#Meses depois…
Meu relacionamento com Geraldo mudou completamente desde aquela marcante tarde no consultório dele. Foi realmente um ponto de virada em nosso casamento, injetando um desejo e paixão que nunca antes tivéramos tido um pelo outro. As noites em nossa cama não mais seguiam regras, e nossa única preocupação era em nos contermos um pouco ante a presença de nossos filhos em casa. Certamente que eles perceberam a mudança, pois passaram a escutar os pais "fazendo coisas" em seu quarto que antes não aconteciam; e que ficavam evidentes sempre que eu não conseguia controlar meus gemidos mais altos, e precisava ser calada por Geraldo aos beijos ou com ele rindo e tapando minha boca.
Por isso tudo, e para continuarmos apimentando nossa relação, passamos a improvisar ao considerar também nosso banheiro como uma extensão para nosso sexo. Além de, por vezes, nos aventurarmos em o fazer em altas horas de madrugadas, quando todos ali já estariam dormindo em sono profundo. Provocamo-nos em joguinhos eróticos, onde o mais comum era eu dar-lhe algumas concessões especiais em troca de certos favores cotidianos, numa negociação onde eu simbolicamente poderia ser taxada como sua "putinha", mantendo vivas minhas fantasias e fetiches pela promiscuidade. E inovamos com algumas fugas pontuais para hotéis e outras tantas horas extras no consultório dele, gostosamente revivendo o ocorrido.
Fato é que meu marido canalizou todo o seu desejo finalmente para mim, me procurando com assiduidade e, na mesma medida, respondendo quando eu era quem precisava e solicitava sua atenção. Encontramos a chave para nossa paixão, com um diálogo franco onde nos comprometemos a dizer o que queríamos, e do que gostávamos ou não. Juntos há mais de 20 anos, tudo isso acabou nos unindo de uma forma gostosa e num momento muito importante, quando geralmente casais passam por crises e se distanciam. Ao contrário, estivemos sobrevivendo distantes por todo aquele tempo, para nos redescobrimos depois e de uma forma juvenil e leve, com vida estabilizada e família encaminhada, e podendo assim desfrutarmos muito mais e melhor do tempos juntos.
Mesmo considerando superado o assunto do "Marta”, eu seguia me prevenindo ao me manter sempre atualizada sobre as atividades de Geraldo. Sabendo de suas escapadas anteriores, meus olhos e ouvidos para cima dele vinham da providencial ajuda de Matilde, quando volta e meia eu a consultava para dar uma averiguada na agenda dele. As "idas à Santa Casa" foram suspensas, e Matilde chegou a reclamar que não tinha mais nenhum tempo livre, ficando a jornada completa em todos os dias da semana acompanhando o trabalho dele no consultório; seu único consolo sendo o aumento de salário que recebeu, tendo ficado feliz por essa pequena contrapartida. Por decisão minha, nunca efetivamente conversamos sobre aquele caso dele, e assim fizemos silêncio e enterramos aquilo no passado, apesar de ter ficado evidente para ele que eu havia descoberto algo.
Seguíamos nossa nova e deliciosa rotina, quando, próximo do final do ano, Geraldo veio até mim trazendo um convite que recebera nos chamando para uma recepção no Jockey Club promovida pelo cônsul americano. Era para um conhecido evento social anual e para o qual alguns conhecidos nossos também foram lembrados, principalmente os mais engajados em causas sociais ou com contatos no meio político. Tratei de providenciar ajustes em um vestido lindo que eu havia guardado para ocasiões especiais como aquela, tratando de caprichar no cabelo e maquiagem como toda mulher mais vaidosa como eu se preocuparia em fazer.
Próximo do início da noite da sexta-feira do evento, eu terminava de me arrumar no banheiro enquanto conversava com Geraldo, que, de frente para o espelho, brigava com o nó da gravata em seu "smoking".
- Amor... a Laura confirmou comigo que estará com o Sérgio na recepção hoje. Não a vejo desde a viagem deles para a Argentina, e estou morrendo de saudades!
- Que bom, Helena. E como foi a viagem deles? Deu tudo certo, eles se divertiram dessa vez?
- Ah, ela disse que Buenos Aires agora está linda, e que aproveitaram bastante os dias por lá. Bem que nós poderíamos também viajar para lá um dia, não é amor? Uma semaninha que fosse... Adoraria conhecer Buenos Aires! - disse isso apelando para meu charme, numa clara tentativa de já o ir convencendo daquilo.
- Hummm... Não é mesmo uma má ideia! Melhor ainda se formos numa viagem só a dois, como numa lua de mel! Que tal, Helena?
- Uau! Isso seria mais que perfeito! Promete que você vai pensar sério nisso, Geraldo? Promete?
- Acho que consigo acomodar na minha agenda. Podemos fazer isso logo no começo do ano, o que você acha?
- O que eu acho? Eu vou amar de coração! - e sai já pronta do banheiro, indo ajudá-lo com o nó de gravata que ele não conseguia terminar.
- Nossa, você está maravilhosa nesse vestido, Helena! Nada menos que isso!
- Achou mesmo, doutor Matozzano? Estou suficientemente sexy para você?
- Sexy e gostosa demais! Mas não pense por isso que eu me esqueci dessa noite, hein? - e falando baixinho no meu ouvido - Lembre-se da dívida que você tem que me pagar!
- Poxa amor... Você não tem dó de mim, não é? - respondi fazendo biquinho e fingindo não estar gostando da ideia.
- Nenhuma! E vou judiar muito de você hoje, pois você sabe que foi uma menina muito desobediente! Se prepare, Leninha!
- Ai, tadinha de mim! - respondi terminando de ajeitar sua gravada, para trocarmos um beijo carinhoso mas comedido, para não estragar minha caprichada maquiagem. Algo, contudo, que não me livrou de, mesmo assim, receber uma boa apalpada no meu traseiro ao me virar de costas para ele quando saia do quarto.
Chegamos à recepção no horário marcado, como sempre Geraldo fazendo questão de não se atrasar nem um minuto em seus compromissos. O local estava lindamente decorado, já trazendo alguns motivos natalinos mesmo com a data distante ainda várias semanas. Homens com traje "smoking" obrigatório e as mulheres com longos vestidos, num desfile repleto de modelos deslumbrantes, muitos deles que eu reconhecia como sendo de grifes famosas. Taças de champagne nas mãos, aguardamos no salão de entrada seguindo o protocolo do cerimonial, até que o salão principal foi aberto e seguimos para nossa mesa reservada. A programação previa o jantar com pista aberta, acompanhado de música ao vivo para aqueles que quisessem se aventurar no salão de danças. Fora isso, tínhamos a noite toda para conversarmos, conhecermos novas pessoas e nos divertirmos naquele requintado ambiente.
Geraldo logo se enturmou com alguns outros médicos e conhecidos políticos amigos ali presentes, aos quais fui apresentada acompanhando, por um tempo e com um interesse disfarçado, os entediantes assuntos que eles debatiam, notoriamente abordando a situação de transição de governo e a instabilidade no Congresso Nacional. Pedindo licença, consegui escapar quando vi Laura e Cecília conversando próximas de uma mesa ali ao lado, me juntando a elas e felicitando a esposa de Henrique pelo filho que ela esperava, já contando com quase 6 meses de gestação.
- Nossa, como você está linda, Cecília! Acho que toda mulher grávida parece sempre radiante, não é? E essa barriguinha aparecendo é um charme! - comentei admirando como ela estava bem e animada com mais um rebento a caminho.
- Sinceramente, Cecília. Não sei como vocês têm coragem… com dois filhos ainda pequenos e já encarar um terceiro? Eu e o Sérgio ainda hesitamos tanto em termos nosso primeiro...
- Eu sei, parece loucura, né? Mas era nossos planos, desde sempre, de termos logo três filhos e depois "fechar a fábrica"... Rsrsrs
- Ah, então você planeja ligar as trompas? - perguntei, certificando-me da indiscrição ficar apenas entre nós três mulheres ali.
- Sim, já temos isso programado, para assim que acontecer o parto. Se Deus quiser, dará tudo certo.
- Com certeza, Cecília! Imagino como o Henrique deve estar feliz também... - Laura comentou isso desviando o olhar para mim por um lapso mínimo de tempo, mas o suficiente para me cutucar pelo que sabia de nós dois.
- Ah, está sim. Mas, só cá entre nós... - e Cecília falou mais baixo, inclinando-se em nossa direção - O coitado está subindo pelas paredes agora com o resguardo, sabe? Rsrsrs. Sinto pena, mas não consigo fazer nada para ajudá-lo.
- Pois é... deve mesmo ser sofrido para eles. Terem de se virarem sozinhos, ficando na mão, né? Hahaha - Laura se antecipou novamente comentando e arrancando risadas de Cecília, antes de se virar para mim provocando - Não é mesmo, Helena? Foi assim com você também? - e caprichou num sorriso malicioso e cheio de falsidade, o qual tive de ignorar e disfarçar, já brava pela insinuação jocosa de minha amiga, mas que parecia se divertir muito com isso.
Depois de mais um tanto conversando entre nós, acabamos nos dispersando, e eu fui novamente ter com Geraldo, que estava sozinho pegando um drinque com um dos garçons, perto da mesa de entradas. Aconchegando-me a ele e novamente com outra taça de champagne na mão, ficamos comentamos sobre a festa e fofocando algumas pequenas maldades do que havíamos tomado conhecimento até aquele momento, rindo com várias pequenas e inofensivas indiscrições. Distraídos, reparei já muito tarde quando Laura, naquela noite provavelmente imbuída de me atazanar a vida, vinha em nossa direção em passo com outra mulher, e a quem ambos conhecíamos muito bem: Marta.
- Geraldo e Helena, queria que vocês conhecessem uma grande amiga minha. Ela fez questão de me pedir para que a apresentasse a vocês. Geraldo e Helena, essa é a Marta!
- Muito prazer! E muito obrigada, Laura. Fico encantada de finalmente poder conhecer o casal Matozzano. Poxa, não sabem como eu aguardava essa oportunidade! - e Marta estendeu sua mão, usando uma longa e delicada luva de cetim, para receber primeiro o cumprimento de Geraldo e depois o meu, com as tradicionais saudações.
Marta, seguindo o que se esperava dela, estava deslumbrante, trajando um longo e sedutor vestido de gala preto, tendo os cabelos presos em um coque e uma maquiagem preparada para realçar e chamar a atenção para seus grossos lábios vermelhos. Seu olhar estava fixo e penetrante, alternando-se entre mim e Geraldo, o que sentíamos enquanto Laura habilidosamente tergiversava sobre amenidades e referências a assuntos irrelevantes, mas comuns a nossas vidas. Ciente da minha posição, eu me mantive firme ao encará-la, diplomaticamente conversando como se, de fato, estivéssemos nos conhecendo naquela noite. Geraldo, contudo, estava claramente incomodado, eu sentindo como ele fugia de um contato visual com ela, assim como respondia de forma evasiva e curta ao que lhe era perguntado.
Marta, então, não perdendo a chance de provocá-lo de forma mais aguda, dirigiu-lhe diretamente a palavra:
- Sabe, doutor Geraldo. Conhecendo-o agora, fiquei com a impressão de já o ter visto pelos lados do Arouche. O senhor costuma frequentar aquela região? É onde tenho meu estabelecimento, e também faria muito gosto de recebê-los lá algum dia desses...
Geraldo ficou lívido, sentindo o golpe e deixando a pergunta e convite sem respostas. Simulando um engasgo providencial, ele pediu licença e sumiu dali com a desculpa de procurar uma bebida; mesmo estranhamente com sua taça ainda cheia pela metade.
Nós mulheres, restando ali sozinhas, nos olhamos e, de formas diferentes, meio que rimos da situação, sabedoras que éramos de toda história não contada, e que estava subentendida e girando em torno do meu marido. Marta, então, tomou a frente e se pronunciou, ainda divertida com a situação:
- Desculpe, eu acho que exagerei… mas tenho certeza de que ele é forte e sobreviverá. De qualquer maneira, o que eu queria mesmo era falar com você, Helena. E tentar entender: como foi que você conseguiu, afinal, rouba-lo de mim, meu amor?
Escutei aquela pergunta atrevida sentindo meu sangue esquentando, vendo como ela como ela queria me colocar no mesmo nível dela.
- Você quer saber o motivo dele ter largado de você, Marta? Bom… quem sabe ele tenha caído em si e preferido ficar com alguém verdadeiramente mais interessante? Ou mesmo escolhido uma mulher mais atraente e quente na cama? Você pensou nessas hipóteses, Marta? - ela não sairia dali levando a melhor sobre mim, ou mesmo desmerecendo quem eu de fato era naquela trama toda.
Marta, então, olhou para mim por alguns instantes, com uma expressão meio de incredulidade no rosto enquanto analisava como reagiria ou o que responderia para mim. Até que finalmente se decidiu e resolveu prosseguir, sorrindo para mim:
- Ok, eu mereci essa! Tenho que reconhecer que você é mesmo uma mulher diferenciada, Helena! Eu sei muito bem quando encontro uma adversária a minha altura, como foi o seu caso. E também sei admitir minha derrota, apesar disso ter acontecido muito pouco em minha vida… Rsrsrs
- Meninas, não vamos deixar esse assunto passado estragar nossa noite, não é? - Laura interveio, em meio a duas mulheres que se encaravam como fêmeas na disputa por seu território. Felizmente, tínhamos um devido respeito que limitava aquela competição no âmbito mais das insinuações e ironias.
- Não se preocupe, Laura. Eu vim em paz, e, como já disse, eu sinceramente gostaria muito de podermos ter uma saudável convivência a partir de agora. Apesar de eu ainda estar um pouquinho magoada com você, Helena. Por ter me deixado aquela tarde toda esperando vocês, e depois me frustrando ao perceber que não mais viriam me encontrar… Não foi muito elegante de sua parte e você sabe disso, não é?
- Eu te entendo, Marta. E peço desculpas por aquilo, mas era algo que eu realmente precisava fazer… Não foi minha intenção atingir você. E, se serve de consolo, eu hesitei muito na minha decisão, pois a opção que você me deu era tentadora…
- Hummm, então ainda podemos nos entender, não é? Você sabe que mexeu comigo, e não paro de fantasiar como poderia ser aquele encontro a três…
Escutei aquilo em meio a uma auto reflexão sobre a importância e o real papel de Marta naquela história, algo que nunca poderia admitir abertamente a ela. Mas bem sabendo que sem o desafio de a superar e procurar me impor, talvez eu ainda estivesse na minha antiga letargia, e não tendo me descoberto para, finalmente, me libertar e me revelar a Geraldo.
Nossas conversas prosseguiram ali rodeando aquele assunto e cheias de segundas e terceiras intenções. Foram longos minutos onde se criou algum vínculo e possibilidades entre nós, e sobre as quais eu não podia ainda imaginar no que acarretariam no futuro. De qualquer forma, resolvi deixar as portas abertas e rancores de lado, ao mesmo tempo em que assistia o entusiasmo sobretudo de Laura; minha atirada e melhor amiga que não conseguia esconder seu fogo no rabo perante as perspectivas que se abriam, e das quais cogitava obviamente participar.
Depois de me despedir de Marta, vi quando ela saiu junto com Laura, em uma intimidade que me fez imaginar onde aquela noite terminaria, ainda mais ao se juntarem a Sérgio, de quem não mais se afastaram até o final da recepção. Já do meu lado, sentindo um alívio por entender que definitivamente havia resolvido a relação com Marta, circulei meio a esmo pelo ambiente. Cruzei com alguns conhecidos, até me aproximar da pista de dança e ali ser carinhosamente segura pelo meu braço, escutando um pedido inesperado:
- Se não estou enganado, você ainda me deve uma dança, Helena. Não é mesmo? - e virando para seu lado, dei de cara com Henrique, que, com um sorriso no rosto, me convidava gentilmente para nos aventurarmos ao som das músicas entoadas pela banda.
Deixei minha última taça, agora de um suave vinho branco, sobre uma bancada ali ao lado, aceitando o braço de Henrique como apoio para ele me conduzir até em meio aos demais casais que ocupavam a pista de dança naquele momento. Não me intimidei em o envolver com meus braços no entorno de seu pescoço, enquanto tinha minha cintura segura por ele para me trazer junto e num inevitável roçar de corpos. Primeiros passos sincronizados com a música, trocamos um singelo sorriso, até que Henrique quebrou o silêncio entre nós:
- Então acabou tudo certo no processo do inventário do seu avô, Helena? Vocês conseguiram fazer a partilha que esperavam?
- Oh, sim, Henrique. Graças ao seu trabalho impecável aquilo tudo se resolveu. Meus pais e tios já estão negociando a venda do terreno principal, e, inclusive, receberam uma boa proposta há umas duas semanas. Preciso até ver com mamãe como está indo o negócio e se eles precisam de algo para seguir em frente.
- Bom, você sabe que pode contar com minha ajuda, não é? Aliás, sinto muita falta das suas visitas e dos encontros que tivemos… para resolver aquele problema.
- Henrique… Já conversamos sobre isso, não?
- Sim, Helena! E você sabe que eu respeito sua decisão. Mas não me culpe por tentar, afinal de contas… não foi algo que algum dia eu possa esquecer.
Assim como eu também não podia me esquecer, tendo sido Henrique o único homem a me conhecer como mulher, e com quem cheguei muito próxima do limite da intimidade. Aquele era um segredo meu, e que o mantinha escondido de Geraldo como se fosse uma resposta e gostosa compensação pelos prazeres que ele tivera com Marta. Nem de longe no mesmo grau, mas o suficiente para eu me considerar relativamente vingada pelo que ele aprontara comigo. Além de também sempre me causar um certo frisson quando me lembrava do ocorrido; nesses momento chegando até a considerar a hipótese de algum dia eu e Henrique viermos a resolver aquela nossa pendência em aberto.
O futuro sempre nos guarda surpresas, boas e más, e eu carregava comigo a lição aprendida de nunca mais me deixar fechada ou bloqueada para as coisas da vida. Meu momento com Geraldo era maravilhoso e nosso casamento voltara a ser inabalável e finalmente repleto de muito desejo e amor. Mas o futuro viria a seu tempo, e eu deixava o barco do meu seguir o rumo sem brigar mais com o destino.
- Eu bem sei disso, Henrique, meu amor. Você nunca vai conseguir saber o quanto aquela tarde no hotel foi importante para mim. Mas vamos deixar, pelo menos por enquanto, aquela travessura em nosso passado, ok? Afinal, agora você tem mais uma responsabilidade chegando, não é? Seu terceiro filho logo estará aí, e Cecília precisará de todo seu carinho e atenção.
- Sim, Helena. Está sendo um momento muito bom, mesmo a ansiedade sendo grande. Isso sem contar agora o bendito resguardo, que está me deixando maluco…
- Bom, pelo que entendi não é nada que um congresso não possa ajudar a aliviar, não é? Rsrsrs
- Helena! Agora você está pensando mal de mim!
- Ah vá, Henrique… Vou fazer de conta que acredito que você sempre foi imune àquelas tentações todas que eu bem presenciei.
- Só caí no pecado com você, Helena. Ou melhor, quase! Não é?
Conversávamos em meio àquelas provocações e recordações, e tocando em assuntos mais picantes que invariavelmente tinham o impacto de me causar uma leve excitação. Sentia no rodopiar pela pista junto a Henrique, e num contato não percebido pelo outros, mas um tantinho mais intenso do que o que se admitiria entre dois amigos. E que resultava em me deixar gostosamente úmida entre minhas pernas, principalmente quando sentia o volume mais pronunciado dele se projetando bloqueado apenas pelo tecido de sua calça.
Contudo, aquelas danças tiveram fim quando fomos interpelados por Geraldo, que educadamente nos interrompeu pedindo sua vez comigo:
- Henrique, meu amigo. Creio que agora vou fazer prevalecer meu direito como marido dessa mulher maravilhosa. Posso?
- Como não, Geraldo? Aproveite bem, pois ela é realmente divina e você um homem de muita sorte!
Sem tirar os olhos de mim, meu marido, então, substituiu Henrique como meu par no salão para todas as demais danças a partir dali. Ao me abraçar a ele e com nossos rostos colados, ainda pude ver Henrique se distanciando de nós, não sem antes se virar uma última vez para mim e discretamente piscar o olho sorrindo; indo após isso à procura de sua esposa que o aguardava na mesa. Já enlaçada por Geraldo, fui questionada por ele quanto àquela dança com meu quase amante:
- Fiquei observando vocês dois por um tempo, dona Helena Matozzano. E não gostei muito das intimidades daquele advogado com minha esposa, viu?
- Hum, então meu maridinho querido está com ciúmes? Que lindo! - e tratei de me agarrar mais ainda a ele, ao mesmo tempo em que fazia um chamego carinhoso em seus cabelos.
- Sim, estou mesmo. E não nego! Ver como ele estava com as mãos no seu corpo e vocês tão juntos me deixou bem enciumado, Helena! - mal podia imaginar ele até onde aquelas mãos e dedos já haviam chegado, e o quanto de um prazer um tanto vingativo elas haviam me proporcionado.
- Seu bobo! Você não percebe que sou e serei sempre sua? E apenas sua? - e eu o dizia de todo o coração, e realmente convicta daquilo, não sendo algo dito apenas da boca para fora.
- Sim… eu sei, meu amor. Mas, mesmo assim. Você é uma mulher muito desejável, e agora, mais do que antes, eu sei disso. Então eu tenho proteger o que é meu, não é?
- Pois é, Geraldo. Isso é a mais pura verdade! Só o que você precisa fazer é cuidar bem de mim e também controlar e apagar o fogo que agora vive me consumindo. Simples, sem segredos. Mas será que você vai dar conta? - perguntei o encarando de forma muito sensual, num desafio velado que deixava clara a mensagem que vinha implícita.
Geraldo sorriu para mim, e me tomou abruptamente para um beijo ardente e cheio de agarramentos, fazendo isso no meio daquele salão todo, e não se preocupando nem um pouco com a atenção que atraímos dos outros presentes. Fui pega de surpresa e, quando nos desgrudamos um pouco, enrubesci ao notar que muitos ali ainda nos olhavam admirados, mas felizmente sorrindo num sinal de aprovação ao que claramente viam como sendo uma paixão totalmente renovada de um casal que se redescobrira um no outro.
Com nossa dança já interrompida, meu marido me levou pelo braço para fora da pista e me obrigou a acelerar o passo para poder o acompanhar. O curto tempo perdido em nossa mesa foi apenas o suficiente para recolhermos minha bolsa e meu casaco, eu sendo depois literalmente puxada por ele em direção à saída; cruzando, então, com Laura que nos abordou sem conseguir, no entanto, atrapalhar nosso caminho:
- Mas, vocês já vão embora? E tão cedo? O que aconteceu?
Antecipando-se a mim, Geraldo se virou, e caminhando de costas, respondeu sorrindo para ela:
- Estamos indo para o mirante, Laura! Quero mostrar para a Helena como é linda a cidade vista lá de cima! - deixando minha amiga com cara de ponto de interrogação, sem nada entender de nossas reais intenções.
Terminamos por sair da recepção como um casal de adolescentes em disparada, rindo agarrados e aos beijos na expectativa de mais um final de noite com atrevimentos não condizentes com nossa condição de casados e respeitosos pais de família.
Além dos momentos maravilhosos que tivemos, foi também naquela ocasião que eu me convenci de termos finalmente conseguido superar todas as mazelas de nossa vida a dois, passando para uma nova e deliciosa fase em nosso relacionamento. O futuro, como para todos, é sempre incerto, sendo mesmo uma página em branco que nos reserva surpresas de toda ordem. Mas eu, enfim, encontrara uma caneta para tentar o escrever junto com Geraldo, sendo uma que tinha uma tinta muito especial. Uma tinta feita de muita paixão, desejo e amor.
…
#Pós-Créditos: Uma noite especial
O tempo passara rápido desde a saída de Geraldo e Helena rumo ao baile beneficente no clube de regatas na noite daquele sábado. Tendo Soninha também fora, comemorando com os amigos o aniversário de Lúcia, a casa dos Matozzano ficara ainda mais tranquila depois que Juninho subira para seu quarto, após ter jantado com Cidinha. Já com a cozinha arrumada e a louça lavada, ela havia, então, tomado posse do sofá da sala, onde se estirava confortavelmente para assistir a mais um capítulo da novela que vinha monopolizando as atenções de todos na casa: "2-5499 Ocupado", de Ivani Ribeiro. Aquela era sua “última missão” do dia, e que fora deixada por Helena e Soninha com instruções específicas de que não perdesse nenhum detalhe para poder mais tarde lhes contar tudo que acontecera naquela trama de amor, ciúmes e traições ambientada no fictício edifício "Bartolomeu 104". Dessa forma, naquele momento e pela casa toda, apenas se podia escutar os sons da televisão ligada na sala, e volta e meia algumas reações de Cidinha rindo ou exclamando surpresa pelo que via na tela do aparelho.
Enquanto isso, no andar de cima, Juninho estava largado em sua cama tentando se distrair lendo gibis, mas com seu pensamento longe e perdendo a concentração a cada página virada; estando, na realidade, muito pouco interessado nas histórias daqueles já conhecidos desenhos. Entre uma pausa e outra, ele levantava a cabeça e olhava para a veneziana fechada da janela, imaginando seus colegas e amigos no baile que hoje acontecia na casa de Angelita; lugar recorrente de outras tantas festas, mas que, naquela noite, seria particularmente especial pelo fato da residência dela estar vazia, dado que os pais da menina também haviam ido ao notório baile beneficente.
Aquela oportunidade que fora tão comentada e ansiada por todos na turma, contudo, não era para Juninho, uma vez que ele não fora convidado para aquele baile. Assim como não havia sido para o anterior, para o outro antes dele, e também para nenhuma outra festa ou celebração alguma vez promovida pelos colegas da escola. A verdade era que, juntamente com alguns outros poucos excluídos, ele era repetidamente deixado de fora dessas ocasiões sociais. Tido como esquisito e imaturo, sofria perseguições rotineiras também na escola, em ações dos colegas que, muitas décadas depois, viriam a ser rotuladas como “bullying”. Mas que para ele eram simplesmente a realidade de como os demais o encaravam, e que faziam questão de lhe esfregar na cara dia após dia. Ele sendo mesmo apenas um mero e insignificante "bostinha".
Ao 15 anos, ele via seus amigos crescendo e se gabando em muitas histórias contadas e repetidas em rodinhas por toda a escola. Alguns já iam de saliências com as meninas mais atiradas, enquanto outros felizardos descreviam os detalhes de idas a puteiros, levados por um pai ou irmão para se iniciarem com alguma rapariga. Até Zeca, seu chapa e amigão, falava dos beijos e amassos trocados com a prima do interior quando a visitou em julho; e dos planos que tinha para ela nas férias de final de ano que se aproximavam. Enquanto isso ele, fazendo jus ao julgamento dos amigos, não passava mesmo de um pobre punheteiro solitário.
Vexatoriamente, ele reconhecia, envergonhando-se para si mesmo, que chegara até mesmo ao cúmulo de sentir algum tesão pela própria mãe, se pegando admirando suas insinuantes e glamorosas curvas e imaginando como seria seu corpo e sua intimidade. Isso antes de cair em si arrependido e decidir nunca mais ter aqueles pensamentos depravados. Todavia, já com amigas, mães de amigos, professoras e, principalmente, com sua irmã e Cidinha, a história era outra. Seus olhos ficavam atentos como um radar a qualquer relance mais sensual, na expectativa de capturar uma pose indiscreta, vislumbrar um tanto a mais de coxas, peitos, e, glória suprema, uma calcinha mal protegida.
Em sua casa, desde o dia em que espionou Soninha completamente nua no banho, seu tesão e descontrole hormonal afloraram por completo. Mesmo vivendo conflitos de consciência, ele não desperdiçava uma chance em poder homenageá-las. E, buscava se aprimorar cada vez mais em suas fantasias, indo ao limite que lhe era possível na caça de valiosas calcinhas usadas por elas. Troféus que ele se permitia esconder no fundo de seu armário por um breve tempo, e cujo perfume e cheiro de mulher inebriavam seus sentidos para as melhores punhetas que poderia conseguir. A última e atual era uma pequena peça preta de Cidinha que pegara essa semana, sendo uma das premiadas pela existência de uma pequena e escorrida mancha bem onde ele imaginava que tivera ela roçado a xaninha ao longo dia.
Contudo, ao mesmo tempo em que Juninho se refestelava e se iludia com isso tudo, ele também sofria muito no mundo real e com os platônicos relacionamentos que sonhava poder um dia manter com as meninas. Como se não bastassem as repetidas negativas e desprezo por parte delas, agora também os meninos andavam pegando direto no seu pé e gozando com sua cara por ser tão cabaço e sem experiência alguma. Sendo seu único ponto de apoio as confidências com Zeca, algumas vezes eles se perguntando até onde tudo o que os outros diziam era mesmo verdade. Todos eles posando de "fodões" e já se considerando homens, apesar da pouca pelugem no rosto.
Terminada a novela, e com boa parte da noite pela frente, Cidinha resolveu subir até o quarto de Juninho para ver se ele precisava ou se queria algo dela. Batendo e abrindo a porta, a garota logo percebeu um clima mais triste e pesado, ele com a cara de chateado e olhar perdido, podendo, inclusive, jurar ter notado algumas lágrimas a lhe molhar a face e que foram rapidamente limpas com a manga da camiseta ao vê-la entrar.
- Juninho, você não quer descer para assistirmos TV na sala, e me fazer companhia? Eu posso fazer brigadeiro ou pipoca, e gente divide, que tal? - sugeriu ela, meio que para sondar o que estava acontecendo.
- Ah, não quero não, Cidinha... Obrigado.
- Mas o que você tem, meu amor? Por que está assim, tão para baixo?
Mesmo reticente, Juninho acabou aos poucos cedendo às perguntas de Cidinha, e foi se abrindo com ela sobre seus dramas. Sentada na beira da cama e ao lado dele, ela foi ouvindo e intercedendo em alguns pontos, não apenas para elevar a autoestima destruída do rapaz, mas também para explicar a ele muito do desconhecido universo das meninas. Por vezes segurando a mão de Juninho ou acariciando seu rosto e arrumando seu cabelo revolto, ela foi lhe transmitindo seu calor humano, tanto por estar compadecida pelo solitário sofrimento dele, como também muito indignada e inconformada com o que faziam com aquele que ela ainda desconhecia ser, de fato, seu "meio-irmão" por parte de pai.
- Não tem muito jeito não, Cidinha. Eu sou mesmo um bobão! Até o Zeca é mais esperto que eu...
- Você não é bobo, Juninho. É apenas um rapaz tímido e carinhoso, mas que por dentro... - ela tentava levantar sua moral, mas com ele não querendo se convencer disso e a interrompendo.
- Você fala isso porque é minha amiga! Só está querendo me enganar e me deixar feliz, isso sim.
- Não, isso é mentira, Juninho! Eu falo porque te conheço muito bem, e porque é a pura verdade. A Soninha também concorda comigo, e te acha um garoto muito divertido e inteligente. Ela vive falando bem do irmão que tem, inclusive para as amigas. E já escutei como algumas delas comentaram sobre como você tem crescido rápido, já virando homem. Não estou mentindo, eu juro!
Nessa hora Juninho até deu uma parada olhando para Cidinha, refletindo sobre a novidade que ela compartilhava com ele. Mas ainda magoado e lembrando da porcaria do baile da Angelita, ele voltou à carga com sua lamúrias:
- É... mas vocês são aqui de casa, e isso não conta! E as amigas da Soninha são todas mais velhas e nunca iriam me dar bola mesmo. Lá na minha turma nenhuma garota me vê desse jeito…
- Não percebem hoje, e porque elas ainda são umas tontas. Mas espera que logo elas vão notar como você é especial. Além disso, saiba também que aqueles babacas dos seus colegas apenas o atormentam pois no fundo são todos inseguros e precisam ficar provando o contrário. Qualquer menina decente sabe que os bobões são eles e não você, viu?
- É, mas o que eu faço então, Cidinha? Fico parado esperando? Poxa, eu... eu... ah, deixa pra lá...
- Não! Fala, Juninho! Conta tudo para mim, vai! - e ela mais uma vez segurou na mão dele, se ajeitando na beirada da cama para ficar ainda mais próxima do garoto.
Pensativo, mas começando a ver as coisas por outro lado, Juninho ficou olhando para ela por alguns instantes. Enquanto abaixava a cabeça pensando se seguia adiante contando-lhe seus segredos, ele acabou notando melhor como Cidinha estava bonita e gostosa naquela noite; ainda mais depois dela ter descuidadamente dobrado uma das pernas e feito a curta saia subir um tanto mais para lhe revelar, ali do ladinho, as coxas macias e bronzeadas com os fininhos pelinhos aparecendo e lhe atraindo o desejo por serem acariciados. Mesmo com a longa convivência em casa, eles nunca tiveram tido, até aquela hora, nenhum momento sozinhos ou com algum envolvimento com tantos sentimentos e carinhos em jogo.
Tomando, então, coragem, ele comentou com ela, de forma tímida e envergonhada, o que mais lhe afligia, colocando para fora o que estava realmente mais lhe incomodando:
- Eu... eu não sei como abordar numa menina... como me portar. Não sei falar, não sei dançar... nada, Cidinha!
- Tudo tem uma primeira vez, Juninho. Você só precisa ser você mesmo, tomar coragem e ir em frente.
- Mas como, se nem me chamam para ir aos bailes e festas? Como vou aprender para poder fazer alguma menina se interessar algum dia e querer me namorar?
Cidinha, por sua vez, mais que sentindo dó de Juninho, não estava totalmente indiferente àquele momento. Ela já reparara em como Juninho crescera, e sabia o quanto ele estava subindo pelas paredes numa fase incontrolável de desejo. Mesmo nova, o sexo há muito não lhe era um mistério, e, com alguma curiosidade maliciosa ela passou a considerar uma interessante hipótese para aquela noite.
- Me diz uma coisa, Juninho… Você nunca beijou mesmo uma garota? - e o disse com os olhos amendoados encarando o olhar assustado do garoto.
- Não, Cidinha. Nem beijinho no rosto eu troquei com alguma amiga…
- Então… que tal se eu te ensinar como se beija? Você quer aprender comigo?
- C-como? Você me ensinar?
- É, eu te mostro como se faz, e assim você descobre que é fácil… e gostoso… Você quer?
- Eu… hã… sim… Sim! É lógico que sim, Cidinha! Mas… você não está namorando? Quer dizer… sei lá…
- Não, Juninho. Eu e o Lucas terminamos e estou sozinha já faz umas boas semanas.
- Ah tá. Não sabia…
- Bom, então vamos lá, Juninho! Primeiro fecha os olhos que vou te dar um selinho. Você sabe como é, não é?
- Sim, é só uma beijoca, né?
- Isso mesmo. Vamos, fecha os olhos - e a ela viu o rapaz fazer o que ela mandara, se aproximando lentamente para encostar suavemente seus lábios nos dele, num tempo mínimo para a troca daquele carinho.
Se para ela fora apenas num chameguinho, para Juninho, contudo, aquilo fora extremamente excitante, o fazendo reagir de imediato ao sentir os lábios quentes e macios de Cidinha junto aos seus. Sorte ou não, o providencial travesseiro estava desde o início sobre o seu colo, escondendo agora um certo volume que se formava dentro de seu calção.
- Viu? Não foi bom e gostoso? - Cidinha lhe perguntava animada com a brincadeira, e se afastando para ver a reação que causara em Juninho.
- Nossa, Cidinha... Foi bom demais!
- Ok, mas agora é sua vez! Retribui o selinho em mim… Vamos! Vou fechar os olhos para você também… - e assim ela ficou, tendo no seu rosto lindo da morena, um leve sorriso faceiro esperando o beijo de Juninho.
E ele não titubeou, repetindo com precisão o mesmo movimento que antes recebera, apenas talvez demorando um pouco mais e com um pouquinho mais de pressão do que na vez em que a garota lhe fizera.
- Hummm, Juninho. Assim mesmo, foi perfeito. Você aprende rápido, garoto! - ela respondeu assim que se afastaram e ela abriu os olhos novamente.
Seguindo a cartilha da brincadeira, Cidinha então tomou novamente a iniciativa.
- Bom, você já sabe dar beijo selinho. Agora vamos trocar um beijo de verdade… sabe como é?
- Você quer dizer… de língua e tudo?
Ela riu do jeito meigo e ansioso dele, antes de confirmar.
- Isso mesmo, vamos treinar o beijo que você vai dar na sua primeira namorada! Faz assim, oh. Vou te beijar no começo, mas depois você vai fazendo igual a mim, para a gente se beijar junto. Tá bom, Juninho?
- Estou nervoso, Cidinha... e... se eu fizer algo muito errado?
- Não tem problema. A gente para e eu te explico de novo. Mas fica tranquilo e confia em mim. Está pronto?
Aquilo estava ficando muito melhor do qualquer baile da escola, do qual Juninho nem mais se lembrava. Ele olhava para Cidinha, a garota alvo da absoluta maioria das punhetas de sua curta e limitada vida sexual, que naquela noite lhe transpirava charme e uma sensualidade leve e natural. E, em instantes, estava prestes a lhe dar o primeiro beijo de verdade de sua pobre existência. Ele tinha bem claro consigo que não era apaixonado por ela, sentimento que reservara mais recentemente para Tereza, sua atual paixonite que o ignorava por completo. Mas não negava a tara secreta pela garota que vivia em sua casa, e que lhe despertara cada vez mais tesão nesse último ano de ebulições hormonais no homem que vinha se tornando.
- Sim, estou! - respondeu ele, bem animado pelo que viria à frente.
- Então vamos, de novo, fechar os olhos juntos. E relaxa, deixando o resto comigo - e assim fizeram, Cidinha antes se aproximando mais dele, e com uma das mãos o acarinhando na face para conduzir o tão esperado beijo de língua.
E tudo se seguiu como um roteiro de descoberta. Primeiro Cidinha repetiu o que fizera nos selinhos anteriores, antes de inclinar seu rosto e abrir levemente sua boca, movimento logo percebido e imitado por Juninho. Não demorou e a moça passou a provocá-lo com a ponta de sua língua, primeiro circulando e dando pequenas lambidinhas nos lábios e dentes dele, até perceber o mesmo movimento por parte dele e invadir um tanto de sua boca. Juninho estranhou a princípio, achando até mesmo engraçado aquele contato de línguas se duelando, antes de se concentrar melhor e se conscientizar de que aquela era o seu primeiro e inesquecível beijo.
Pensando assim, e entrando no clima, ele instintivamente retribuiu o carinho recebido, também acariciando com ternura o rosto de Cidinha, enquanto se empenhava em ter sua vez de colocar sua língua na boca da garota. Ficaram nessa alternância por um bom tempo, volta e meia, e sempre por iniciativa de Cidinha, mudando de posição e inclinando os rostos de outra forma para buscarem outros ângulos prazerosos para o beijo de ambos. Juninho sentia o gosto da boca de Cidinha, numa explosão contida de emoções causadas pelos lábios macios da garota e por suas línguas se explorando, tendo o ápice na sensação gostosa de penetrar a boca receptiva dela. Escondido pelo travesseiro sobre o colo, sentia seu pau completamente duro, a também se manifestar em sinal de aprovação a tudo que acontecia no andar de cima.
O beijo foi terminando depois de um bom tempo, mais por decisão de Cidinha. Pois, se dependesse de Juninho, ele ficaria ali a beijando pelo resto da noite. Mesmo assim, ao se afastarem um pouco e abrirem os olhos, foi inevitável uma sensação boa e amorosa, algo que uniria ambos para sempre.
- Uau... nossa, Cidinha. Que gostoso!
- Poxa, Juninho... Você sabe mesmo como beijar, garoto! Não tem nada mais para aprender não... - e ela sorriu, convencida realmente de que o rapaz saberia muito bem dar tratos às meninas que viria a conhecer depois daquele dia.
Ainda sentados na cama de Juninho, um pertinho do outro, ambos sentiram, então, algo estranho. Por um lado, a missão dos ensinamentos de beijos estava concluída, e a expressão de Juninho mostrava que, ao menos por aquela noite, ele não mais pensaria no baile onde os amigos se divertiam sem sua presença. Ao contrário, ele estava mesmo era pisando nas nuvens, depois de trocar beijos com uma garota mais velha, e tão linda como Cidinha.
Contudo, um clima de "quero mais" ainda permanecia no ar. Tanto ela, surpresa pelo gosto que pegara daquele encontro inesperado, como ele, obviamente disposto a ir até onde lhe fosse permitido. E assim, foi de Juninho o movimento seguinte, arriscando com seu jeito adolescente natural e espontâneo, sugerir darem um passo a mais na gostosa brincadeira:
- A gente não pode também... fingir de namorar um pouquinho, Cidinha? Por favor? - ele corajosamente suplicou com olhos tão cândidos e sinceros que acabou tocando e enternecendo completamente o coração dela.
Achando-se até ali no comando da situação, Cidinha se espantou em como estava reagindo àquilo tudo, sentindo uma umidade inesperada molhando sua calcinha. E pensava consigo mesmo, espantada, que aquele garoto tinha potencial, e logo aprenderia a amar e tratar bem uma garota. Então se perguntou se haveria algum mal em também se aproveitar um pouco mais daquilo e ainda o colocar no caminho certo. E a resposta veio afirmativa, para a alegria do rapaz:
- Olha, Juninho. A gente pode até namorar um pouquinho. Mas você tem que me prometer que nunca vai contar isso para ninguém, entendeu bem? Tanto aqui em casa ou para seus amigos!
- Nem para o Zeca? - Juninho apostava que o amigo morreria de inveja ao saber de tudo aquilo.
- Juninho!!! Muito menos para ele, ouviu bem? Ou você jura para mim que não fala nada para ninguém, ou paramos por aqui. O que vai ser?
- Tá certo! Eu juro, Cidinha! Prometo mesmo que nunca vou contar nada para ninguém.
- Olha lá, hein? Se seus pais ficam sabendo, nem sei o que vai ser de mim...
- Pode confiar em mim, Cidinha. Dou minha palavra de honra! Eu nunca que vou querer fazer mal para você, de quem eu gosto tanto!
Mesmo ainda um tanto temorosa da boca grande do garoto, Cidinha acabou aceitando seguir em frente e atender aos pedidos de Juninho. O risco de serem descobertos, ali ou posteriormente, era tempero a mais naquela pequena safadeza toda, e que, no fundo, a deixou mais acesa e receptiva à ideia.
- Bom, então vamos fazer de conta que somos namorados, ok? Mas não abusa, Juninho. Senão eu vou embora e nunca mais, viu?
- Prometo, Cidinha. Não vou fazer nada que você não queira... Juro!
- Tá bom. Vem cá, então. Fica mais pertinho e vamos nos beijar de novo.
- Tá, mas e depois?
- Depois a gente vê, Juninho... Essas coisas não tem roteiro, não. Apenas deixa acontecer.
Dizendo isso, Cidinha se sentou de vez no meio da cama junto a Juninho. Caminho já conhecido, logo os dois repetiam, mas com mais intensidade, os beijos trocados anteriormente. As mãos deles não tardaram a encontrar o que fazer, primeiro com Cidinha acariciando os cabelos de Juninho e indo a seu encontro para um beijo mais profundo; e depois com Juninho, quando a puxou para ele, querendo abraçá-la para melhor sentir o corpo dela junto a si.
A posição, no entanto, era incômoda, e assim Cidinha jogou de lado o travesseiro que escondia a ereção marcada no calção de Juninho, e foi se montar sobre o garoto, sentando em seu colo ao mesmo tempo em que o abraçava com as pernas. Mesmo mais novo, o rapaz já era mais alto e forte do que Cidinha, e foi fácil a ter sobre si para envolvê-la com os braços. Agora mais confortáveis, eles puderam finalmente sentir o calor de seus corpos um contra outro, em meio a uma sucessão de muitos beijos. Isso prosseguiu até Cidinha dar a entender que queria a boca dele em seu pescoço, que era um de seus pontos mais fracos. Ela, então, se inclinou o oferecendo a Juninho, logo passando a sentir os lábios deles em beijos e mordidinhas que instintivamente aplicava nela; levando-a a ter deliciosos arrepios que lhe percorriam todo o corpo.
Tendo a pequena saia erguida até o início das coxas, Cidinha quase que apenas era protegida pela diminuta calcinha vermelha. Mexendo-se sem parar sobre ele, a parte de trás da peça já ia pelo meio da bundinha firme, com o tecido da calcinha entrando-lhe pelo reguinho apertado. Ela podia sentir a dureza do pau de Juninho lhe cutucando gostosamente a frente, e discretamente o puxava para si e projetava o quadril justamente para o ter encaixado na sua fendinha, buscando o prazer no roça-roça que ele lhe proporcionava no grelinho inchado.
- Hummm... Assim, meu amor! - sem mesmo pensar e de olhos fechados, ela se deixava levar, vivendo realmente aquele agarramento todo.
- Ah, Cidinha! Como você é quente e gostosa! - respondia, por sua vez, o encantado rapaz, ainda descrente de tudo que acontecia bem ali em sua cama.
Ciente de seu papel de professora naquela noite, Cidinha, então, pegou a mão de Juninho que lhe acariciava as costas e a deslocou até seu bumbum, fazendo com que ele entendesse que era ali que ela poderia e deveria estar. Mais do que rápido, logo as duas mãos do rapaz passaram a acariciar e apertar as polpas de sua pequena e redonda bundinha, sentindo como era macia a pele e como eram durinhas as carnes da garota. Perdido em meio aos cabelos longos de Cidinha, caídos sobre seu rosto entre beijos ainda no pescoço dela, Juninho se refestelava ao poder agarrar e apalpar a perfeição daquele bumbum, o traseiro de uma mulher feita e que não devia nem ser comparado com as bundinhas ainda mirradinhas das amigas da escola.
Animado com o avanço, o rapaz então seguiu até onde podia, e com os dedos foi se aventurando por baixo do tecido da calcinha dela, descobrindo o vale entre as nádegas de Cidinha. Voltando seu rosto para ela, encontraram nas bocas mais desejo e motivo para outra série de beijos molhados, com as línguas se comendo ao mesmo tempo em que ele investia com os dedos espertos, indo mais abaixo e chegando a sentir a rugosidade diferente do cuzinho de Cidinha. Ela se mexeu sobre ele, indo se agarrar mais e rebolando contra seu pau, soltando um gemido baixinho enquanto suas preguinhas se manifestavam pulsando contra a ponta dos dedinhos de Juninho. Por mais que quisesse ceder e estivesse adorando tudo aquilo, Cidinha teve, contudo, que brecar os avanços do garoto, ciente de que se não o fizesse talvez ela mesma não pudesse depois se impedir de irem além dos amassos combinados daquele namoro de uma noite.
- Não, Juninho. Ai não pode, meu amor! - e conseguiu demover as intenções dele, pegando e recolocando carinhosamente a mão dele contra seu bumbum, acima daquela área mais sensível.
Conformado, mas guardando num lugar especial de suas lembranças a memória tátil do delicioso toque feito, Juninho então resolveu investir em outro de seus sonhos, mantendo uma mão atrás, mas trazendo a outra primeiro para a cintura de Cidinha. E depois de um tempo ali a sentindo, encontrar a barra da blusinha que ela vestia para ir subindo pela lateral da barriguinha dela, em direção agora ao "andar de cima". Colocando em prática a tosca habilidade treinada com seus travesseiros, ele logo tinha a mão próximo de um dos seios de Cidinha, a borda dos dedos já chegando a sentir o peso dele se apoiando sobre sua mão. Cidinha logicamente percebeu a nova intenção do rapaz, e voltou-se para ele afastando um pouco seus corpos. Sorriso no rosto, ela olhou para ele, e disse:
- Você está muito saidinho, hein, Juninho?
- Ah, Cidinha... deixa, vai? Só um pouquinho...
- Menino...
- O que que tem? Deixa... por favor!
Mordendo os lábios, Cidinha travava uma luta interna, sem saber até onde a fronteira do bom senso permitia ela ir. Mesmo sendo errado fazer aquilo, ela estava excitada demais e adorava a sensação de se mostrar e ser desejada. E isso acabou pesando mais quando respondeu a mais aquele desejo de Juninho:
- Você quer... ver meus peitinhos? Quer? - e sua voz saiu cheia de malícia, ela o dizendo já segurando a borda da sua blusinha erguida, ameaçando cumprir o que perguntava.
- Sim! É o que eu mais quero, Cidinha... Me mostra, vai...
Ela o fez assistindo a reação que causava no jovem rapaz, subindo bem devagar o tecido de sua blusa. Estando seu sutiã, para a comodidade da noite em casa, seus peitinhos foram surgindo aos poucos, torturando Juninho pela ansiedade e expectativa até que ficaram completamente desnudos. Os seios pequenos e redondos, com escuros biquinhos também pequenos, e empinados para o céu. A pele mais clara, marcando exatamente onde ficavam os biquínis usados nos finais de semana no clube, e que tanto deixavam curioso Juninho sobre o que esconderiam.
- Posso... tocar? - Juninho seguia arriscando, querendo sempre mais.
- Só um pouquinho... Mas seja carinhoso! - veio a desejada resposta, coisa mais simples de se cumprir.
Esquecendo-se da bundinha já conhecida de Cidinha, ele trouxe ambas as mãos para frente, subindo-as com todo o cuidado até envolver e tocar delicadamente os peitos dela. Ele sentiu a pele macia e o bico dos peitos turgidos contra a palma da sua mão, vendo como a pele morena dela se arrepiou naquele toque. Ele mesmo assistia suas mãos acarinhando aquelas duas perfeições da natureza, perdendo a voz e parando a respiração... os peitos de uma mulher! Ele finalmente estava tocando nos peitos de uma garota! Sua realização era plena, na melhor noite de sua vida com certeza absoluta.
Apalpando e sentindo o volume deles, Juninho ficou o tempo permitido por Cidinha se deliciando e experimentando toda sorte de pressões e movimentos com as mãos e dedos; passando-os principalmente no entorno dos mamilos e vendo como eles reagiam, todos os poros ali se erguendo para acompanhar os bicos pronunciados e completamente duros e receptivos àquele carinho. Sua vontade a seguir era de poder beijá-los e sugar, para chegar mesmo a mamar nos seios de Cidinha. Mas ela foi prudente, e quando percebeu a intenção final do rapaz, interrompeu a brincadeira para seu parcial desgosto:
- Pronto, já viu como são, Juninho. Melhor pararmos por aqui, pois já fomos muito mais longe do que uns amassos de namoro.
- Ah, Cidinha...
- Não! Chega, mocinho. Daqui a pouco nem eu mesmo respondo por mim mesma...
- Então... Isso não é bom?
- Não! Já basta, por hoje. Você está mais do pronto para qualquer garota, viu? Pode parar de pensar besteira, pois você é um rapaz maravilhoso. E se for carinhoso com elas como foi comigo, vai ter fila na porta dessa casa, com as meninas loucas atrás de você!
Cidinha brincava, vendo Juninho sorrindo, ambos mais descontraídos e voltando a uma conversa normal, como tantas as que tinham entre eles. Deixando para trás aqueles gostosos momentos, mas que certamente nunca seriam esquecidos pelos dois, e principalmente por Juninho, sendo aquela noite o marco efetivo de sua iniciação sexual.
O tempo havia passado rápido, já estando na hora esperada de irem para suas camas. Os pais e Soninha ainda demorariam a retornar, mas mesmo assim não seria sensato seguirem mais tempo ali em meio às tentações a que se submeteram. De forma que Cidinha se ajeitou e se levantou da cama dele dando a entender que iria descer para seu quarto. Juninho ainda a olhava com um brilho nos olhos e uma cara de bobo, sem parar de sorrir.
- O que foi, garoto? Para com isso, me olha direito...
- Ah, Cidinha. Desculpa, mas não tem como evitar. Ainda mais depois de hoje...
- Tá certo, foi bom. Eu também gostei muito. Mas sossega e vamos dormir, ok? - e ela se inclina para ele, ainda sentado na cama, dando-lhe um carinhoso e um tanto mais demorado selinho na boca.
- Vou tentar, mas vai ser difícil sossegar... você sabe... do jeito que você me deixou... - e dessa vez ele não fez menção de esconder, mostrando como o volume acentuado entre suas pernas.
Cidinha não pode deixar de olhar, vendo como ele ainda permanecia com o pau duro mesmo após terem terminado suas brincadeiras. Sem rir, mas com um olhar zombeteiro, ela lhe perguntou:
- Não vai me dizer que você também quer ajuda para resolver isso ai, não é, Juninho? - e, de pé olhando para ele, apontou o dedo para aquela parte do corpo dele mais que em evidência.
Juninho, então, se fez de bobo, esperando e rogando muito para que Cidinha voltasse atrás e seguisse com mais intimidades ainda, fossem elas quais fossem. O lucro que ele já tivera naquela noite lhe permitia sonhar voos mais altos, e foi com esse espírito que ele aguardou alguma atitude da moça ali na sua frente, olhando para seu pau enrijecido que não dava sinais de que o deixaria de ficar tão cedo.
- Ok, então eu vou te ajudar, Juninho! Mas é a última coisa que vou te fazer, entendeu? - Juninho não podia acreditar no que estava escutando.
Diante disso, ele acompanhou Cidinha primeiro se virar de costas para ele, assistindo o rebolado gostoso dela em alguns passos em direção ao centro do quarto, onde se voltou novamente para ele. Em silêncio, ela foi deixando Juninho boquiaberto, ao se abaixar um pouco e ir tirando a calcinha que estava usando bem na sua frente, tendo apenas o cuidado de manter sempre a pequena saia resguardando sua nudez. Ela desceu a peça até a altura dos joelhos, dali se apoiando, ora numa perna e ora na outra, para finalmente trazer a calcinha para suas mãos.
Juninho não pensava em mais nada, apenas concentrado em saber que Cidinha não mais tinha a calcinha abaixo daquela pequena saia, estando assim nua e com a bocetinha desprotegida. Seu coração bateu mais rápido logo a seguir quando ela veio em sua direção, parando juntinho dele, e fazendo questão de lhe mostrar a calcinha vermelha na sua mão:
- Juninho... Eu sei que você vive pegando nossas calcinhas escondido. Não pensa que eu não percebi isso! - e o comentário veio na forma de uma reprimenda, mesmo não sendo ela muito severa.
- Eu... eu... ai, me desculpa! - ele ficou rubro de vergonha, seu segredo ali desmascarado sem poder contestar.
- Está tudo bem, Juninho. Eu sei que é tentador. Mas olha... promete para mim que não vai mais fazer isso, ok? Eu já sabia há muito tempo e sempre dei desculpas para sua mãe e sua irmã quando elas davam falta de alguma peça. E não foi difícil encontrar seu esconderijo, mas imagina se fosse dona Helena ou Soninha que o fizessem.
- Você está certa, Cidinha... Eu prometo, não faço mais isso, não.
- Ok! Mas para você não ficar bravinho comigo, vou deixar esse presente para você, tá bom? Mas é a última, hein? - e Cidinha pegou a calcinha vermelha que tinha na mão, e pela pontinha dos dedos a entregou para Juninho. Que a recebeu com suas mãos abertas, pegando com todo o carinho e sentindo como ela ainda carregava o calor do corpo dela.
Virando-se pela última vez para a porta, Cidinha então se despediu de um atônito Juninho, saindo do seu quarto sorrindo para ele e lhe desejando que se divertisse naquele final de noite, antes de dar um último aviso:
- E amanhã eu quero de volta essa vermelha e também a preta! As duas lavadas e limpinhas, viu?
A noite de Juninho terminou num êxtase absoluto, ele sorvendo todo o perfume exalado pela umidade deixada por Cidinha em sua calcinha, se masturbando inúmeras vezes ao se lembrar de todo o ocorrido e ainda tendo aquela recordação viva dela junto a ele. Certamente que aquela ocasião o marcaria pelo resto da vida, no rumo para se estruturar como um homem de fato; adquirindo a confiança que precisava para se impor perante os colegas e o resto do mundo. Juninho mudaria completamente depois daquela noite, a autoconfiança que precisava lhe dando mais personalidade e postura, o que logo foi percebido pela amiguinhas do colégio. Depois disso ele sempre se abriria com Cidinha e mesmo com Soninha, que lhe incentivavam e davam dicas valiosas de como se portar melhor com as outras garotas.
Já Cidinha teve um prazer mais de alma do que físico, mesmo se sentindo excitada e ficando completamente molhada com os toques ainda um tanto confusos e desajeitados de Juninho naquela improvisada aula na cama dele. Ao final, a situação toda foi algo gostoso e amoroso para ela, simbolicamente sendo um carinho a mais que ela sabia ter sido relevante para alguém também muito importante em sua vida: o meio-irmão que ela ainda estava por descobrir ter na família, e da qual nunca deixaria de fazer parte.
Mas isso fica para ser contado numa outra história…