Confissões de Uma Casada 4 - Desejo de Seguir em Frente

Um conto erótico de André
Categoria: Heterossexual
Contém 2940 palavras
Data: 07/07/2017 12:29:16

Acordei no outro dia com uma baita ressaca. Com olhos inchados, dor de cabeça. Era impossível ir pro trabalho daquele jeito. Me permiti ficar em casa e curar de uma vez por todas minhas cicatrizes.

As dez da manhã o interfone tocou. Pensei que fosse Ricardo e não atendi. Até que a insistência me deixou irritada. E quando estava preparando bons palavrões para soltar, vi o rosto preocupado de Carlos na tela.

-Oi.

-Querida, posso subir? Estou preocupado com você.

-Não estou me sentindo bem. Acho que é gripe. Melhor você não subir.

-Tem certeza?-Ele olhou desconfiado para a câmera.-Está com voz de choro. Alguém te fez algo?

-Estou bem. Só com o nariz entupido. Talvez seja isso. Prometo que trabalho no sábado para repor o dia.

-Não se preocupe com isso, apenas descanse. À noite eu volto para saber como você está.

-Tudo bem então.

Ele foi embora e eu fui tomar um banho quente e começar a me recuperar daquela recaída da noite passada. Realmente me sentia doente. E antes que ficasse mesmo, resolvi mandar a tristeza embora ligando o rádio e ouvindo música animada no ultimo volume, enquanto fazia uma faxina na casa e ocupava minha cabeça com algo útil.

A tarde terminou e eu caí no sofá cansada. Liguei a televisão procurando algo bom, mas estava sem tevê a cabo. Joguei o controle no sofá e fui tomar um banho quente. O dia passou, me curei do transtorno da última noite. Estava voltando a odiar Ricardo e me querer ver longe dele, quando o interfone tocou novamente.

Já estava irritada com aquele aparelho. Saí enrolada na toalha. Fui atender pensando em enxotar Carlos, mas quando vi a figura que estava parada em frente a câmera, gelei. Impossível rejeitar uma visita daquelas. Atendi.

-Débora?

-Finalmente te encontrei em casa. Vamos abra, quero ver você.

-Suba, a porta está destrancada. Eu vou vestir algo.

Fui pro quarto me vestir e pentear os cabelos e quando voltei, Débora estava olhando tudo com o nariz empinado. Eu estava nervosa. Ninguém tinha a presença daquela mulher. Impetuosa, cheia de confiança e autoridade. E todo dinheiro que tinha na conta lhe dava liberdade pra esnobar e pisar em quem quisesse.

Aquela mulher. Era minha sogra. A mãe do Ricardo. E apesar de tudo que era, sempre foi como uma segunda mãe pra mim.

-Nossa, a que devo a honra da sua visita em minha humilde casa?

-Põe humilde querida.-Ela olhou em volta e sorriu.-Tem a sua cara. Mas é tudo tão barato. Por que não comprou prata de verdade, ao invés desse inox de segunda?

-Por que tinha pouco dinheiro na poupança.-A encaminhei para a sala.-Você bebe algo?

-Um chá. Do que tiver.-Ela me olhou.-Você tem, não tem?

-Tenho.-Fui colocar a chaleira no fogo e voltei, me preparando para a conversa.-Mas diga, como me encontrou?

-Ricardo me disse que estava alojada nessa toca.-Ela levantou e olhou na janela.-Não há vista pra nada? Querida, você precisa arrancar do Ricardo uma cobertura em algum lugar descente.

-Aqui está bom Débora.-Sorri mais relaxada, ela não veio me pedir para voltar com ele.

-Não querida. Nada está bom.-Ela voltou a se sentar.-Essa é a oportunidade que você tem de arrancar as calças dele.

-Débora!

-Ora, você está com a faca e o queijo na mão querida. Faça-me o favor de usar.-Ela me olhou séria.-Ou vai deixar tudo praquela biscate com quem você o pegou?

-Ele está com ela?-Perguntei num impulso e me levantei pra preparar o chá.-Digo, ele já a assumiu?

-Ele não seria louco querida.-Ela sorriu.-Ele sabe que se ousar fazer qualquer coisa do tipo, você não volta pra casa.

-Não volto pra casa dele mais.-Esses últimos meses têm sido abençoados. Sem estresse, cobrança. Estou pela primeira vez, me sentindo livre.

-Bem querida, eu sempre imaginei que quando você tivesse um pouco de liberdade, iria querer voar alto.-Ela veio pra cozinha e sentou em frente a mesa.-Você era igual a uma freira. Está até usando roupas mais modernas.

-Ricardo não me dava um tostão para comprar nada.-Coloquei os saquinhos de chás em xícaras e levei para a mesa.-Tudo que ele me dava era contado para as contas. Ele é muito muquirana.

-E você nunca ousou? Tinha um cartão de crédito pra que?

-Deus me livre usar aquilo. Bom, vamos esquecer esse assunto. Estou me sentindo bem melhor agora.

-Vamos falar sério.-Ela colocou a água em sua xícara e começou a mexer o chá.-Você se precipitou em sair de casa.

-Como?

-Você não devia ter saído e deixado sua casa e seu marido.

-Mas eu o peguei com outra.

-O colocasse para fora.-Ela deu de ombros.-Você não teve o treinamento correto. Alguém devia ter lhe ensinado a ter menos sangue de barata e ser mais ousada.

-Não estou entendendo.-Tomei o chá pra organizar os pensamentos.

Querida, você saiu da casa. Com certeza teve medo de passar pelo transtorno de ser expulsa. Se tivesse um pouco mais de treino, teria pensado em colocá-lo pra fora. A lei está ao seu lado meu bem. Você o pegou em local público com outra mulher. Humilhação pública. Se fosse eu, conseguiria uma indenização da parte dos dois. Mas você vai aprender, eu vou te ensinar.

-Ensinar a que?

-A reconquistar o Ricardo.

-E quem disse que eu quero?

-Não mesmo?-Ela ergueu a sobrancelha perfeita.-Bom, se você está dizendo. Conheço a pessoa perfeita pra lhe ensinar o que não posso. Afinal, não pega bem uma senhora na minha idade freqüentando boates. Vou agendar uma visita pra amanhã as dez está bom?

-Eu trabalho agora, você sabia?

-Ah estou sabendo, é a terceira vez que venho aqui. Você é uma boba, Ricardo tem tanto dinheiro, porque não aproveita sua pensão pra sair e fazer compras?

-Não estou ganhando nada ainda.

-Não?-Ela se indignou.-O que seu advogado faz?

-Fala uma língua que não entendo. E a maioria do tempo fica no telefone.

-Dispense-o. Vou arrumar o melhor no ramo. E será alguém que deixará Ricardo louco.

-Quem?

-O Nando. Você deve se lembrar dele, estava no seu casamento. Um homem bonito, com belos olhos azuis...

-Ah me lembro. Quando dançou comigo, ele passou a mão na minha bunda.-Arregalei os olhos e senti o rosto queimar.-Desculpe a expressão.

-Sem problemas.-Ela riu.-Bom, Fernando é primo mais velho do Ricardo. Eles têm uma rincha desde pequenos. Um tem ciúmes do outro. Ricardo dormiu com todas as namoradas dele e ele com as namoradas do Ricardo. Exceto você. Bom... pelo que sei...

-Não! Eu nunca faria uma coisa dessas. Ele não é o meu tipo.

-Muito bem.-Ela tomou um gole do chá.-Vou ligar pra ele também.

-Acho melhor não. Ricardo pode não gostar.

-Olha você de novo.-Ela balançou a cabeça.-Esqueça o que Ricardo gosta ou não gosta. Você não deve satisfações mais a ele. Está fora do teto dele, fora da vida dele. Então, comece a dar o troco.

-Não gosto de vinganças.

-Não será vingança. Querida, confie em mim. Eu sei o que faço.

-Tenho medo do que está pra fazer.-Ela sorriu e eu imaginei o que ela não podia estar imaginando.

Depois de me dar alguns toques e deixar o cartão da moça que me procuraria no dia seguinte, Débora se foi confiante.

Fui pro quarto e abri meu armário. Era tudo tão apagado. Tão clássico. Nada mais despojado, contemporâneo. Me peguei pensando nas circunstâncias que me levaram a me casar com Ricardo.

Tinha dezoito quando o conheci e dezenove quando nos casamos. Ele havia sido o primeiro. Eu era órfã, vivia com uma tia que era louca pra se ver livre de mim. Quando ela nos pegou no maior amasso no sofá da sala certa noite, achou o pretexto que queria. Me colocou pra fora de casa. Ricardo me levou pra sua casa. Imaginei que sua família fosse ficar contra, mas por incrível que pareça, Débora gostou de mim. Nos casamos dois meses depois. E desde que nos casamos, Ricardo mudou radicalmente o comportamento. Me tratava como se eu fosse uma boneca rara que precisava ficar conservada na caixa original e lacrada.

Meu reflexo no espelho me chamou de volta a realidade. Meus cabelos eram longos e castanhos com cachos fininhos. Esticados, alcançavam a linha do quadril. Eu ainda me vestia como uma puritana criada pela tia. Precisava mesmo mudar o estilo. E ia começar com a ajuda de Débora.

Carlos foi o primeiro a notar minha mudança. Ficou louco quando me viu com os cabelos lisos e mais escuros. Pedi uma semana de folga, passei a semana inteira em spas e fazendo compras com minha mais nova amiga, Letícia. Contratada por Débora para me deixar “atualizada”.

Ele me convidou para jantar justamente na noite em que me reuniria com meu novo advogado. Expliquei a situação a ele, já estranhando a insistência dele. Marcamos para o dia seguinte.

Fernando por sua vez, estava longe de ser o tarado da festa. Ricardo falou mal tantas vezes dele, que no fundo eu não gostava do sujeito. Mas com meia hora de conversa, simpatizei com ele.

-Não acredito mesmo, que Ricardo fez essa burrada. Tendo um mulherão como você nas mãos.-Ele sorriu sem saber que estava me alfinetando e que aquilo doía.-Sorte a minha.

-Devagar com a dor, não me venha com cantadas. Não tenho humor pra elas.

-Tudo bem, você manda.-Ele abriu uma pasta e me deu alguns documentos.-Me reuni com seu advogado hoje e peguei todos os papéis que estavam com ele. Temos aqui um ótimo depoimento. Você pode me contar qualquer coisa que ficou em oculto.

-Como sabe que tem alguma coisa em oculto?

-Sua história está um pouco vaga. Agora que você está mais tranqüila, pode me contar qualquer coisa que tenha esquecido.

-Você quer mais vinho?-Falei já me levantando pra buscar outra garrafa.

-Fique a vontade.-Ele olhou para a taça intocada.-Não posso beber muito, estou dirigindo.

-Tudo bem.-Enchi minha taça e voltei a me sentar a sua frente.-Poucos dias antes de presenciar a... bem... a situação...

-Prossiga. Não procure palavras, só fale.

-Bem, nossa casa foi invadida por um assaltante.-Minhas mãos começaram a tremer.-Eu não disse isso ao outro advogado, porque achei que não era preciso. Não queria que ninguém soubesse. Mas Ricardo sabe... ele tem gravado.

-Sabe o que necessariamente?

-Eu...-Peguei a taça tremendo e tomei um gole, pra me recompor.-Bom ele... O homem... eu estava em casa.

-Ele fez algo com você?-Balancei a cabeça.-O que necessariamente?

-Tudo.-Falei sem dignidade alguma.

-Ele estuprou você?-Ele arregalou os olhos e recostou.-Mas... você não falou nada? Não deu parte? Você devia...

-Fiquei com vergonha.-Eu lutava contra as lágrimas.-Por que... eu... gostei.

-Você gostou?-Ele passou a mão na taça de vinho e tomou um gole, depois afrouxou a gravata.-Me explique direito.

-Eu não queria. Mas ele fez tudo de um jeito... Ricardo e eu nós não...

-É um idiota mesmo.-Ele balançou a cabeça.-Mas continue. O que mais ele fez?

-Ele... bem eu praticamente pedi por aquilo. E no final... ele jogou na minha cara... ah droga, isso é tão constrangedor.

-O que ele disse?-Ele levantou e puxou a cadeira para sentar ao meu lado, segurou a minha mão.-Pode se abrir comigo.

-Ele jogou na minha cara que eu estava necessitada. Disse que era digno de pena... foi humilhante.

-Sinto muito.-Ele me abraçou, mas não consegui encontrar conforto no abraço. Só fiquei mais tensa.-Você disse que Ricardo tem as imagens. Ele te ameaçou?

-Não. No vídeo não aparece áudio e realmente parece um estupro. Mas tenho medo que ele use contra mim. Ele pode colocar o vídeo pro juiz? Na frente de todo mundo?

-Não, seria expô-la demais. Vou conversar com Ricardo sobre as imagens. Não se preocupe com elas.-Ele me deu a taça, para que me acalmasse.-É normal sentir desejo em situações inusitadas.

-Durante um assalto?

-A adrenalina sobe, mistura com o tesão. Você faz coisas sem pensar.

-Me senti tão estúpida. E depois daquilo... logo depois, encontrei Ricardo com a outra. Talvez por isso eu não tenha tido frieza suficiente para pensar nos meus direitos. Só quis me afastar daquela casa e tudo que ela representava.

-Entendo. É perfeitamente aceitável. Fique tranqüila, vou fazer com que Ricardo te dê cada centavo que te deve.

-Eu não quero dinheiro. Eu só quero acabar com esse inferno.-Levantei e fui pra sala me sentar no sofá.-Quando conheci Ricardo, eu trabalhava em uma boate servindo bebidas. Estava guardando dinheiro para a faculdade. Depois que nos casamos, deixei de existir para que ele existisse. E não foi culpa dele. Eu não sabia o que fazer. Me deixei apagar, para que ele brilhasse.

-Você o ama, não ama?

-O que?

-Você se submeteu todos esses anos. Aturou tudo de bico fechado. E quando fala dele, você muda o tom, seus olhos brilham. Já lidei com mulheres apaixonadas. Sei como decifrá-las.

-A paixão passa. É uma coisa passageira. Está recente. Eu só quero que o tempo faça seu trabalho. Eu sou nova, conhecer outra pessoa não vai ser difícil. Na verdade, já até conheci. Só não consigo me interessar.

-Por culpa dele.-Ele sentou a minha frente, em uma poltrona.-Depois que se separaram, você dormiu com o Ricardo?

-Dormir não é bem a palavra.-Falei desviando os olhos.

-Você e ele transaram?-Ele recostou na poltrona.-Pela sua cara, sim.

-Ele forçou a barra.

-Já vi que você gosta de uma forcinha.-Ele brincou tentando descontrair e me irritou.-Desculpe, foi uma piada de mau gosto. Mas me diga, quando foi isso? Ele disse algo, pediu para voltar?

-Pediu. Foi há uma semana atrás. Eu não sei o que deu nele. Ele nunca havia vindo aqui.

-Uma semana?-Ele pegou alguns papéis e sorriu.-Claro, foi isso.

-O que?

-O advogado entrou em contato com ele há pouco mais de uma semana. Fez um acordo altíssimo. Pediu uma quantia que deixaria Ricardo na ruína. Ele pode ter vindo tentar reatar, para manter os bens. Ele sabe que está ferrado.

-Pode ter sido.

Aquilo magoou. E doeu tanto, que eu não ouvi nada mais do que ele disse aquela noite. Quando ele foi embora, me embebedei como uma louca. Desabei no sofá ouvindo música e bebendo. Chorava deprimida, esquecendo tudo que Letícia havia me ensinado sobre confiança em mim. Ricardo era um crápula. Eu o odiava cada vez mais. E o que mais doía era a falsidade dele.

Sem pensar peguei o telefone e liguei pra ele. Era uma da madrugada. O telefone tocou muito, quando eu estava desistindo, alguém atendeu. Era uma mulher. Meu coração doeu.

-Alô! Olha, está tarde. Não é hora de ligar pra casa dos outros.

A casa era dela? Desliguei o telefone e voltei a chorar. Aquele canalha!

Em menos de cinco minutos o telefone tocou. Atendi pensando ser o Carlos. Não imaginava que Ricardo tivesse meu telefone.

-Ju é você?

- O que você quer idiota?

-Você ligou pra cá.

-Sua nova namorada atendeu. Eu não quis atrapalhar.

-Ela não é minha namorada. É a empregada que eu precisei contratar. Eu estava trabalhando no escritório.

-Empregada? Ta bom! Você vende sua alma, mas não arruma uma empregada.

-¬Quem disse isso? Nunca arrumei porque você cuidava da casa. Mas agora, alguém precisa fazer. Mas diga, aconteceu alguma coisa?

-Meus CD’s.-Falei a primeira coisa que veio a mente.-Eu queria pega-los. Você se importa?

-Claro que sim.-Fiquei séria. Ele detestava rock.-Por que não volta pra casa, ao invés de levar o pouco que restou de você?

-Pelo que me disse, aí não tem mais som. Eu queria Algumas coisas de volta. Mas se não quiser me dar tudo bem. Deixo tudo por conta do meu advogado. Só acho mesquinharia brigar por coisas tão medíocres.

-Não estou dizendo que vou brigar por nada. Você pode pegar o que quiser. Só disse que prefiro que você volte pra casa.

-Desculpe, mas não é uma opção pra mim.

-Você sempre se desculpa por qualquer coisa.-Ele suspirou.-Quem errou fui eu Ju. Sei que mereço o gelo que está me dando. Mas não agüento mais ficar sem você.

-Você me teve três anos inteiros. Não aproveitou porque não quis. Agora com licença, está tarde eu quero dormir.

-Você bebeu não foi?

-O que? Como sabe?

-Sua voz fica mais leve quando você bebe. Até quando briga comigo, parece que fica mais tranqüila.

-Eu estava jantando com meu advogado. Exagerei na bebida.

-Só tome cuidado.-Ele ficou algum tempo calado.-Quando quer vir pegar suas coisas?

-Não sei. Qualquer dia que você não estiver em casa.

-Eu prefiro acompanhar.

-Não vou levar nada seu.

-Não é isso... Ju, para de me acusar, por favor. Você não entenderá nunca, se ficar me acusando.

-Entender o que Ricardo?

-Eu fiz a escolha errada, eu sei. Mas... eu amo você. Não consigo mais ficar sem você. Você me faz falta todo o tempo.

-Por que agora faço falta, se quando eu morava aí, quase não te via? Você nunca se preocupou se me fazia falta. Você nunca se preocupou com nada. Agora vem cobrar de mim? Ricardo, eu vou desligar.

-Julia espera...

Desliguei o telefone com raiva e fui tomar um banho frio pra tirar o enjôo causado pelo vinho. Agora eu ia levar aquela mudança a sério. Ricardo ia me pagar pelo que fez.


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