O restante da semana após o bufê com o Adrian não foi exatamente o que imaginei a princípio, os rendimentos não foram equivalentes ao meu desempenho, ouvi gracinhas, gargalhadas e ofensas ao revelar o valor do programa. Zombavam dizendo que conseguiriam algo melhor pela metade do preço. Estabelecer-se por conta própria e ter independência foi mais difícil do que pensei. A decisão de não me sujeitar a um cafetão e tentar sozinha foi tomada depois que li muita coisa a respeito na internet; fiquei assustada com os inúmeros depoimentos referentes a violência e exploração de garotas de programa.
Infelizmente minha produção independente não estava rolando a contento, ainda tive um contratempo apesar de andar por áreas diferentes do aeroporto e também de um shopping "chique" de Campinas em dias alternados. Uma noite fui abordada por um dos seguranças que percebeu meu propósito no local. Ele foi legal comigo explicando que prostituição não é crime no Brasil, no entanto eu poderia ser acusada de Importunação Ofensiva ao Pudor (Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público). Com certeza eu teria problemas se continuasse assediando homens no local. Agradeci sua gentileza e sai fora.
Durante uma semana fiquei sem a diversão e percebi que estava dependente desta coisa do escondido e perigos. Sentia muita falta dos momentos de sexo com tensão, também do dinheiro que acostumei a ganhar. O prazer por relações perigosas é para mim como uma droga altamente viciante — acredito que deve ser o mesmo com quem tem algum vício químico.
Não esperaria que o destino se encarrega-se de ajeitar as coisas, correria atrás. Decidi cair de cabeça na atividade e procuraria alguém de minha confiança para pegar experiência no ofício enquanto eu não desenvolvia e fortalecia um blog para futuras relações. Há algum tempo, fiz alguns trabalhos como promotora em feiras e eventos, infelizmente tive um "probleminha" com o homem que contratava as garotas, ele descobriu que meus documentos estavam alterados e que eu ainda era menor de idade. Mesmo assim voltaria a procurá-lo e lhe diria que gostaria de ser "Ficha Rosa" (garotas que aceitam sair como acompanhantes dos visitantes das feiras/eventos e receber dinheiro em troca de sexo com os mesmos). Eu havia recusado a proposta da outra vez.
Fui ao seu escritório tentar agendar uma entrevista, e dei sorte de pegá-lo em um bom dia. Argumentou que ainda estava com um pé atrás comigo, no entanto, recomeçaríamos do zero e minha nova admissão dependeria do meu desempenho na entrevista. Claro que eu fui produzida e toda delicinha com um vestidinho preto, lindo e sensual. Depois de concordar em ser Ficha Rosa e batermos um papo esclarecedor sobre discrição e funcionamento da agência, ele disse que estava considerando a chance de fecharmos um novo contrato.
— E dessa vez espero não ter nenhum contratempo com você.
Jurei que não haveria mais problemas, meus documentos estavam certinhos e só queria trabalhar.
Ele pediu que eu fosse ao seu lado para assistirmos um vídeo sobre o próximo evento que aconteceria no Centro de Exposições. Por sua sugestão debrucei na mesa defronte ao monitor. Era só um pretexto para colar em mim, ficou evidente que estava sendo testada e seria o momento de pagar uma "taxa de inscrição". Sua mão pousou em minha cintura e percorreu por meu quadril, bumbum e penetrou por dentro do meu vestido tubinho chegando ao meu sexo. Seus dedos brincaram sobre a minha calcinha que começava a umedecer. Ele descaradamente ainda comentava algo sobre o vídeo perguntando se eu estava entendendo. Minhas respostas eram sussurros de "hum hums" concordando enquanto balançava levemente minha bunda. O homem afastou um pouco a cadeira, abraçou minha cintura, conduziu-me ao interior de suas pernas abertas o encarando e convidando para um beijo. Deitei o corpo sobre ele apoiando no encosto de sua cadeira e nos beijamos. Suas mãos em minha cintura impeliu meu corpo para baixo, ajoelhei aos seus pés, evidente que a intenção dele era ganhar um boquete, então eu não o decepcionei. Abri suas calças e libertei seu órgão em fase de enrijecimento, o lambi de baixo a cima o encarando e excitando. Seu membro estava duríssimo quando o coloquei em minha boca e o engoli todinho.
Instantes depois senti uma contração que anunciava uma ejaculação, ele pediu para eu parar, ainda não queria gozar, afastou minha cabeça e acenou com um preservativo. Toda safadinha peguei o mesmo da sua mão, o ajeitei em minha boca e coloquei em seu órgão pulsante e o desenrolei com os lábios. Após livrar-me da calcinha atendi prontamente seu convite para sentar sobre o seu pau. Suspirei desfrutando a invasão da minha vagina e diverti-me com sua surpresa ao sentir a resistência do meu hímen complacente. O homem pirou:
— Não acredito, você ainda é virgem?
Curtindo aquele momento só respondi "hum hum" em tom de negativa. Suas estocadas venceram e ultrapassaram meu hímen ao mesmo tempo em que meu gemido ecoou pela sala.
Aquele frenesi durou por minutos e depois da minha segunda sequência de orgasmos, acabadinha deitei minha cabeça em seu ombro. Aguardamos um tempinho enquanto a respiração voltava ao ritmo normal; aproveitei para sussurrar em seu ouvido:
— Estou contratada chefinho?
De um modo que misturava gentileza e autoridade respondeu que sim, mas pediu para eu aguardar uns dias que ele entraria em contato.
Aguardei ansiosa por uma semana até receber seu telefonema e voltar a fazer parte da empresa.
Algumas semanas depois já havia participado de alguns eventos e feito vários programas. Um deles mexeria com meu futuro de uma forma diferente dos outros. Acompanharia um cliente importante após terminar meu horário em uma feira têxtil. O mesmo já havia puxado conversa comigo enquanto eu estava no stand. Perguntou se eu fazia apenas o serviço de promotora.
— Faço serviço completo, mesa e cama — afirmei de maneira sedutora.
Era um coroa respeitado no ramo de confecções. Ainda não sabia que ele entraria de um modo avassalador em minha vida. Tornar-se-ia minha tábua de salvação (a princípio), e um pesadelo (na sequência), ou seja, começaria no paraíso e terminaria em chamas.
Porém é uma outra história que continuarei narrando nesta série de contos.
Continua…
Caso não tenha lido “ O Primeiro Programa” (é o conto que inicia esta série)
O segundo é "Noiva de Mentirinha"