Capítulo 11
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Eu estava sentado no deque de madeira. O vento era fresco e a lua cheia brilhava no céu. Não havia mais uma viva alma ao redor e deveria estar próximo da meia noite. Eu estava incerto do que fazer, mas sabia que o que fosse feito morreria em segredo sob aquela lua. Desde o primeiro dia de aula eu sentia uma forte atração por Ben, embora ele fosse o tipo Bad boy enrustido, embora ele fosse meio bipolar, eu sabia que o que ele era de verdade era um garoto assustado com seus próprios desejos. Em negação. Desde o começo, toda vez que ele se aproximava de mim, eu bambeava. Havia uma vozinha na minha cabeça que ficava me dizendo “foge desse cara”, “você vai se ferrar muito”, mas acho que quando a gente é tão jovem quanto eu era, esse tipo de alerta da consciência só serve pra te deixar mais excitado.
Eu tinha acabado de terminar com o Noel, e o vazio que ele me deixou, física e emocionalmente, precisava ser preenchido. Mas agora eu não podia me envolver demais. Precisava mostrar que eu não estava tão esfomeado por macho, embora eu estivesse.
- Eu não sei nadar, Ben. – falei.
Eu estava sentado e Ben jogava água em mim e eu ria e fingia que não ia ceder. Ele mergulhou e sumiu na água. Passou quase um minuto submerso. Eu cheguei a ficar preocupado. Então uma mão saiu da água e segurou meu pé, me puxando para dentro do lago.
Ele se afastou e emergiu. – Seu cretino! Eu disse que não sabia nadar! – gritei com ele.
- Mas você tá nadando, Guilherme! – respondeu, e realmente eu sabia.
- Mas e se eu tivesse dizendo a verdade? – insisti, voltando pro deque a algumas braçadas de distância.
- Você não tava. Eu saberia. Você é um péssimo mentiroso. – Ben se aproximava lentamente pela água.
- Não sou não. Eu mentiria na sua cara e você nem saberia.
- Você não seria capaz de atuar tão bem. – Ele se achegou tão próximo... se colocou entre mim e o deque.
- Então diz que você não tá afim de mim? – Ele perguntou olhando sério nos meus olhos. A água refletia o azul da lua nos seus olhos e eu só via o branco dos seus ombros. Sua boca era tão vermelha e carnuda e seus cabelos loiros caíam molhados pela testa.
- Eu... – engoli em seco e desviei os olhos dele. – Eu não tô afim de você.
Ele sorriu – Viu... um péssimo mentiroso – E jogou água na minha cara.
Passei furioso por ele e subi no deque. Minhas roupas estavam encharcadas e o tempo já começava a esfriar.
Sentei. Bem segurou o Deque e impulsionou pra subir sentando ao meu lado. Eu não pude resistir espiar seu corpo nu, mas ele mentiu pra mim, ele estava de cueca. Uma boxer preta.
- Você por outro lado é um ótimo mentiroso. – apontei pra sua cueca.
- Achei que seria engraçado ver a sua cara de tarado me comendo com os olhos.
- Você... – fiquei sem palavras, não admitiria, mas não podia negar, ele causava esse efeito onde passava. Me rendi. Olhei em seus olhos. – O que você quer comigo, Ben? ... Sabe... de verdade. Sem jogos.
- Eu não sou capaz de dizer isso diretamente, Guilherme – ele desviou os olhos e ficou olhando pro lago.
Comecei a tremer um pouco. – Eu vou voltar pro dormitório.
- O monitor já contou os alunos. Ele é contratado. Nem sabe quem são ou não estudantes, é assim que eu escapo toda noite. Apaguei meu nome da lista no primeiro dia.
Sorri – Todo esse trabalho...Pra quê?
- Vem ver... – ele levantou e saiu andando, recolhendo sua cueca falsa do chão. – Pode vir... você não pode voltar pro seu dormitório. Eu apaguei seu nome hoje cedo.
- Como assim, Ben?... volta aqui! – Segui Ben, que passou pela orla da floresta e atravessou uma pequena ponte. O frio já estava deixando meus lábios roxos. Nós estávamos do outro lado do acampamento, onde havia um pequeno campinho de golf e umas cabanas esparças que aparentavam melhor condições que as da escola.
- Esse acampamento é de um amigo do meu pai e sempre que viemos pra cá, muitos dos alunos preferem ficar em instalações próprias. – Ele explicou.
- Claro... porquê se juntar com a ralé, né? – falei irônico tremendo as palavras.
- Nossa Guilherme você é muito menininha! Não tá tão frio assim! – ele revirou os olhos e me pegou pela mão. – Vem logo!
Entramos em uma das cabanas. Estava bem quente ali. Bem se enrolou em uma toalha branca e retirou a cueca por baixo do pano. Tentei, mas não pude desviar o olhar.
- Tira essa roupa, você vai ficar gripado. – ele disse sorrindo seu sorriso torto e me estendendo uma toalha.
- Tem um banheiro aqui? – perguntei.
- Sabe, você nem parece aquela putinha que se esfregou em mim na sala de teatro.
- há há. Você gostou, né. – ri irônico – Mas aquele tratamento é só pra quem me interessa.
- E eu não te interesso mais?
- Não Ben. – Falei tirando minha camisa e abaixando as calças.
Os olhos de Ben, percorreram meu corpo. Eu sentia seu olhar queimar a minha pele.
- No entanto... – disse ele dando um passo na minha direção - você tá aqui no meu quarto... tirando a roupa pra eu te ver... você me provoca a todo momento na frente dos outros... é uma maneira estranha de mostrar sua falta de interesse.
Ele parou a menos de um braço de distância. A minha carência sexual somada ao fato de que eu sabia que Ben estava nu sob aquela toalha e que ele estava jogando algum tipo de jogo sensual comigo me deixaram sem ar.
- Você sabe o que eu quero dizer... – falei
- Me explica... - disse ele tirando a toalha da minha mão e passando sobre meus ombros.
Olhei seu corpo. Ele era tão mais forte que eu. Se ele quisesse me pegar ali ninguém o impediria. Mas se ele tivesse me forçado, será que, até aqui, eu teria tentado escapar?
Ele começou a secar meus cabelos e meu rosto. Eu fiquei sem ação. Mas respirei pra falar...
- Você não me interessa emocionalmente. Eu gostei de você e achei que você estava confuso e seria uma experiência legal. Mas você está confuso e qualquer experiência com você é catastrófica. Você é tipo um furacão.
- Eu quero te foder, Guilherme. – Ele foi claro e suas palavras foram um choque pra mim.
- Ah... o quê? Por quê? Tentei me afastar. Ele riu, foi até o guarda roupas e vestiu uma cueca branca limpa retirando a toalha, mostrando um pacote volumoso à frente. Já estava meia bomba.
- Você é um viadinho, Guilherme. Você curte dar o cu. Você tá caçando um macho pra te enrabar com vontade e o seu cu fica piscando quando me vê – ele caminhou extremamente malicioso na minha direção – E sabe qual é a sua sorte? É que eu acho que eu curto arrumbar um cuzinho com força. – Eu comecei a tremer. Suas palavras, sua mudança, seu tom dominador, um arrepio subiu pela minha coluna. - Eu fiquei pensando nisso desde aquele dia na sala de teatro... não... desde aquele dia em que eu mijei na sua cara e você lambeu o meu mijo. A sua cara de desafio.
- Você tem problemas Ben... você muda de uma hora pra outra. – comecei a pegar minhas roupas do chão.
Ben deu dois passos e me alcançou jogando as minhas coisas num canto. – Sabe o que eu acho, Guilherme? O que eu tenho certeza?
- o que? – Falei apreensivo, mas sem conseguir negar meus arrepios.
- Acho que você gosta de ser putinha. Acho que você tá me provocando o tempo todo. Eu tô vendo seu pau duro. Você não pode negar. – Bem pegou a minha mão e levou ao membro dele rindo quando eu perdi o ar. – Passa a mão, viadinho. Vai. Acaricia bem essa rola pra ela babar bastante e deslizar bem quando eu começar a te comer.
Bem estava completamente transformado. Ele estava ousando. Ali. Longe do pai, da namorada, dos amigos... de todos. Ele me tinha nas suas mãos e ele sabia que poderia fazer o que quisesse comigo.
Ele me pegou firme pelo braço e me levou pra perto da mesa que ficava no canto, ele me empurrou pra mesa. Eu coloquei as duas mãos sobre o tampo e olhei pra trás. Foda-se, aquele cara tesudo do caralho queria me foder e eu queria loucamente dar pra ele. O que quer que existisse a mais pra ser discutido seria colocado sob o tapete.
Empinei a bunda e olhei sorrindo pra ele. – Éh capitão... acho que finalmente você vai me dar o que eu quero.
- Tá com fome, cadelinha? – ele me perguntou me encoxando por trás. Seu membro já completamente rígido me cutucava por baixo. Eu comecei a rebolar sentindo todo o corpo do seu pau.
- Fica de joelho, seu puto! – Ele ordenou e eu fiquei. Olhei em seus olhos. Ele sorria com satisfação. Olhei pra sua cueca e no final do volume se via uma gotinha molhar a cueca que começava a ficar melada.
Lambi os lábios.
- Tá com fome, né? – Balancei a cabeça que sim. Ele puxou uma cadeira e sentou, abrindo as pernas. Comecei a beijar o seu pé direito, subindo pela canela, Lambi a sua coxa e cheguei no local dos meus sonhos. Comecei a mordiscar e sentir com os lábios o volume por cima da cueca.
Ben passou a mão em meus cabelos esfregando meu rosto em seu pacote.
Olhei em seus olhos. – Posso tirar sua cueca, capitão?
- Tira com a boca, vadia. – Ele tocava seu peito e mordia o lábio inferior. Mordi a cueca e tentei tirar pelos lados. Ele me olhava satisfeito com o esforço que eu fazia. Finalmente ele levantou e abaixou a cueca ele mesmo, liberando um mastro pulsante de cabeça vermelha e melada que ficou duro em riste olhando para mim. – mal posso esperar pra olhar no seu olho de puta enquanto você me paga um boquete.
Eu obedeci. Subi passando a língua em seu pau, cheguei à cabeça, lambi bem sentindo seu sabor. Ele gemeu baixo. Eu então envolvi a cabeça da pica com os meus lábios e comecei a mamar. Ben me olhava atento mas não parava de morder o lábio inferior e se contorcer. Quando engoli sua piroca até os ovos sentindo ela ir fundo na minha garganta Ben se surpreendeu gemendo mais alto. – Engole essa caceta, seu viado. Você adora isso, né?
Eu subia e descia com a boca, deixava escapulir pro Ben pegar e bater com ela na minha cara. Eu sentia seu cheiro e ia à loucura. Tornei a engolir e deixei ele foder minha garganta. Seu pau escorria tesão garganta adentro e eu sorvia tudinho.
- Caralho... Não vou aguentar, peraí, Guilherme... – falou Bem parando um momento pra respirar, se eu continuasse a chupação ele gozaria e ele queria estender essa foda o máximo possível.
Levantei e fui até a cama dele, subi de joelhos e abaixei a cueca deixando ele ver minha bunda que se soltou da cueca como duas almofadinhas brancas. Carnuda e redonda. Eu tinha uma bunda gostosinha. Dei um tapa em minha própria bunda.
- Vem me foder capitão. Vem dominar o seu machinho. – chamei. Meu cu realmente implorava por pica. Lambi um dedo e me penetrei. Bem caminhava em minha direção. Observava meus movimentos.
Ele cuspiu na mão e passou no pau, veio por trás e começou a forçar a entrada. Não estava conseguindo. Acho que ele não tinha muita prática em comer cu quanto tentava demonstrar.
- Deixa que eu ficar por cima, capitão? – pedi. Ansiava por aqueles 20 centímetros de um pau cabeçudo me cutucando por dentro.
- Não, sua bicha! Fica de quatro! – Obedeci abrindo mais as pernas, segurei seu pau e encaixei na portinha . Abaixei o peito tocando com a cabeça na cama. Bem empurrou e o pau deslizou pra dentro. Pouco a pouco. – Ahhhhh que delícia de cu.
Ele gemia alto sem se importar se alguém ia ou não ouvir. Isso me deixava mais excitado. Dali em diante fiz o mesmo, mas não tão alto quanto ele.
- Ahh que piroca grossa. Fode gostoso. – Pedia eu.
Ben não esperou que eu me adaptasse, ele nunca tinha dominado outro cara antes e estava perdido na excitação do momento. Ele começou a me comer rápido e forte. Eu me senti muito viado. Estava também me perdendo na excitação daquela experiência diferente.
- Me bate, capitão. – implorei.
Ben abriu um grande sorriso, como quem estava considerando fazer isso há algum tempo, mas não sabia como eu reagiria. Eu sentia seu membro me esticar por dentro. Indo fundo e intenso. Mas quando sua mão estalou um tapa na minha nádega direita eu perdi a noção e comecei a rebolar entrando no ritmo da metida.
Ouvia o choque dos nossos corpos e Ben gemendo, vez ou outra me dava mais um tapinha. Ele caiu sobre mim esfregando o peito nas minhas costas e eu tentei virar sobre ele mas ele me virou de volta. Estávamos em uma luta.
- Não me desafia, viado. Eu que sou seu macho aqui! – ele dizia. Seu pau escapou do buraco. Eu virei por cima dele e sentei de cócoras. Quicando na piroca.
Ben não tentou voltar pra posição anterior. Ele me abraçou forte e começou a bombar como uma britadeira pra cima. Eu esporrei sem aviso, melecando a barriga dele. Ele caiu pra trás e passou a mão na minha porra, em seguida esfregou ela no meu peito.
Me virou num frango assado e não aguentava mais. Senti sua respiração aumentar. Seus olhos fechados demonstravam sua concentração. Ele não queria gozar agora, mas esporrou dentro de mim em fortes jatos de gala que eu senti escorrerem “Ploft Ploft” enquanto ele continuava socando no meu buraco.
Em um minuto ele permaneceu com o membro dentro de mim. Quietinho e parado. Ele retirou aos poucos. Me olhou nos olhos e me deu um beijo na boca. Intenso e molhado.
Essa experiência tinha sido a coisa mais insana que eu tinha feito. Eu estava muito confuso, porque eu ainda amava o Noel. Mas essa transa tinha sido diferente. Não melhor, nem pior. Apenas muito boa de um jeito diferente.
Eu fiquei abraçado com ele na cama. Ele deitou no meu peito e eu acariciei seu cabelo molhado de suor.
Depois algum tempo ele falou. - Isso foi muito bom.
- huhum. – assenti.
- Eu jurei que eu ia dar essa chance, Guilherme. Só essa noite. Pra nunca mais. Mas agora... eu não achei que fosse assim.
- Não é assim com a Regina? – Perguntei. Eu olhava pro teto e ele pra parede ainda deitado no meu peito.
- Não. Nunca foi. Com ninguém.
- Peraí... quantas vadias você andou comendo? Eu deveria ter usado uma camisinha aqui?
- Relaxa! – ele riu – Eu faço exames sempre por causa do time. E eu só fiquei com sete garotas.
- pra quem não gosta da fruta, vc é bem assanhado. – brinquei.
Ben não gostou e se sentou na cama. – Eu gosto de mulher, Guilherme. Eu não sou igual você.
- Tudo bem, Ben. Foi uma brincadeira. – Ele ainda se ofendia com isso – Sabe. Tem muita gente que gosta dos dois. Ou é só curiosa.
Sentei na cama. Eu estava todo colado de porra. – Preciso tomar outro banho. – avisei.
- Eu quero tomar banho com você. – Ele disse me olhando nos olhos.
- Tudo bem. Mas não vai se apaixonar por mim. Você é muito maluco pra ficar no meu pé.
Ele riu e me estendeu a mão. Puxei ele que me abraçou. Senti seu membro meia bomba roçar em minha pele. Será que ele me causaria esse efeito pra sempre?
Entramos no chuveiro do banheiro da cabana dele. A agua era quente e caiu sobre mim. Me limpei, me senti as mãos de Ben passarem pelo meu corpo nu. Ele estava brincando com aquele contato que nunca teve com outro garoto. Suas mãos deslizaram pela minha cintura, bunda, coxas.
- Você vai me dar banho, agora? – perguntei rindo.
- Dá em mim também. – ele pediu, e em um segundo já estava sendo fofo de novo.
Ensaboei seu corpo sem conseguir controlar minha ereção.
Ben hesitou olhando pra mim e pro meu corpo ensaboado. Então ele tocou meu pau e começou a me ensaboar ali. E no meu saco. Sua mão era quase tão macia quanto a minha, mas obviamente mais forte e maior. Era uma sensação muito boa. Ele me beijou de novo encostando seu corpo contra o meu no box. A água caiu por nós e nossos paus se tocaram. Sentia o pau de Ben subindo de novo.
- Vamos fazer direito dessa vez? – pedi.
Ele assentiu.
Nos secamos e voltamos pra cama. Ficamos nos beijando e nos acariciando. Lambi o dedo de Ben e me apertei sobre ele quando ele o introduziu em mim. Seus movimentos lentos me davam ondas de prazer. Desci até seu pau. Chupei bem olhando agora intensamente para ele. Ele acariciava meu cabelo e me puxou me beijando de novo. – Agora eu quero fazer amor com você. – Ele disse.
Eu estava sentado no colo dele. – Você tem problemas, Ben.
- Eu achei que a minha vida já estava toda escrita. Eu já tinha me conformado com isso. Agora eu só tenho um problema. O nome dele é Guilherme.
- Se eu sou um problema... – falei enquanto posicionava sua verga entre minhas nádegas. – Então me deixa ir.
- Mas talvez eu e você aqui seja a única coisa real da minha vida.
Sorri e sentei engolindo seu pênis. Meu cu já estava mais acostumado e a cavalgada foi quase fácil e depois das primeiras dores, foi extremamente prazerosa.
Ele apertava minha bunda abrindo bem. Eu roçava meu pau na barriga dele. E elemordia meu ombro e lambia meu pescoço. Depois eu deitei de bruços e ele levantou uma de minhas pernas e deitou sobre a outra me penetrando por trás. Senti o aumento nas estocadas. O arfar na minha nuca. Ele me apertou tão forte e eu me concentrei na cabeçona dele massageando minha próstata. Ia fundo e voltava mais rápido a cada segundo. Meu anel ardia. Eu gozei na cama. Meu cu se contraía em sua caceta. Ele sorria e metia mais. De repente ele tirou o pau de mim e pediu pra eu mamar. Foi o que fiz. Ele me olhou mamar a cabeça da rola dele até ele gozar uma porra grossa na minha boca.
Dormimos abraçados até às 5h, quando o despertador tocou.
- Guilherme! - Ouvi uma voz me chamar. Ben me cutucava. – Guilherme! Acorda, cara!
- Oooi? – acordei sem forças.
- Você tem que voltar pra sua barraca agora. Todos vão acordar em vinte minutos.
- Eu podia ficar aqui – respondi vendo seu semblante de puro pavor. Gargalhei afinal. - Você é tão enrustido que explodir e me matar junto com você como um homem bomba. Eu tô brincando, capitão!
Levantei e ele ficou na cama me observando vestir minhas roupas.
- Então é isso. – Ele se levantou. – Foi legal, Guilherme. Fica longe do grupo dos caras do time pra não se colocar em problemas. E...
- E o quê mais, Benjamin?
- Fica longe da Regina e das meninas. Elas são perigosas.
Ele estava em pé. Já tinha vestido uma calça da adidas e uma camiseta azul que lhe caía muito bem. De repente parei pra pensar... A quanto tempo ele estava acordado? Sentado ali me vendo dormir?
- Ok. – Eu precisava de uma coisa pra jogar antes de sair. Ele não ia me botar pra correr como uma puta na manhã seguinte. – Eu preciso te pedir uma coisa, Ben.
Ele pareceu surpreso e apressado que eu fosse logo. – O quê?
- Eu vou tentar voltar com o meu namorado. Na verdade... parando pra pensar... ele me ama e eu amo ele também... – Ben parou de olhar pela janela e me encarou diretamente. Engoliu em seco. Esse era o efeito que eu queria. – Eu sei que você preferiria morrer do que admitir que eu dormi aqui hoje, mas... eu preciso pedir... Isso morre aqui, ok?
Ele colocou as mãos na cintura e olhou pro chão. De repente sua pressa sumiu. – Claro! – assentiu – ok.
Ele estendeu a mão e eu apertei.
- Sabe de uma coisa... Você fode muito bem, capitão. – falei e ele riu. - Até mais!
Uma transa de uma noite. Era isso que tinha sido. Uma boa transa, mas só foi essa vez. Eu saí decidido com isso na cabeça. Atravessei o mesmo caminho de volta pra minha cabana. Todos já estavam fazendo as malas. A cama de Ben estava limpa como se nunca tivesse estado ali.
Reencontrei todo mundo na cafeteria. Todos brincavam e riam. Nem parecia aquela escola dominada pelas facções do bullying como de fato era.
Tiff acenou pra mim e quando eu sentei ela se aproximou – Guilherme... você tá com um cheiro... Eu conheço esse cheiro de algum lugar...
Me afastei imediatamente. Tiff não tinha filtro e dizia o que vinha à mente.
- Depois a gente conversa, Tiff. – Arregalei os olhos e balancei a cabeça ela concordou comigo muda.
- Jenna... – Desconversou ela – Está se adaptando bem?
- Aqui é bem melhor que onde eu vivia. – Jenna começou a contar do seu antigo bairro e como tinha sido tomado pelas drogas. Ela tinha vindo fugida de lá.
Quando fomos de volta pro ônibus cruzei o olhar com Ben que ia longe com Regina e os outros. Já estava super amigo do Nick de novo. Como podia? Era muita falsidade.
Eu desviei os olhos e continuei conversando com as meninas, mas sabia que ele continuava olhando nessa direção então entramos no ônibus e voltamos pra casa.
*****
A escola deu folga no resto daquela semana e eu aproveitei pra pegar o livro do dom quixote na biblioteca e ler em inglês mesmo. Minha mãe não tinha voltado mais pra casa e eu sei que isso magoava muito o vovô.
A noite com Ben tinha apagado um pouco o meu fogo. Eu não queria me misturar com ninguém nesses dias, então acabei ficando quase todo o tempo no meu quarto, ou escrevendo na varanda.
No final de semana seguinte o telefone de vovô tocou. Ele atendeu e pareceu consternado. Leonard estava limpando a terra perto do celeiro e vovô veio pra varanda e chamou por ele.
- Vai chamar a Araci e o seu Jordan no fim da estrada. – ordenou – Diz que eu quero falar com eles.
- O que houve, vovô? – perguntei enquanto Leonard corria pra rua.
- Ah meu filho. O pai do nosso amigo Noel faleceu essa madrugada.
- Mas ele nem me ligou. – deixei escapar.
- Claro que ligou, Guilherme. Agora mesmo.
- Sim. É que... bem... eu tinha dito que ele me ligasse pro celular se acontecesse alguma coisa.
- Ah sim... vocês tão muito amigos. Isso é bom. Noel sempre foi muito sozinho.
- Por falar nisso, vô... Por que o Noel trabalha tanto pra cá se o pai dele tem terras e animais? Porque ele não trabalha na casa dele? Não seria o mais lógico? – perguntei me dando conta de que nunca parei pra pensar nisso.
- Ah, filho. O pai e ele não se falavam há muito tempo. Mas isso é coisa do Noel e você sabe que eu não gosto de fofoca. Um dia ele vai te contar.
Engoli em seco. Que segredo Noel tinha? Eu percebi mais uma coisa. Eu não conhecia tanto ele quanto achava e ele estava passando pelo momento mais difícil da sua vida e sequer tinha me ligado.
- Vovô. Eu acho que a gente devia ir no enterro.
- De onde você tirou isso, Guilherme. – perguntou vovô coçando a cabeça.
- O Noel trabalhou pra você muito tempo. Você mesmo disse que ele era quase da família...
- É verdade, filho.
- Ele deve estar muito mal. Se o senhor não quiser ir, eu vou.
- Você é um garoto de ouro, meu filho. Vem, eu vou te explicar como chega lá. Pega o pote em cima da geladeira tem um dinheirinho lá.
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Continua...
