Despertando uma leoa que virou deusa. Ms.Charlote

Um conto erótico de Stardust
Categoria: Homossexual
Contém 5580 palavras
Data: 20/01/2017 21:18:03

Olá meninas, voltei mais cedo antes que muitas me matem pelo email kkkk. Meninas sei que o final não era como vocês esperavam, mas calma, também não precisavam tentar me matar por mensagem kkkkk. Como prometido vou postar algo sobre Ms. Charlote para que vocês a conheçam melhor, sei que a maioria das vezes parece que eu torço por ela, mas não é isso, por eu saber quem são meus personagens, conheço toda história, então não posso defender apenas uma, tenho que analisar todos os lados, até chegar e concluir o veredito, sem mais delongas. Bora pro conto.

Partindo necessariamente da volta de Priscila a Londres acompanhada de Rodrigo, 2014.

Por já ter conseguido meu lugar, já haviam se passado 3 semanas e a férias do Digo estavam acabando e ele logo viajaria, mas antes Ms. Charlote havia nos convidado para um chá (inglês tem mania de tomar chá toda tarde, mas ainda não entendo o por que).

Logo Digo se encantou novamente pela casa dela e não pôde deixar de notar umas fotos que envolviam pessoas importantes, da realeza e tudo.

- Nossa, ela realmente é bem importante. – Dizia Rodrigo olhando pra mim.

- Sou duquesa meu querido, por isso tantas fotos com a família nobre. – Respondia Charlote.

- Uau, Pri porque você nunca contou esse detalhe? – Perguntava ele a mim.

- Por que nem eu mesma sabia que o título era de duquesa, sabia que era alguma coisa da nobreza, uma condessa talvez, não tinha certeza. – Respondia eu surpresa.

- Tem muitas coisas que você ainda não sabe e uma delas é que também sou condessa de certo modo, afinal meus pais eram.. – Charlote olhava pra mim com um ar de quem queria falar depois.

- Bem deixa eu ir se não perderei o voo, muitas coisas viu kkkkk, obrigada por tudo Ms. Charlote, me leva até o aeroporto maninha?

- Claro!

Levei Rodrigo ao aeroporto, nos despedimos e chegou uma mensagem pra mim no celular “Antes de ir pra casa, passe aqui”, mensagem de Charlô, vamos obedecer haha.

Ao chegar lá, ela me espera na sala segurando um álbum de família e resolveu falar sobre ela.

- Sério que durante esse tempo todo nunca desconfiou que era uma duquesa. – Ela perguntava pra mim.

- Lembro que uma vez você me impediu de saber mais sobre sua vida antiga.

- Verdade, mas olhando essas fotos, decidi contar pra você. Não falei antes, pois seu amigo estava aqui e mesmo ele tendo um bom coração, existe duas coisas, não me abro com todos e ele ainda quer dormir comigo.

- Bem isso... Melhor não comentar.

- Melhor mesmo, mas antes de tudo, talvez essa minha fase tenha vindo antes do Harry.

- Quem é Harry?

- Meu marido.

- Seu marido não se chamava Colin?

- Colin Harrison “Harry” Hill Turner ou melhor dizendo Duque de Draco.

- De Drácula? Parente do Conde Vlad? Haha. – Não me conti com aquilo.

- Calada, estou falando e pare de zombar do meu ex marido, antes que te amarre em minha cama e solte apenas quando implorar.

- Desculpa, você venceu continue.

- Acho bom. Prosseguindo, Harry foi um marido incrível, que me entendeu quando quis me separar, talvez o casamento tivesse durado o que tinha pra durar. Sobre minhas escolhas ele retrucou no começo, pois era uma novidade pra ele, mas depois de muitas conversas e viagens pra mostrar outras partes do mundo, ele passou a entender.

- Vocês viajaram no divórcio?

- Sim, nada melhor do que uma separação bem amigável, que também possibilitou novas escolhas e um entendimento melhor para nossa filha.

- Isso que eu chamo de serem amigos, prossiga.

- O título que carrego ainda é por causa do meu ex-marido, mas nem ele liga muito mais pra essas coisas da nobreza, ele atua, mas vive feliz na Itália.

- Então quer dizer que naquele seu sumiço de 1 mês, você passou lá? Deve ter matado muito a saudade, afinal corpos se cruzam. – Acho que pelo meu tom, nem foi ironia, talvez uma pontinha de ciúmes.

- Você quer calar essa boca? Primeiro, respeite o Harry, segundo, não é porque nos separamos que seríamos inimigos, pelo contrário, hoje em dia é meu melhor amigo, pois assim como eu, ele queria mudanças. Saiu daquela vida corrida e vive mais tranquilo na Itália com a nova família e claro nossa filha.

- Nossa, pelo visto ele é alguém muito importante pra você.

- Sim e sempre será, então não ouse falar dele nesse tom novamente, entendida?

- Sim senhora. Mas então sua filha decidiu ficar com ele?

- Sim e não. Quando nos separamos, Olivia só tinha 11 anos, não é fácil dizer a uma criança que seus pais estão se separando. Como Harry sabia que eu estava em um momento mais delicado, entendeu que a guarda dela ficaria melhor com ele. Sempre ia visitar óbvio, brincava com ela, nunca me afastei da minha filha, pode haver uma distância, mas nunca estarei separada. E claro ela é bem feliz, Itália é uma terra de pessoas animadas, fico feliz por ela ter conhecido pessoas novas que a ajudaram naquele momento.

- Mas então ela já sabia como você era naquela vez que me beijou na sua frente?

- Sim sabia, havíamos conversado muito e nunca escondi nada dela, apenas esperei a idade certa pra falar sobre esse meu novo lado. Já pode ter notado que ela tem a personalidade do pai, muito animada, porém , fisicamente ela parece comigo.

- Com certeza. – Falava eu lembrando daquelas pernas. – Aí! Por que me bateu no braço?

- Para de babar minha filha, estou começando a me irritar com você, sua insolente.

- Desculpa, calma, é porque vocês parecem irmãs no lugar de mãe e filha.

- Bem, naquele “incidente” que vocês se beijaram na minha frente, nunca esqueci isso e nem vou esquecer. Ela sussurrou algo contigo, quero saber o que foi.

- Depois de 2 anos você me pergunta isso, nem lembro mais.

- Vai falar não? Certo, depois não reclame.

- Qualquer dia desses vou morrer por causa desse seu tom autoritário.

- Calada! Vou contar como a minha nova vida começou.

- Ainda tem mais? Achei que fosse por causa do casamento apenas.

- Haha minha querida, que fofa, não conhece meu passado mesmo. Tudo começou antes mesmo do Harry, eu era jovem, uma adolescente em Londres, naquela fase de curiosidade, mudanças e rebeldia.

Flashback, Londres, 1990.

Eu tinha apenas 16 anos, pertencia a uma família de Condes, mas nunca liguei pra esses títulos, quando mais nova era obrigada a me portar como uma bonequinha sem ação perto dos outros, mas com o tempo, com a faculdade, conheci novos ares, coisas que realmente me fariam mudar e agradeço por isso.

Meu nome é Charlote Olivia Lewis Roberts, uma inglesa de família nobre que sempre fui treinada para ser alguém elegante e da sociedade, mas essas coisas eu me tornei, mas claro, eu que sou autônoma sobre minhas escolhas e não deixo mais minha família se intrometer, se hoje cheguei aonde estou, devo graças aos estudos, ao meu querido Harry e claro a posição que tanto quiseram colocar em mim, uma duquesa, pena que para mim é apenas um título, que óbvio, me gera alguns benefícios.

Minha história começa não quando eu nasci e sim na faculdade, antes de cursar psicologia meu sonho era seguir carreira em letras, sempre fui fascinada por línguas, principalmente as estrangeiras, não é à toa que falo 5 idiomas.

Durante o período acadêmico eu ainda era uma menina bobinha, pena que isso não durou muito, logo no início eu pude ver as banalidades dos jovens, pelo menos isso era o que uma típica mimadinha da família de condes pensava. Com o passar do tempo, sem muita entrosação, afinal eu julgava minha turma louca, jovens arrogantes despreocupados com o mundo, que só pensavam em beber, usar drogas, viver nos pub(bar), isso por eu estudava em uma sala de estrangeiros. Mas a verdade é que nenhum deles estavam pecando, pelo contrário, eles sabiam como se divertir, essa era a verdade, eu os julgava, pois minha percepção do mundo era outra, era aquela que impuseram em minha cabeça desde criança, ser uma lady.

- Ainda parece que julga o mundo assim Charlote – dizia Priscila.

- Cale-se, não terminei, isso é apenas uma introdução.

Em determinado momento, por eu ser a mais afastada, entrou uma garota nova na sala, ela era diferente, não por que era apenas americana, mas ela não se importava com aquele comportamento todo britânico, seu cabelo era preto com algumas mechas azuis, tinha olhos negros bem chamativos, uma pele branca com tom bronzeado de quem sempre andava na praia e um piercing no nariz, seu nome era Lauren. A primeira impressão que eu tive ao vê-la foi de ser uma drogada que estragaria o futuro e reputação daquela faculdade, mas mesmo assim eu não parava de olha-la, até que um dia ela veio falar comigo.

- Com licença, onde fica o salão de festas? – Dizia Lauren para mim.

- É só seguir direto, virar a esquerda e depois seguir a até a segunda porta da direita.

- Ah obrigada, eu sou nova aqui e ainda não aprendi tudo, será que poderia me mostrar onde fica, tenho medo de me perder.

- Não posso estou ocupada no momento, pede ao Billy, ele te leva. – Falei chamando o garoto e posteriormente saindo.

Nossa, mesmo tendo pouco falado, alguma coisa ainda me chamava atenção, talvez aquele jeito rebelde e diferente.

Depois disso eu sempre dava um jeito de não me cruzar com ela, exceto nas aulas, pois era o jeito, um dia quando eu estava fugindo ela me achou e me interrogou:

- Eu te fiz alguma coisa?

- Não, por que?

- Você sempre foge de mim como se eu fosse uma criminosa ou como se fosse colocar sua vida em perigo.

- Não é nada disso.

- Ah não? Então me explica por que sempre me esnoba, sempre me evita e claro age como a senhorita perfeita perante a todos.

- Você está me ofendendo, como ousa falar assim comigo, sabe quem sou?

- Tirando a parte de uma patricinha mimada e que se acha perfeita, não, quem é?

- Eu sou uma lady, filha de condes e não estou acostumada com esse tipo de comportamento bruto de pessoas que vieram depois de nós.

- Isso é por que sou americana ou por que meu cabelo tem algumas mechas, eu tenho um piercing no nariz e não me visto parecendo que vou a convenção de fantasia reais?

- Você é muito insolente, arrogante, não suporto pessoas assim. – Falei saindo.

- Fala tanto em ser educada e me deixa falando só. – Falou segurando meu braço.

- O que você ainda quer?

- Que pare de julgar as pessoas sem antes conhecê-las direito, um dia ainda vai quebrar a cara por ser tão vulgar e metida.

- Eu sei bem o que faço da vida, não preciso de conselhos vindo de uma pessoa que parece que vai a uma festa fantasias todos os dias.

E sai, realmente eu havia sido muito grossa com ela, mas era meu modo de ver o mundo, de que pessoas com tatuagens, piercing, roupas de couro e penteados com muito gel, eram criminosos.

Com o passar daquele mês não nos falamos mais, ocorreria um baile de primavera que sucederia as férias de verão, como os nossos mestres também estariam ocupados, dividiram a sala em duplas para ajudar a organizar cada parte do tema, justamente nesse sorteio, meu nome foi parar com o dela. Parecia que a vida queria me castigar. Como isso valia nota, resmungar não ia adiantar, então engoli meu orgulho e fui falar com ela.

- Oi podemos conversar?

- Não vai chamar a polícia antes? – Ela me respondeu bem na frieza.

- Foi um erro vir falar com você.

- Calma ai mocinha, espera. – Falou segurando meu braço.

- Vai terminar de me humilhar perante seus amigos?

- Não, desculpa, a grosseria agora foi minha. O que quer falar?

- Sobre o trabalho, tive algumas ideias e queria saber se gostaria de analisar mais tarde na biblioteca.

- Pode ser.

- Então não se atrase, isso é ridículo.

- Sim, mas primeiro poderia me dizer a hora? Eu não sou o mago do tempo pra saber né?

- Haha que sem graça. As 14:30 P.M.

Fui espera-la na biblioteca, 14:20 P.M. e nada dela aparecer, parecia ser irresponsável mesmo

- Cheguei. – Dizia ela se sentando.

- Atrasada sua irresponsável.

- Que atrasada o que? Ainda são 14:25, seu relógio deve estar adiantado.

- Mesmo assim, no mínimo deveria ter chego aqui uns 20 minutos antes.

- Você é maluca, mas enfim, sem discussão o que faremos, como e quando?

- Primeiro você não pode mais se atrasar, certo?

- Certo, certo, vamos prosseguir?

Então comecei a explicar o que deveríamos fazer, assim passou aquele mês, começamos a ficar próximas, a conversar mais, eu pedi desculpas pela minha arrogância e ela aceitou, porém com a condição que eu deixasse ela me mostrar o mundo com outros olhos. Ela perguntou se eu gostaria de passar as férias com ela no Havaí com a família dela, demorei um pouco a responder, mas acabei aceitando, meus pais ainda não a conheceram, mas eu fui apresenta-la bem formalmente, tirei as mechas azuis dela, o piercing e principalmente aquela roupa de couro, a vesti como uma cópia minha para que meus pais aprovassem a viagem, para eles também foi difícil aceitar de primeira, mas como eu sempre tirava notas boas e nunca havia feito besteira, eles deixaram.

Foi a melhor experiência que já tive, nunca havia me divertido tanto, na verdade nunca tinha ido à praia, foi tão bom, conheci pessoas novas, seus pais eram donos de bar havaiano de bastante sucesso, sempre cheio de turistas, não é à toa que ali só vivia pessoas alegres aquela sensação de areia já não incomodava, passei a ver a vida pelo lado natural e verdadeiro, a felicidade.

Quando voltamos a Londres, já estávamos bem amigas, então aprendi aceitar as diferenças dela e tentava mudar meu jeito. Depois de um ano fugindo dela e outro só de amizade, eu resolvi mudar mais meu estilo, na frente da família, a menina de ouro, por trás uma badgirl, andava com uma jaqueta de couro preta, camisa dos Beatles e um óculos escuros, quase toda noite saíamos pros pubs, festas, shows e claro ninguém me conhecia, por que na escola eu só estava de uniforme e quando falava era pouco.

Lauren realmente fez uma diferença em minha vida, ganhei até um nome de festas por quase sempre estar nelas, me chamavam “The Adventure”, por que minha coragem de ser quem sou ultrapassava os limites da nobreza.

Eu fiz até uma tatuagem com esse nome.

- Peraí, como assim você tem uma tatuagem, como eu nunca a vi? – Dizia Priscila surpresa com aquilo.

- Deve ser por que eu passo maquiagem que só sai esfregando muito com água ou demaquilante.

- Tá mas e as vezes que tomamos banhos e...

- Priscila, para de interromper, depois conversamos.

Continuando... Eu estava feliz com aquilo tudo, claro que pra esconder a tatuagem foi difícil, mas eu era esperta e dava um jeito.

Um dia entre tantas conversas, Lauren me perguntou se eu já havia transado ou feito algo mais radical como beijar uma garota.

- Não eu nunca fiz isso, beijar uma garota parece ser um horror, inadequado e transar antes do casamento isso é um absurdo. – Eu falava em choque escutando aquilo.

- Minha cara Lotinha (era assim que ela me chamava), nenhuma dessas coisas é um crime, até que se prove o contrário isso não é errado.

- Mas isso parece tão, sei lá.

- Nós já passamos por muitas coisas, roubamos uma Harley de um motoqueiro tarado, batemos na cara de um idiota, colocamos nossas bundas pra fora da janela do carro, bebemos sempre, usamos maconha, qual o problema somos jovens? Tirando a parte do roubo e da agressão, isso foi errado, mas tirando esses, nada demais. Saiba que não estou te forçando a nada e que apenas foi uma pergunta.

Depois dessa conversa realmente havia ficado curiosa, mas eu não ia admitir, então uma noite eu disse a ela que estava pronta e queria naquele momento. Pra ela foi mais surpresa do que eu, então esse meu problema iria acabar, fomos ao pub que frequentava apenas mais os estrangeiros e lá ela me apresentou um amigo dela. Ele foi super simpático comigo, em momento algum tentou forçar a barra, ficou sempre conversando, perguntando sobre a festa se eu estava gostando, até que eu mandei ele calar a boca e me levar pro quarto.

E a partir dali começou minha vida sexual ativa, foi um pouco doloroso na primeira vez, mas a partir da segunda estava tão bom, tão gostoso que parecia um paraíso.

Sempre que dava eu transava, mas apenas faltava beijar uma garota, óbvio que isso eu não ia fazer com qualquer pessoa. Então num show de rock dos Scorpions começou a tocar uma música romântica e eu a beijei bem ali, que no começo parecia curiosidade, mas nos agarramos de um jeito que dormimos juntas, parecia que ninguém queria desgrudar uma da outra.

Na manhã seguinte estava igual a branca de neve com seus animais no bosque.

- O que foi aquilo mocinha? – Dizia ela enquanto acariciava meu cabelo.

- Não foi você que disse que eu deveria beijar uma garota, então, já fiz os dois e sinceramente foi ótimo, principalmente porque foi com você.

- Me sinto honrada de ter sido sua primeira mulher. – Me dava um selinho.

A partir dali começamos um romance que necessariamente era um namoro aberto, saímos sempre com outras pessoas, mas quando não queríamos saber do mundo, ficávamos só nós, curtindo nossos momentos. Confesso que ela foi meu primeiro amor, porque ela conseguiu me preencher em alguns momentos.

Faltando um ano pra terminar a faculdade, já tinha decidido, iria morar com ela nos EUA, mas ela não parecia ligar ou se importar muito com isso. Uma noite, quando ela foi dormir lá em casa, perguntei porque ela estava tão desanimada.

- Isso é por causa da ideia de ir morar com você?

- Também, eu gosto de você, mas não tenho a mordomia que você tá acostumada e mais, não posso querer te afastar dos seus pais, é errado e isso não aceito.

- Eu não aceito é eles não te aceitarem isso sim, eu tomo minhas próprias decisões tá, agora vem aqui e me dá um beijo.

Começamos a nos beijar, eu já estava em cima dela, quando de repente uma bandeja cai fazendo barulho e a pessoa que olho pra frente não está nada feliz com a cena.

- O que está acontecendo aqui? – Dizia minha mãe incrédula.

- Mãe não é nada disso que está pensando.

- Pensando não, vendo, que barbaridade, imoralidade, onde errei com você? Virando uma sapatão? E a culpa é sua, sabia que vocês americanos não respeitam a boa moral, fora daqui antes que eu chame a polícia. Enquanto a você Charlote Olivia Lewis Roberts, teremos uma conversa quando seu pai chegar.

A partir dali minha vida começou a se tornar um inferno, meus pais quase me colocam em um colégio de freiras como solução para o que eles julgavam ser problema, fui obrigada a sair da faculdade, não tinha notícias de Lauren, apenas recebi uma carta:

“Desculpa por tudo, se te coloquei nessa situação, você foi muito importante e nunca esquecerei, eu sempre quis te dizer, mas você sempre evitava ouvir, o nosso amor não era eterno, eu te amo, mas apenas como amiga, me perdoe se soou frio, mas era assim que a vida devia ser. Lauren”.

Depois disso minha vida parecia não ter sentido, fui praticamente abandonada por todos, quase entrei em depressão, meus pais mal olhavam na minha cara e eu nem sequer sabia o que fazer.

Um dia a casa estava sendo toda arrumada para a chegada dos Duques de Draco, meus pais claro queriam que eu estivesse toda esplêndida pois queriam me apresentar a todos. Sabiam que eles estavam aprontando, eu fugi para um lugar reservado do jardim para ficar em paz, até que alguém fala comigo.

- A festa está chata, não é?

- Sim está, mas quem é você e como me achou aqui?

- Oi desculpa, prazer me chamo Colin, mas pode me chamar de Harry se quiser. – Falava sorrindo.

- Prazer Charlote, mas se seu nome é Colin por que chamar de Harry?

- Colin Harrison kkk.

- Ahta kk.

- Sabe o motivo dessa festa que nossos pais organizaram?

- Você é filho dos duques certo?

- Sim sou.

- Achei que você soubesse.

- Eu não, praticamente me obrigaram a vir.

- Somos dois.

Conversamos muito ali, ele era um jovem bonito, com seus 21 anos, cabelos castanhos, olhos cor de mel, um corpo que aparentava ser bem definido (ou era só o terno mesmo kk, mentira, era corpo mesmo).

Em um momento somos chamados para um anúncio no salão, nossos pais se reuniram junto a família de ambos dando os parabéns, e a gente ali sem entender nada.

- Parabéns pelo futuro casamento. – Dizia o pai de Colin para ele.

- Casamento de quem?

- Ora filho, seu com a Charlote. – Dizia a mãe dele.

- Como é?! – Nós dois falávamos ao mesmo tempo.

- Bem Charlote, nós achamos que já estava na hora de você casar, e como os Dracos, são muito amigos da família, fizemos um acordo para ambos nossos filhos casarem. – Dizia meu pai na maior cara de pau.

- Não mesmo, ninguém vai casar aqui. – Eu relutei.

- Sim, vocês vão, e será próxima semana, agora sem discussão. – Falava minha mãe sem nenhum pudor.

Eu estava indignada com aquilo, sai daquela festa soltando fogo e me tranquei no meu quarto, minha vontade era morrer, casar com um estranho. Infelizmente eu não tinha escolha, mesmo sendo maior de idade, meus pais ainda exerciam uma certa autoridade em mim e eu estava frágil ainda.

Uma semana passou e chegou o dia do casamento, claro que minha cara e a do Colin não era uma das melhores, depois que falamos “SIM”, houve aquela festa toda, parecendo que tudo estava normal.

- Podemos conversar? – Chamava Colin.

- Claro.

- Olha eu sei que você também não queria casar, ambos fomos forçados, mas eu tenho uma proposta, como ganhamos uma casa nova para nós dois, podemos dormir em quartos separados, sem precisar dar satisfação um ao outro do que fazer da vida. Topa?

- É o jeito.

- Mais uma coisa, podemos ser amigos pelo menos? Por que seria chato morar com uma estranha e também por que precisamos fingir ser um casal perfeito e adoraria zombar dos meus pais quando eu tomar posse do meu cargo.

- Se você me ajudar a zombar dos meus e esfregar na cara deles que não preciso deles, podemos até ser melhores amigos.

- Fechado então, a partir de hoje minha cara duquesa, vamos tornar a vida deles um inferno kkkk.- Me falou puxando delicadamente até o salão.

Sério aquele foi o melhor trato que fizemos, demorou um 1 ano pra sermos amigos e mais 1 para ficarmos próximos, não é fácil casar com que não gostamos e nem conhecemos. O trato permanecia, mas com o tempo passamos a nos aproximar, a conversar e a nos importar.

Uma noite quando estávamos bêbados e rindo da vergonha que fizemos nossos pais passarem perante a realeza rolou um clima, dormimos juntos e assim surgiu Olivia. Quando falei que estava grávida ele meio que pirou na hora e desmaiou, mas depois agiu feito homem e falou que ela teria todo amor mundo.

Sinceramente o nosso amor não foi algo como um namoro normal que depois se concretiza na paixão ardente, foi algo construído, mas que valeu a pena. Começamos a agir que nem casal de verdade, mesmo que parecesse estranho no começo, mas queríamos ser bons pais. Logo quando Olívia nasceu foi muito corrido, mas tínhamos empregados, babás param ajudarem, principalmente quando entrei em depressão pós-parto, Harry a todo momento se dividiu em dois pra ajudar em tudo, passei 3 meses fazendo terapia quando finalmente me dei conta que estava pronta. A partir dali comecei a me interessar por psicologia e disse a ele que gostaria de cursar. Harry achou que ficaria cansativo cuidar de um bebê e estudar, mas se era essa minha vontade, ele iria apoiar e respeitar.

Estudei, me formei e fiz meu doutorado, eu parecia livre e feliz. Vivi um casamento durante anos, trabalhei, administrei uma família e tive um parceiro incrível, mas quando cheguei aos 30 algo não me preenchia direito, três anos depois no aniversário de Olívia eu já não me sentia mesmo, queria poder ser livre, sair, voltar as festas, ter minha independência, nunca trai o Harry e jamais faria isso.

- O que você tem amor? – Perguntava Harry para Charlote.

- Está tão na cara assim?

- Sim, você não está bem, algo lhe perturba.

- Esse casamento Harry.

- Eu fiz algo?

- Não, pelo contrário, você é o melhor marido que alguém pode ter, mas eu não me sinto completa, sei que começamos a ser mais um casal por causa da nossa filha, mas eu preciso de espaço, preciso agir como sou, preciso ser independente.

- O que você propõe, saiba que sempre irei lhe apoiar seja qual for sua escolha.

- Quero o divórcio Harry, sinto muito, você é incrível, mas eu não posso nem me fazer feliz, quanto mais a você. Não quero que sofra.

- Olha Charlote, esses anos com você foram os melhores que já tive, você me deu esperança, coragem pra enfrentar a família, ajudou a meu verdadeiro eu crescer dentro de mim e principalmente nossa filha que é meu maior presente. Se essa é sua escolha eu respeito de verdade, seja livre, faça o que tem vontade, coloque pra fora esse leão adormecido, saiba que te apoiarei sempre.

- Obrigada Harry, eu te amo.

- Eu também Charlote.

Quando nos separamos, eu pedi pra ele ficar com a guarda de Olívia, não quis abandonar minha filha, mas conviver com um pai que é divertido, sorridente, maravilhoso é bem melhor do que viver com um leão que estava prestes a acordar. Eu já havia montado meu consultório, estava melhor do que nunca com aquilo.

Mas com o tempo você sente falta de algo, de sexo principalmente, eu fui a um pub, coisa que não fazia há mais de 10 anos, fui naquele que sempre andava mais estrangeiros e pra minha “alegria”, reencontrei Lauren. Minha vontade era de bater nela, mas eu fiz como antes, ignorei. Fiquei lá bebendo um pouco e pensando na minha vida.

- Pelo visto o passado vem à tona. – Dizia ela sentando do meu lado no balcão.

- Então por isso que eu o ignoro. – Falei sendo rude.

- Lotinha por favor.

- Pra você é Charlote apenas, não lhe dou essa intimidade.

- Mas já deu um dia.

- Meu erro.

- Pode ao menos olhar pra mim?

Quando a olhei, estava completamente diferente daquela menina rebelde, parecia até que era minha mãe vestida naquelas roupas.

- Lauren é você mesmo? – Perguntei eu surpresa.

- Bem diferente né? Eu sei, mas as coisas mudam, sou uma mestra em língua luso-inglesa, e sobretudo mãe.

- Também depois que me abandonou e ainda mandou aquele lixo de carta, pudera né.

- Olha eu sei que foi um erro, mas o que você queria que eu fizesse? Enfrentasse? Sei que éramos amigas, mas você levou como um amor e em momento algum eu me propus aquilo, eu era jovem, nem sequer pensava naquilo.

- Podia ter dito antes de ter me comido várias vezes.

- Mas eu levava na esportiva, quando eu vim perceber que aquilo tava sério, sua mãe me expulsou ameaçando chamar a polícia, então eu fiquei assustada principalmente por você. Já pensou ela te colocar em um convento?

- Ela cogitou isso.

- Está vendo aí? Olha não tô pedindo pra sermos amigas de novo, porque o que eu fiz foi errado, mas será que ao menos pode me perdoar e aproveitar só hoje pra colocar a conversa em dia?

- É, pode ser.

Aceitei conversar com ela numa boa, ela me revelou que depois que se formou, se apaixonou por um homem e são casados até hoje, eles tem um filho pequeno de 8 anos e que vivem feliz. Expliquei a ela minha situação e de como estava agora, pós divórcio, exercendo carreira e tudo.

- Charlote, isso foi dureza o que passou e nem sequer consigo imaginar, mas se seu ex tecnicamente foi um príncipe perfeito pra você e aceitou sem problemas, você tem sorte.

- Eu sei, mas ainda está faltando algo em mim, e não é apenas sexo, falta algo pra me... me...

- Se soltar, como esse tal de Colin disse, solte a leoa.

- Soltar a leoa?

- Desde que te conheço, percebi uma fera dentro de você, em momento algum você foi hetera, mas também não foi lésbica.

- Sou o que então.

- Bissexual minha cara, a sua necessidade não se preenche em apenas um tipo, tem que ser os dois se não, não estará completo. Você gostou de ser rebelde antes e precisa disso agora. Não estou dizendo pra você sair por ai enchendo a cara sempre, fazer quantas tatuagens quiser e ir mostrar sua bunda pela janela do carro de novo.

- Então é o que?

- Sua elegância minha filha, só isso que tenho a dizer, o resto é com você.

Continuamos a conversar e depois ela me apresentou ao marido e filho, com o tempo voltamos a ter uma boa amizade e hoje ela é minha amiga como antes, a diferença é nunca mais vai existir um sentimento maior que isso.

Mas ela tinha razão, mudar, soltar a leoa, então foi assim que eu fiz, adeus roupas de lady e bem roupas sexy, elegantes e sem ser vulgar. Adotei necessariamente o preto para a maioria das roupas, mas tinha momentos que outras cores podiam tomar conta. Um corte V para cabelos longos com alguns repicados (tipo a Calista Flockhart[ Cat Grant em Supergirl]), troquei meu loiro natural por castanho claro, mas ainda é bem notável o loiro, só que calmo. Passei a usar saltos e andar sempre bem vestida.

Essa é a história da minha vida Priscila, se sou o que sou, é porque fui obrigada a mudar

- Com certeza bem diferente da sua mãe, soube utilizar a elegância que tanto queria, mas a seu favor. – Falava Priscila.

- Sim, jamais obrigaria minha filha agir e casar contra a vontade dela.

- Mas, necessariamente você foi a obrigada a mudar, você mudou porque queria, pois era pra acontecer, essa mulher forte, essa leoa como todos diziam, precisava se soltar, pois não aguentava mais, e te admiro cada dia mais por ser essa mulher, que mesmo com o mundo contra ti, soube dar a volta à por cima e saiu com a melhor risada, a última. – Falava Priscila, enquanto abraçava.

- Obrigada Priscila, mas não sou isso tudo.

- Sim você é. Mas agora me diz uma coisa.

- Pergunte.

- Por que as vezes você chama seu ex marido de Colin e outras vezes de Harry? Tô confusa.

- Colin é em geral por ser o primeiro o nome e Harry porque além de ser íntimo, apenas eu chamo ele assim.

- Mas e a atual esposa, não chama ele assim ou fica com ciúmes?

- Pelo contrário, ela entende a nossa relação de irmão e o apelido dela para ele é Garanhão Italiano.

- Kkkkkkk, parente do Sylvester Stallone? Porque esse apelido é o nome do primeiro filme que ele fez, fora que seu outro personagem Rocky Balboa também era apelidado assim.

- Primeiro, o pai dela era um grande boxeador italiano e esse apelido foi para Harry por que ele também gosta de boxe.

- E segundo? – Charlote pula em cima de Priscila, derrubando-a sobre o chão naquela cadeira confortável, ficando por cima dela e falando.

- Segundo é, para de rir do Harry, ele é meu amigo/ irmão, como você e o Rodrigo, então cuidado ao falar dele.

- Você é meio psicopata comigo, mas gosto desse jeito, fique tranquila, o Har... digo Colin, merece meu total respeito e espero poder conhece-lo um dia.

- Um dia te apresento, mas vem, levanta. Você precisa organizar suas coisas no consultório.

- Queria poder trabalhar com você ainda, mas você me arranjou outro chefe.

- Primeiro, você vai administrar esse consultório sendo a psicóloga e subgerente. Segundo, eu ainda continuo sendo sua chefe.

- Como? O consultório não era do Dr. Albert Campbell?

- Sim, é também. Nossos consultórios, digamos estão fundidos, eu sou a gerente maior, que cuida propriamente dos dois. A diferença é que um é voltado para consultas em geral e o outro para servir como uma clínica, com ambos psicólogos, terapeutas, psicopedagogos para atendimento escolar e quem sabe no futuro teremos massoterapeutas.

- Ficará parecendo uma spa desse jeito.

- É quem sabe.

- Mas você continua sendo minha chefe?

- Desejo realizado, então acho melhor fazer sua parte.

- Você não muda mesmo haha.

“E assim conheço melhor essa deusa sensual ou melhor dizendo a leoa que despertou”.

Ficou grande eu sei, mas já é um resumo de tudo sobre ela, espero que agora possam compreender o lado dela também, para que não a vejam apenas como a vilã sexy. Na verdade nem vilã ela é, a vejo como uma mulher forte, que mesmo depois de tudo deu uma banana pro mundo e foi ser quem ela é. Eu amo a Cristina, pois ela é uma personagem incrível, que passa uma segurança e coragem, mesmo que pareça frágil, isso ela nunca foi. Mas também amo a Charlote, pois ela é uma mulher de garra que busca viver como ela quer, que faz das opiniões negativas serem apenas um lixo prestes a ser jogado fora, ela não deixa se abalar fácil e acima de tudo enfrenta qualquer pessoa que ache que tem o direito de dizer o que ela deve ou não fazer.

Essa é minha opinião meninas, sobre ambas, agora fiquem mais relaxadas. Um beijão e até breve, Stardust.


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Comentários

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AMEI E ESTOU AMANDO DESTE O COMEÇO! CARA, VOCÊ FUTURAMENTE DEVERIA REESCREVER ESSE CONTO E FAZÊ-LO UM LIVRO! OU ENTÃO UM FILME COM DIREITO A ÓSCAR. ESCRITORA DE MÃOS CHEIA. UM DOS MELHORES CONTOS QUE LI E ACOMPANHEI AQUI NA CDC. ENFIM, MEUS PARABÉNS!E SOBRE ESTE CAPÍTULO, O QUE DIZER SOBRE A MISS CHARLOTE?AI COMO EU QUERIA PODER TER UMA DESSAS... AH... UMA VERDADEIRA GUERREIRA! EXEMPLO DE MULHER! BATALHOU PARA SER FELIZ.

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Ainda vou sentir falta da Cris...mas ansisa para saber como a historia com a Charlote vai continuar!

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Adoro a Mr. Charlote.

Torço pra ela e a pri ficarem juntas, pois elas se gostam.

Continua logo. Nao aguento mais esperar.

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Minhas palmas para charlote,mto bom seu resumo sobre ela,mais agora me diga quando começa a segunda fase desse conto maravilhoso? *.*

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Nossa Jasmim, digere com calma kkkkkk, muito obrigada😘 por ter lido e sim é um jornal, pq se eu dividisse em duas partes, capaz de nem lerem kkkkk. NickTor, muito obrigada também, mesmo que tenha sido forçado e agora ama kkkkkk, um beijo pra vocês dois, a história de vocês começou boa

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Eita que esse resumo ficou mais pra um jornal hahahahaha mas, confesso que a princípio não queria nem ler mas como você mesma disse precisamos conhecer os lados pra depois estabelecer opinião. Parabéns pelo texto, excelentemente escrito, como sempre aliás. O que vou fazer agora pensar porque muita coisa a digerir ainda. Beijo😘

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Caramba, venho lendo esse conto desde o início, fui obrigado pelo meu amor antes, mas agora quem ama esse conto sou eu kkkkk. Nossa, que mulher essa Charlote, sério, ela passa por essas coisas e pah, muda e da um fds pro mundo, numa boa, estamos torcendo pra que a Priscila fique com ela. Um abraço

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