A história impossível de nós dois. (Capítulo 8)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 1565 palavras
Data: 02/01/2017 23:22:53

Continuando...

Se pegassem a turma de macho que minha mãe já se esfregou,e colocassem em uma balança para ver qual era o pior,Pedreira talvez perdesse apenas para o meu pai.Este vagabundo,ela havia achado quando morávamos perto da capital,no ano retrazado.

Com o passar de um mês que ela dava pra ele,Pedreira começou a se mostrar ciumento e bastante violento.Além de bater na minha mãe,ele me colocava de castigo direto.As vezes eu ficava acorrentado por dias,e muitas vezes sem comer direito.

E então ele foi preso,e a gente decidiu vir para esta cidade,desejando que ele nunca nós encontrasse.Mais como diz uma certa frase por aí,um passado mal resolvido é como uma porta mal fechada,que pode abrir a qualquer momento.

Só que dessa vez,eu não ia deixar ele voltar a infernizar as nossas vidas.Não que eu quisesse bancár o corajoso,ou demonstrar que era o fodão.Mais eu o conhecia bem demais,para saber que ele contava com o medo das pessoas,para ter domínio sobre elas.E eu não ia dar essa chance de novo a ele,preferia estar morto,a ver isso acontecer.

-Vocês deviam ter me dito que iam pegar o beco,Sabe?Foi um trabalho da porra pra achar os dois.-Ele disse ao notar que eu não ia responder a provocação.

-Essa era a intenção!-respondi tentando encara-lo.

-Como é qui é rapá?-Ele perguntou sério.

-Não percebeu?A gente não queria ver essa tua cara de novo,e demos no pé.-Respondi.

-Perdeu a noção do perigo,muleque?-Ele perguntou ficando de pé.

-O que eu perdi foi o medo de você,Pedreira.E agora vá embora,que aqui não é teu lugar.-Respondi tentando parecer firme.

-E tu vai fazer o que,se eu não quiser ir?-Ele perguntou se levantando e me encarando.

-Não quero confusão Pedreira...Vá embora daqui.-Disse tentando não reparar que ele era um pouco mais alto que eu,só que bastante forte.

-Num vou a lugar nenhum,e aí?-Ele perguntou dando alguns passos na minha direção.

-Acho que vou chamar a polícia!-respondi,sem conseguir pensar em algo melhor pra dizer.

Ele me encarou com um sorriso perverso,a dúvida brincando em seu olhar.Peguei na maçaneta da porta,mais antes que eu conseguisse puxar,ele me pegou pelas costas e me empurrou contra a parede,acertando três socos em seguida.Cai no chão e ele passou a me chutar sem piedade.E então ouvi um baque,e ele parou,me deixando respirar.Me sentei e vi o Pedreira caminhar em direção a minha mãe,que estava com uma tábua na mão.

Sem pensar direito,me levantei e corri até a cozinha,em busca de algo que pudesse me ajudar.Peguei a faca e voltei a sala,caminhando em direção a ele,que enforcava a minha mãe.Sem parar para ver direito o que ia fazer,passei a faca em seu ombro e puxei,fazendo com que ele urasse de dor e soltasse ela.Ele se virou pra mim e eu levantei a faca novamente,mirando seu peito.Com sorte eu enterraria até o coração e garantiria a ida dele direto pra o inferno.

-Lúcio,tu não é o teu paí.-Minha mãe disse,sua voz parecendo vir de bem distante.

Aquelas palavras me trouxeram de volta e antes que conseguisse realizar a minha idéia,dei dois passos para trás.Olhei assustado para a faca ensanguentada,e senti um aperto no peito.

-Tu deveria ter me detonado quando teve a chance,muleque!-Pedreira disse com um sorriso.

-Parado aí seu desgraçado!-Minha mãe disse enquanto mirava uma arma pra ele.

-A vagabunda criou coragem...Pena que num sabe usar.-Pedreira disse após passar as mãos na cintura e vê que era sua arma que ela estava usando.

Minha mãe engatilhou a arma e atirou contra a parede,fazendo um enorme buraco.Em seguida apontou pra ele.

-O próximo é em você...Se num for embora daqui.-Ela disse decidida.

Pedreira fechou o sorriso e a encarou com um olhar de ódio.Por um minuto pareceu que ele ia avançar,mais ele se virou em direção a porta.

-Eu volto e vou acabar com dois.Vou me vingar de tudo que fizeram e fazê que os dois desejem a morte!-Ele disse,saindo logo em seguida.

-Obrigado!-Disse a olhando.

-Quero ver tu bem longe de mim,mais ainda num quero te ver morto.-Ela disse baixando a arma.

A olhei surpreso,e então me virei,indo em direção ao meu quarto.Ao chegar lá,me coloquei em frente ao espelho e me observei.Ainda estava segurando a faca com sangue,então a soltei não chão com nojo.

No espelho havia a única foto que eu tinha do meu pai,e eu me pus a olhar pra ela.Seu cabelo era rebelde como o meu e meus olhos tão negros quanto os deles.Nós éramos tão parecidos fisicamente,será que éramos em outra coisa também?

Se minha mãe não tivesse falado,eu teria matado o Pedreira está noite.Eu não pensei duas vezes para fazer isso e nem para feri-lo.Será que o que todos diziam sobre eu me tornar tão ruim quanto ele era,poderia ser verdade?

Angústiado,sem encontrar respostas,passei a caminhar pelo quarto.A cada passo,aumentando mais o meu desespero.Na décima volta,me coloquei em frente ao espelho de novo,tentando enxergar dentro de mim.Tentando ver se havia mais do meu pai ali,do que eu imaginava.

-NÃO!...NÃO SOU VOCÊ!NUNCA VOU SER IGUAL A VOCÊ!-Gritei ao ver olhar pra sua foto,descendo os punhos no espelho,que se partiu.

Cai de joelhos em meio aos cacos,sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.Queria que aparecesse alguém é me abraçasse,dissesse que tá tudo bem e que eu sou melhor do que ele foi.Eu queria não estar sozinho!

Depois de algum tempo,me arrastei até o meu colchão e demorou bastante até cochilasse.

Tive um pesadelo horrível,aonde estava cheio de sangue e ria mostrando ao meu pai.Passou horas até que eu cochilasse de novo,onde tive outro pesadelo.

Amanheci o dia,me sentindo a pior coisa do mundo.Todo dolorido e bastante cansaço,com vontade de ficar no meu lugar pra sempre.Mais tinha que cumprir o serviço do Eduardo,então me levantei e tomei um longo banho.

Vesti uma calça jeans e uma camisa roxa,me penteie e passei um perfume.Caminhei até a sala onde minha estava sentada sozinha,e passei direto,saindo pela porta.

Caminhei até o ponto e peguei uma das vans,chegando quarenta e cinco minutos depois em frente ao escritório,onde desci e entrei.

-O que aconteceu com você?-Joana me perguntou ao me ver entrar na sala dos funcionários.

-Uns problemas aí...Mais tô legal!-respondi sem vontade.

Joana pareceu querer saber mais,mas um dos rapazes chamou ela e eu fiquei sozinho.Tirei a camisa roxa e vesti a cinza,sem nenhum ânimo.Talvez o trabalho afastasse de minha mente,aqueles pensamentos,então não tinha nada a perder.

-Então eu estava certo!-Eduardo disse após entrar pela porta,me encarando em fúria.

-O que?-perguntei confuso.

-Não se faça de santo,Lúcio.Eu sei que ontem,teve uma briga de gangues na sua área.E agora pela sua cara,tenho certeza que participou dela.-Ele respondeu parecendo prestes a explodir.

-Você só pode ter ficado maluco.-Disse sem acreditar no que ouvia.

-Como eu me deixei enganar,por um muleque retardado como você?-Eduardo perguntou,sua voz ficando cada vez mais grossa.

-Tu tá me acusando sem prova nenhuma...Eu não participei dessa merda!-Disse irritado por ele desconfiar de mim.

-E por a sua cara está roxa,então?-Ele perguntou em tom sarcástico.

-Não é da sua conta,que inferno!-respondi

-Cristóvão tinha razão,você é um marginal imundo que nunca vai mudar.Um vagabundo miserável que merece a morte,de tão podre que é.-Ele disse com tanta fúria,que seus olhos azuis começaram a ficar mais claros,e sua cicatriz a ficar maior.

Pensei em várias coisas pra dizer a ele,pra me defender daquela acusacão.Mais percebi que Eduardo não ia acreditar em mim.Pra ele eu era só mais um bandido!

-Pensa o que você quiser!-Disse por fim.

-Some da minha frente seu desgraçado!E tomara que apodreça na cadeia,miserável!-Ele disse com os punhos fechados.

-Eu não preciso de você,nunca precisei.É com prazer,que nunca olho mais pra essa sua cara.-Disse sentindo a irritação me queimar por dentro.

Tirei a camisa e joguei ali,peguei a minha e sai.Sai do prédio com o coração em pedaços,me sentindo bem pior do que tinha saído de casa.As lágrimas voltando a escorrer e uma dor me partir por dentro.

Pela primeira vez em anos,comecei a achar que viver não valia a pena.

Continua...

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Olá,boa noite!

Sentindo falta de algumas pessoas que acompanhavam meu conto! :-(

Atheno ele explica isso em outro capítulo.Na casa da avó dele,moram os tios que o odeia e também a mãe dele por não prestar,então ele prefere ficar com a mão.

Geomateus e Impact obrigado pelos comentários e nota,espero que gostem desse capitúlo.

Até amanhã!


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Comentários

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Cara essa história tá muito triste, como pode ter uma mãe assim. Eu tô chorando desde do primeiro capítulo, como podem ter uma pessoa assim na sua vida?

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Às vezes, é difícil encontrar autores tão ricos como você tem sido! Excelente. Nota 10!

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Esse cara é completamente idiota

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Continua na escola e tenta arrumar um emprego, o q é difícil. O Eduardo tem q se humilhar muito pra ser perdoado.

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Capítulo tenso.Maa vc retrata a vida de uma pessoa q viveu no crime direra ou indiretamente e agora abre os olhos.E o Eduardo são todos os q n vivem neste meio e te julgam sem querer saber as explicaçoes.Isso é tao real q choca...Eu moro perto de comunidades e sei como pessoas como o Lucio vivem e o quanto sofrem.Parabens..

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REALMENTE VIVER ASSIM NÃO VALE A PENA MESMO. VC TEM Q ACHAR UMA SAÍDA. ESSE EDUARDO REALMENTE É UM BABACA, UM IDIOTA. TIRA CONCLUSÕES ANTECIPADAS E NÃO DÁ O DIREITO DE RESPOSTA. MAS AINDA VOU BATER NA TECLA QUE É MUITA COISA RUIM, MUITA MISÉRIA. UMA HORA ISSO TEM Q MELHORAR. NÃO É POSSÍVEL QUE PESSOAS VIVAM NUM INFERNO CONSTANTE.

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