamar a atenção. Meu pau também pulsava dentro das calças.
Continua.
Meu e-mail:
A CÓPIA E A REPRODUÇÃO DESTE CONTO EM OUTROS SITES OU BLOGS ESTÁ PROIBIDA. É EXCLUSIVIDADE DO SITE CASA DOS CONTOS ERÓTICOS.