Ouvi a voz de Jess vindo do primeiro andar da minha casa. Coloquei uma roupa já escolhida, fui pro quarto de Larissa, que estava toda encolhida pelo frio do quarto. A cobri e dei um beijo em sua testa. Já estava pra sair do quarto quando ela me chamou.
- Mana, eu quero conversa com você.
- Pode falar.
- Vai viajar hoje?
- Sim, daqui a pouco.
- Deixa que na volta a gente conversa. É melhor.
- Pode falar, Lari. ,
- Falo depois. Boa viagem.
Dei outro beijo nela e desci. Ao Chegar na cozinha e encontrar Jéssica sentada à mesa com minha família foi tão prazeroso. Tomamos café, arrumei minha mala no carro e fomos buscar Vanessa. Pela quantidade de bolsas que ela tinha não sabia se iamos viajar ou mudar de cidade.
Logo em seguida estávamos no estacionamento do colégio. Gritaria, empolgação e eu ali sem saber o por que até o exato momento não tinha dado um beijo na morena ao meu lado. No decorrer da viajem, já subindo a serra, não sabia se ficava enjoada pelas curvas infinitas ou as bundas que passavam pela minha janela.
- Quero brincar! - Vanessa falou pulando pro meio do banco e inclinou o corpo pra frente. - Alguém topa?
- Qual brincadeira? - Voltei minha atenção para Nessa.
- "Eu nunca..."
- Amiga, se você quer me foder paga um chopp antes. - Jéssica comentou.
- Agora fiquei curiosa com a brincadeira. Podem me explicar?
- Então, cunhada, o jogo é simples. Digamos que cada uma tem cinco chances, cada uma faz uma pergunta. Exemplo, eu digo "eu nunca transei", como sou pura e de família eu não perco nada, vcs aí que são perigosas perdem um. Entendeu?
- Entendi, mas o que acontece quando se perde as cinco chances?
- Você vira uma dose de bebida pro jogo ir ficando legal.
- Bem pensado a consequência ser bebida comigo dirigindo, não é?
- Whatever, vou voltar a conversar com o boy aqui. - Voltou pra trás e agarrou o celular.
Pouco tempo após já estávamos no condomínio. Na noite anterior deveria ter chovido, pois o cheiro de terra molhada estava no ar e a umidade deixando, mesmo que com o sol forte, um vento fresco.
Já no quarto fui procurar meu biquíni dentro da minha mala quando fui pega de supetão por Jéssica que me empurrou na cama tirando meu short e me chupando. Tentei impedi-lá, contudo, em vão. Somente quando Vanessa desligou o chuveiro voltei a mim e consegui me livrar da boca quente de minha gostosa.
Logo após Vanessa sair do banheiro, nos ajeitamos e fomos para a piscina. Jess pediu para que eu passasse bronzeador nela e foi deitando na cadeira de praia lentamente e empinando a bunda. Acho que só cego que não via o tanto que ela queria me provocar fazer aquilo. Tentei passar de leve e com calma, contudo tinha momentos que eu aproveitava e deixava minha unha passar pelo seu corpo.
Minha garota e Vanessa começaram a conversar mas tive a atenção voltada para os rapazes cercando algo na parede.
- O assunto agora são vocês duas.
- Que tal o assunto ser o que aqueles garotos estão procurando ali.
Apontei na direção deles. Jéssica deu um grito mandando, como de costume, o tal Guilherme mostrar o conteúdo do copo. Um pequeno escorpião dentro do copo de vidro me deixou intrigada ao imaginar quais espécies de bichos poderiam estar naquela mata a dentro. Logo após o menino batizar seu "filho" de Robert e sair sendo tarado por Nessa voltamos a mais assuntos aleatórios até chegar ao assunto de trabalho.
- Mas eu queria um trabalho antes dos 18 anos.
- Até seus 18 anos tem muita água pra rolar.
- Não. Ate os meus 18 eu tenho menos de 24 horas.
- Amanhã é seu aniversário?
- Sim.
- E por que não me contou?
- Simples, não achei necessário.
- Quer dizer que, a partir de amanhã, vou poder te usar sem medo de ser presa?
Só podia rir dela.
- Oficialmente sim.
- Você deveria ter me contado. Planejava alguma coisa pra fazer. Comprado até um presente.
- Claro que não, meu bem. Meu aniversário vai ser ótimo tendo você comigo.
- Conta uma novidade, é ótimo estar comigo sempre, né?
Patricinha sendo patricinha. Seu alter ego berrando novamente. Até fiquei surpresa com o tempo que demorou para isso acontecer. O sol já estava a pino, então resolvemos entrar na piscina. Jéssica foi sutil e desceu pela escada enquanto eu me aproximava da beira da piscina e olhando pra água fazendo o reflexo do sol bater nos meus olhos me hipnotizando.
"*.*"
- Fique em pé com os dedos dos pés passando um pouco da linha da borda. Abaixe-se para ficar mais perto da superfície hídrica. Estique os braços acima da cabeça. Lembre-se de colocar o queixo para dentro! E aponte suas mãos para a água. Agora incline seu corpo para a frente e deslize para dentro da piscina de cabeça.
- Tá. Pra que todos os termos científicos?
- Estou tentando te ensinar, amor. Só isso.
Roubei um selinho de Drica.
- Eu estou brincando contigo, bebê. Não conheço ninguém mais sentimental que você.
- Sou de câncer, né.
- Você e seus signos.
Ela riu e pulou na piscina da forma que havia me explicado.
- Vem, mo. E meu signo é fofo.
- Verdade. Melhor que leão.
""*.*""
E lá estava eu com uma leonina me jogando água fazendo meu transe parar e voltar ao presente.
- Vem, Melissa. Pula.
Num reflexo quase que involuntário pulei na água rezando para não entrar água no meu nariz. Por baixo dágua, fui até a outra ponta da piscina e voltei até Jéssica. Mais conversa e brincadeiras dentro da água tentando controlar os impulsos de beijar essa morena. Os rapazes saíram do campo de futebol e se jogaram na piscina, ali começando a bagunça. Sabe como é Carioca, tem o dom de colocar 80% da frase palavrão e os outros 20% de xingamento. Estava aprendendo cara palavra e frase nova no meio deles. Até um "pega esse gelo gelado aí" do menino do escorpião. Já estavam em volta da gente rindo, brincando e perturbando. Era visível os hormônios em fúria daquela povo.
- Tô com fome. - Comentei
- Estranho seria se não tivesse, né? - Completou Jess. - Vamos lá na cede almoçar.
No instante que eu ia concordar com a cabeça que sim uma das meninas me agarrou pelo braço e abraçou a mim com força.
- Vamos jogar bola, ruiva? por favor, está faltando uma no time. Vem completar.
Tinha quase a impressão de estar em chamas, não diferente o olhar da Jéssica. Só consegui pronunciar um "não sei jogar direito" com a voz fina e rasgando a garganta.
- Para de ser modesta, Melissa. Já te vi jogando e você joga muito bem. Vem logo.
Ja fora da piscina, Eu fui puxada pelas escadas de cimento que levava ate o campo de grama cercado de árvore. O time foi dividido e o jogo começou. As garotas jogavam bem, até demais. Todas as minhas bolas chutadas para o gol foram defendidas pela goleira. Em um momento olhei pro alto na direção da piscina e vi Jéssica com Vanessa ao lado vendo o jogo, foi quando ouvi meu nome sendo gritado.
- FAZ O GOL!
A mesma menina que havia me chamou, convocou, escalou, puxou pra jogar passou a bola pra mim. Estava de frente pro gol. Só eu e a goleira. A bola veio em minha direção e, de primeira, biquei a bola de couro em direção ao fundo da rede, passando pela goleira que usava um short e a parte de cima do biquíni, acertando na trave com tanta força fazendo-a balançar e mandar a bola de volta pra mim.
Única coisa que lembro é de cair sentada com as mãos no rosto.
Bastante desorientada abro os olhos e vejo a goleira passando a mão no meu rosto e colocando uma mecha atrás da minha orelha. Percebi que havia mais gente ao meu redor.
- Você tá bem? - Eu só a olhava. Não conseguia ver claramente a minha volta. Sabe quando se olha pra luz e depois pro escuto? Milhares de bolinhas brancas flutuando pra lá e pra cá. - Ei, garota? Fala algo. - Ela estalou os dedos na minha frente. - Qualquer coisa.
- Eu tenho um chute forte, né?
- RS. Eu sei. Já estava quase desistindo de defende-los.
- Eu desmaiei?
- Se desmaiou, desmaiou sentada e por 5 segundos.
- Levanta ela, Jujuba.
Fui erguida por duas garotas, mas senti minha perna fraca. Um rapaz moreno do meu tamanho e muito troncudo me pegou no colo quando sentiu que ia cair e subiu comigo em seus braços.
Chegando na parte da piscina, fui posta em uma cadeira.
- Estou pronto pra casar? - Brincou.
- Se souber cozinhar e fazer massagem, sim.
Ele riu. Jéssica chegou perto de mim. Estava pálida e gelada.
- Você está bem?
- Estou sim. Foi só um susto.
- Peguei um gelo. Coloca no rosto.
Peguei a sacola e pus sobre a parte do rosto que não sei se dobrou de tamanho ou afundou com a bolada, porém não pude deixar de reparar na preparação de Jéssica para comigo. Recebi um leve beijo na testa e um sorriso belo. A menina que estava no gol veio em nossa direção.
- Tá melhor, garota?
- O nome dela é Melissa. - Falou a Patricinha com rigidez.
- E o meu Juliana. Fique a vontade de me chamar de Jujuba.- Virou para Jess - E o seu nome é?
- Jéssica. Prazer.
Aquele tom arrogante que excitava. Ain.
- Satisfação, Jéssica. Prazer só na cama.
E foi a primeira vez que vi Jéssica vermelha, provável que pela vergonha da resposta que receberá. Jujuba percebeu o constrangimento geral e começou a comentar sobre o jogo tentando quebrar o gelo. O que deu certo, pois em pouco tempo Jéssica e ela estavam em altos papos ali na minha frente e eu jogando no celular, foi quando recebo uma ligação de meu pai.
"O que será que aconteceu?"
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Olá, amores. Desculpa mais uma vez por mais uma demora.
Obg pelos comentários anteriores, meninas e quem sabe meninos. RS.
Desculpa tbm a falta de criatividade nesse conto.