VITINHO (PARTE II) (FINAL)
(*Escrito por Jesús Blasco)
Oi.
Bom, eu tava lá no sofá envolto nuns pensamentos que eu prefiro nem dizer.
Na verdade, não queria que aquelas coisas tivessem despertado em mim naquele momento. O Guga parecia realmente um cara bem legal, um paizão, mas tinha algo nele que me incomodava, que me deixava sem saber como agir às vezes. E as minhas últimas atitudes não me ajudaram muito também. Será que ele desconfiou de alguma coisa?
Puff... Por que diabo eu tive que entrar no quarto dele, merda? O cara tava lá com a benga de fora e eu sabia disso, merda! Mil vezes merda. Eu devia ser muito filho da puta mesmo para achar que aquele cara alguma hora não ia comentar sobre isso com o Júnior. "Fala aí, mano. Sabia que aquele teu amigo lá gosta de manjar rolas?"
Ah... De verdade, tudo isso me cansou. Não bastasse a minha vida sempre de perna pro ar, sempre um perrengue no rabo do outro, eu ainda não segurava a franga. Uma porra mesmo...
O laptop aberto reluzia na minha cara constrangida, retorcida sob mil condenações, e só então eu notei que tava de pau duro. Olhei em volta, desconfiado, mas tava mesmo sozinho. O Júnior, coitado, devia tá pra lá de Bagdá e o Guga, ah, eu sei lá do Guga. Lá fora, só chuva e mais chuva.
Eu lembro que fui ao banheiro driblando os móveis. Lá dentro, liguei a luz e apertei o volume no meu calção. Olhei em volta e senti que as paredes de azulejos brancos me espreitavam com reprovação. Mas quanto mais eu pensava que era ali, naquele mesmo banheiro, que o Guga se banhava, que ficava peladão, igual no quarto, mais eu me descontrolava. Agora não tinha mais como desviar o meu pensamento. O meu pau tava duro. Duraço. E eu o fiz pular fora do short. Assim que fechei a minha mão em volta dele, me masturbando, fechei também os olhos. Agora, eu seria quem eu quisesse.
O Guga, peladão, lá no seu quarto, me chamava. Chamava com voz ríspida. Mandão. Autoritário. Eu entrava com um pouco de medo, receio, o pelo arrepiando no braço, e ele balançava o pau para mim. Pedia pra eu chegar perto e me dizia que poderia resolver todos os meus problemas. Eu suspirava, mas ele parecia firme. Eu ainda suspirava quando ele sentou na beira da cama e arrancou o meu calção numa puxada só. Agora, a gente tava igual. E o meu pau era tão grande quanto o dele. Tão grosso quanto o dele. A gente era tão homem um quanto o outro. E o Guga se pôs de pé de novo, deixando uma mão pousar no meu ombro. "Você vai ficar bem comigo, Vitinho", ele me dizia me empurrando para baixo até eu ajoelhar. Eu cedia, sempre olhando ele nos olhos. E ele abria a minha boca com o polegar e empurrava o cacete meia bomba pra dentro dela. Empurrava fundo, com desejo, com um sorriso de bonita maldade no rosto.
No banheiro, eu gozei no mesmo instante que alguém bateu à porta.
Saí um tempo depois, desconfiado, ajeitando a roupa. O coração acelerado no peito. Teria sido ele, o Guga?
Andei até a sala e a luz da cozinha tava acesa. Fui chegando perto, um cheiro de comida passeando pela casa, acordando o meu estômago. Quando entrei lá, o Guga tava na pia, de costas, cortando alguma coisa na tábua enquanto uma panela chiava no fogão, fritando alho e cebola. Ele se virou para mim, despejando na panela uma porção de salsicha picadinha. Tava sem camisa, só de calção. E, talvez fosse impressão minha, mas parecia estar sem cueca também...
Engoli em seco.
— Foi você que bateu lá no banheiro? — perguntei.
Ele fez uma cara de quem não entendeu, mexendo na panela:
— Não. Por quê?
— Ah, nada — eu desconversei. — É que eu tava lá e alguém bateu na porta.
— Não, não fui eu. — Ele sorriu (só eu enxergava maldade naquele sorriso?). — Vim do quarto direto pra cá. Mas abre o olho, hein. Só nós aqui e alguém bate na porta, vai que tem um quarto elemento aqui em casa!
Eu sorri, divertido.
— Não ri, não, filhão — ele seguiu. — Do fecho da porta lá, dá pra ver tudo de quem tá dentro.
Aqui, eu esfriei. O fecho de qual porta?
— Da porta do banheiro? — perguntei.
E ele confirmou, com um sorriso debochado:
— Da porta do banheiro.
Eu fiquei vermelho que nem um pimentão. Não sabia onde enfiar a minha cara. Algo, no fundo, me dizia que ele, o Guga, é quem tinha batido na porta do banheiro. Mas que antes tinha visto o que eu tava fazendo lá dentro pela fechadura da porta. Agora, ali, tava tirando uma com a minha cara.
— Relaxa, cara — ele disse, ainda sorrindo, o olhar baixo na panela. — Deve ter sido o Júnior. Inclusive, cê bem que podia subir lá e dar uma olhada nele pra mim, né? Quando tu voltar, tua salsicha já tá no ponto.
Ele pareceu sorrir aquele sorriso de maldade que eu já conhecia. Eu, que não tava achando mais nada daquilo divertido, fui ao quarto do Júnior. A casa tava toda escura, só a cozinha acesa. Passei antes pelo banheiro e dei uma espiada pela fechadura. Um arrepio subiu pelas costas. Uma certeza contorceu o meu rosto de vergonha. De fato, dava para ver tudo pela fechadura. Tudo.
No quarto do Júnior, entreabri a porta e fiquei assim o espiando, a cabeça navegando longe, em outras águas. Tudo quieto, ele dormia tranquilo. Não tinha a menor possibilidade de ter sido ele a bater lá no banheiro. Ali, parado, fiquei me achando um idiota. Tudo aquilo pra nada? Porque só um idiota pra dar essa bandeira toda pro irmão do meu melhor amigo.
Saí de lá pensando em ir embora. Ir embaixo de chuva mesmo. Só pegar o meu tênis, enfiar debaixo da roupa, abrir a porta devagarinho e vazar dali. Sei lá. Não sou assim, desses viados corajosos, de afronta. Sou viado, mas sempre fui na minha. Sempre tive meus rolos, nunca me faltou um pouco de diversão no meio dessa merda toda, mas tudo na discrição, no silêncio. Talvez por medo. Com o Guga, eu me sentia sempre posto à prova. É como se eu não tivesse muito controle de mim.
Quando cheguei na sala, ele tava lá. E com certeza tava sem cueca. Aquela porra balançava sob o tecido, captava a minha atenção. Acho até que ele percebeu que eu olhei, pois deu uma amassada e me chamou pra cozinha.
— Vem logo comer tua salsicha antes que esfrie. E depois, cama.
Na cozinha mesmo tinha uma mesinha pequena, quatro cadeiras, de vidro. Eu me servi e ocupei uma das cadeiras. Dei uma bocada no pão recheado com molho acompanhando de soslaio o vai e vem do Guga. Tava fazendo pão de alho pra ele. Eu, nervoso, só queria vazar, mas, sei lá, achei que seria rude. Fiquei mais um pouco. O cara tinha feito até cachorro-quente pra mim.
Foi ele mesmo quem puxou assunto:
— Como é que são os teus pais contigo, Vitinho?
Não sei porque ele quis saber justo sobre esse assunto. Talvez quisesse adiantar a consulta fazendo um apanhado da minha vida.
— Ah — eu falei, pousando o meu cachorro-quente no prato —, não é moleza.
— E cê teve contato com os teus irmãos?
— Não muito.
— Sei. Pouco contato com homem, né?
Eu ri, sem graça. O que ele quis dizer com isso?
— Mas é assim mesmo — ele seguiu. — O Junior cresceu comigo, mas parece ter se apegado mais à mainha que ao pai. Hoje, é isso aí que a gente já sabe. Mas e tu? Nunca quis praticar um esporte? Futebol, rúgbi, nada? Só videogame?
— Ah, sei lá. Acho que não é a mesma coisa. Tem que ter algum talento pra essas coisas.
— Mas cê não precisa jogar pra ser um Neymar. Joga só pela diversão mesmo. Pra encorpar, por saúde. Nunca quis?
Eu abanei a cabeça sem saber direito o que dizer. O meu interesse por esportes, principalmente os de contato físico, eram mínimos. Nunca fui bom em bater nos outros e nunca gostei de apanhar.
— Pelo menos ia ganhar massa, crescer esse corpinho — ele falou.
Eu ri, abocanhando o pão. Agora sim. Aquele era o Guga paizão que eu conhecia.
— É difícil pra porra. Tu mesmo pode falar. Foi fácil? — Eu espichei o queixo indicando o corpão dele.
— Fácil?
— É! Ficar assim, todo entroncadão!
Ele riu, se voltando pra mim.
— Não sabia que meu corpo entroncadão tava chamando a atenção dos novinhos...
Eu fiquei sem graça na hora, mas também ri.
— Não. É doido! Não quis dizer isso. É que...
— Sei, sei — ele retrucou, me olhando de um jeito curioso. — E por que que cê foi bater punheta lá no banheiro depois que saiu do meu quarto?
Eu esfriei. Esfriei pra caralho. Fiquei todo desconsertado mesmo, mas ele... Ele parecia querer sorrir.
— Sabe, Vitinho, se você for mesmo lá se consultar comigo, poderia começar me contando sobre você de verdade, sem firula. Ou tem medo de que alguém perceba o óbvio?
Eu tava gelado e ele tava debochando de mim. Filho da puta. Me levantei pra ir embora, mas ele não deixou:
— Ei, ei. Senta aí.
— Sai fora...
— SENTA!
— Olha, cara...
— Xiiiu, cala a boca! — O tom de ameaça era claro. — Senta aí que a gente ainda tem que falar de um negocinho.
— Não tenho nada pra falar, não!
— Não acho isso. E o Junior, hem?
— Tu é doido, é? Que que tem o Junior?
— Cê achou mesmo que eu não fosse perceber, Vitinho? Você e ele? — E riu.
Eu fiquei sem ação, frio e com vergonha. Minhas pernas paralisaram.
— Pois é, meu rei — ele disse. — Você e ele no quarto quebrando louça, hem? Quem diria!
— Cê tá é doid...
— Cala a boca! Vamo falar sério agora, Vitinho. Você vem na casa dele (que, na verdade, não é dele; é minha também), come o que bem quer, fica o quanto quer, foge da tua família fodida, faz e acontece. Aí um dia parei e pensei comigo: aí tem coisa. E quando eu desconfio, sabe, eu gosto de testar. Fiz uma pergunta pro Juninho um dia e a resposta bastou pra mim.
— Sai fora, cê tá doido.
— Tô doido?
— O que que o Júnior falou então, o quê?
Ele sorriu mais.
— Ele me falou o que você gosta de chupar quando estão sozinhos jogando videogame.
Agora eu tava quente, fervendo. Com raiva e acuado. Aquele filho da puta do Júnior. Como é que ele pôde fazer isso comigo? Disse que nunca falaria pra ninguém.
Mas bem aqui, eu me traí quando olhei pra virilha do Guga. Tinha um volume ali. Um volumão. E no rosto dele, aquele mesmo sorriso de maldade. Além de estar debochando de mim, ainda tava de pau duro. Filho da puta.
Ele olhou para própria barriga e amassou aquela coisa.
— Vem aqui — ele chamou, dengoso.
— Sai fora, maluco — eu desviei.
Mas não tive o tempo de cair fora. Ele me agarrou pelo braço e me jogou no chão. Quando eu ia retomando o equilíbrio, ele já tava com o pau babando fora da bermuda.
— Vem aqui — ele o balançava pra mim, bloqueando a minha passagem. — Prova o outro irmão também, Vitinho.
Mas eu só avancei nele com tudo. A raiva e a vergonha fazem isso com a gente. Não sei onde tava com a cabeça que achei mesmo que pudesse derrubar aquele cara.
Ele nem se esforçou. Quando dei por mim, ele tava com os braços fortes pra caralho em volta de mim, grudado nas minhas costas, me imobilizando. Filho da puta. Eu sentia o pau duro dele alinhado à minha espinha dorsal. Ele ficou mexendo, fazendo-o subir e descer, rindo, perguntando se eu tava gostando daquilo.
— Me solta, velho!
E quando ele me soltou, o esforço de cair fora dali foi inútil. Ele me agarrou no couro cabeludo e me fez ajoelhar com tanta força que eu lagrimei. Aqui, bateu o pau várias vezes bem na minha cara, ainda segurando o meu cabelo.
— Não resiste, moleque. Chupa, vai. Só chupa.
— Me solta!
— Não precisa disso. Só chupa.
Chupei.
— Tá vendo? — ele gemeu. — Não precisa dessa porra toda. É só mamar. Ninguém vai saber.
Filho da puta. Não cabia, mas ele puxava o meu cabelo, me forçando a engolir aquela merda toda. Porra, se foder... O do Júnior pelo menos cabia na boca.
— Chupa olhando pra mim, vai.
Eu fiz sinal pra ele soltar o meu cabelo. Tava doendo, mas ele não soltou. Só repetiu com o mesmo dengo na voz:
— Mama me olhando.
Eu olhei. Ele sorria.
— Isso, assim mesmo...
Então ele soltou o meu cabelo e apoiou as mãos na cintura. Ele sorria, o filho da puta. Tava gostando de ter feito aquilo comigo. Sorria que nem no meu delírio, lá no banheiro. A diferença é que a realidade sempre dói mais que qualquer delírio.
Então ele agarrou o tronco do pau, o arrebitou e afundou a minha cara nas bolas dele.
— Chupa minha bolas, vai. Assim...
Depois, ele acocorou ali comigo e, chegando no meu ouvido, disse baixinho:
— Agora vem a melhor parte, hem!
E me botou de pé, afastando as coisas que ocupavam a mesa. Eu tava gelado.
— Barriguinha aqui, ó — ele bateu no vidro, indicando que eu me apoiasse ali.
— Tá doido, véi!
— Bora! Barriguinha aqui e bundinha pro alto!
— Vai tomar no cu, tu vai me arregaçar!
— Tomar no cu, sim. Você vai.
E veio vindo pro meu lado, eu recuando.
— Fica com medo não, Vitinho. Não tô fazendo nada que você não queira...
Não tava errado.
Tirou o meu cinto, abaixou a minha calça e me levou até a mesa. Quando eu me inclinei sobre ela, arrebitando o rabo, os cotovelos no vidro, ele foi lá pra trás. Senti as mãos dele abrindo a minha bunda. Ficou um tempinho assim. Uma ponta de medo no arrepio do corpo. Caralho. Só então eu senti o bafo dele, e a língua dele pousar no meu buraquinho.
Filho da puta!
Aquilo era bom! O Júnior nunca tinha feito aquilo em mim.
Ficou alternando entre a língua e os dedos, me vasculhando. Depois eu senti ele se levantar e a cabeça do seu pau encaixar na entradinha do meu cu. Merda, aqui eu gelei. Ficou assim, o esfregando ali. Depois abaixou de novo, deu uma última lambida e retornou pra essa última posição. Eu esfriei de novo. Merda, aquilo ia dar merda demais. O pau do cara era grande pra burro, não ia dar bom.
Saí da minha posição.
— Não...
— Relaxa, Vitinho — ele retrucou, baixinho. — Sei o que tô fazendo, moleque.
E me apoiou de novo sobre a mesa.
Não demorou, eu cerrei os dentes numa careta de apreensão. O pau dele foi entrando devagarinho, devagarinho, foi se acomodando, pouco a pouco.
— Ah!
— Relaxa... Relaxa, senão dói.
— Ah!...
Filho da puta!...
Uma vez alocado o pau todo, ele o tirou e repetiu a dose. Depois de novo e de novo. Começou lento, foi aumentando o ritmo, mas ainda assim doía pra burro. Pauzão, né?
— Ah, merda!
— Relaxa, vai...
Quando ele agarrou a minha cintura, eu já tava quente. Aumentou a velocidade e, pela primeira vez, eu apanhei. Ganhei uns tapas, fui ficando com marcas. Meu pau tava duro. Duraço, que nem lá no banheiro.
— Agora bate punheta, bate — ele pediu.
Eu, agora apoiado só num cotovelo, cacei meu pau e comecei a me masturbar. Ele aumentou mais as estocadas. Doía pra burro, mas não a ponto de eu querer fugir dali. Doía como também doía quando tava com o Júnior. Uma dor voluntária.
Sempre fui dos que goza rápido e com aquele cacete roçando na minha próstata, não demorei.
— Ah, ah, merda velho!
A mesa ficou escorregadia pra mim. O Guga não demorou mais que eu também. Ainda bem, eu quase caguei nele. Quando percebi, ele dava a última estocada em mim, todo lambrecado, o sêmen escorrendo pelo meu rabo que eu nem sentia mais. Lambuzados do mesmo pecado, ele me largou e respiramos. Ele me deu um tapinha e ouvi ele rir, ofegante. Nem percebemos uma sombra chegar quietinha, ficar ali espreitando. Sim. Era ele mesmo.
— Que porra é essa aqui? — o Júnior falou, parado na porta da cozinha, bocejando.
FIM?
Escrito por A. Lincon & J. Blasco em julho de 2020
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Toda gozada, minha filha? Diz o que achaste (ou não, ninguém é obrigada a nada neste word) e me caça no wattpad panóix trocar figura: