Boa tarde pessoal, segue mais um capítulo.
Ru/Ruanito, acho melhor você não ler mais o conto.
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Luk Bittencourt2, então, a faculdade tem tirado muito meu tempo e pra variar perdi a senha do blog, não consigo acessar de jeito nenhum. Dai recuperei minha conta antiga aqui, o conto esta espalhado por todo lugar, rsrs. Beijos.
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Regi1069, obrigado pela visita meu querido, leia os comentários dos capítulos anteriores.
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William26, Pois é, na verdade e intenção era todo mundo falar óooooooooooooooo, quando fosse revelado que eles eram irmãos, rsrs, mas sabia que desde o começo essa duvida já pairava na cabeça de vocês, por isso criei um falso Guilherme. Sim, acho que toda forma de amor é valida, mas estamos vendo a historia de longe, viver ela deve ser complicado, mas vamos ver como os dois irão se comportar, ah, só uma dica, o Antônio ainda vai “sofrer” nas mãos do Rodrigo, ops, Guilherme, rsrs.
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Vitor Gabriel ☑, acho que não restam mais duvidas do que eles são. Vamos ver se o amor de irmão vai prevalecer sobre o de homem.
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magus, não da tempo de escrever, por isso dei essa sumida.
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iuribrx, obrigado, aos poucos vou voltando.
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Ninha M, pois é, foi uma bomba para os dois, mas muita coisa vai mudar sim, você irá se surpreender com a nova fase da historia, você vai ver o Antônio e o Rodrigo de uma forma que nunca viu, rsrs.
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Geomateus, esperamos que sim, mas até la muita agua ainda ira rolar pode debaixo da ponte.
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Andaluzz, sim , voltei.
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ze carlos, obrigado.
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Monster, sim voltei, mas algumas coisas irão mudar sim, você verá uma nova fase do Rodrigo e do Antônio e acho que você irá adorar.
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VALTERSÓ, pois é, são irmão filhos do mesmo pai e da mesma mãe. ACHO QUE agora será o momento deles colocarem as ideias no lugar e irá acontecer uma coisa muito inusitada, acho que será bem legal. Concordo com tudo que você disse, mas será que isso será valido parta o Antônio e o Rodrigo? Vamos ver como eles irão enfrentar essa situação.
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®Red®, Então, não sei se o conto será semanal, mensal. Mas esse mês ainda vai ser difícil, a partir de dezembro ele volta com tudo, espero encerra-lo em janeiro.
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robinhuu19-87, pois é, perdi a senha do blog, não sei como faço para recupera-la. Quem sabe eu crie um novo blog, mas agora estou sem tempo, por isso achei mais fácil postar nessa conta antiga.
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Guigo, obrigado
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lugrey, ola, também concordo com o que o Valter disse, mas ainda tem muita coisa pra acontecer. Ainda tem mais uma pessoa pra morrer, tem mais um vilão oculto e desvendar a morte do Gustavo e da Elisa.
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ErickL, obrigado meu querido.
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Anjo Sedutora, pois era, a ideia era ser uma surpresa os dois serem irmãos, mas desde o começo já pairava essa desconfiança de vocês leitores. Então, por enquanto o Antônio ainda acha que tem que fazer uma escolha, será que ele vai mudar de ideia?
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neterusso, se você adora dos tripinhas, você vai adorar o que eles vão fazer nesse capitulo. O Antônio não esta fazendo cu doce, ele esta sendo fiel aos seus princípios e vai acontecer uma coisa mais pra frente que vai fazer com que ele acredite ainda mais nesses princípios. Mas nos próximos capítulos você vera o Antônio e o Rodrigo de uma maneira que nunca imaginou, rsrs.
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ErickL, obrigado meu querido, fico feliz em saber que ganhei um novo leito a essa altura da historia. Pois é, não foi novidade pra ninguém que eles eram irmãos,rsrsrs. Mas ainda tem um vilão oculto, o pior de todos, espero que esse sim surpreenda vocês, rs. Até o grande final, muita coisa ainda ira acontecer.
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Hobbynho, ao poucos estou voltando, espero concluir a historia até janeiro.
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Plutão, ola meu querido, legal você ter a historia toda salva, vou procurar os capítulos e te mando sim por e-mail. Abraço.
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Antônio pediu para os garotos irem para o quarto e ficou por algum tempo em silencio. Parecia que tinha um abismo entre eles.
Rodrigo quebrou o gelo, se aproximando dele.
Rodrigo - Eu não tive uma noite fácil.
Rodrigo - Alias esta sendo mais difícil do que eu pensava.
Antônio - Também não esta sendo fácil pra mim.
Rodrigo - Estou feliz em te ver.
Rodrigo tentou se aproximar mais, mas Antônio se esquivou.
Antônio - Eu vim aqui porque...
Antônio - Porque precisamos ter uma conversa.
Rodrigo - Sobre nós?
Antônio - Rodrigo, precisamos ter uma conversa definitiva.
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Capítulo 64
Rodrigo - Uma conversa?
Antônio - Eu mal consegui dormir essa noite. A única coisa que vinha na minha cabeça é essa história, essa...você ser meu...
Antônio não concluía suas frases, pois repetir para si mesmo toda aquela historia era o mesmo que sofrer duas vezes.
Diferente do dia anterior, onde todos estavam com os ânimos a flor da pele, Rodrigo parecia mais calmo e interrompeu Antônio.
Rodrigo - Eu também, eu não tenho outra coisa na vida se não ficar pensando nessa história.
Rodrigo - Eu quis tanto lhe proteger, tanto lhe poupar mas o peso nos meus ombros estavam pesados demais.
Antônio - Me poupar?
Antônio - Vocês todos me engaram, a Cris, o Bruno, o Gustavo, o Marcelo, seus pais.
Antônio - Cada um por um motivo, mas me enganaram.
Rodrigo - Me perdoa, eu não te enganei.
Rodrigo - Quando o meu pai me...quando o Carlos me contou tudo aquilo eu fiquei transtornado, eu só pensava em você.
Rodrigo - Eu já tinha lhe feito sofrer tanto quando nos conhecemos, por conta da minha canalhice e sabia que você ia sofrer ainda mais quando soubesse que o Gustavo era um impostor, eu não queria mais essa dor pra você.
Rodrigo - Mas você tem razão, eu agi mal. Agora vendo toda essa história de longe eu vejo que deveria ter agido diferente.
Rodrigo - Eu também sou uma vitima dessa história Antônio.
Antônio - Eu sei, eu pensei muito em você essa noite.
Rodrigo - Pensou em nós?
Rodrigo se aproximou de Antônio, um pouco afobado, atropelando as palavras.
Rodrigo - Quando eu descobri tudo eu fiquei fora de mim mas agora a poeira esta abaixando.
Rodrigo - Eu não precisava ter feito nada daquilo, fazer você pensar que eu e o Gustavo éramos amantes.
Rodrigo - Nós não temos culpa de nada Antônio.
Rodrigo - Não temos culpa do que sentimos um pelo outro, meu amor.
Antônio se transformou ao ouvir aquilo, se afastando de Rodrigo com um olhar de reprovação e nojo.
Antônio - Do que você esta falando?
Rodrigo - De nós, do que sentimos um pelo outro, do nosso amor.
Rodrigo - Da falta que você me faz, que faz aos meninos.
Antônio - Pare, pare. Você esta dando conta do que está falando?
Antônio - Eu não posso acreditar no que estou ouvindo.
Rodrigo tentou se aproximar mas Antônio se afastava dele como se tivesse uma doença contagiosa.
Rodrigo - Porque você está fazendo isso Antônio?
Rodrigo - Acabaram os segredos e nós nos amamos.
Antônio - Pare com isso Rodrigo.
Antônio - Isso é errado, é feio, é pecado, é nojento.
Rodrigo - Nojento? Você chama o que sentimos de nojento?
Antônio - Será que você não entendeu até agora que nós dois somos irmãos?
Rodrigo - Mas que porra Antônio, e dai?
Rodrigo - Até um ano atrás nem nos conhecíamos.
Antônio - Você só pode estar louco.
Rodrigo - Não é culpa nossa.
Antônio - Você esta certo, não é culpa nossa, mas isso não muda o fato do que somos um do outro.
Antônio - Você tem ideia do que esta acontecendo?
Antônio - Nós nos amamos, nos apaixonamos.
Antônio falava tudo aquilo sentindo uma culpa gigantesca, como se tivesse cometido um crime terrível.
Rodrigo - Eu sinto um desprezo nas suas palavras, como se você estivesse com asco.
Rodrigo - Nós não merecemos pagar pelas mentiras do Carlos, da Stela e da Maria.
Antônio - Não fale assim da minha mãe, ela é tão vitima como nós.
Rodrigo - Vitima? Você esta reclamando que todo mundo lhe enganou.
Rodrigo - E o que ela fez comigo a vida toda? Não sei qual dos três é o pior.
Rodrigo - Nós não podemos sacrificar a nossa felicidade por conta das pessoas.
Rodrigo falava alto, agitado, acuando Antônio, que não via espaço para corta-lo.
Rodrigo - Não é justo com nós Antônio.
Antônio - É o que é justo Rodrigo? O que você espera que eu faça?
Rodrigo - Espero que você faça o que seu coração mandar.
Rodrigo diminuiu o tom e se aproximou de Antônio, que já estava com os olhos marejados.
Antônio - O que você esta querendo é um absurdo, é pecado, é imoral.
Rodrigo - Antônio, eu te amo.
Rodrigo segurou os braços de Antônio que virou o rosto, tentando não ouvir aquilo.
Antônio - Para, isso que você esta fazendo só nos machuca ainda mais.
Rodrigo - Não faça isso com a gente.
Antônio - E você quer o que? Que eu assuma um romance com meu próprio irmão?
Antônio - O que as pessoas irão dizer? Imagina o que nossa mãe vai sentir.
Antônio - Se é já difícil sermos aceitos por sermos gays, imagina cometendo incesto.
Rodrigo - O que sentimos um pelo outro tem que ser maior que tudo isso.
Antônio tentava se esquivar, mas Rodrigo apertava seus braços cada vez mais forte, não dando trégua.
Rodrigo - Eu estou pouco me lixando com tudo isso.
Antônio - Pare de me pressionar Rodrigo, não faça com que as coisas sejam mais difíceis do que já estão.
Antônio - Eu não vim aqui pra isso.
Rodrigo soltou Antônio e olhou sério para ele.
Rodrigo - E o que você veio fazer aqui?
Antônio - Eu vim fazer o que qualquer pessoa sensata faria. Eu vim pedir pra você se afastar mim.
Antônio - Esquecer tudo o que houve entre nós
Rodrigo - Você não pode estar falando sério.
Rodrigo se aproximou de Antônio novamente olhando no fundo de seus olhos.
Antônio - è sério sim Rodrigo. É a única coisa que podemos fazer.
Rodrigo - Eu não aceito, tudo que sentimos não pode acabar assim.
Rodrigo - Então fale!! Fale que não me ame mais.
Antônio - Você sabe a resposta dessa pergunta.
Antônio - Rodrigo, não me procure mais. Eu não sei como vou fazer isso mas eu vou esquecer tudo o que aconteceu entre nós.
Rodrigo também ficou com os olhos marejados mas percebeu que não tinha mais argumentos para usar com Antônio.
Rodrigo - È sua ultima palavra?
Antônio - Sim, minha ultima palavra, definitiva.
Rodrigo virou-se e sentou-se no sofá. Em silencio as primeiras lagrimas caiam. Antônio ficou arrasado, sua vontade era de ir até o seu amado e abraça-lo, lhe dar carinho, mas sabia que tinha que ser forte e não recuar em sua dura decisão.
Antônio - Eu espero que você fique bem, eu..eu vou rezar, orar, torcer sempre por você.
Antônio - Eu não te odeio, mas ficarmos longe um do outro vai ser melhor pra nós dois.
Antônio esticou o braço, mas não tocou em Rodrigo, apenas sentiu o calor dele próximo aos seus dedos. Rodrigo abaixou a cabeça entre as pernas enquanto Antônio se afastava ao poucos, saindo do apartamento.
Antônio saiu do apartamento e desabou de vez, chorando sem parar enquanto pensava em todos os momentos felizes que teve ao lado do seu grande amor, do seu irmão.
Antônio - Eu te amo sim Rodrigo, te amo demais.
Antônio - Te amo mais do que eu poderia imaginar ser capaz de amar.
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Rodrigo ficou por horas naquela posição, chorou muito em silencio, enquanto se lembrava dos momentos felizes que teve com Antônio.
Naquela manhã Carlos acordou um pouco mais tarde do que o habitual. Depois de uma longa e terrível discussão com Stela, teve que dormir no quarto de hospedes.
A primeira coisa que fez foi ir para o quarto do casal e se espantou ao ver que Stela já havia se levantado.
Carlos - Alice, cade sua mãe?
Alice - Pai, fique calmo.
Carlos desceu as escadas e encontrou várias malas na sala.
Carlos - O que é isso?
Stela - Suas malas, ai dentro esta tudo que é seu. Fiz questão de não deixar um lenço no armário.
Alice - Vocês dois não vão brigar, por favor.
Carlos - Stela precisamos conversar.
Stela - Sim, precisamos.
Stela - Enquanto você dormia, falei com meu advogado e a essas alturas ele já esta providenciando os papeis do nosso divorcio.
Alice - Mãe!!!
Carlos - O que? Você quer se separar de mim?
Stela - E o que você queria?
Stela - Você colocou a mãe do meu filho dentro dessa casa, pelas minhas costas.
Stela - Eu nunca vou lhe perdoar Carlos.
Carlos - Você também não é nenhuma santa. Você subornou uma assistente social para adotar o Rodrigo, sabendo que a família verdadeira dele poderia um dia vir reclama-lo.
Stela - Essa é a família verdadeira dele. Eu o criei, eu o eduquei.
Stela - O Rodrigo é meu filho e não vai ser você e nem aquela desqualificada da Maria que irão dizer o contrario.
Alice - Se acalme mãe.
Stela - Eu não quero me acalmar Alice.
Stela - Tudo que eu fiz foi por nossa família, mas o que você fez Carlos é imperdoável.
Stela - Eu fiz papel de idiota nesses 30 anos. Eu não vou lhe perdoar nunca.
Stela - E agora pegue suas tralhas e suma dessa casa.
Stela - A partir de hoje você só falara comigo através do meu advogado.
Carlos - Stela!!!
Carlos tentou argumentar, mas Stela começou a ficar histérica, não restando alternativa, se não ir embora da mansão.
Maria - Antônio, que bom que voltou, já estava começando a ficar preocupada.
Antônio - Esta tudo bem mãe.
Maria - Tem uma visita pra você.
Antônio olhou para o fundo da sala e viu Cris e Bruno.
Antônio - Vocês?
Maria - Eu vou deixar vocês a sós.
Antônio - Não precisa mãe, eles já estão de saída.
Maria - Antônio, converse com seus amigos. Eu vou até o mercado e já volto.
Cris começou a se explicar, sendo interrompida por Bruno a todo instante.
Cris - Nos perdoe meu amigo.
Antônio - Vocês me enganaram.
Cris - Você tem toda razão, mas nós somos seus amigos.
Bruno - Só queríamos lhe proteger.
Antônio - Todo mundo queria me proteger mas olha o estado que estou.
Cris - Você foi falar com o Rodrigo?
Antônio - Sim, eu tinha que resolver essa situação.
Bruno - Você fez bem de ter ido até la.
Cris - O que você fez?
Cris o questionou de maneira séria.
Antônio - Fiz o obvio.
Cris - Eu não acredito que você terminou tudo com o Rodrigo.
Bruno - E você queria que ele fizesse o que Cris? Eles são irmãos.
Cris - E dai? Continuo tentando entender onde esta o problema.
Bruno - Você só pode estar louca.
Cris - Eu louca? Louca eu estaria se terminasse com o homem que eu amo, seja por qual fosse o motivo.
Antônio - Será que da pra vocês dois pararem? Eu quero ficar sozinho.
Antônio - E o Bruno esta certo Cris.
Cris - Não, não esta. Antônio, você ama o Rodrigo.
Antônio - Ele é meu irmão Cris.
Antônio - É errado, é pecado, é imoral, feio, sujo.
Cris - Como você pode achar tudo isso? Você não esta no seu juízo normal.
Bruno - Cris!!!
Antônio encerrou o assunto e ainda frio com os amigos foi para o quarto.
Maria - Já cheguei filho. A Cris e o Bruno foram embora.
Maria - Você se acertou com eles?
Antônio - Estou muito magoado com eles mãe.
Maria - De tempo Ao tempo. Vai passar, eles são seus amigos.
Maria sentou se na cama, colocando a cabeça dele em seu colo. Olhando para cima, Antônio encarou a mãe.
Antônio - Mãe, você tem vergonha de mim? Nojo? Por tudo que eu e o...
Maria - Não fale assim filho. Eu só sinto orgulho de você.
Antônio - Eu fui na casa do Rodrigo.
Maria - Como ele está?
Antônio - Não muito diferente de mim.
Maria - Ele não quer me ver, acho que ele nunca irá me perdoar.
Antônio - Eu fiz o que tinha que ser feito, mas esta doendo tanto.
Maria beijou a testa de Antônio, fazendo carinho em seu rosto.
Rodrigo ficou o dia todo jogado num sofá e só levantou para abrir a porta.
Rodrigo - Alice!!!
Alice - Posso entrar?
Rodrigo nem respondeu, apenas abraçou a irmã.
Os dois ficaram a tarde toda conversando. Alice só ouvia e ficou dando apoio ao irmão.
Alice - Porque você não me contou tudo quando descobriu? Ficar carregando esse peso sozinho.
Rodrigo - Eu estou me sentindo um trapo.
Alice - Eu posso imaginar.
Alice - E o Antônio? Coitado dele também.
Rodrigo contou sobre o encontro que teve com o irmão mais cedo.
Rodrigo - Você acha que estou errado? Você é psicóloga Alice, você acha que estou errado em querer ficar com o Antônio, mesmo sabendo de tudo?
Alice - Poxa meu irmão, é tão complicado essa historia.
Alice - Eu acho que você deveria pensar só em você agora, independente do que irá acontecer no futuro.
Alice - Cuide de você primeiro. Daqui a pouco recomeçam as aulas, você ainda tem o restaurante pra tocar.
Alice - Isso vai lhe fazer bem, vai te ajudar a ocupar a cabeça e se reestruturar.
Rodrigo - E você acha que eu tenho cabeça pra faculdade? Pra trabalho?
Alice - Mas vai ter que ter.
Alice - O pai e mãe vãos e separar.
Rodrigo - Pouco me importa, são seus pais.
Alice - Rodrigo, vai mudar alguma coisa entre nós?
Rodrigo abraçou a irmão, beijando seu rosto.
Rodrigo - Minha bonequinha. Acho que a única coisa boa dessa historia foi ter você como irmã.
Alice começou a sorrir, acariciando a barba do irmão.
Alice - Não vai ter nada e nem ninguém que irã dizer que você não é meu irmão.
Rodrigo - Obrigado por ter vindo, eu estava me sentindo muito sozinho.
Alice - Ah, você vai ser sempre meu irmãozao.
Rodrigo conseguiu dar um sorriso e deitou no colo da irmã, que ficou o tempo todo lhe ouvindo.
Alice passou a tarde toda com Rodrigo e só foi embora depois que os sobrinhos chegaram da creche.
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Sidney - Ainda estou chocado com toda essa historia que você me contou.
Telma - Chocada estou eu com as cenas horríveis que presenciei ontem. Um show de acusações, brigas.
Telma - Confesse que senti pena do Rodrigo.
Sidney - Eu não tenho pena nenhuma.
Sidney - Então era por isso que a Stela me pediu dinheiro emprestado, ela estava sendo chantageada.
Telma - Sim, um tal de Anselmo, que era cumplice de um tal de Marcelo, que teve um envolvimento com o Antônio.
Sidney - Meu Deus, que historia escabrosa.
Sidney - E a verdadeira mãe do Rodrigo era a empregada?
Sidney começou a rir sem parar.
Telma - Não entendo como você pode achar graça dessa historia toda.
Sidney - Pagaria mais 100 mil só pra ver a Stela perdendo a pose.
Sidney - Mas isso é muito bom pra nós.
Telma - Bom como? Tudo isso é horrível.
Sidney - Horrível? Raciocine comigo minha querida.
Sidney - O pai dos nossos netos é gay e se relaciona com o próprio irmão. O Rodrigo cometia incesto.
Telma - Eles não sabiam que eram irmãos.
Sidney - Isso é o que menos importa, qualquer juiz do mundo tiraria a guarda dele depois de ouvir toda essa historia.
Sidney - Que influencia nossos netos estão tendo vivendo num ambiente como esse?
Sidney - E esse Antônio é suspeito de ter cometido o assassinato do suposto irmão.
Telma - Sidney, pare com isso. Você não vai usar essa historia pra tentar reaver a guarda dos meninos.
Telma - Não vou permitir que você exponha os meninos e que faça acusações levianas contra o Antônio.
Sidney - Qual o seu problema? Estamos com a faca e o queijo nas mãos.
Sidney - Será que você já se esqueceu de todo o sofrimento que a nossa filha passou nas mãos do Rodrigo?
Telma - Claro que não esqueci, mas é baixo demais isso que você esta querendo fazer.
Sidney - Quando eu lembro que a Elisa morreu por culpa do Rodrigo, eu esqueço todo escrúpulo que eu poderia ter.
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Rodrigo estava calado, com o olhar triste e não demorou para Rafael e Arthur perceber o jeito estranho do pai.
Rafael - Papai, você esta triste?
Rafael - Você vai morrer igual a mamãe?
Rodrigo - Oh filhão, ninguém vai morrer não. Não precisa ficar preocupado.
Rodrigo - O papai esta triste sim, mas só um pouquinho.
Arthur - O tio Antônio vai voltar a morar com a gente?
Rodrigo colocou os filhos no colo e conversou com eles.
Rodrigo - Não vai não filho. Ele vai morar em outra casa agora.
Arthur - Mas porque? Ele cuidava da gente.
Rafael - Mas fala com ele papai, a gente promete que vai ser meninos bonzinhos.
Rodrigo deu um sorriso discreto e beijou a cabeça dos filhos.
Rodrigo - Mas não se preocupem com isso, o papai vai resolver tudo. Por enquanto vai ser só nós três e o pulguento do Chico.
Rodrigo colocou os filhos na cama e ficou por um tempo vagando pela casa. Com muito custo ele foi para a cama mas a sua tristeza só aumentou.
Sem nem mesmo se dar conta, as lagrimas escorriam pelo canto dos seus olhos, molhando todo o travesseiro.
Mas surpresa ele teve quando Rafael e Arthur apareceram no quarto e foram para a cama, deitando ao seu lado.
Rodrigo - O que foi?
Rafael - Papai, a gente vai cuidar de você.
Arthur já havia se agarrado no pescoço de pai, enquanto Rafael se acomodava em seu peito fazendo carinho em sua barba.
Rodrigo - Meus filhotes, eu não sei o que seria de mim sem vocês.
Com a ajuda dos filhos, Rodrigo sentia aquela dor amenizar um pouco. Mesmo já tendo se arrependido a muito tempo, ele ainda se questionou do tempo que nem ligava para os filhos.
Na verdade ele sentia o dono de um tesouro, ter aqueles dois anjinhos como filhos. Anjinhos até a segunda página.
Rafael e Arthur acordarem bem cedo, enquanto o pai dormia feito uma pedra.
Arthur - O papai esta triste né?
Rafael - Mas a gente vai cuidar dele.
Arthur - O que a gente vai fazer?
Rafael ficou pensando e logo sua mente perigosa teve uma brilhante ideia.
Rafael - Já sei, vamos fazer café da manhã pro papai ficar feliz?
Arthur começou a pular, dando risada todo eufórico.
Arthur - Irmão, você é muito inteligente.
Os dois correram para a cozinha e puxaram as cadeiras para poder alcançar os armários, a geladeira, micro-ondas.
Rafael - Eu vou fazer o leite e você faz o pão.
Arthur subiu no balcão ao lado da pia e encontrou um pão velho, mais duro que uma pedra.
Rafael abriu a geladeira e em cima de uma cadeira, ficou fuçando em tudo, até achar uma caixa de leite.
Rafael - Irmão!!!!!! O que você esta fazendo?
Arthur estava com uma faca enorme nas mãos.
Arthur - Eu vou passar manteiga.
Rafael - Não pode mexer com faca o papai não gosta e nós somos meninos obedientes.
Arthur - Mas como vou passar manteiga?
Rafael - Eu não sei.
Arthur ficou pensando e logo começou a sorrir, tendo também uma ideia brilhante.
Sem cerimonias, enfiou os dedinhos no pote de manteiga e ficou passando no pão. Sem muita paciência, enfiou as duas mãos no pote e lambuzou o pão e em seguida, sempre sorrindo, olhando para Rafael.
No meio do processo, sentiu uma coceira na cabeça e não pensou duas vezes em meter as mãos lambuzadas no cabelo, fazendo uma meleca.
Rafael derrubou o pote de açúcar no chão e sem se abalar encheu as mãos e jogou tudo dentro do copo de leite, que de tão doce poderia causar uma diabete fulminante em quem bebesse.
O que chamou sua atenção foi um bolo confeitado que estava na geladeira, que ficou cheio de buracos, com as dedas que o garoto deu.
Arthur - Sua boca esta toda suja, o que você esta comendo?
Rafael - Nada.
Os dois riam sem parar, achando graça de tudo.
Depois de tudo pronto, foram levar o maravilhoso café até o quarto. Durante o trajeto, Rafael espirrava, derrubando leite pela casa toda.
Rodrigo acordou e levou um susto, não pelo café, mas pelo estado dos filhos.
Rodrigo - O que houve com vocês? Vocês estão imundos.
Rafael - Papai, a gente fez café pra você não ficar triste.
Arthur - Come pão.
Rodrigo estava chocado e quase quebrou um dente ao tentar morder o pão besuntado na manteiga.
Rafael - Bebe leite. A gente que fez tudo.
Rodrigo quase engasgou quando bebeu aquela bomba.
Rafael - Come mais papai.
Rodrigo - O pai já comeu. Mas pelo visto vou ter que dar um banho em vocês dois.
Arthur - Esta gostoso papai?
Rodrigo - Esta uma delicia.
Rodrigo levantou-se e quando chegou na cozinha teve a visão do caos. Ele olhou para os filhos, que pareciam dois anjinhos, rindo para ele, fazendo com que sua vontade de dar uma bronca sumisse na hora.
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Romeu - Bom dia, que cara é essa meu bem?
Cris - O Antônio não me perdoou.
Bruno - De um tempo a ele Cris, esta tudo muito recente ainda.
Romeu - O Bruno tem razão.
Cris - E ai, já conseguiram prender o Marcelo?
Romeu - Pelo que consegui ver com um contato meu, o cara evaporou no mundo.
Bruno - Pelo menos o Anselmo foi preso e espero que fique um bom tempo enjaulado.
Cris - Eu queria mesmo era que aquela vaca da Stela fosse presa.
Romeu - Impossível, ela não cometeu nenhum crime. E o que ela fez já prescreveu, seria impossível ela ser condenada por alguma coisa.
Romeu - Além do mais, rica como ela é, dificilmente ficaria um dia na cadeia.
Cris - Eu sei disso. Quem saiu perdendo nessa história foi o Rodrigo e o Antônio mesmo.
Cris - O Antônio terminou tudo com o Rodrigo.
Bruno - Cris, não vai começar.
Romeu - Mas isso era o esperado, não era?
Cris - Só porque eles são irmãos não podem ficar juntos?
Bruno - Só por isso, eles são irmãos Cris.
Cris - E dai Bruno? Onde esta escrito que isso é proibido?
Bruno - Não sei, mas é que ....
Cris - Não tem mais e não tem menos, o Antônio esta fazendo uma burrada em terminar com o Rodrigo.
Bruno - Você acha normal dois irmãos se relacionarem?
Bruno - Imagina nós dois, você acharia normal nós dois se apaixonar?
Cris - è diferente Bruno, eles não se conheciam.
Cris - Mas se nós dois se apaixonássemos e quiséssemos ter um romance, qual o problema disso?
Cris - Alguém iria morrer? O mundo iria acabar? Ia aumentar o aquecimento global? A fome da África iria aumentar?
Cris - Nos que isso iria afetar a vida das outras pessoas?
Cris - Não estou certa meu amor?
Romeu - Papo bravo esse hein? Fiquei confuso aqui.
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Maria tentou falar com Rodrigo, mas ele se recusava a atender suas ligações. O mesmo ocorreu com Stela e Carlos, que também foram ignorados pelo rapaz.
Maria - Já estou terminando o almoço. Vai sair?
Antônio - Vou sim, tenho que buscar emprego, ou algum bico.
Antônio - Minha vida precisa voltar ao normal mãe.
Antônio - E também preciso ajudar nas despesas daqui de casa.
Maria - Filho, você não precisa ajudar nada.
Maria - Embora eu trabalhasse na mansão, eu já tinha me aposentado. Não irá faltar nada pra nós.
Maria - E daqui a pouco as aulas retornam e você precisa focar nos estudos.
Antônio - Aulas? Isso já era mãe.
Maria se aproximou do filho, alisando seus braços.
Maria - Eu vou ter um filho advogado.
Maria - E agora pare de falação e senta ai que já vou lhe servir.
Antônio deu um beijo no rosto de Maria, sorrindo para ela.
Sua intenção era sair, entregar alguns currículos, mas Maria o impediu. No fundo foi bom, eles ficaram em casa, conversando assuntos leves, se divertindo, enquanto passava o tempo.
Antônio aproveitou que estava com tempo livre e passou os dias seguintes capinando o quintal da casa, fazendo o serviço que era mais braçal.
Antônio - Pronto madame, seu quintal esta limpo.
Maria - Nossa, o mato estava grande mesmo hein.
Maria - Vou lhe recompensar com uma torta de frango que farei mais tarde.
Antônio estava só de bermuda, sem camisa, todo suado, com os pelos do peito molhados.
Maria - Filho, eu estava no telefone, o advogado acabou de ligar. Disse que precisava falar contigo.
Antônio - Ele disse o que queria? Será que tem alguma coisa a ver com a morte do Gustavo?
Maria - Eu não sei, mas ele esta vindo pra ca.
Antônio arrumou suas coisas e foi direto para o banheiro tomar uma ducha.
Enquanto isso em algum buraco da cidade...
Marcelo tomava uma cerveja, enquanto mudava os canais da TV. Sentindo-se entediado, jogou o controle longe.
Marcelo - Merda de vida.
Olhando para o chiqueiro onde estava morando, recordou-se de Gustavo.
Marcelo - Deu tudo errado.
Mexendo em uma pasta velha, Marcelo ficou olhando algumas fotos de Gustavo até que achou um pedaço de papel com um numero de telefone.
Marcelo ficou olhando para o numero e recordou-se imediatamente de uma das conversas que teve com o ex namorado.
Marcelo - Será que você estava certo Gustavo?
Marcelo - Será que aqui que será minha salvação?
Marcelo deu mais umas goladas na cerveja que tomava e ficou um pouco pensativo, olhando o tempo todo o papel que estava sobre o sofá.
Marcelo - Que se dane, não tenho mais nada a perder.
Marcelo pegou seu celular e ligou no numero que havia sido escrito por Gustavo.
Após chamar algumas vezes a pessoa atendeu do outro lado da linha.
- Alo!!!
Marcelo - Alo, que esta falando?
- Quer falar com quem? Quem é?
Marcelo - Aqui é o Marcelo, o Gustavo me falou de você.
Marcelo - Será que podemos conversar?
==
Ja estava quase anoitecendo quando o advogado de Antônio apareceu em sua casa, com um envelope nas mãos.
Antônio - Entre doutor. Essa é minha mãe, acho que o senhor já conhece.
Maria - Fique a vontade.
Maria - Aconteceu alguma coisa doutor?
Antônio - Eu vou ser preso novamente, é isso?
Dr. Cássio - Se acalme Antônio.
Dr. Cássio - Eu vim aqui porque queria lhe trazer essa noticia pessoalmente e aproveitar pra conversar sobre os rumos do seu caso.
Antônio - O que aconteceu?
Dr. Cássio - Estou aqui com o laudo do IML sobre a causa da morte do Gustavo.
Antônio - E o que esse papel diz?
Antônio - Ele foi assassinado mesmo? Ou foi um acidente?
Dr. Cássio - Antônio, essa história esta mais complicada do que nós imaginávamos.
Antônio - O que? Complicada?
Antônio nem esperou o advogado responder, ele mesmo pegou o papel e começou a ler tudo que estava escrito.
Continua...