Cap.21
Ele olhou para mim, eu olhei para ele. Será que alguém sabia da nossa relação ?
- Ohayou ! - saudei toda a platéia - me chamo Misu... Já passei por muitos problemas, alguns me deixaram a beira da morte, porém estou aqui, em busca da felicidade que nunca tive - falei, puxando ele para um abraço e juntando as nossas testas - mas vou ter... - ele sorriu com o abraço... Porém logo baixou a cabeça, encarnando o personagem.
- Eu me chamo Saki... Já sofri muito, vivi muitas coisas ruins, fui muito magoado. Sou muito tímido, e apesar de estar a muito tempo no mesmo colégio, por esse motivo não sou popular. Tenho até hoje algumas sequelas desses problemas, porém tenho certeza - falou, juntando as nossas mãos - que conseguirei superar ! - foi um rebuliço só... Meus olhos brilhavam de tanta alegria. Parecia surreal. Eu realmente estava conseguindo cativar as pessoas, e isso era gratificante.
TEMPO DEPOIS
Algumas semanas depois, e algumas viagens também, e enfim o filme estreou nos cinemas. Muitos fãs de Yaoi lotaram os cinemas, para a nossa alegria. O filme era ainda melhor do que haviamos pensado. A sutileza, a classe e o romance que aquele filme carregava eram dignos de um Oscar. Estava impressionado com o resultado do nosso trabalho. Foi um estouro em todo o Japão.
"Filme japonês bate recordes e é considerado o filme do ano "
"O melhor filme yaoi da história "
TEMPO DEPOIS
Após o lançamento do filme, todo aquele ship aumentou. O centro das atenções deixou de ser Misu e Saki, e se tornou Gustavo e Yuki. De repente, fotos nossas surgiram pela internet, pessoas discutindo sobre uma possível relação nossa, fanfics que me levavam ao riso em segundos, enfim... Parecia que os fãs queriam que nós namorassemos.
- Você viu isso ? - perguntava eu, recebendo o seu abraço na cama dele.
- O Que ?
- Essa tal fanfic Guski que estão compartilhando por aí...
- Vi... Como os nossos fãs tem imaginação ein ? - perguntava ele, beijando o meu rosto.
- Ainda bem que nós temos fãs que fazem isso por nós...
- Ainda bem mesmo...
TEMPO DEPOIS
No auge do nosso sucesso, chegou o dia da final do Torneio. O nosso time havia ido bem desde o início, perdido apenas uma vez e Yuki mostrava uma ótima desenvoltura a cada jogo que passava. Parecia que os nossos tombos, e os momentos nervosos que havíamos passando valeram a pena.
- É a final do Torneio de Handebol ! - o holofote anunciava o momento épico, que havia causado muitos bons momentos na nossa relação.
"- Tá bom - ele arremessou e eu mostrei como ele devia defender. Começamos a correr, para lá e para cá. Eu levava a bola, provocava ele para tentar tomar. As vezes conseguia, eu recuperava, estava bem legal jogar com ele. Corríamos juntos, mãos esbarravam, corpos se tocavam. Eu ia percebendo cada vez mais que tudo o que diziam dele não se confirmava. Ele é muito tímido, apenas. Continuavamos a correr, roubar a bola do outro, arremessar, até que em um momento que eu ia tentar pegar a bola dele, o meu sapato estava desamarrado e ele acabou pisando no cadarço. Caímos. Quando abri os olhos, percebi que nossos olhares estavam grudados. Meu coração foi a mil "
Subi a quadra com o pensamento nessa lembrança... O handebol me deixava feliz, e havia me proporcionado ótimas lembranças. Nos posicionamos na quadra, e logo quando o árbitro apitou, começamos a correr. E no decorrer do jogo, reparava em Yuki correndo ao meu lado, demonstrando uma felicidade que me trazia o mesmo sentimento para mim. Eu estava feliz por ter conseguido recuperar a auto estima de uma pessoa que estava a beira da depressão. E enquanto observava , numa rapidez impressionante a bola sobrou para ele e ele fez o primeiro gol. Foi uma alegria para o time. Imediatamente ele veio correndo até mim e me abraçou.
- Eu fiz o gol, você viu !?
- Vi, foi lindo ! - logo o jogo retornou, e voltamos a correr de novo. Em certo momento meu cadarço desamarrou e eu parei para amarrar. Ainda nesse momento, reparei uma faixa na arquibancada. "Guski, se amem !" . Ri vendo aquela faixa. E já começava a me perguntar se não podíamos assumir o nosso relacionamento para as outras pessoas. Nesse mesmo momento de descuido, não reparei quando ele veio correndo em minha direção, escorregou e caiu. Para segura-lo, me joguei sobre o chão e ele Caiu sobre mim. Mais uma vez os nossos rostos colaram. E agora todos podiam ver.
Continua
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