AMOR DE PESO - 01X23 - SEMPRE EXISTE UMA LUZ - FINAL DE TEMPORADA

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 5863 palavras
Data: 18/11/2016 02:43:11
Última revisão: 01/01/2021 17:23:21

Pai e mãe,

Eu já fui humilhado de várias formas na minha vida. Afinal, sou gordo e todo mundo odeia gente gorda. Eu sempre me senti protegido ao lado de vocês, os dois sempre me ensinaram coisas boas, menos como passar por situações como essa. Lá estava eu, deitado no chão do auditório coberto por uma gosma verde e sendo alvo de piadas.

***

O regador verde de plástico dela

Para sua planta artificial chinesa de borracha

Na terra artificial de plástico

Que ela comprou de um homem de borracha

Numa cidade cheia de planos de borracha

Para se livrar de si mesma

***

Não lembro a primeira vez que alguém disse algo maldoso sobre o meu peso. Com certeza, começou na infância. Quanto mais gordo, melhor (no caso, pior) é a piada. Enquanto estava deitado no chão do auditório, um sentimento ruim invadiu meu peito. Não conseguia entender o que havia acontecido comigo.

Estava só. Ninguém me defendeu. Até que ouviu uma voz conhecida. Era o Brutus, ele perguntou se eu podia levantar. Abri os olhos com dificuldade e encontrei todos os meus amigos em pé, eles me ofereciam ajuda para sair daquela situação.

A equipe da escola ajudou a diretora, que pegou o microfone e pediu para todos ficarem quietos. Com cuidado, os meus amigos me levantaram e tiram todas as camisinhas que estavam presas no meu corpo devido a gosma verde. A Letícia entregou um lenço para o Zedu, ele usou para limpar o meu rosto e lágrimas escorreram, não conseguia evitar.

— Vamos para o banheiro.. — pediu Zedu. — Lá tem um chuveiro.

***

Isso a desgasta

Isso a desgasta

Isso a desgasta

Isso a desgasta

***

Passei pelo corredor, todos riam e apontavam os dedos. Eles estavam gostando daquilo. Olhei para o lado, vi o Diogo, parecia indiferente com toda aquela situação. Não entendi o motivo, mas, no fundo, achei que ele havia gostado do que aconteceu.

Os meus amigos seguiram para o banheiro, o Brutus entrou e verificou se algum aluno estava usando. Com a barra limpa, Ramona e Letícia, me guiaram até o chuveiro. O Brutus tirou a farda e usava uma outra camisa por baixo.

O Zedu deixou a câmera em cima da pia e tirou a farda também. Ele e Brutus entraram, enquanto as meninas foram pegar meus pertences na sala. O Brutus ligou o chuveiro, então, o Zedu usou as mãos para tirar a gosma de mim.

— Quem fez isso? — perguntou Zedu, enquanto limpava meu rosto.

— Eu tenho uma sugestão. — disse Brutus, ao ver que eu não ia falar nada. — Depois, a gente conversa, Zedu.

***

Ela mora com um homem corrompido

Um homem de polistireno lascado

Que apenas se destrói e se queima

***

Com a confusão, a diretora direcionou todos os alunos para suas salas. A culpa bateu na consciência de Diogo, ele ficou esperando na frente da diretoria, mas acabou sendo confrontado por Alicia e João. Eles estavam desesperados, pois, além de participarem, eles executaram o plano contra mim.

— Você não pode fazer isso conosco! — repreendeu João, falando alto, mas baixando o tom.

— Eu vou assumir a culpa, não se preocupem. — disse Diogo, sem prestar atenção nas reclamações de João.

— Diogo. Isso é burrice, pense direito. Vamos embora. — Alicia pediu, querendo entender o ponto de vista de Diogo.

— Alicia, ele vai assumir a culpa de algo que nós fizemos. O plano deu certo. Agora vamos. Ele vai contar para a diretora que foi ele, não vai?! A gente fez o plano e o Diogo leva a culpa. — João falou rápido, entretanto, não percebeu que a diretora estava atrás dele.

— Quero saber essa história direito. — soltou a diretora, passando um pano no rosto para se livrar da gosma verde.

***

Ele costumava fazer cirurgias

Para garotas dos anos 80

Mas a gravidade sempre vence

Isso o desgasta

Isso o desgasta

Isso o desgasta

Desgasta

***

Notícia ruim se alastra como fogo em pólvora. A tia Olívia correu para a escola, após a ligação da direção. Ela ficou puta quando viu o meu estado. A titia fez um barraco digno de "Casos de Família" e queria saber quem eram os responsáveis pelo trote. Mesmo toda melada, a diretora resolveu atender a minha tia no escritório.

— Olha, eu sei que isso é grave, mas já estamos tomando as medidas cabíveis. — afirmou a diretora.

— O Yuri, meu sobrinho, sempre recebeu todo tipo de bullying, principalmente, por causa do peso dele. E isso trouxe sequelas que, infelizmente, vem e voltam. Se a senhora olhar a ficha dele com cuidado vai ver que ele já sofreu de depressão. Estou muito decepcionada com essa escola. — garantiu tia Olivia, percebendo a situação da diretora.

— Lamento muito por isso, Olivia. Sou diretora dessa instituição há 13 anos e garanto que isso nunca aconteceu.

— E quem foram os responsáveis? — perguntou tia Olivia, respirando fundo.

— Foram três alunos da sala do Yuri. O Diogo, Alicia e o João.

— Diogo? — questionou titia surpresa.

— Sim. Já comuniquei aos pais. Faremos uma reunião.

***

Ela parece algo real

Ela tem o gosto de algo real

Meu falso amor de plástico

Mas não posso evitar o sentimento

Eu poderia explodir pelo telhado

Se eu apenas me virar e correr

***

O amparo dos meus amigos foi de suma importância para a minha saúde mental. Desde o momento do trote, eu não conseguia falar uma palavra. O Zedu usou uma das camisas de Brutus para enxugar o meu rosto. Percebia uma certa tristeza no olhar dele, mas, apesar disso, ele tentava passar coragem para mim.

Enquanto, a tia Olivia marcava uma reunião com os pais dos alunos que fizeram a "brincadeira" comigo, os meus amigos me levaram para o pátio da escola. Ainda bem, que as aulas aconteciam normalmente. Parecia uma procissão da tristeza, a minha cabeça parecia uma bomba relógio, procurando o motivo de tanta maldade.

O Zedu parecia mais nervoso que o normal. De repente, ele pediu da turma para ter um momento a sós comigo. Nem o nervosismo do Zedu, que deixava ele fofo, não surtiu efeito dentro de mim. Apesar de algumas pessoas que passavam por nós, o Zedu não hesitou em pegar nas minhas mãos.

— Desculpa. Desculpa, por não conseguir impedir isso. — pegando no meu rosto e limpando uma lágrima. — Eu tô tentando. Eu assumi para a minha mãe, um grande passo. Eu quero te dizer que gostei de você desde a primeira vez. Eu não sei como as coisas vão desenrolar, mas eu quero você, eu escolhi você. Eu te amo, Yuri. — Zedu colocou as duas mãos no meu rosto e me beijou.

— Gente. — Ramona soltou, dando pequenos gritos de alegria.

— Eita, Giovanna. — resmungou Brutus, ainda tentando se acostumar com a ideia de que o melhor amigo era gay.

— Olha só. — disse Letícia rindo.

Eu não estava pensando com clareza. Depois do beijo, meio que empurrei o Zedu para o lado. Por sorte, a tia Olivia apareceu e agradeceu meus amigos pela ajuda. Ela me olhou dos pés a cabeça, lamentando o ocorrido. Seguimos em direção ao estacionamento, sai sem falar com ninguém.

***

Isso me desgasta

Isso me desgasta

Isso me desgasta

Isso me desgasta

***

Ao entrar no carro da titia, recebi o abraço mais caloroso do universo. Chorei abraçado com ela. Por causa da confusão, o Brutus, Ramona e Letícia acabaram pegando uma carona. No caminho, paramos em um sinal e vi um casal se beijando em uma pracinha. Porque eu não posso ser normal? O que eu fiz para ser tão humilhado assim? Eu não conseguia responder, apenas chorar.

***

Se eu pudesse ser quem você desejava

Se eu pudesse ser quem você sempre desejou

O tempo todo

O tempo todo

***

O que fazer quando o nosso coração está sangrando? Cheguei em casa e, mais uma vez, não me despedi dos meus amigos. Fui direto para o banheiro, pois, queria tomar banho. A titia ficou do lado de fora, acho que com medo que eu fizesse alguma besteira. Ela bateu na porta e perguntou se estava tudo bem. Respondi que sim, mesmo não sendo verdade.

Na escola, Zedu estava furioso e esperou para confrontar Diogo, Alicia e João. Não demorou muito e o trio saiu da escola. Assim que viu Zedu, João ficou atrás de Diogo. Alicia tentou ficar indiferente, porém, se assustou com a agressividade do ex-namorado.

"Ficou louco?", questionou Zedu segurando Diogo pelo pescoço. Eles se olharam por alguns segundos, a Alicia tentou separar a confusão, só que as palavras dela deixaram Zedu ainda mais zangado. Os alunos começaram a se amontoar e esperaram uma briga épica. Diogo tentou dar o primeiro golpe, mas se desequilibrou e caiu no chão.

Os dois iniciaram uma briga violenta na frente à escola. A tia Ray chamou os seguranças que separaram os dois, só que Diogo saiu correndo. Zedu foi solto e se acalmou. Alicia ficou horrorizada com o comportamento do ex-namorado. João, também, saiu de fininho, afinal, ele não queria mais confusão.

—Que coisa feia. — repreendeu tia Ray, nervosa com a confusão. — Ficar brigando. Pena que foi fora da escola. Por que se fosse aqui dentro, eu mandaria expulsar todos. — entrando na escola.

— Zedu. — Alicia soltou, quase chorando, enquanto seu ex-namorado juntava a mochila no chão. — Eu...

— Fica longe de mim e do Yuri. Você sabe que eu sou um ótimo amigo, mas um inimigo muito melhor. — ameaçou Zedu, indo em direção ao ponto de ônibus.

Eu já surtei uma vez. Não foi uma coisa bonita de se vê. A minha tia ficou muito preocupada comigo, mas precisava retornar ao trabalho. Ela ligou para a Ramona, que prontamente aceitou a missão de cuidar de mim. Meus irmãos quase não deram trabalho, a titia havia conversado com Giovanna sobre o bullying, mas não falou nada para Richard.

Em menos de cinco horas, o meu vídeo sendo humilhado viralizou nas redes sociais. Vários grupos estavam compartilhando. "Pegadinha com o gordão", "Cara gordo cai em trote" e "Urso e o balde de gosma", esses foram alguns dos títulos que vi. Passei horas chorando, não conseguia entender como as pessoas podiam ser tão maldosas.

O meu vídeo, sendo humilhado em frente a toda escola caiu na internet. Vários grupos estavam compartilhando, o vídeo do gordo ridículo que foi humilhado em frente a todos e agora na internet também. Enquanto isso, no meu quarto eu apenas chorava, fiquei alheio aos vídeos na rede.

A tia Olivia pediu para Ramona anotar todas as páginas que estavam divulgando o vídeo. Ela queria estar preparada para um possível processo. A minha amiga acompanhou a titia até o carro. Nesse meio tempo, o Richard olhou o notebook e viu uma das versões do vídeo.

Ele viu o momento em que eu caia no chão e ouviu todos os risos. Richard ficou vermelho de raiva. Muito vermelho. Após se despedir de tia Olivia, a Ramona encontrou com Brutus que passava na frente da minha casa. Curiosa, ela colocou o amigo contra a parede e exigiu uma explicação para a história de João e Lucas.

— Eu gravei o vídeo esperando uma confissão, mas flagrei muito mais, tipo, o João e Lucas transando. — deixando Letícia chocada com a informação. — O que a gente faz?

— Ele... — sentando no sofá de casa. — Porquê o Yuri?!

— Não sei. Vingança?

— A gente precisa falar com a Letícia. Esse garoto tem que parar.

***

O Trabalho de Conclusão de Curso, também conhecido como TCC, é um momento aguardado por qualquer universitário, mas para o Carlos, aquilo marcava o final de uma transformação interna. Ele apresentaria o artigo para a bancada e contava com a presença de amigos e familiares.

A tia Olivia ficou tão preocupada que esqueceu da apresentação. Ele ligou para perguntar o motivo do atraso. Desesperada, a titia correu para o auditório da universidade. Apesar de tudo, ela decidiu prestigiar o namorado.

Tia Olivia não conseguia se concentrar no trabalho. Ela até esqueceu uma apresentação que Carlos faria na faculdade. Ele ligou para a titia e perguntou se ela compareceria no auditório da faculdade, apesar de tudo, a tia decidiu prestigiar o namorado. No final da apresentação, tia Olivia e Carlos foram jantar.

Alheio dos acontecimentos, Carlos, estranhou o distanciamento da namorada. Ele a levou para um canto do restaurante e quis saber o motivo de tanta indiferença. Emocionada, a tia Olivia mostrou o vídeo. Carlos assistiu tudo calado e parecia bravo, principalmente, quando os alunos começaram a rir.

— Precisamos processar! — exclamou Carlos revoltado. — Isso não vai ficar assim. Amanhã eu vou falar com esses alunos e... — ele não conseguiu terminar a frase, pois, recebeu um abraço apertado de tia Olivia. — Olivia?

— Obrigada. Obrigada por ser um namorado tão compreensivo.

— Eu te amo. E amo os teus sobrinhos. Não se preocupava, o Yuri é um garoto durão. Ele vai conseguir superar mais essa. — beijando a testa de tia Olivia.

— Verdade. — se afastando. — Precisamos ir. Ah, dessa vez, você paga o jantar. Ficou combinado assim, né? — questionou tia Olivia, indo em direção a mãe de Carlos.

— Com licença, garçom. — Carlos o chamou levantando a mão direita. — A conta da mesa 45.

— Ah, claro. — disse o atendente olhando em um tablet preto. — Deu R$ 350.

— Ok. —soltou Carlos, quase caindo no chão. — Ok. — respirando fundo, abrindo a carteira e tirando dois cartões. — Passa nesses dois, por favor. — entregando os cartões para o garçom.

Quer um conselho de amigo? Nunca deixe os meus irmãos zangados. Após assistir ao vídeo do trote, a Giovanna buscou o boletim de ocorrência nas coisas da tia Olivia. Ela queria saber quem eram os responsáveis por armarem contra mim. Eles ficaram surpresos quando descobriram que o Diogo estava envolvido.

No dia seguinte, os dois não entraram na condução. Eles foram até o Centro da cidade e ficaram esperando na frente da minha escola. Os alunos começaram a entrar, Giovanna ficou apaixonada pelos garotos do ensino médio. Por vários momentos, Richard precisou traze-la para a realidade. Na verdade, os pestinhas pareciam dois espiões, se escondendo de quem pudesse reconhece-los.

Os primeiros que eles encontraram foram João e Lucas, um meio distante do outro, mas, eventualmente, se esbarraram e um atrito começou. Em seguida, Alicia chegou em um táxi estava acompanhada da mãe. O Diogo foi o último a entrar, também ao lado dos dois pais, que não pareciam nenhum pouco felizes.

Em apenas uma noite, Richard conseguiu bolar um plano de vingança que orgulharia qualquer vilão da ficção. Ele repassou o plano com Giovanna, porém, não confiava na irmão, então, escreveu todas as tarefas da irmã.

***

OBJETIVO:

Acabar com Diogo, Alicia, João e Lucas

* CADEIRAS COM OS PÉS DE METAL;

*LIGAR A EXTENSÃO NA TOMADA;

*NÃO ESQUECER DA MÁSCARA DE PROTEÇÃO;

***

Dividir e conquistar. Os meus irmão se misturaram no meio dos alunos. Giovanna ficou responsável de encontrar salas vazias. Enquanto, Richard foi em busca da minha sala de aula. Não demorou muito e minha irmã encontrou uma sala desativada, inclusive, com as cadeiras do jeito que o Richard pediu.

***

Giovanna:

Achei a sala perfeita. Fica no segundo andar. Sala 203. Vou plugar todas as tomadas.

Richard:

Perfeito. Estou procurando a inspetora. Fica atenta.

***

A parte do Richard era mais complicada, pois, contaria com a participação da tia Ray. Eles se esbarraram no corredor. Nervoso, o meu irmão precisou usar todo o seu charme e fofura para convencer a inspetora do Colégio Dom Pedro II.

— Posso saber o que você faz aqui? — perguntou a tia Ray de forma ríspida.

— A minha mamãe está na diretoria. — Richard disse da forma mais fofa que conseguiu, ganhando a simpatia da tia Ray, coisa difícil de acontecer. — E a diretora pediu para você mandar esses três alunos para a sala 203, no segundo andar.

— João, Diogo e Alicia. Ah tá. Os alunos da bagunça no auditório. Pode deixar. Mando eles daqui a pouco. Obrigado. — Tia Ray agradeceu e foi em direção a sala.

Mesmo contra vontade, João, Diogo e Alicia seguiram para a sala de aula. Richard chegou antes e preparou os cabos de eletricidade. A Giovanna ficou preocupada, mas, de acordo com o irmão mais novo, o choque seria fraco e não representava perigo para ninguém.

O trio entrou, meio desconfiado e reparou que haviam três cadeiras no centro da sala. Diogo sentou na cadeira do meio, Alicia na da direita e João na da esquerda. Os meus irmãos ficaram escondidos atrás da mesa do professor. Richard pegou uma garrafa que continha uma fumaça verde.

— Fecha bem essa máscara. — ele cochichou para Giovanna, que se certificou de estar protegida. — Essa é para você, Yuri. — soltou Richard, antes de abrir a garrafa.

A fumaça verde tomou de conta da sala. Aos poucos, Diogo e companhia foram dormindo, eles nem perceberam, só sentiram um cansaço e dormiram. Giovanna correu e abriu todas as janelas. Já Richard aproveitou o momento para prender os pés e mãos dos dorminhocos nas cadeiras.

— Richard. Mais uma vez: eles não vão morrer, né? — quis saber Giovanna, nervosa.

— Claro que não. O choque vai ser mínimo. Quero que eles sofram, principalmente, o babaca do Diogo. — indo em direção ao quadro e escrevendo em letras garrafais "CHOQUE DO TROVÃO".

— Verdade. E pensar que eu quase gostei dele. Agora, vamos embora, antes que eles acordem. — pediu Giovanna.

Todo o mal se destrói. Eu acredito no karma, tipo, tudo o que fazemos nessa terra um dia retornará para nós. Ramona decidiu comprar pão para o meu lanche, a coitadinha continuava responsável por mim. Ela se distraiu olhando para o celular, quando foi surpreendida mais uma vez pelo Vando.

O mal elemento tentou coagi-la para que a queixa fosse retira, entretanto, Ramona continuou com a mesma postura e o mandou ir embora. Com o coração acelerado, a minha amiga pensou que o Vando faria alguma loucura, ele até que queria, mas foi impedido.

— Vanderson Rodrigues! — gritou uma voz feminina.

Ramona virou e ficou boquiaberta quando encontrou uma senhora usando um belo vestido florido. Era a avó de Vando que ficou sabendo de todas as suas artinhas e decidiu levar o neto embora.

— Vó, o que a senhora está fazendo aqui? — perguntou ele, ficando branco.

— Vim te levar embora para o interior. Você não está estudando Vando. Precisa encontrar um rumo. O nosso sitio está precisando de ajuda. — garantiu a idosa, pegando Vando pela orelha e indo em direção a casa do neto. — Não vou pagar aluguel para vagabundo não.

— Vovó, pare. Que vergonha. — Vando protestou, mas seguindo a avó.

— Que merda aconteceu aqui? — pensou Ramona boquiaberta.

Essa foi a última vez que soubemos do Vando. Ele aprontou bastante nos poucos anos que viveu no bairro, então, a notícia foi celebrada por todos. Enquanto o Vando era "expulso", os meus irmãos finalizavam o plano perfeito contra os meus algozes. Em casa, eu não desconfiava de nada, apenas queria que o tempo passasse.

Na verdade, lembrei do Diogo que estava planejando mudar para Portugal. Ele era tão corajoso. Então, resolvi fazer uma mudança na minha vida e voltar para o Rio de Janeiro. Lá, eu não tinha amigos, mas, pelo menos, não era odiado por todos. Esperei a tia Olivia voltar do trabalho para avisar a decisão.

— Amor, por favor, falei com a sua diretora. Ela disse que você pode ficar em casa. As férias começam na próxima semana. Suas notas estão ótimas.

— Eu já arrumei a mala. Não tem nada que a senhora possa fazer. — falei chorando.

— Você não vai! — titia gritou me assustando. — Eu prometi aos seus pais que te protegeria. Sei que não sou a melhor mãe do mundo, mas... — ela parou, respirou fundo e não segurou às lágrimas. — Eu odeio o que você faz isso, Yuri. Você é um menino lindo. Que tem tanta coisa para viver. Essas decepções, elas, elas fazem parte da vida. Amor. — pegando na minha mão e beijando. — Você é a cola dessa família. Eu preciso da sua força para seguir. Sem você, eu, eu vou desmoronar. — me abraçando e chorando comigo.

Aquelas palavras tocaram o meu coração. A tia Olivia continuou abraçada comigo por um bom tempo. Ela falou sobre a importância de enfrentar os problemas de cabeça erguida. Eu não merecia aquela pessoa tão especial. Voltei para o me quarto e desarrumei as malas, sim, sou tão dramático que fiz as malas.

Graças a Deus, o meu caso foi abafado pela expectativa do baile da escola. Alicia havia perdido sua vaga na competição para Rainha da Floresta. Ela andou pelos corredores do colégio e lembrou de todos os bons momentos que viveu ali. O ciúmes pode transformar a vida de alguém e, apesar da expulsão, Alicia não se arrependeu e seguiu o seu caminho.

Ramona ainda continuava no drama: parceiro para o baile da escola. Ela passou em casa para conversar e aproveitamos para fazer bolinho de chuva. Preparei todos os ingredientes e dei vários conselhos para ela.

— Ramona, você deveria chamar o Brutus. Olha, passei por toda essa situação por falta de comunicação. — comentei pegando algumas vasilhas no armário.

— Será?

— Com certeza. Vai por mim. Perde esse medo. — aconselhei.

A vingança nunca é legal, pois, sempre alguém vai sair machucado. O Zedu e Brutus pensaram em uma maneira de afastar João. Então, eles seguiram para a casa do colega e esperaram pelo seu pai chegar. O Zedu usou um chapéu e peruca falsos. De repente, um carro se aproxima e eles perceberam que é o momento de atacar.

O Brutus gravou o Zedu se aproximando do pai de João. A ideia era usar o medo contra o causador do bullying. Nervoso, o Zedu chegou e falou que fazia parte de um projeto de igreja e passou alguns minutos conversando com o homem. Após um bate-papo sem qualquer nexo, Zedu voltou para perto de Brutus e ligou para João, marcando um encontro.

— João? Eu preciso falar com você. Não. Não estou com raiva. Eu só quero conversar mesmo. Na casa do Brutus. Te encontro lá. — falou Zedu, desligando o celular e respirando fundo.

— Que fácil. — disse Brutus, sentando no sofá.

— Espero que ele saia do nosso pé.

Um problema, na verdade, uma omissão estava trazendo atrito para o relacionamento de Letícia e Arthur. Durante a festa de Ramona, ela passou mal por causa das pílulas do namorado. A minha amiga queria saber qual era o propósito daquele medicamente.

Sem graça, Arthur, enrolou o quanto pode, porém, Letícia tomou uma atitude firme e colocou o amado contra a parede. O rapaz revelou que sofria de ansiedade e o remédio controlava as crises, que estavam diminuindo com o tempo.

Letícia precisava resolver um problema. Durante a festa de Ramona, ela passou mal por causa das pílulas que o Arthur deu por acidente para ela. A minha amiga queria saber para o que aqueles remédios serviam.

Sim, Arthur lutava contra uma doença e tinha vergonha de contar para as pessoas, principalmente, sua namorada. De forma carinhosa, Letícia, pegou nas mãos dele e beijou. Ela pediu para que eles fossem sinceros, pois, a sinceridade é o pilar de qualquer relacionamento.

— Desculpa, sabe, por esconder isso. Eu tive medo e...

— Ei, vai ficar tudo bem. Tá. Eu não vou a lugar algum. — Letícia garantiu, antes de beijar o namorado. — Arthur, eu te amo.

— Eu te amo.

A vingança contra João estava de vento em popa. Naquela tarde chuvosa de quarta-feira, o João chegou na casa de Brutus acreditando que encontraria com Zedu. Ao entrar, ele encontrou Zedu o esperando sem camisa.

No primeiro momento, João, estranhou a forma como Zedu estava vestido. No caso, apenas com um short do flamengo. Eles iniciaram uma conversa amistosa. Aos poucos, a confiança foi ganhando outras proporções.

— João, a gente nunca foi próximo, né? — perguntou Zedu, sentando no sofá.

— Claro. Você era dominado pela Alicia. E ainda se interessou pelo gordo do Yuri. — explicou João, sentando ao lado de Zedu e pegando em sua coxa.

— As coisas podem mudar de perspectiva. — Zedu comentou, ligando a televisão.

De repente, a imagem da casa de João foi transmitida na televisão. Logo, ele ficou nervoso e questionou sobre o que estava acontecendo. Zedu explicou que Brutus esperava pelo pai do mal caráter com as imagens dele transando com Lucas.

— Meu pai nem tá em casa. — disse João com os olhos vermelhos.

— Para de ser mentiroso. O seu Cassiano chegou da loja de ferragens faz uns 15 minutos. — falou Zedu, levantando do sofá e ficando de frente para João.

— O que significa isso? O Yuri prometeu que nunca vazaria o vídeo.

— O Yuri e o Brutus, sim. Eu nunca prometi nada. — soltou Zedu, de forma fria e séria.

— Eu... eu... o que você quer?!

— Quero que você suma. Nunca mais apareça ou olhe para nós.

— Você tá louco! — gritou João ficando em pé e bufando de raiva.

— Olha. — Zedu apontou para a tela. — Teu pai está chegando na garagem. O Brutos tá indo falar com ele. — o Celular de Zedu começa a tocar e ele atende. — Espera que estou negociando com o João. Aborda o seu Cassiano, mas não entrega ainda.

— Por favor. — pediu João chorando e ficando de joelhos no chão. — Ele vai me matar. Não faz isso.

— Escuta aqui. Pessoas como você me fazem ficar triste pela comunidade gay. No início, eu tinha muito preconceito dentro de mim, porém, assumi para minha mãe e lasque-se o resto. Você conseguiu mexer com alguém que pode dificultar sua vida. Eu quero você fora, João. E não esquece que outras pessoas tem esse vídeo e sua vida perfeita vai virar um inferno. — Zedu deixou bem claro o seu desprezo por João.

— Eu saio. Por favor, ele vai me matar. Vai me expulsar de casa. Nunca mais faço nada. — João se rastejou para perto de Zedu, implorando e chorando copiosamente.

— Seu patético. Vaza daqui.

— Zedu, cara, eu te amo. — João, finalmente, assume os verdadeiros sentimentos por Zedu. Não faz isso, por favor. — levantando do chão e tentando abraçar Zedu, que o empurra.

— Fora!!!!! — gritou Zedu, levantando a mão na direção de João, mas parando, antes de bater no colega.

— Não me bate. — João percebeu que Zedu falava sério e saiu correndo da casa de Brutus.

Ofegante. Coração acelerado. Peso na consciência. Zedu não acreditou no que fez. Ele se ajoelhou e começou a chorar. Brutus, que ouvia tudo do quarto, viu o estado do melhor amigo e o abraçou.

— Vai ser melhor assim.

— Eu não me reconheci, Brutus. Eu queria bater nele.

— Eu conheço o José Eduardo, o meu melhor amigo. Você é um cara sensacional.

Eu não sou o tipo de pessoa que curte exercícios físicos, mas aproveitei o clima europeu (algo raro) e decidi fazer uma caminhada. A minha cabeça estava cheia, não conseguia colocar os pensamentos em uma ordem descente. Enquanto isso, a tia Olivia entrou no meu quarto para organizar as coisas.

Mexendo na gaveta de cuecas, ela encontrou dois diários que escrevi desde a morte dos meus pais. Aprendi essa técnica durante a terapia e acabei levando para vida. Então, a forma que achei para conversar com eles foi através dos diários. A titia viu ali, nas páginas dos diários, um lado diferente meu e não conseguiu evitar às lágrimas.

Não podemos deixar o medo nos controlar, aprendi isso nos últimos meses. Ser corajoso exige muito de nós e, algumas vezes, vem com um alto preço. Após toda a situação envolvendo o João, Brutus, correu até a casa de Ramona. Ele encontrou a amiga cuidando do jardim, um castigo por ter feito uma festa sem a autorização do pai.

— Preciso falar com você. — disse Brutus, ofegante e segurando no portão da casa de Ramona.

— Eu percebi depois da sétima ligação, mas estou de castigo. Aconteceu algo?

— Eu... eu...

— Brutus. Você quer ir ao bale comigo?

— Bem... eu... é....

— Sim ou não? — questionou Ramona apreensiva.

— Eu pensei que você não fosse convidar. — se aproximando de Ramona e a beijando.

"Eu pensei que os gays fossem mais divertidos", comentou Teodora ao perceber que o filho não ia participar do baile da escola. Realmente, as pessoas tem esse pré-conceito sobre os homossexuais. Zedu estava deitado no sofá, usando apenas um short do flamengo e zappeando pela televisão.

— Filho, você já conversou com ele? — perguntou Teodora, sentando ao lado de Zedu.

— Quem?

— Amor. Eu não sou burra. Eu sei que aconteceu algo entre vocês. Na verdade, a Olivia me contou, mas eu estava esperando o momento certo para te abordar.

— Eu fiz besteira, uma seguida da outra.

— Então, o que está esperando para resolver tudo?

Após ler os meus diários, a minha tia começou a entender coisas que aconteciam comigo. Ela pediu para o Carlos comprar pizza, pois, faria a noite da família. Cheguei em casa e a encontrei na sala.

— Já que você não vai ao baile, nós vamos comemorar aqui em casa. Na verdade, temos duas comemorações, os três alunos responsáveis pela pegadinha foram expulsos da escola. A diretora conversou comigo. — anunciou tia Olivia.

— Tudo bem. Vou tomar um banho.

— Yuri. Apesar de tudo que aconteceu, boas coisas vão vir. Tá? A tia tá contigo.

— Claro, tia. Pode deixar.

As festas de escolas são importantes para a confraternização entre os alunos, mas optei em pular a comemoração. A Letícia e Ramona se arrumaram juntas para ir ao baile, só que antes passaram lá em casa para saber como eu estava. Cara, as duas pareciam princesas, elas apostaram em decotes e brilho.

O Brutus enviou um vídeo para que eu aprovasse o look da noite. Confesso, eu ri um pouco. Os meus amigos eram maravilhosos e conseguiam entender minha situação da melhor forma possível.

O baile da escola estava lindo. Todo mundo bonito. Infelizmente, para os cachaceiros de plantão, o "bar" da festava contava apenas com refrigerante e suco de fruta. A música, pelo menos, agradou aos alunos, ainda mais, os casais apaixonados.

— Gente, finalmente, férias! — festejou Brutus.

— Graças a Deus. Mudando de assunto, e o Zedu? — perguntou Letícia.

— Ele não vem, mas mandou que a gente se divertisse por ele. — avisou Brutus, mostrando uma mensagem de Zedu.

—Ele e o Yuri podiam se resolver logo, né. Já passaram por tantas coisas. — comentou Ramona.

— Acho que eles vão. — disse Arthur, abraçando Letícia. — Vamos dançar?

Do lado de fora, Alicia, assistia ao baile, algo que ela sempre esperou e não podia curtir por um erro seu. Isolado, o Lucas, também sofria as consequências de suas escolhas, de todos que armaram contra mim, ele foi o único que ficou na escola e passou a ser odiado pelos outros alunos.

O Diogo. Bem. Ele conseguiu o que queria. Se mudou para Portugal e passou a morar com os avôs. Eu pensei em mandar uma mensagem, mas não sabia como começar. Esperava do fundo do coração que ele encontrasse a felicidade.

Os meus amigos se divertiram muito no baile. A Ramona desbancou todas as garotas e se tornou a Rainha da Floresta. Finalmente, o Brutus tomou coragem e a pediu em namoro. Já Letícia e Arthur, conversaram sobre os curtas que produziram durante o período de férias. A minha amiga estava ansiosa para atuar e ganhar prêmios.

Eu. Eu estava em casa no sábado. Perdido nos meus próprios pensamentos, nem notei uma movimentação diferente em casa. De repente, olhei para frente e vi a Giovanna, usando uma boá verde e fofinha. A tia Olivia deu o play na canção "Last Dance", da Donna Summer.

***

Última dança

Última chance para o amor

Sim, é minha última chance

De romance esta noite

Eu preciso de você, comigo,

Ao meu lado, para me guiar,

Para me segurar, para me criticar,

Porque quando eu sou má

Eu sou tão, tão má

***

Enquanto a Giovanna fazia um lip sync de maneira duvidosa, o Zedu tomou sua dose de coragem e resolveu se arrumar para sair. Ele vestiu suas melhores roupas, passou o perfume do irmão mais velho e deu um jeito no cabelo.

— Como estou mãe?

— Está lindo. Deslumbrante. O mais bonito de todos.

— Assim vou ficar convencido mãe. — olhando no espelho e respirando fundo.

***

Então vamos dançar, a última dança

Vamos dançar, a última dança

Vamos dançar, esta última dança esta noite

Última dança, última dança para o amor

Sim, é minha última chance

Para romance esta noite

***

Com os planos dos curtas esquematizados, Arthur e Letícia, aproveitaram uma música lenta para dançarem agarradinhos. Ao lado do namorado, Letícia, se sentia segura e nada podia lhe abalar.

— Obrigada por vir em um baile de ensino médio. — disse Letícia abraçada com o namorado.

— Qualquer coisa por você minha princesa.

Outro casal que aproveitava a oportunidade de dançar coladinho era Ramona e Brutus. Após a minha amiga ser coroada, eles seguiram para uma parte mais reservada e deram uns beijinhos.

— Nossa. Que delicia. Você não tem ideia de como eu esperei por isso. — revelou Brutus, tocando no rosto de Ramona.

— Eu também. Gosto muito de você. — beijando Brutus.

***

Oh, eu preciso de você, comigo,

Ao meu lado, para me guiar,

Para me segurar, para me criticar,

Porque quando eu sou má

Eu sou tão, tão má

Então vamos dançar, a última dança

Vamos dançar, a última dança

Vamos dançar, esta última dança esta noite

É, será você meu sr. certo?

Você pode me preencher o apetite

Eu não posso ter certeza

De que você é o certo para mim

Mas tudo o que eu peço

É que você dance comigo

Dance comigo, dance comigo, é

***

Pela primeira vez, o Carlos teve contato com a tradição da dança em família e, cara, ele é um péssimo dançarino. Depois de um ótimo momento juntos, a tia Olivia contou que havia baixado meu filme favorito "O Mágico de OZ".

Parecíamos uma família de comercial para televisão. O Carlos e a Tia Olivia deitados no sofá, a Giovanna sentada no puff, o Richard e eu, deitados no chão, mas rodeados por travesseiros. Como a titia falou, apesar de todas as coisas negativas, a gente precisava olhar para o futuro.

— É a primeira vez que assisto esse filme. — comentou Carlos.

— Como assim? — perguntou Giovanna com uma voz afetada e parecendo ofendida. — vigésima vez que assisto esse clássico.

— Décima vez. — disse titia levantando a mão.

— Sou sempre obrigado a ver esse filme. — revelou Richard olhando para Carlos.

— Quadragésima vez, mas quem está contando, né? — questionei, sorrindo e me sentindo mais leve.

— Vamos começar. — anunciou Carlos dando play no filme. — E aproveitem que a pizza está quentinha.

— Tem vegetariana ou com queijo de búfala? — Giovanna perguntou, então, jogamos algumas pipocas na direção dela. — Parem, isso é bullying.

Naquele momento de descontração, esqueci um pouco dos problemas, mas como nada na vida dura para sempre a campainha começou a tocar. A titia pediu para eu abrir a porta, pois, estava mais perto. Levantei com preguiça e, para minha surpresa, encontrei o Zedu. A gente ficou se encarando por um tempo, eu não sabia como reagir.

Um flash surgiu na minha cabeça, lembrei do dia que conheci o Zedu, as nossas conversas, o dia em que nos perdemos na floresta e dos nossos beijos. O Zedu era um cara lindo e queria ser meu. Ele sorriu, eu também. Segurei na mão dele e entramos. Todos na sala olharam para nós, então, apenas sentamos e assistimos ao filme. Eu segurando a mão dele.

***

Em algum lugar além do arco-íris

Bem lá no alto

E os sonhos que você sonhou

Uma vez em um conto de ninar

Em algum lugar além do arco-íris

Pássaros azuis voam

E os sonhos que você sonhou

Sonhos realmente se tornam realidade


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Comentários

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Gostei do conto

Gosto da forma como relata as coisas dá até pra fazer um filme na minha cabeça kkk

Vai haver segunda temporada????

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NÃO GOSTEI MUITO DESSE FINAL. FICOU MEIO SEM SENTIDO.

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Nossa, vc foi fantástico, parabens pelo trabalho desenvolvido. Curti muito e sempre procuro dar um feedback ou uma motivação para sempre continuar. Adoro sua história, os personagens e tudo mais. Espero que continue e seja bem proveitoso o desenrolar dessa história. Abraço e ansioso para o inicio da nova temporada. Esse Leo não tem que abalar em nada o Yuri...babacão desse...

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Gosto desse romance, mas nem sempre consigo ler,tempo corrido, mas hoje consegui ler toda a temporada, simplesmente magnífica...

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Ansioso pela próxima temporada

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sabe que eu te amo né, adorei o conto e continua logo. please!

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Lindo ♡ Ainda bem que o Diogo não pensou em suicídio. Manda ele pra mim! Adoro gordinhos. Finalmente uma paz para Yuri e os amigos deles. Espero que o puto do João não apronte. E esse irmão da Leticia merece mesmo é um gelo. Eu sendo Yuri dava nem bola pra uma coisa dessas, aijda mais agora que ele está com o cara que tanto ama. Espero que eles fiquem juntos para sempre.

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Amo esse conto ❤ Quero a próxima temporada!!!

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