Os meninos ficam todos afoitos comigo. Não sei se é pelos meus cabelos loiros, meus grandes olhos verdes, se é pelo sorriso que me vem fácil aos lábios ou se é pelo fato de eu não me furtar de consumir álcool.
Essa é uma daquelas coisas que viola o código de ética da empresa: sair durante o expediente para tomar uma com limão no boteco da praça. E é uma das várias pequenas infrações que a gente aprende a relevar em nome da eficiência.
O pessoal do administrativo tem menos liberdade de ir e vir do que o operacional, mas volta e meia alguém trafica uma caipirinha para dentro do refeitório.
— Vocês estão querendo me embriagar — eu sussurro, com aquele sorriso de cumplicidade que os deixa enrubecidos.
Esses – os que comtrabandeiam álcool para dentro da unidade – são os meninos da Faixa de Gaza. Um apelido dado pela chefia que acabou pegando. Eles são os problemáticos, os desajustados. E, até eu ser transferida, os incontroláveis.
O gestor não sabia como lidar com eles, mas convenhamos que ser meio carrasco não ajuda em nada. Carrasco e incompetente. Cobra dos outros um resultado que ele mesmo não entrega. Se o grupo não fosse tão bom, nosso desempenho teria despencado.
A verdade é que a Faixa de Gaza é composta por bons meninos. Tá, um pouco rebeldes, mas bons meninos. Eles só precisavam de um toque feminino.
Eu vou lá, falo com jeitinho, como pelas beiradas e os deixo mansinhos de novo. E faço de conta que eles não estão prestando mais atenção no meu decote do que nas minhas palavras ou que eles ficam olhando para minha raba rebolando para longe quando eu saio.
O fato da maior parte deles ser casado, não os impede de querer me comer.
Alguns deles são mais descarados do que outros, mas eu sei lidar com os mais atrevidos.
— Dá uma chance, Mari. Prometo que você não vai se arrepender.
— Ai, amor, eu até daria, mas você é casado. Não quero homem comprometido.
Como se eu não fosse, né?
O segredo de dizer “não” é nunca dizer “não”. Você faz o seu “não” parecer um “talvez”, um “quem sabe”.
Se o cara é casado, você diz isso, que ficaria com ele se ele largasse a mulher. Se é solteiro, diz que ele é muito moleque, muito irresponsável, senão você ficaria com ele. Ou muito velho. Ou muito desleixado.
Nas entrelinhas, você deixa a entender que quer ficar com o sujeito, mas sempre tem alguma coisinha que atrapalha.
Sempre com um doce sorriso, olhos brilhantes e chamando ele de “amor” ou “docinho” ou “gatinho”.
Não é um “não”. É um “quem sabe”, um “fala comigo mais tarde”.
O toque físico também é importante. Não que você vá esfregar as tetas no sujeito. Nada disso. Um pequeno toque. Com a ponta dos dedinhos. É uma promessa não verbalizada.
Eu gosto de sempre estar tocando os meninos. Mesmo que seja um empurrãozinho de leve ou um tapinha, mesmo que seja na brincadeira. Minhas mãos estão sempre em contato com eles.
Dois ou três eu tenho mais intimidade.
De vez em quando, eu me aproximo por trás deles e roço de levinho as unhas nas nucas deles. Falo mais de pertinho. Deixo eles sentirem o meu perfume, se perderem no esmeralda do meu olhar. E me vou. O que resta de mim é a visão da minha bundinha rebolando para longe.
O senhor meu marido, é claro, recebe mais do que isso.
Sempre que ele chega em casa, a janta está feita, a casa está limpa e eu faço uma gostosa massagem durante o banho para ajudá-lo a relaxar, enquanto ele me conta sobre o seu dia.
Eu chamo de massagem, mas não é bem isso. Está mais para um carinho mais prolongado, as unhas percorrendo seu corpo, descendo pelas costas, delineando as pernas, vez por outra pontuadas por um beijinho molhado. Eu conheço todos os seus pontos fracos. Quando ele se vira, sua pica está em riste. Eu faço uma punhetinha gostosa, enquanto beijo demoradamente meu macho, as línguas sôfregas numa briga de agarração, uma tempestade lúbrica e deliciosa. Vou de beijinhos, descendo pelo seu peito, dando atenção ao umbigo maroto até chegar na sua rola. Passo ao largo, a língua contornando sua virilha, a mãozinha safada agarrada naquele caralho pulsante, num vai-e-vem mesmerizante, terminando o contorno das suas bolas, eu subo demarcando com a língua toda a extensão daquele caralho gostoso que ele tem, até chegar na cabeçorra. Nisso, normalmente, suas mãos estão agarradas nos meus cabelos, me puxando para perto. A rola me invade a boca gulosa e meu macho fode minha boca com gosto. Quando ele me deixa respirar, eu olho bem dentro dos seus olhos e sorrio como uma boa vadia. Ora metendo sua pica até a garganta, ora de beijinhos e lambidinhas, ora punhetando sua pica ereta, enquanto chupo suas bolas. Até ele me dar seu leitinho quente, espesso e farto. Com uma carinha de menina levada, eu mostro que estou de boca cheia, sorrindo para ele, antes de engolir.
Eu disse que, quando ele chega, a janta está pronta e a casa está limpa. Eu faço a janta, mas quem limpa a casa são meus filhos.
— Eu posso até limpar, amores — falo quando eles fazem birra — mas aí a gente vai ter que esquentar alguma coisa no microondas, porque não vai dar tempo da mamãe fazer a janta antes do seu pai chegar.
Minhas crianças sabem que, assim que o papai chega, a mamãe vai cuidar dele, então eles estão livres para vadiar, jogar um game ou fofocar com as amigas.
Tanto os meninos do serviço quanto minhas amigas, dizem que o sexo no casamento torna-se escasso, mas não é o meu caso.
Para mim, casar, nunca foi sinônimo de aconchego. Tem um monte de novinhas gostosas por aí e quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência.
E eu nunca fui do tipo de garota ciumenta. Um pouco de ciúme é bom pra temperar o relacionamento, fazer o macho se sentir valorizado, mas eu sei que o proibido tem seu encanto e ficar muito no pé só vai dar aquele tesãozinho de aprontar.
Então eu deixo ele beber a cervejinha dele, ir para o futebol com os amigos e ter o espaço dele. Em contrapartida, eu quero sair com as minhas amigas – e meus amigos – quero ter minhas distrações e o meu espaço.
Sexta-feira à noite, as crianças sabem que vão ter que requentar a comida, porque papai e mamãe vão sair. Nem sempre eu e meu marido vamos aos mesmos lugares, esses programinhas de casal. Às vezes, ele vai para um bar com os amigos dele e eu vou para o bar da praça com os meninos do serviço. Não é sempre, mas acontece.
E, quando acontece, volta e meia tentam me embriagar para ver se eu fico mais facinha.
— Mari, cerveja parada dá dengue!
Vez por outra eu mando uma self pro maridão com os meninos. Ele manda uma self com o pessoal dele. Assim como tem meninos no meu rolezinho, tem meninas no dele.
Os meninos ficam tão à vontade comigo que eu não conheço só as esposas deles, mas também as namoradas. Claro que sexta, elas não aparecem. É mais na quinta, mas acontece do sujeito ganhar um vale night da mulher e aparecer com a outra no barzinho.
E, como eu finjo estar mais alegrinha do que realmente estou, às vezes rola um selinho um pouco mais molhado, um pouco mais demorado em algumas delas. Desde novinha eu beijo meninas quando bebo. É mais para atiçar os meninos do que por tesão. E sempre funciona. Os meninos ficam na ponta da cadeira, esperando o momento.
— Essa Mari é perigosa. Me lembra de nunca te apresentar a minha esposa.
— Você já apresentou, bobão.
— A gente podia fazer um bem bolado, né Mari?
— Podia mesmo, será que ela vai topar?
Via de regra, elas nunca topam. Se toparem, eu digo que estava bêbada quando falei aquilo.
Normalmente, os meninos ficam até às dez na rua, depois disso, eles lembram que são casados e começam a se arrumar para voltar para as patroas.
E eu volto para o meu macho.
“Os meninos já foram embora, amor” — eu mando um áudio — “me fala onde você tá que eu te encontro, ou então vou pra casa, você que sabe”.
São raras as vezes que ele me manda pra casa, mas às vezes rola.
Quando eu chego no bar. Geralmente no bar do Chico, mas pode ser na quadra, onde o Carlão trabalha, eu cumprimento todo mundo. As meninas que não me conhecem, as novatas, se assustam com o selinho, mas normalmente já estão alegrinhas e acabam aceitando.
Como eu disse, não flerto com meninas por tesão propriamente, eu flerto para excitar os machos, em especial o meu macho.
Eu estou sempre apimentando a relação. À essa altura do campeonato, eu sei de várias das suas taras. Nada tão incomum assim: ele gosta de fazer em público – eu já fui comida até dentro de uma igreja – e gosta de transar com duas garotas ao mesmo tempo, especialmente se as duas garotas também se chupam. Estou sempre testando novas coisas. E estou sempre de olho no histórico de internet. Claro que ele assiste pornografia. Várias das minhas amigas juram de pé junto que os maridos só tem olhos pra elas e nunca se masturbam. Miga, você está se iludindo. Todos se masturbam. Isso não te faz menos gostosa, não te faz menos esposa dele. Algum tempo depois que ele descobre uma tara nova, eu experimento. Entre quatro paredes, vale tudo. No nosso caso, na rua também, né?
Imagino que ele possa ter uma amante. Tiro isso pelos meninos lá do trabalho. Homens dizem conseguir separar perfeitamente amor de sexo – desde que seja eles pulando a cerca e não a esposa. Só não sei quantas garotas tem por aí que se dispõe a fazer tudo o que eu faço, ainda mais hoje em dia, onde tudo é mimimi, lacração e o tal “meu corpo, minhas regras”.
Em um mundo onde os homens estão começando a se sentir cada vez mais acuados, especialmente porque as novinhas estão todas cancelando os outros nas redes sociais e militando abertamente, uma garota à moda antiga – como eu – brilha.
Eu não faço militância, não fico dando murro em ponta de faca. Não faço barraco, mal levanto a minha voz. Os animais mais peçonhentos são aqueles de sangue frio. Jogar pelas regras deles – disputar espaço na violência, seja física ou institucional – é pedir para ser derrotada ou para marcar uns poucos pontos, gerando grande ressentimento. Eu não acredito em gerar ressentimento. A maior fraqueza dos homens sempre foi uma só. Eles só conseguem pensar com uma cabeça de cada vez e – na minha presença – só a de baixo costuma funcionar. Então, com jeitinho, sem vulgaridade – eu acredito que a sensualidade está mais naquilo que se esconde, no mistério, muito mais naquilo que se expõe – vou induzindo ereções e diminuindo raciocínios. Pessoas gostam de se iludir, especialmente aquelas que se acham muito másculas, muito alfas. Faço várias promessas veladas, mas deixo várias rotas de fuga preparadas.
Diferente do que eu espalho por aí, eu prefiro os casados. Moleques solteiros estão na caçada selvagem. No auge da fisicalidade, eles costumam ser pegadores, descompromissados e tóxicos. Meninas também são assim, mas enquanto homens brigam, mulheres gostam de capar. Então, eu me mantenho prudentemente longe de jovens e solteiros. Gosto dos “mais experientes” e casados. Além disso, os mais velhos costumam estar em posições de maior poder.
O macho que eu escolhi para mim é do jeitinho que eu gosto. Sargentão no trabalho, todo metido a alfa, bronco até, mas não há nada que eu não consiga arrancar dele. Parafraseando Anitta, meu jeitinho de menina brincalhona é a fórmula perfeita pra poder te controlar.
Numa dessas raras vezes em que meu macho me dispensou, cheguei em casa e ouvi uns barulhos estranhos vindos do quarto do Júnior. Foi como eu disse — “moleques solteiros estão na caçada selvagem”. Subi sem fazer barulhos, tentando decidir se dava ou não uma bronca, quando me deparei com uma cena insólita. O Júnior tava fodendo a própria irmã. Não sei o que foi mais chocante para mim. A flagrante cena de incesto que se desenrolava defronte meus olhos incrédulos ou o violento tesão que me atingiu. Quando espiei pela fresta da porta, minha filha estava rebolando em cima do Júnior. Não foi tanto o sexo em si, a conjunção carnal, mas as coisas que ela dizia. Acionou certos gatilhos que eu pensava ter superado há muito tempo. Coisas da minha meninice, brincadeiras indecentes que eu fazia com meu próprio irmão, motivo pelo qual eu fui expulsa de casa e vim tentar a sorte na cidade grande. Agora a descontrolada era eu. Quando dei por mim, estava com a calcinha de ladinho, toda babada e tocando a siririca mais pecaminosa da minha vida. E chorando. Fazia anos que eu não me entregava tão completamente às minhas paixões anormais. Gozei várias vezes antes que eles terminassem. De alguma forma, cheguei no banheiro da nossa suíte. Entrei no banho de roupa e tudo, encolhida em posição fetal, chorando feito uma criança. Fazia tempo que eu não me sentia tão desamparada. Desde o maninho, meu delicioso maninho.
Levei um tempo para me recompor, mas enfim saí do banheiro, troquei de roupa e fui andando ruidosamente pela casa até a cozinha, onde comecei a preparar algo para comer.
Como sempre, o cheiro da comidinha da mamãe os atraiu.
— A senhora — minha filha fez uma pausa, ao falar — chegou cedo, mamãe.
“Há quanto tempo você está aqui?” — a pergunta estava implícita no ar.
— Não posso ficar com saudades dos meus bebezinhos? — eu disse, meia que respondendo a pergunta não enunciada, meia que não — Seu pai ainda vai demorar na rua. Que tal a gente ter um tempo de qualidade juntos hoje?
— Claro, mamãe.
— Que tal vocês contarem pra mamãe o que meus bebezinhos andaram aprontando, enquanto eu e seu pai estávamos fora?
Mesmo de costas, mesmo à distância, eu quase conseguia ouvir seus coraçõezinhos batendo forte, sua respiração entrecortada, quase sentia mesmo o doce aroma do pavor.
— Nada não, mãe. A gente só — pausa — ficou, você sabe — pausa — brincando um pouco.
— Que legal, bebê. Agora vamos papar e a mamãe vai brincar com vocês, tá bem?
Silêncio.
Não importa a idade dos meus filhos, eu sempre vou tratá-los como se fossem meus bebezinhos lindos. Normalmente eles se ressentem disso. “Eu não sou mais criança, mãe” — mas agora o choque os fez retroagir a infância, ficando exatamente onde eu queria, bem na palma da minha mão.
Só no meio da sobremesa que a minha menina reagiu. Disse que já tinha brincado bastante com o irmão e que estava com soninho.
— Vai deixar a mamãe brincar com o seu irmão sem você, bebezinha?
Algo de mim, essa menina herdou. Ela meia que entendeu o recado. “Nem fodendo” — seu olhar me dizia.
Nada demais aconteceu naquela noite, nem na noite seguinte, nem na semana seguinte. Eu não sou do tipo que caça, sou do tipo que planta. Eu deixo a semente germinar no seu próprio tempo. Com o maninho, levou anos. Com meu marido, levou meses.
Assim como acontece com meus meninos preferidos no trabalho – como aconteceu com meu macho antes deles – minhas mãos nunca estavam longe deles, as unhas roçando de levinho suas peles, o olhar alternando entre seus olhos e suas bocas. Aquela amizade colorida, gostosa, que tão frequentemente causava ereções e inundações.
Eu já os enchia de beijinhos antes. Agora, os beijinhos foram se tornando mais ousados, mais safados.
A menina sempre foi mais ciumenta do irmão. Eu achava que era inveja, agora eu vejo que é posse. Então, toda vez que eu beijava meu bebezinho, ela queria competir. Ela não queria me deixar à sós com ele. Essa foi uma fraqueza que eu explorei bastante. Minha filha nem sempre queria fazer certas coisas, mas se eu dissesse que eu as faria com o seu irmão, sua perspectiva rapidamente mudava. Voltei a dar banho nela, um banho demorado, gostosinho e cheio de beijinhos. Ela não precisava que eu a ensinasse a beijar, mas aprendeu a amar meus beijos. E, aos pouquinhos, passou a me confidenciar cada coisinha que ela e o irmão faziam. Em troca, eu a ensinei como mantê-lo. Como esconder seus verdadeiros sentimentos. Como dissimular, como manipular um macho, puxando-o pela pica.
“As outras garotas não são suas rivais” — eu dizia — “sua maior inimiga é a mesmice, é o tédio”.
Diferente dos meninos, o amor para mim está entrelaçado com o desejo. E só se tem desejo pelo que não se possui ou não se possui completamente. O orgasmo é a falência do desejo e o princípio do tédio. Nunca deixe que um macho pense que te tem completamente. Que já fez de tudo com você. No dia em que ele gozar em todos os seus buracos, que desvendar todos os seus segredos, vai ser o dia em que ele vai começar a te ver como um estorvo. Seja essa figura fugidia, que pode escapulir a qualquer momento. Homens são caçadores e as melhores presas são as mais desafiadoras. As mulheres dizem ser horrível ser um objeto sexual. Eu gosto. O que me parece insuportável é ser um objeto descartável. Claro que ter conteúdo ajuda a manter o interesse, mas ter conteúdo demais te torna uma ameaça. Os seus maiores ativos – os mais óbvios, pelo menos – são juventude e beleza. Ambas se esvaem com o tempo. A sagacidade permanece. Teça sua teia ao redor dele, em algum momento, ele parará de se debater. O que, no final das contas, mantém o casamento não é o amor, é a preguiça. O caçador de outrora torna-se velho, pesado, incapaz de correr atrás das gazelinhas jovens e ligeiras. Acomoda-se, hiberna. Torna-se presa fácil.
Depois de comer todas as minhas amigas, meu macho tornou-se cada vez mais dependente de mim para conseguir carne novinha e tenra. Como um velho leão, ele dorme placidamente em seu trono, enquanto outros machos mais jovens cobiçam a sua coroa. Eu nunca deixo ele saber quão perto eles estão de conseguir, mas deixo bem claro o quanto ele vai perder se isso acontecer.
Um dia desses, eu deixei a porta do banheiro destrancada e minha filha me viu cuidar do seu papai. Um homem de verdade, não um moleque imberbe como o seu irmão. Com a pica de um homem de verdade. Uma pica grande, grossa e que me fodia deliciosamente por trás, enquanto eu olhava para ela. E sorria. Não era tão comum assim que eu o deixasse me controlar durante a transa. E ele aproveitava cada segundo quando isso acontecia. Uma mão segurando meus braços atrás das costas, a outra apertando meu pescoço, eu toda arqueada, a bunda projetada para trás, uma foda ruidosa, água espirrando para todos os lados. O velho leão mostrando suas garras. E minha gazelinha inocente se acabando na siririca, toda babada – disse que chegava a escorrer pelas pernas.
Passamos a compartilhar histórias. Ela me falava sobre o irmão dela. Eu falava sobre o seu pai. Depois fazia ela morder a fronha, a bundinha bem empinada e as pernas trêmulas. Minha bebezinha voltou a mamar nas tetas da mamãe. Aprendeu a gozar na boca dela. Seu desejo foi do irmão para o pai. E o irmão – como não poderia deixar de ser – foi se tornando um estorvo. Foi se tornando só meu.