Quando a neblina tomou todo o cômodo onde estávamos, ela começou a tomar forma, criando cores, parecia que o espaço sideral, era tão colorido e vibrante, tinha uma energia surreal que podia ser sentida a flor da pele, era quase inexplicável a sensação que causava, até que a minha avó começou a falar...
A muito tempo atrás, no começo das eras, os astros celestiais a Lua e o Sol decidiram espalhar suas essências e poderes pela terra, com o intuito de manter o equilíbrio do planeta Gaia, que tinha um grande potencial de criação de diferentes formas de vida.
Sendo assim o Sol com o seu calor e força fez a partir da magia do fogo e da terra um homem e uma mulher que daria origem a família que se chamariam de Vallência. O homem então foi chamado de Deigne, que significa vindo do fogo e a mulher se chamou Lapids, que significa pedra preciosa. E eles foram levados as áreas mais quentes do mundo onde o magma era concentrado e eles poderiam viver tranquilamente com sua magia.
- A neblina começa a se mexer e mostrar exatamente tudo o que vovó estava dizendo, fico um pouco assustado e Dom segura a minha mão para me transmitir segurança porém nem o mesmo consegue manter a pose de forte devido a situação em que estávamos, realmente aquilo tudo era de virar a cabeça de qualquer um.
Já a lua usou da sua luz mística que banhava os mares e os ventos que agitavam as águas para criar seus descendentes, dessa forma surgiram Vélyus o homem do vento do norte, e Aquamarine, a Preciosidade dos mares, e a eles foram dados os litorais e os mares com sua brisa fresca para constituírem a família que teria o nome de Florencce.
- A neblina mais uma vez se transformou mais uma vez, porém esse não foi o motivo do meu choque, mas sim o fato dela estar falando do nosso sobrenome Florencce, então finalmente me caiu a ficha de que ela estava contando na verdade era a história da origem do meu sobrenome, mas sinceramente ainda era difícil aceitar toda a questão mística envolvida em tudo isso. A palavra insanidade nunca foi tão bem utilizada por mim.
Embora os astros tenham criados seus descendentes com a intensão de manter o equilíbrio no planeta Gaia, as magias opostas de suas essências sempre tendiam para que gerassem conflitos quando estes ficavam muito próximos. Fazendo até que seus celestiais parassem de compartilhar o céu para evitar mais conflitos entre as duas famílias, dessa forma a a paz reinou até certo ponto.
As famílias cresceram ao seu modo, os Vallencia tiveram 3 filhos, dois homens e uma menina, já os Florencce tiveram apenas dois, um lindo casal. Embora a convivência não fosse boa, as famílias eram obrigadas as se reunirem algumas vezes para cultuar seu celestiais como forma de agradecimento pela vida dada a eles e para o fortalecimento de suas magias. Nessa, cada filho passava por um ritual para poder receber a sua parte do poder da família, sendo os primogênitos recebendo a maior parte, que era simbolizado por pedras com as formas dos seus celestiais.
O primogênito da família Vallencia era Solarius, que recebeu esse nome em homenagem ao Astro Celestial Rei, o sol, era um lindo jovem com os cabelos dourados como o raios do sol, a pele bronzeada, que apesar de não parecer era uma característica da família, seus olhos eram castanhos claro que pareciam estar vermelhos ou amarelos dependendo da situação, seu corpo era forte e definido, e o mesmo usava a magia do fogo com maestria sendo considerado até mais hábil que seu pai, o que causava inveja no seu irmão Ignis, que era o filho do meio e embora tinha uma magia hibrida do fogo e da terra, não era tão habilidoso e elogiado como seu irmão.
Já a primogênita da família Florencce se chamava Lunara, em homenagem a Deusa Lua, a mesma era um moça jovem de um sabedoria incrível e uma beleza cativante, tinha olhos de cores diferentes sendo um verde e um azul, semelhantes a cor do mar, cabelos longos e negros como a noite sem estrela, seu corpo era magro e sua aparência era frágil, no entanto a mesma era muito habilidosa com a magia da agua, a ponto de conseguir controlar as mares como a própria Lua, no entanto sua natureza era doce e gentil e sua compaixão era maior que tudo e evitava qualquer tipo de luta, usando suas habilidades para a cura e a manutenção dos alimentos cultivados pela família.
Ambos primogênitos não entendiam direito toda a questão de a essência das magias causarem tantas brigas entre as famílias, e por muitas vezes nas reuniões tentavam amenizar o clima tenso que se instaurava no templo, principalmente quando seus pais estavam muito próximos.
Os pensamentos dos primogênitos conflitantes com a dos seus progenitores acabaram causando alguns problemas dentro de cada família, já que os patriarcas se recusavam a assumir qualidades da família oposta e muito menos cogitar a idéia de se reunir com ela por vontade própria. O pensamento comum era uma disputa de poder inexistente onde nenhuma se sujeitaria a se submeter à outra.
No entanto, no meio de todo esse ódio e desavença, os pensamentos dos primogênitos acarretaram mais do que apenas o desgostos de seus pais, mas sim um sentimento mais puro e bonito, que começou a se formar pelos dois quando ainda eram crianças, e um dos seus primeiros encontros.
Solários se encantou com a linda princesa da lua que marchava com delicadeza, parecendo até mesmo estar pisando nas macias nuvens, onde os seus cabelos eram agraciados pelo vento lhe dando leveza e fluidez as madeixas negras e brilhantes.
Já Lunara observava atentamente o que mais parecia um jovem do que uma criança, com seu corpo aparentemente moldado por árduos treinamentos, onde o cabelo parecia reluzir como o mais puro ouro, contrastando com a sua pele bronzeada, parecia emitir quase a mesma claridade do que o sol.
Ao perceber a admiração que tinha um pelo outro tentaram se aproximar diversas vezes, sempre sendo impedidos por um membro de sua família, até que por fim, foram proibidos de manterem qualquer tipo de contato.
Mas os jovens já estavam cansados de seguir as regras baseadas em um ódio que nem mesmo os mais velhos sabiam de onde surgira, então usando de sua magia e da regência de seus astros, conseguiam marcar as escondidas, encontros no limiar de suas terras. Quando enfim se perceberam, já estavam apaixonados.
- Era quase impossível não estar surtando com uma nevoa que mostrava exatamente tudo o que uma pessoa estava falando, será que quando a gente morre nossos pecados passam assim?! Sinceramente eu to procurando alivio cômico por que eu sinceramente não estou sabendo lidar com a situação, mas não vou interromper já que alguém dentro de mim, por mais louco que seja, diz que essa é a minha verdade.
Com o passar do tempo a paixão dos jovens se tornou um amor irradiante sendo percebido por todos, o que levou a fúria dos patriarcas, onde ambos acusavam a família adversária por tentarem enfraquece-los seduzindo seu primogênito. Sendo assim Lunara foi trancada em uma caverna submersa em meio ao oceano, e Solarios foi exilado na caverna de um vulcão, onde acreditava que ambos extremos afastariam de vez esse sentimento, e que só sairiam dali quando recobrassem a consciência perante o compromisso com suas famílias,
O que as famílias não esperavam, era que os Astros celestiais acompanhavam a historia de amor de seus filhos e já estavam fartos do ódio gerado por seus primogênitos afetarem a vida de seus descendentes, sendo assim usaram de suas influencias de elementos para libertarem o casal, a fim de mostras aos outros que o amor dos dois deve ser aceito e não interrompido por guerras que não pertencem a eles.
Quando libertos, os mesmo se encontraram e concordaram que o melhor a fazer era assumir o amor para suas famílias e fugirem para recomeçarem longe deles, para que talvez dessa forma as famílias entendessem melhor sobre o amor dos dois e pudessem relevar suas desavenças e por fim declarar a paz tão sonhada por seus celestiais.
Ao se mostrarem livres para suas famílias como forma de benção dos seus Astros Celestiais, as famílias se espantaram e pela primeira vez repensaram em como a forma como estavam vivendo desagradava seus grandes criadores, e com um pouco de tempo começaram a refletir melhor para lidar com um tratado de paz, que seria então selado com a união dos primogênitos da família.
Ao fim quando estava próxima para a paz reinar, em uma visita de Lunara aos Florencce, a primogênita foi brutalmente assassinada sem nenhuma proteção de seu então amado. Nesse dia a Lua ficou vermelha em revolta para com a família do Astro Sol, e em seu ultimo suspiro, Lunara evocou os poderes da Lua para jurar vingança para aquela traição.
- Nessa ultima parte não se mostrou como Lunara foi morta, apenas sombras e a lua ficando vermelha, e sussuros de vingança ecoaram de todos os lados, de uma forma intensa e tenebrosa, parecia estar tirando as minhas forças, comecei a sentir meu corpo formigar, e ficar de pé ficava a cada segundo mais difícil, até que, com o dissipar da nevoa veio a escuridão lentamente até que eu não visse mais nada<
Olá pessoal, desculpem a demora, eu tive um problema com meu pc, e por pouco não perdi esse capitulo já que eu não tinha salvo na nuvem nem no e-mail como faço habitualmente, e como bom escritor que sou eu nunca consigo lembrar direito como escrevi, então reescrever esse capitulo seria complicado já que ele é muito importante para a história.
Com essa de quarentena vou tentar adiantar a história pois ainda estou escrevendo ela, se tudo der certo, eu posto mais um capitulo essa semana
Beijos, obrigado por lerem!