Rei do tráfico cap. 3 - Príncipe das drogas

Um conto erótico de Michel Ress
Categoria: Homossexual
Contém 3712 palavras
Data: 19/09/2018 14:42:52
Última revisão: 19/09/2018 14:55:35

Meus amores, antes de começar o conto, eu a muitos anos atrás (como sou velho) eu escrevia aqui, tenho dois contos “O órfão” e “o segredo de um estranho” se vocês se quiserem ler.

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Obs: um deles é minha história.

Voltando ao conto.

Tinha cabelos loiros, olhos azuis, uma pele bem branca, um nariz quase perfeito, mas estava quebrado e uma boca bem vermelha e lábios fartos. Na hora reconheci, era o cara da balada. Gabriel o príncipe das drogas, estava de novo na minha frente.

Capítulo 3 – Príncipe das drogas

-Você? – ele me olhava com fúria, os olhos estavam vermelhos, pupila dilatada e alterado. Tinha usado droga e pelo cheiro do hálito, tinha bebido.

-O que você faz aqui? Me chama um médico logo. – ele desviou o olhar e voltou para o corredor – Quero um médico! – gritou, mas os meus colegas estavam muito ocupado tentando estabilizar o casal.

Cheguei mais perto do indivíduo, abaixei-me e falei calmamente perto do seu ouvido.

-Eu sou médico e eu que vou te “cuidar” hoje.

Falei o final na frase entre os dentes.

-Não, você não é médico, quero um de verdade -Ele parecia desesperado, logo chegou a enfermeira novata e me deu o jaleco.

-Obrigado, vou levar ele para o consultório. -Sentia os olhos dele em mim.

-Você não me ouviu? Quero outro médico. -A postura dele estava cedendo, estava com medo ou perto disso.

De novo me abaixei, só que agora minha paciência esgotou.

-Você tá vendo aquele casal ali? -Apontei para o final do corredor – Eles estão naquela situação por sua causa, os meus colegas não estão com tempo de atender você. Se preferir podemos esperar um deles liberar, mas acredito que vai ter cirurgia. Então de manhã alguém vai chegar cansado e te atender. Pode ser senhor? – eu tentava me controlar, mas era impossível.

Ele me olhou, seus olhos era realmente lindos, tirei isso da minha cabeça e me ergui. Fiquei ereto e esperando a resposta dele.

-Que seja cara. -Ele falou olhando para o teto e o levei para o consultório.

Peguei a pré ficha dele, sim era mesmo o Gabriel. Fiz mais alguma perguntas que foi respondida de mau gosto. E terminei a ficha. Tirei sangue dele, mandei a enfermeira levar no laboratório, certeza que a polícia iria querer fazer o exame toxicológico nele.

Mandei ele tirar a camiseta, tinha que fazer o exame físico também.

-Tá doido? Não vou fazer isso. – ele estava sentado na maca.

-Senhor Gabriel, estou tentando fazer o meu trabalho. Preciso que o senhor tire a camiseta para fazer os exames. Por favor, coopere comigo. -Tentei mudar minha postura e acabar logo com isso.

Ele não falou nada, só começou a tirar a camiseta com dificuldade, ele gemia de dor e a camiseta acabou ficando presa em seu pescoço. Ele não estava usando a mão esquerda, essa devia estar fraturada. Resolvi ajudar ele.

-Se você me tocar, juro que te mato. -Ele me ameaçou enquanto eu o ajudava.

-Cara, como você pode ser tão ridículo assim.

Tiramos a camiseta e vi o estado. Ele tinha um peitoral incrível, com uma tatuagem de fênix, que pegava parte do abdômen e das costas dele. Tinha uma abonem sarado com poucos pêlos, mas o que me chamou atenção foi o roxo enorme em suas costelas.

Aquilo estava errado. Poderia ser uma hemorragia. Rapidamente sair da sala, ele ficou perguntando a onde eu ia.

Voltei em pouco segundo, tinha confirmado se uma das sala de cirurgia estava pronta. Peguei a marca dele e o levei.

Tinha mais dois médico de plantão, eles me ajudaram terminar os exames para confirmar a hemorragia. O Gabriel estava apavorado. Não falava nada.

Ele começou a suar, se deitou mais na maca. Merda, não podíamos mais esperar. Tinha que ser aberto urgente.

Preparando a sala, as duas do lado estava o casal.

-Gabriel -Olhei nos olhos deles, tentei ser calmo e confiável.

-Você terá que entrar em cirurgia agora, se não seu estado vai piorar. Você fraturou uma costela e com isso teve uma hemorragia pulmonar.

Ele já estava com dificuldade de respirar. Não tínhamos mais tempo.

-Vamos te anestesiar e tudo vai dar certo, preciso que confie em mim. -ele me olhava muito assustado, seus olhos antes de fúria, estava de pavor. Sem pensar, segurei a mão dele. Apesar de ter um começo horrível com esse cara, eu era um profissional, quando mais estresse e medo ele tivesse, mais complicado seria o seu estado e isso iria agravar o quadro.

Ele assentiu com a cabeça, coloquei a máscara de oxigênio nele e dei sinal positivo para o anestesista e começamos a cirurgia.

Ocorreu tudo bem no final, a hemorragia foi controlada, fechamos ele e foi levado para a UTI.

Passei esse paciente para outro médico, o cansaço tinha batido.

Só que devido a adrenalina, não sentia, até eu sair da cirurgia e sentar em um banco. Tirei a toca, ainda estava de pijama cirúrgico. Minha mão estava na cabeça. Que noite!

Fernanda chegou, me olhou supresa. -Começou cedo seu plantão hoje Mick? – Ela se sentou do meu lado, estava também saindo da cirurgia do marido.

-Como eles estão? -falei olhando para ela.

-Quem?

-O casal, como eles estão? – minha voz era de preocupação, realmente estava. Parecia até minha culpa isso. Tentei tirar isso da cabeça, não foi eu que dirigir e bati em um carro.

-O homem está bem. Agora a esposa ainda está ainda em cirurgia, o caso dela é mais grave. -ela estava desanimada.

-Vai dar tudo certo -Falei colocando minha mão na perna dela.

-Michel? Você não foi embora né?

-Não, quando estava indo, apareceu o motorista, estava com hemorragia no tórax, tivemos que abri-lo urgente.

-Michel você tem que ir para casa, você sabe o que o Senhor Alfredo vai fazer com você se o vi aqui. -ela estava mais desanimada do que preocupada.

-Sim Fer, tenho que ir. To exausto. -abrir a boca em bocejo.

-Vai meu amigo, fica bem. -Ela me ajudou a levantar e tirei a parte de cima do pijama cirúrgico. Fui até meu armário e coloquei minha calça jeans. Olhei na janela, era dia, meu ferimento estava latejando.

O remédio que a Fernanda me deu tinha passado o efeito. Peguei outro no bolso e tomei. Logo essa dor ia embora.

Fui até a recepção, olhei meu celular, tinha dezenas de chamadas, a maioria era do Cláudio, outras do Alex. E até da minha mãe.

Eu só suspirei e mandei uma mensagem a todos, que eu estava bem.

Indo até a recepção, ainda estava no celular quando sinto alguém parar na minha frente. Olho e vejo meu chefe.

-Michel, seu plantão começa só as 20 horas hoje, o que faz aqui? -Ele estava curioso, seu tom de superioridade me irritava muito. Ele devia ter uns 55 anos, cabelos e barba grisalhos.

-Oi Doutor Alfredo, desculpa, tive que vim aqui ontem, sofri um acidente em casa – ergui a camiseta para ele e mostrei o ferimento. Resolvi ser sincero, ele ia acabar descobrindo mesmo.

-Chegou três emergência, os médicos estavam todos ocupado naquele momento e resolvi ajudar, o paciente que eu peguei estava com hemorragia e conseguimos reverter a situação.

Tentei não falhar minha voz devido o cansaço.

-Vá para sua casa, você não devia está aqui, você não tem que atender ninguém quando não está trabalhando e ainda ferido. Poderia ser mais trágico do que já é, cometer erros e isso não pode acontecer Michel. Você não vai trabalhar hoje. Amanhã esteja aqui as 20 horas e vai direito para minha sala.

Ótimo, agora estava ferrado.

Ele saiu e continuei meu caminho, era hora de ir para casa, mesmo.

Mas parei no estacionamento, não conseguir chamar meu Uber.

Minha cabeça estava explodindo, pernas bambas, visão escureceu, e tudo apagou.

Abrir meus olhos, estava escuro, meus olhos estavam doendo. Onde eu estou?

Avistei um banheiro e fui em direção a ele, me alivie e me olhei no espelho, estava péssimo.

Aliás que banheiro era esse, sair de lá e tentei acender a luz do quarto. Aquele não era meu quarto, fui em direção da porta, quando ela se abre.

Entrou um homem, eu conhecia ele. Era Vítor, pediatra do hospital.

Mas por que eu estava ali, o que aconteceu?

-Acordou Michel? Senta na cama, te trouxe café. -Ele estava segurando uma bandeja.

-Por que eu estou aqui? – me sentei na cama e passei a mão no cabelo.

-Você desmaiou no estacionamento, eu te encontrei e te levei para dentro do hospital, você ficou de observação e como não sabia onde você morava te trouxe para minha casa. -Ele disse sentando no meu lado e me oferecendo uma xícara de café.

-Michel, quantas horas você está sem dormir?

Tentei lembrar, ainda estava lento, tinha dormindo muito pouco ontem depois do plantão e passei a madrugada em claro.

-Muitas horas, que horas são? – falei me levantando e indo até a janela, o sol estava alto, já tinha passado da hora do almoço.

- São 15:30 da tarde, queria deixar você descansar.

-E o chefe? – bebi um gole de café, sabia que eu estava em uma enrascada.

-Ele não ficou nem um pouco feliz, disse que vai conversar com você. -

Vítor também bebia café.

Olhei para ele, eu nunca tinha reparado em Vítor.

Ele devia ter uns 30 anos, cabelo preto encaracolado, com alguns fios brancos. Não tinha barba, o olhos dele era muito carismático, da cor castanha, ele era moreno, tinha um corpo normal.

Sempre que passava por ele só o cumprimentava, nunca parei para conversar.

Eu tinha que ser mais humilde mesmo, sempre focado no meu trabalho e nunca percebia as pessoas que estava ao meu redor. Isso era muito egoísmo.

-Vítor, obrigado cara. Te devo uma, eu vou para minha casa. Tenho que colocar minha cabeça em ordem.

E nesse momento vi que tinha uma marca de sangue na minha camiseta, ele percebeu isso.

-Seu ferimento estava sangrando, não sei o que você fez, mas esta feio, te fiz um curativo novo,

-Eu não lembro de nada, eu estava tão ruim assim?

-Você dormiu igual uma pedra, acho que te jogasse de um prédio, você não ia acordar. – ele deu risada, eu forcei um sorriso.

-Tenho mesmo que ir Vítor. – falei calçando meu tênis que estava perto da cama.

-Michel, você não quer almoçar? Fiz almoço, eu já comi, mas deixei para você. – Ele se levantou e foi até mim, eu não me mexi.

Levantou minha camiseta e conferiu o ferimento. O seu perfume era maravilhoso, por um minuto eu fiquei fascinado.

Não sabia nada de Vitor, as pessoas falavam que ele era casado, outras que era gay. Nunca parei para saber fofocas, era algo que não me interessava (só se a vítima fosse do meu interesse rsrsrs).

Sair de perto dele, apesar de toda essa confusão, meu pau estava dando sinal de vida. Realmente estava confusão com tudo que aconteceu.

Fui até a porta de Vítor e ele me seguiu até a portaria, agradeci muito ele e combinei de sair para beber um dia desses.

Ele me puxou e me abraçou, era bem confortável o abraço dele, por um minuto me permitir ficar ali. Queria fugir daquele horrível final de semana, mas não podia, tinha que seguir em frente.

Chamei um táxi e fui embora.

Chegando no prédio, dei boa tarde ao porteiro e peguei o elevador, subir até meu andar e bati da porta do lado da minha. Precisava falar com meu amigo.

-Bicha, você apareceu ! -Como o Alex era querido, eu amava aquele jeito alegre dele, quando me mudei, ele fez questão de me preparar um almoço para me conhecer, me identifiquei muito com ele.

Apesar das brincadeiras, Alex era um homem adulto e com muita experiência. Me dava muito conselhos e aprendi muito com ele.

-Amigo, to cansado. – fui direto para o sofá dele, tomei cuidado com o ferimento e me deitei de barriga para cima.

-O Cláudio passou mais cedo na sua casa e como não te encontrou veio aqui e me contou tudo. Não acredito que você brigou com o Príncipe.

Bom vocês podem imaginar que lembrar daquela história e que horas atrás eu estava literalmente com o sangue dele na minha mão, me deu arrepios.

-Você conhece ele? -perguntei olhando surpreso para o Alex.

-Claro! A mãe dele era minha amiga, vi aquele garoto crescer, uma pena que ele esteja nessa situação, já falei para o Rei que tem que dar um jeito nesse menino.

-A e você também conhece o Rei. Por que só eu que nunca tinha visto essa família. Eu moro aqui a 2 anos.

-Você já deve ter visto sim, só que como você vivia no mundo da lua com o seu namorado. Nunca reparou em nada na sua frente. -Sentir uma pontada de julgamento na frase dele, mas tinha razão, eu vivia para trabalhar e para o Augusto.

-Eu fiz uma cirurgia nele essa manhã! -Falei indo na direção da geladeira, estava morrendo de sede.

-Em quem?

-No Gabriel. -Bebi um gole de água.

-O que aconteceu? Você bateu tão forte assim nele? -Meu amigo parecia surpreso e assustado.

-Não, o idiota dirigiu bêbado e drogado e se envolveu em um acidente e ainda quase tirou a vida de um casal.

-Meu Deus, o rei tem que dar um jeito nesse menino, não é possível.

Fiquei mais um pouco lá, contei com detalhes os acontecimento, falei que meu chefe queria me matar, que dormir na cama de um estranho e nem transei com ele.

-Que final de semana em! -Meu amigo se sentou perto de mim- deixa eu te contar uma novidade, vou ficar um mês em Maceió, na casa de uns parentes meus. Peguei férias e vou amanhã.

-Alex, por que o senhor não disse antes. - olhei em volta e tinha umas malas no canto. – Você não pode me deixar. -Fiz cara feia.

-Amigo, eu volto, mas você tem o Cláudio – ele falou o nome do Cláudio com ódio.

Em um passado não tão longe os dois ficaram e um não aguentou o outro, mas sabia que naquele angu tinha caroço.

-Nossa no jeito que fala no Cláudio, acredito que vai dar casamento. -Dei uma risada, adorava provocar eles, principalmente quando os dois estavam no mesmo local.

-Credo, nunca mas Michel. Não sei por que você insistiu tanto. Ele pode ser bonito, gostoso e.... -ele parou de falar, sabia que a próxima qualidade seria dotado, mas deixei quieto. -Mas não conseguimos falar uma frase sem um querer matar o outro.

-Somos incompatíveis em tudo. E ele é muito galinha. Sabia que ele está pegando um menino que já fiquei.

Alex começou contar as histórias, novidade e eu fingia que prestava atenção, minha cabeça estava longe. Como será que estava Gabriel e por que não paro de pensar naquele idiota. Que raiva de mim.

Fui para casa, peguei o telefone e liguei para o Cláudio, que não parava de me mandar mensagem.

Expliquei de novo por que não tinha ligado, contei o que aconteceu, ele ficou muito animado (ele era estranho mesmo).

-Isso parece novela mexicana. -E deu risada. Liguei para minha mãe também, a ela contei outra versão.

Comi alguma porcaria que tinha em casa, odiava cozinha, fui para o quarto e me deitei.

Acabei dormindo e acordando só de noite. Estava ansioso com alguma coisa. E descobrir que precisava saber do Gabriel, eu estava de novo de folga e se eu aparece-se lá meu chefe iria me matar. Liguei para dona Vera.

-Oi amores, sou eu o seu doutor preferido! – ela atendeu no segundo toque.

-Meu Michel? – ela tinha voz rouca de tanto fumar, já tinha brigado muito para ela sair desse vício.

-Sim linda, preciso de uma ajuda sua. -Falei mais baixo, para fingir que era segredo, ela entrou no jogo e mandou eu falar.

-Preciso saber do estado do paciente Gabriel Sabatin Goss.

-Mick, você sabe que mesmo você sendo médico, não posso te dar essa informação se você não está aqui.

-Ele é meu paciente ou era, bom Verinha, quebra esse galho, to curioso. -Dei uma risadinha para tentar convencer ela. E deu certo.

-Tá, o que não faço pelo meus bebês. -Ela meio que adotou eu e a Fernanda.

-Bom, ele tá internado, tá estável.

-Tá, mas e a polícia? Não vai prender ele ? – falei rápido.

-Não, o pai dele esteve aqui, com o advogado. E ele foi liberado. -Maldito sistema, com certeza o pai dele pagou os guarda ou o hospital.

Bom, eu coletei exames de sangue dele, quando sair o Toxicológico, ele vai para cadeia. Já estava nervoso de novo, por que me importava tanto assim?

Desliguei e fui assistir tv, amanhã ia cedo ao hospital, queria saber o que meu chefe queria e resolver isso logo. Sei que não era essa minha ideia.

De manhã fui no hospital, estava ansioso e nervoso. Respirava fundo. Fui direto no quarto onde o Gabriel estava.

Ele estava deitado na cama do quarto, parecia dormindo. Fui mais perto, meu Deus como ele era lindo, eu tinha que assumir isso. Apesar dos cortes e os roxos no rosto, mesmo assim não pedia a beleza.

Tenho que ir embora, me viro e ele me chama.

-Doutor... -Ele estava com voz de rouca de sono.

Me viro e volto até ele e me olhou.

-Você está bem ? – perguntei timidamente para ele, que só assentiu com a cabeça.

Peguei a ficha dele, tinha fraturado umas costelas, o braço e o ombro.

-Quanto tempo vou ter que ficar nessa merda de hospital? – e aí estava o idiota de sempre.

-O seu médico que vai dizer a hora que você vai embora. -Falei me virando de novo para ir embora, mas ele segura meu braço com a mão que não tinha sido quebrado.

-Espera, eu... -Ele pensou em terminar a frase, mas não conseguiu. -O casal, eles tão vivo! – Sentir preocupação na voz dele.

-Sim, não Graça a você. – Minha raiva por ele tinha voltado, soltei a mão dele da minha.

Peguei e sair do quarto. O que eu estava pensando? Por que me preocupar com ele?.

Fui no escritório do meu chefe, ele ficou surpreso. Me deu uma bronca e me deu uma semana de folga.

Que tédio, o que ia fazer essa semana em casa.

Chegou sexta, estava enjoado de ficar na minha cama e pensando no Gabriel, o maldito não saia do meu pensamento.

Tentava de todas as formas pensar em outra coisa. Resolvi então pegar meu afilhado. Passei na casa da Fernanda, quando eu vi meu pequeno, ele veio correndo no meu colo.

-Titi -Ele ainda estava aprendendo a falar, sabia que ele queria dizer titio.

-Oi meu anjinho, como você estar? – ele me abraçou e me chamou para brincar.

-Vamos sim, mas vamos na praça e você vai tomar sorvete. – ele pulou de alegria, Fernanda me olhou de canto de olho, ela sabia que eu mimava muito ele.

-vocês dois voltam às 17, que tenho que levar ele para minha mãe. – Dei um beijo no rosto da Fer e o Bernardo deu do outro lado e formos.

O dia estava lindo, o Bernardo não parava de correr. Ele era a cópia do pai dele. Como um ser humano consegue deixar de cuidar de um bebê tão lindo igual esse.

Levei ele no parquinho, estava se divertindo muito e eu também. Tinha que fazer mais isso.

Quando peguei o Ber para levar para a mãe dele, alguém entra na nossa frente.

Revirei os olhos quando vi que era o Gabriel, ele estava com o gesso no branco e as feridas do rosto estava cicatrizando.

-Oi dourtozinho, que lindo seu filho. -Ele se abaixou até ficar na altura do Bernardo.

–Ele não é meu filho, é meu afilhado. -Gabriel me ignorou e voltou a falar com o Bernardo.

-Oi pequenino, você já tomou sorvete? – o Bernardo no começo ficou tímido, mas depois que ouviu sorvete já se agitou e pulou no colo do Gabriel, que fez cara de dor, acho por causa do braço, mas o Gabriel colocou ele no braço bom e o Bernardo começou a mexer o gesso.

-Esse menino tem que aprender a não ir com estranhos. -Revirei os olhos.

-Eu não sou estranho flor, sou amigo.

-Amigo de quem? Vem Bernardo, vamos embora. – peguei o Ber do colo do Gabriel e apontei o dedo na cara dele.

-Eu tenho nome, não sou flor.

Ele começou a ri, me deixando com raiva.

-Doutorzinho, queria te agradecer pelo que fez por mim – ele disso ainda com o sorriso na boca.

-Só fiz meu trabalho! – deixei o Ber no chão e peguei na mão dele forte. Ele reclamou um pouco, mas deixou.

-Não, to falando dos exames, você me salvou de uma boa.

-Exame? Que exames? -Não estava entendendo nada.

-Os de sangue, que você trocou e deu negativo o toxicológico.

-Não, eu não fiz isso! – Eu devia tá louco se algum dia eu fazer isso para salvar a pele desse idiota.

-Bom, mesmo assim valeu cara. -Ele virou e foi embora.

Ótimo agora to sendo acusado de fraude.

Aquilo não saiu da minha cabeça na volta para casa.

Nunca que iria fazer isso, eu dei os tubos nas mãos da enfermeira, o tubos que eu mesmo tirei. Não, não pode ser.

Deixei o Bernardo na casa dele e fui em direção a minha.

Já estava escurecendo, não ia muito rápido. Um carro de trás estava com os faróis alto, aquilo estava incomodando, virei uma rua para seguir por outro caminho. Mas o carro ainda estava atrás de mim.

-Só me faltava essa agora. -Gritei e bati a mão no volante.

Olho para frente e estava vindo outro carro de luz alta.

Mas meu Deus, hoje é o dia internacional dos idiotas?

O carro de trás ainda estava com os faróis alto e o da frente mudou de pista e estava vindo na minha direção. Bacana, um assalto.

Não tinha saída, parei o carro e esperei pelo pior.

Continua...

Gente me atrasei, to sem tempo, amanhã não postarei por que é feriado na minha cidade, mais sexta tentarei. No próximo capítulo vou responder os comentários de vocês tá? Esse tive que fazer correndo. Bjao espero que gostem.


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Comentários

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Michel parece ser um bom médico mas um pouco explosivo e irresponsável consigo mesmo,, já Gabriel, cheio de si por ser "o príncipe das drogas" além de ser filhinho de papai e mimado. O que vai dar desta relação? Que história será essa de troca de exames e quem será que fez a troca? Quais as consequências disso para Michel? E quem será que está cerando Michel? O príncipe? Desconfio que seja oo rei... Já ansioso pelo próximo...

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Uma perguntinha rápida. Você tem mais contas além dessas 3 que você falou?

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Já tinha lido as suas duas histórias anteriores e gostei muito, parabéns. Mas se eu não estou enganado, tinha uma terceira história sobre um cara que fugiu de um hospital e foi parar numa cidade praiana.

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Oi, vi seus outros contos, e vi que "o órfão" ficou sem o capítulo 4(foi retirado) e que você enviou para quem não tinha conseguido ler. Por acaso você ainda tem esse capítulo, se sim, se for possível você me enviaria ele? Fico no aguardo de sua resposta para informar meu e-mail. Um abraço.

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Que bom que você voltou, eu já li seus outros contos e vivo relendo eles.Pena que alguns autores simplesmente somem sem explicação outros voltam.Seja bem vindo de volta.

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Será que o Gabriel seguiu para saber onde ele mora...

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Perfeito. Ansioso pelo próximo capítulo.

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