Cap.6
Arregalei os meus olhos quando ele escreveu aquilo, e olhei para ele, sem acreditar.
(CARLOS) – O que você disse ?
(EDUARDO) – Você, é sempre assim ? Encantador ? - imediatamente fiquei corado, sem saber o que dizer...
(CARLOS) – Você me acha encantador ?
(EDUARDO) – Acho... - apenas consegui manifestar um sorriso de canto de rosto. Porém, por dentro estava queimando de vergonha – não gostaria de ir ao shopping comigo ?
(CARLOS) – Quando ?
(EDUARDO) – Este fim de semana, talvez... Quando você puder ir...
(CARLOS) – Está bom, este fim de semana... É o melhor momento...
(EDUARDO) – Então eu mando mensagem para você, e marcamos a hora...
(CARLOS) – Ok...
(EDUARDO) – Ok... Agora vou para casa – escreveu, me puxando para um abraço – tenha cuidado e... Mande mensagem...
(CARLOS) – Tá bom... - e então ele se foi, me deixando completamente atônito, sem reação, com o coração na mão, sem saber direito o que fazer. Apenas me virei e começei a caminhar em direção a minha casa, com um sorriso no rosto, sem acreditar que eu iria realmente sair com ele.
TEMPO DEPOIS
Assim que cheguei em casa, meu celular começou a vibrar. Era uma mensagem dele.
“Que tal Domingo às 17hrs ?” Olhei aquilo e não pensei duas vezes. Confirmei.
“Ok... Às 17hrs nos vemos no Shopping...”
“Tudo bem... Encantador...” ri mais uma vez. Era quase certeza, ele havia percebido algum olhar diferente meu. Mas não estava com raiva. Isso significava alguma coisa, eu tenho certeza.
Tomei um banho e quando peguei o meu celular, imediatamente corri atrás dele no Facebook. Começei a admirar cada foto, observar cada detalhe da beleza dele. Baixei algumas fotos. Ele realmente era lindo. E estava mexendo comigo.
DOMINGO
Estava extremamente nervoso aquele dia. Acordei elétrico. E quanto mais a hora chegava, mais nervoso eu ficava. Não sabia direito o que vestir. Revirei todo o meu armário e não conseguia entrar em acordo com nada.
-Meu Deus, que bagunça é essa ? - Leona perguntou, entrando no meu quarto.
-Ué, o que você tá fazendo aqui ?
-Vim ver como você tá... Pelo jeito não tá normal...
-Vou sair com o Eduardo – ela arregalou os olhos
-O quê ? E você não me conta isso ? Como pode ?
-Ah, eu não tô tendo nem tempo para pensar. Vem, me ajuda a escolher uma roupa...
-Tá... Mas você vai me contar tudo agora...
MINUTOS DEPOIS
Contei tudo o que tinha acontecido a ela, que ouviu atentamente.
-Tô com vontade de te matar porquê você não me disse isso...
-Já falei, não tive nem tempo para pensar, quanto mais pra te contar isso... - como fazia frio, escolhemos um moletom branco com alguns detalhes pretos, por cima de uma camisa preta, uma calça preta e um tênis também mesclado – você tem certeza que tá legal ? - perguntei, terminando de me vestir.
-Absoluta. Tá gatinho, se você curtisse eu te pegava – ri...
-Tarada... - apesar daquela descontração, eu continuava nervoso. Parecia que eu ia encontrar o papa. O papa que não fala a minha língua.
MINUTOS MAIS TARDE
Meu pai foi me deixar no shopping. E com uma pontualidade incomum, ele estava na porta do shopping às 17hrs. Sorriu ao me ver, e assim como na pracinha, me abraçou ali, na frente de todos.
(EDUARDO) – Vamos ?
(CARLOS) – Claro...
Geralmente quando você sai com alguém que te interessa, mede cada passo. Assim era eu. Tinha medo de esbarrar nele ou em qualquer coisa, ou de que acontecesse uma daquelas coisas que sempre acabam acontecendo quando estamos nervosos. De repente então ele me segurou, e apontou... Era uma loja de ursinhos de pelúcia. Ele apontava para um panda bem bonitinho. Tomei coragem, e então o puxei pela mão. Ele nada falou.
(CARLOS) – Você gostou ?
(EDUARDO) – É bem legal. Amo ursos de pelúcia. Pode parecer infantil, mas eu gosto – ri
(CARLOS) – Não é infantil. É legal... - Peguei o ursinho, levei até o caixa, paguei e entreguei a ele – pronto, meu primeiro presente para você – ele sorriu.
(EDUARDO) – Obrigado... - falou, sorrindo. E então voltou a me puxar.
E assim prosseguimos o nosso passeio. Compramos mais algumas coisas.
(EDUARDO) – Você gosta ? - perguntou, apontando para uma cesta de chocolate.
(CARLOS) – Amo...
(EDUARDO) – Então pronto, este é o meu primeiro presente para você – arregalei os olhos.
(CARLOS) – Mas... É muito... - ele sorriu
( EDUARDO) – Eu ajudo a comer... - e então entregou-me a cesta. E logo continuamos a andar. O passeio com ele era bem agradável. Mesmo sem ele dizer uma palavra, me levava as gargalhadas. Mesmo em silêncio, eu estava amando passear com ele.
MINUTOS DEPOIS
E não é que ele me arrastou para o cinema ? Assim que passamos em frente ao cinema do shopping, ele me puxou e logo estavamos entrando para dentro de uma sala. Escolhemos um filme com legenda, e logo estavamos comendo pipoca, chocolate e tomando Coca-Cola, tudo junto na sala de cinema. Durante o filme, riamos juntos. Ele estava tão a vontade, eu estava impressionado.
(EDUARDO) – Você tá gostando do filme ?
(CARLOS) – Sim... É bem engraçado – continuamos a comer, quando de repente nossas mãos mais uma vez se esbarraram dentro do saco de pipoca. Imediatamente eu afastei a minha. Nos olhamos. Eu sempre ficava nervoso quando isso acontecia. Cada contato com ele me deixava nervoso – vem cá, quando eu for te ensinar a língua de sinais você vai ficar nervoso assim ? Porquê se for assim eu vou ficar desconcentrado com tanta fofura...
Continua
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