Ovelha Negra

Um conto erótico de gtfreire
Categoria: Heterossexual
Contém 1589 palavras
Data: 03/02/2024 08:47:13

Esse será um conto curto em poucos capítulos, no máximo três. Mas não serão diários devido a alguns compromissos assumidos estou com pouquíssimo tempo para escrever.

“Levava uma vida sossegada, repleta de sombra e água fresca. Meus Deus quanto tempo eu passei sem saber....” Esse trecho de um grande clássico da MPB, composto pela inigualável Rita Lee, descrevia exatamente como me sentia a muito tempo atrás. Embora a Rita tenha escrito essa música com o intuito de desabafar sobre seu desligamento do grupo Os Mutantes, nos idos de 1975. Para mim ela tinha um sentido diferente. Eu vou explicar para vocês.

O que significa ser a ovelha negra?

Uma expressão popular para descrever uma pessoa que foge aos padrões. Uma pessoa que é tida como diferente das outras, que destoa do padrão considerado normal pelo grupo ou sociedade. A ovelha negra da família pode se destacar pela rebeldia de buscar um destino diferente daquele programado para ela ou por ser um rebelde sem causa. Mas o fato é que essas pessoas geralmente têm histórias interessantes para contar.

As vezes a ovelha negra nem sempre é quem achamos que é.

-- Tá namorando, tá namorando...

Meu irmão mais tinha acabado de chagar da escola e ficava falando isso para mim sem parar até que minha mãe perguntou porque ele estava implicando comigo. Ele debochadamente explicou para minha mãe:

-- Rafa tá namorando. Eu o vi dando uns beijos na Renata hoje no intervalo.

Cara, que vontade de dar uns tapas naquele moleque chato. Mas eu era o irmão mais velho, tinha que dar o exemplo e não seria justo fazer isso com ele, afinal eu era bem mais forte. Leo, era como o Leonardo era tratado por todos, era o caçula e era muito irritante. Se achava o cara da escola e dos grupos que participava. Na verdade, era até bem popular entre todos, mas totalmente irresponsável. Minha mãe, percebendo que ele já tinha passado dos limites, deu logo um basta naquela palhaçada:

-- E daí que eles estejam namorando. Seu irmão já tem todo o direito de namorar e eu tenho plena confiança nele. A Renata, é da mesma idade dele e tem muita maturidade. Você devia arranjar uma namorada e deixar seu irmão em paz. Se não parar com essa implicância vai ter que se resolver com seu pai.

Meu irmão fechou a cara e saiu quicando de raiva e assustado. Ela sabia que com meu pai o dialogo vem depois... Realmente eu e Renata estávamos vivendo um namoro bem apaixonado. Nos conhecíamos a muito tempo. A aproximação virou uma pequena amizade, uma grande amizade, melhores amigos, paixão e amor. Foi uma coisa natural. Éramos unha e carne e hoje mais do que isso. Nossa primeira vez foi mês passado. Foi mágico e assustador ao mesmo tempo. Um ambiente regado a expectativas, dúvidas e muito tesão. Nós já tínhamos tido outros tipos de intimidade que evoluíram naturalmente. Beijinhos, beijões, beijaços, mãos nos seios, lindos por sinal. (De médios para grandes, macios e muito firmes, com bicos delicados e durinhos, rodeados por pequenas aureolas rosadas e lisinhas). Amassos com roupas, que com o tempo, foram diminuindo a ponto de não existirem mais. Poder sentir, primeiramente com os dedos e posteriormente com a boca e língua, a textura sedosa de sua buceta, sentir sua suave mão em meu pau e mais a frente sua boca, foram experiências sem igual. Tivemos orgasmos de muitas formas, adorávamos o sabor um do outro. Nós tivemos toda a paciência do mundo. Era difícil resistir para não ultrapassar a linha final, mas as oportunidades eram escassas e os riscos de sermos pegos, enormes. Com isso fomos explorando nossos corpos, identificando cada dia que se passava, novos locais que gostávamos de tocar e de sermos tocados. Cada momento a sós, que eram poucos, eram aproveitados ao máximo. A evolução final já era esperada com muita ansiedade. Apareceu quando seus pais tiveram que viajar urgentemente durante uma semana para visitar um parente moribundo. Ela me avisou, nós combinamos e tudo aconteceu. Com nervosismo sim, mas sem traumas. Dor...pode até ser que houve, mas não percebi reclamação nenhuma, pelo contrário, percebi através de muitos beijos e pequenos arranhões nas costas um grau de excitação muito grande. Conhecendo nossos corpos como já conhecíamos, não foi difícil gozar diversas vezes.

O tempo foi passando e nossa vida era um roteiro só. Casa, estudos, namoro. Nossas famílias estavam de boa e felizes com nosso namoro, pelo menos é o que aparentavam. Até meu irmão não perturbava mais. Ele até arranjou uma namorada. Saímos algumas vezes juntos para um cinema, uma lanchonete, etc. Mas meu irmão tratava mulher como objeto, e trocava mais de namorada do que eu trocava de roupa. Mesmo assim todas ficavam doidas por ele. Muitas delas achavam o máximo aquele tipo de BadBoy. Cada ano que passava eu percebia que ele estava cada dia mais irresponsável, mentiroso e cafajeste. Mas eu era irmão e achava que a obrigação de correção não era minha. Como ele não gostava de estudar e só se metia em encrencas, meu pai deu um ultimato a ele. Já que ele não queria estudar, teria que trabalhar. Ele adorou a ideia. Não gostava mesmo de estudo. Ele falava que aprenderia o que precisava para viver, fora da escola.

O Pai de Renata, Dr. Anselmo, que de Dr. não tinha nada. Era um político influente e empresário em nossa cidade e era muito amigo de meus pais. Meu pai revelou a ele o problema do meu irmão e pediu uma ajuda. Ele mais que rapidamente ofereceu um cargo de estagiário para o Leonardo em sua empresa. Com o tempo meu irmão se mostrou muito esperto e eficiente no trabalho e ganhou a confiança do Dr. Anselmo. Com esta confiança ele efetivou meu irmão na empresa, mas na verdade ele passou a ser uma espécie de homem de confiança do Dr. Anselmo, o político. O importante era que ele parecia ter realmente encontrado seu caminho.

Na faculdade, eu e Renata continuávamos juntos. Começamos o curso de Medicina juntos e na mesma faculdade. Nada nos separava. Neste momento, já começamos a nos preparar para um casamento inevitável, mas preferimos esperar nossa formatura para não dependermos financeiramente de nossos pais. Nossos pais já esperavam, mas não falavam nada a respeito. Mas essa data, que deveria demorar pelo menos dois anos, devido a um fato novo, teria que ser antecipada. O pai de Renata, foi eleito deputado federal e com isso teria que se mudar para Brasília. Não entendi porque mudar para lá. Era só ficar lá durante a semana e voltar para a casa no final de semana. Mas ele preferiu assim e foi uma loucura. O problema era que o Dr. Anselmo não aceitava deixar a filha sozinha em nossa cidade e falou que ela deveria ir com ele e terminar o curso de medicina em Brasília. Eu falei que ela poderia fica em minha casa, mas ele e meus pais não acharam o ideal. Nesta época eu e Renata, estávamos na metade do curso de medicina. O prazo para decidirmos o que fazer da vida era até o final do ano e já era final de outubro. Toda a vez que pedíamos aconselhamento de nosso país, eles achavam que o fato de terminarmos nossos cursos em cidade diferentes, não iria interferir em nossos planos de casamento e que em poucos anos estaríamos casados e empregados. Não entendia porque ninguém de nossa família tentava arranjar uma solução ou alternativa para nos ajudar a resolver nossa situação antecipadamente. O mesmo problema que eu passava a Renata também passava. Os pais dela pareciam que estavam ensaiados com os meus.

Neste mesmo período o Dr. Anselmo pediu ao meus pais a autorização para levar o Leonardo. Pois ele era a pessoas que mais confiava e também o filho que ele não teve. Ele iria dar um grande cargo para ele e transformá-lo em uma pessoa poderosa e influente como ele. Meu irmão tinha mudado muito, mas no sentido ruim da coisa. Estava autoritário, mandão, arrogante e cada vez mais afastado de mim e de nossos pais. As amizades dele mudaram da água para o vinho. Ele agora saia com pessoas estranhas e que eu não tinha boas informações. Meus pais, depois de muita insistência do meu futuro sogro e do meu próprio irmão, aceitaram e ficou decidido de que ele iria morar em Brasília também.

Quanto a mim e a Renata, depois de tantas negativas de nossas famílias, decidimos fazer tudo do nosso jeito. Mesmo ela achando que não seria o ideal, botamos os papeis para correr, e marcamos nosso casamento sem avisar a ninguém. Chegamos à conclusão de que se fizéssemos isso o apoio de nossos pais mudaria e tudo se acertaria. Tudo acertado, era só esperar o dia marcado que seria para alguns dias a frente.

No dia combinado, nem bem acordei e liguei para Renata. Primeiro liguei pelo método tradicional, deu fora de área. Tentei pelo whatsapp e nem a foto dela apareceu na ligação que insistia em chamar sem resposta. Mensagens não eram recebidas. Comecei a ficar preocupado. Liguei para os seus pais, para os meus pais, amigos, outros parentes e nada. Ninguém fazia ideia. Durante o dia liguei para hospitais, delegacia e nada. Todos estavam apavorados, eu comecei a entrar em pânico. Na delegacia eles precisavam de 48 h para declarar alguém desaparecido, mas como era filha de deputado, aceitaram o boletim com data retroativa.

Na minha cabeça, já quase enlouquecendo, só uma pergunta; onde estava Renata?


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