Título 5.2
Eu e meu marido fomos levar nossa filha no aeroporto, chegando no estacionamento pedi para o Carlos me aguardar no carro, pois precisava falar com minha filha. Ele não se opôs. Se despediram ali mesmo. E nós duas fomos ao guichê. No portão de embarque dei um forte abraço na minha filha e comecei a chorar.
“Filha meu amor, preciso te dizer uma coisa….”
“Mãe, fica tranquila. Vc não precisa me dizer nada. Eu não te julgo. Não estou na sua pele pra saber como isso tudo foi acontecer. Só quero que vc se cuide, cuida do papai também. Ele não merece sofrer. Nenhum de vcs merece.”
Seguimos nos abraçando.. quando nos desvencilhamos, enquanto eu secava as lágrimas.
“Tá bom minha filha, vou me cuidar.”
“Mãe, não fique procurando culpados. Tente resolver o que dá pra resolver daqui pra frente. E da próxima vez q o ator do filme, estiver tomando uma chuveirada só de sunga na área de lazer da sua casa, me chama tá.”
Eu sabia, q ela já sabia. Ela sabia, q eu já sabia q ela sabia. Rsrsrs
Mas as vezes as coisas precisam ser ditas de fato.
Essa parte em participar, tem muitos detalhes da minha nova fase e pouco coisa relacionada aos temas do conto.
Espero a compreensão de todos. Pode ser chato para alguns.
Nos dias q seguiram, refleti bastante sobre tudo, principalmente sobre as coisas q minha filha falou.
Entendi q eu precisava mudar, ficar parada aonde eu estava não dava.
Fiz uma lista das coisas que precisava lidar, mudar e melhorar.
Prioridades
Primeiro: o foco do problema.
Sim. Eu mesma. A maioria dos problemas somos nós que criamos, ou no mínimo deixamos q eles aflorem. Só se chega ao destino dando o primeiro passo, e depois um atrás do outro.
Estão vendo? Não são só o Caio e a Camilla que filosofam.
P.S.: acho q é a primeira vez que falo o nome da minha + velha.
Acho que não descrevi nenhum diálogo sobre a caçula nem sobre meus pais q ainda são vivos e bem ativos. Os 2 já passaram um pouco dos 70 anos.
Me dou super bem com eles converso e visito, porém não tem muita relevância ao tema do site. Em algum momento eu devo cita-lós. Principalmente a minha caçula. Ela vai fazer parte ativa em um determinado momento dos acontecimentos. Ainda tô longe de descrevê-los.
Segundo: meu casamento.
Precisava conversar com o Carlos, sobre tudo. Meus anseios, vontade. Nem que fôssemos chegar à conclusão que o melhor era a separação.
Terceiro: meu trabalho.
Foi uma das coisas importantes que mudei e melhorei. Tanto no aspecto financeiro e relação interpessoal. Fez bem pra minha cabeça.
E por último eu acho:
Caio.
Confesso que em um primeiro momento só escrevi o nome.
Não sabia o que fazer em relação a esse ponto. Que mal ou bem, mexeu e bagunçou todos os outros. Não por vontade dele, mas sim por ter me deixado levar.
Depois de muito refletir, percebi que Caio era um problema q eu criei dentro de mim. O garoto era um encanto. Ele não moveu uma palha para que algo acontecesse. No jantar que acabou por conta do telefonema, ele só se deixou levar por algo q eu criei.
Voltei a malhar. Na verdade fui para uma academia grande perto de casa. E como não consigo malhar sem personal, combinei de a cada 2 ou 3 meses mudar de profissional., todas mulheres. Ah só pra lembrar, Alessandra dá algumas aulas nessa academia. Eu já sabia. Porém seria muito difícil encontrar uma academia legal e perto de casa que ela não trabalhasse.
Estava decidida a enfrentar meus fantasmas. Rsrsrs
Aumentei a minha frequência, e também me dediquei mais. Os resultados tanto físico como mental foram me motivando.
Fui conversar com meu marido.
Disposta a ser a mais paciente possível. Imaginava que ele relutaria em conversamos e iria ficar passivo e se fechar ao dialogado.
P.S.: a partir de agora vou tentar não ser tão detalhista em relação a cenários e coisa sem grande relevância. Pois reviver é o que tem me feito entender melhor tudo que se passou e moldou quem sou hoje.
“Carlos, tá tudo bem?”
“Não Cristina. Não tem nada bem.”
Minha paciência que prometi ter já foi embora logo ali.
“Ah é Carlos, não tem nada bem né?
Q bom. Pois também não tem nada bem comigo. E tô vendo que ou vai melhorar a partir de agora, ou pra mim já deu.
Vamos fazer o seguinte. Me conta vc o que não tá bem. E
Depois eu.”
“Cristina, por favor sem sarcasmos. O problema é sério.”
“Então me conta.”
“ Lembra que algum tempo atrás te falei da multa da empresa? Então. Tentamos de tudo. Gastamos uma grana preta com advogados. Acabou q o melhor que conseguiram foi o parcelamento do valor estipulado inicialmente.”
“Ok Carlos, podemos vender os carros trocar por um só popular. Vender o barco, algumas outras coisas sei lá.”
Ele começou a rir em um tom de desesperou. Respirou alto, se sentou.
“Eu to falando de 7 dígitos de multa. Vc é tão avoada com as coisas q nem lembra q já vendi o barco tem quase 2 anos.”
Nessa hora não entendi nada. Sou péssima em matemática.
“Ta bom. Mas vc é tão seguro com dinheiro. Oq vc fez com o dinheiro do barco.”
Ele começou a subir o tom.
“Cristina, tem mais de 6 meses q eu não tiro 1 real de pro labore da empresa.
Vc acho que barato manter uma casa dessas?”
“Vamos lá. Vc tem noção de quanto é mais ou menos a soma dos valores das conta da nossa casa? Não precisa responder. Melhor. Fala só quanto é o valor do nosso condomínio.”
“Carlos, vc sabe q eu tenho um bom dinheiro guardado. Posso te dar. Até vc se recuperar.”
“Cristina, minha querida. O dinheiro q vc tem não deve dar nem pra pagar a 1ª parcela da multa. Eu quebrei tô fudido.
Outra coisa vamos ter que conversar com as meninas. Colocar seu dinheiro na conta delas. Não sei eles podem tentar confiscar. Preciso ver com os advogados isso direito.”
“Vc tá fincado maluco? Oq eu tenho haver com sua empresa?”
“Vc é uma das sócias. Já esqueceu que quando abri coloquei seu nome no contrato social?”
Confesso que sou bem avoada em termos burocráticos e sem noção em relação a contas e tal. Pago só as minhas pessoas.
O desenrolar dessa parte financeira vai ficar evidente depois de um tempo.
“Tá bom Carlos, agora me escuta. Nosso casamento não tá dando certo. Ou mudamos muita coisa, ou vai chegar ao fim.”
“Que coisas têm que mudar?”
“Primeiro precisamos conversar mais, sempre fomos acessíveis um ao outro.
Vc ficou tão distante ultimamente.”
“Tá bom, vou tentar melhorar isso.”
“E outra. Sexo. Eu quero transar. Nossa vida sexual praticamente não existe. Ou vc começa a me fuder com frequência ou não vai dar.”
“Ah então é isso né. Agora entendi todo aquele linguajar no chalé.”
“Ah entendeu foi. E me pareceu que gostou, espero q continue assim. Escuta bem o que vou te falar. Se vc não tem vontade, não sente atração por mim. Sem problemas. Só me fala, não vou ficar te esperando. Se vc não quer tem quem queira.”
“Vc tá me traindo, tá saindo com alguém. Fala quem é?”
“Carlos, seu estiver te traindo dando a buceta por ai. Tem importância pra quem seja?”
Ele ficou em silêncio.
“Tá vendo. Vc nem se importa se sua mulher tá dando ou não pra outro.”
“Quer saber. Foda-se. Não me importo se vc tá dando por ai. Só espero que não seja alguém do nosso clico social.
E a partir de hoje vou me mudar para o quarto das meninas. Depois de quase 30 anos de casado descubro que minha mulher é uma vadia.”
O Carlos estava precisando de um choque de realidade. Se hoje eu estou aqui escrevendo é porque ele, ou melhor, nós 2 falhamos como marido e mulher. Porém eu estava ali tentando reverter isso.
Comecei a me dedicar ao trabalho como nunca antes. Na verdade eu sempre me dediquei aos projetos q estava empenhada. Porém pecava muito na parte comercial e de captação de novos clientes. Ao longo do tempo fui melhorando isso e colhendo os frutos.
A consequência disso pra minha vida foi no aspecto social. Comecei a fazer muito network. Ir em eventos comerciais. Captando novos clientes, criando novas relações, conhecendo gente nova, fora da bolha q eu vivia.
Vou encerrar essa publicação por aqui.
A próxima (parte 5.2) será voltada para o “último dos problemas” e digamos o principal.