Estava em casa. Tinha acabado de chegar da natação e fui tomar banho. Não vira seu Carlos desde a última foda. O Lucas, por outro lado... mas continuava complicado. O Dr. Marcelo mal passava pela minha cabeça. Só o veria dali duas semanas, então deixara para me preocupar com isso mais próximo da minha consulta. Minha mãe já avisara que talvez nem voltasse para casa naquele dia, então tinha planos de, caso ela confirmasse que não voltaria, chamar o Lucas para ir até lá. Entrei no banho, a porta aberta como sempre ficava quando eu estava sozinho. Lavei a cabeça e estava me ensaboando. Ergui a perna para tirar a espuma da joelho quando uma voz falou na porta:
- Tá aí então meu paciente predileto!
Minha cabeça estava tão longe que levei um susto da porra. Do jeito que estava, todo ensaboado e de pé em uma perna só, virei de supetão para a porta e me deseuilibrei, escorreguei, bati com a cabeça na parede e caí no chão. O sorriso do Marcelo sumiu na hora e ele entrou correndo no banheiro, todo vestido, se enfiando debaixo do chuveiro para me ajudar a levantar.
- Porra, Gabriel, cara, desculpa!
Tentei responder mas não consegui, estava meio zonzo. Não que eu fosse desmaiar ou cair duro no chão, morto e estirado - até porque no chão eu já estava - mas fiquei um pouco tonto. Tentei levantar e senti a cabeça pesando e girando. Marcelo se abaixou, me pegou pelo braço e me ergueu. Passando o seu braço pela minha cintura, me puxou para fora do banheiro e me levou para o quarto da minha mãe, o mais próximo. Me deitou na cama, pediu para que eu não fechasse os olhos e saiu do quarto. Ouvi o chuveiro fechando e segundos depois o Marcelo voltou, encharcado e pigando água.
- Gabriel, fala comigo, tá tudo bem?
- Tá... tá sim... tô bem - eu respondi.
- Não, não levanta ainda não - ele disse, em empurrando de volta para a cama.
- Eu tô bem, cara, foi só o susto - eu falei. Realmente, a tonteira havia passado. Tanto que eu começava e me dar conta de que estava pelado na frente do Marcelo - de novo.
- Tá sentindo alguma coisa? - ele disse, adotando um tom de voz profissional. Pegou o celular do bolso e ligou a lanterna. Testou meus reflexos, perguntou novamente se eu sentia dor e só depois de eu tranquilizá-lo novamente, que me deixou sentar.
- Fera, desculpa, de verdade. Combinei de passar essa semana pegar umas coisas com a sua mãe, vi que o carro não tava aí mas a casa tava aberta, imaginei que você 'tivesse.
- Não, ela não vem hoje, tá tudo bem.
O Marcelo riu novamente e passou a mão pelo cabelo, todo molhado.
- Deixa eu pegar uma toalha para você... - eu falei, levantando.
- Não, tá tudo bem - ele disse.
- Sério, eu pego, aproveito e ponha uma roupa - respondi.
Marcelo não chegou a corar, mas vi uma cor brotar no rosto quando ele se deu conta, como eu, de que eu estava li pelado. Fui apressado para o meu quarto, com medo da minha rola dar sinal de vida na frente dele. Vesti uma samba canção, peguei a toalha e voltei para o quarto da minha mãe.
- Aqui - entreguei para ele.
- Poxa, 'brigado - ele disse, se secando. A camisa branca estava metade molhada, assim como o jeans.
- Se quiser, eu posso colocar tua roupa na secadora, pelo menos para tirar um pouco da água.
- Ah, imagina que eu vou te dar esse trabalho depois da mancada que eu dei... - ele começou.
- Fica tranquilo, é coisa rápida - insisti.
Imaginei que ele fosse recusar novamente mas não. Marcelo puxou a camisa de dentro da calça, desabotou, tirou e entregou para mim. Como eu imaginava, os pelos do seu peito desciam pela barriga formando um caminho da perdição farto. Meu pau pulsou involuntariamente.
- Deixa eu ver se tem algum shorts que te sirva - dei as costas para ele e voltei para o meu quarto, percebendo que teria de por uma cueca se não quisesse que o dr. Marcelo me visse uma segunda vez de pau duro na frente dele. Estava abrindo a gaveta quando ouvi na porta:
- Achou?
Me virei e lá estava ele, uma mão apoiada no batente, a outra segurando sua calça. De resto, usava só a cueca cavada cinza, um sapato e meia social. Tarde demais.
- Ainda estou procurando - falei, fechando a gaveta e abrindo a porta do guarda-roupa.
Aquilo era surreal demais. Quais as chances daquele homem aparecer na minha casa enquanto eu estou no banho e acabar só de cuecas na porta do meu quarto? Ou ele percebera o meu interesse e estava forçando a situação ou simplesmente eu conseguia disfarçar tão bem que ele não via nenhum constrangimento eu ficar daquele jeito perto de mim. Bom, ele era um urologista, então caras pelados não deveria ser uma novidade asim tão grande.
Encontrei uma bermuda de moletom e entreguei para ele. Não tinha como esconder a minha ereção então resolvi fingir que ela não existia. Peguei a calça e segui para a lavanderia. Pelo barulho de passos atrás de mim, ele me seguia. Abri o saco plástico da secadora e estendi sua camisa e sua calça. Então Marcelo disse atrás da mim:
- Sabe do que mais, acho melhor dar uma secada nessa cueca, senão vai molhar toda a calça...
Não me virei. Fingi estar ocupado com a roupa na secadora e esperei que ele me entragasse.
- Aqui - ele se aproximou de mim e estendeu a cueca por cima do meu ombro. Peguei-a para estender - sua mãe ficou aliviada depois da nossa consulta? - ele perguntou.
- Ah, sabe, nem cheguei a comentar com ela... - respondi, ainda de costas para ele.
- Sério? Bom, depois eu mando uma mensagem para ela avisando que o filhão dela está em plena saúdade... mas e você, Biel? - Marcelo estava agora mais perto, podia sentir seu corpo a poucos centímetros do meu - Está mais aliviado depois da consulta?
- Ah, cara, eu nem fico preocupado, é ela, sabe, que...
- Não, Biel, cara, não tô falando disso - Marcelo falou e senti ele se afastando. Estendida a cueca, não vi mais desculpa para ficar de costas. Liguei a secadora e me virei. Dr. Marcelo, alto e peludo, estava escorado na máquina de lavar, as duas mãos apoiadas na tampa. A bermuda que entreguei para ele não estava por perto: sua rola, mais de 20cm, dura, veiuda, estava livre e apontada para mim.