O que vou relatar aconteceu trinta anos atrás. Éramos uma turma de formandos de engenharia da UFSC numa excursão à cidade de Campinas e arredores para visitar algumas indústrias. Chegamos à noite e nos alojamos num clube que dispunha de vários quartos, que foram distribuídos aleatoriamente. A mim me tocou compartilhar o quarto com o motorista do ônibus, um homem de seus quarenta anos, de cabelos pretos curtos, mais ou menos 1,75 de estatura.
Estávamos cansados, de modo que poucos se aventuraram ao banho no banheiro coletivo. Os poucos logo saíram e lá fiquei eu, curtindo uma bela ducha, quando ele entrou. Seu nome era Oscar, seu Oscar. Quando ele retirou a toalha em que se enrolava e se postou sob a ducha ao lado da minha, senti uma espécie de premonição. Ele também. Ensaboando com movimentos rápidos a pele branca, pouco provida de pelos, e, com lentidão, o pênis, que aos poucos ia ficando duro, ele olhou de forma arrepiante para o meu corpo. E eu admirei a pica. Não que fosse dessas que causam espanto pelo tamanho. Não. Era normal. Mas era bonita, com glande descoberta e as veias que formavam desenhos como rios num mapa.
E era um mapa. O mapa que me mostrava o caminho para aquilo que eu há muito tinha vontade, mas faltava coragem. Sim, eu vivia fantasiando com aquilo. E nas minhas fantasias era sempre um desconhecido que vinha satisfazer minha curiosidade e desejo.
De volta ao quarto, eu tremia na cama. E não era de frio. Era a ansiedade, a vontade. Eu sabia que ele não se recusaria. Mas como fazê-lo saber do meu desejo?
Quando ele entrou e se deitou, eu estava virado para o outro lado, desejando ardentemente que ele tomasse a iniciativa.
Então ele disse:
— Boa noite, bons sonhos.
Não, não. Meu sonho era outro. Reunindo força e coragem, respirei fundo, ousei:
— Seu Oscar, posso pedir uma coisa?
Minha voz saiu fraquinha; a dele veio forte:
— Já sei o que é. Tu quer o meu pau.
Senti vergonha, como uma criança flagrada fazendo algo errado. Fiquei calado, engolindo em seco.
Então ouvi seus passos descalços no silêncio da noite, seu peso sobre o meu colchão, seu corpo encostar no meu. Ele estava nu; eu, de short. Com o coração querendo saltar pela boca, senti pela primeira vez o contato de um pau duro em minha bunda. Tarde para arrependimentos, cedo para perder a virgindade anal ¬¬- o que, aliás, não tomava muito espaço em meus desejos. O que eu queria, realmente, foi o que eu fiz em seguida.
Sentando-me na cama, segurei o pau que mexera com sentimentos muito escondidos em meu subconsciente. E era duro, muito duro. (Por isso se chama pau.)
— O senhor acreditaria se eu dissesse que eu nunca fiz isso antes?
— Claro que acredito, Toninho — disse ele colocando um diminutivo no nome pelo qual sou conhecido. Todos me chamam apenas Tôni, nunca Toninho.
A luz estava acesa. Com as duas mãos eu acariciei o pau de seu Oscar, brinquei com o prepúcio, com os testículos. A emoção era grande. E maior ficou quando, inclinando-me, pus na boca primeiro a glande; depois mais um pouco, mais um pouco. E comecei a chupar.
— Ai... como eu gosto... — suspirou seu Oscar.
A posição, porém, era um pouco incômoda. Por isso, instalei-me entre suas pernas, ele deslizou para trás a fim de me dar mais espaço, e eu voltei a chupar. Chupava com vontade, sugando, apertando os lábios ao redor do membro que deslizava sobre minha língua, indo e vindo, até quase me engasgar. Mas não engasgava. Porque eu estava realizando o que há muito desejava.
— Isso... — dizia ele. — Chupa meu pau, chupa... que gostoso...
Gostoso demais. Eu enfiava tudo na boca, meus lábios roçavam seus pentelhos. Segurando-o com uma mão pela base, eu lambia a glande. E tornava a enfiar tudo na boca, regozijando-me com os gemidos de seu Oscar, que, a intervalos cada vez mais curtos, indicavam a aproximação da ejaculação.
Então ele segurou minha cabeça com as duas mãos para impedir que eu o abandonasse no momento supremo (o que eu jamais faria) e, traduzindo por um gemido longo a intensidade de seu prazer, seu Oscar gozou.
E não é que eu gostei?
Após engolir tudo, com satisfação, ainda lambi o pau, limpando-o dos resquícios de esperma que ficaram grudados junto com a minha saliva.
— Foi bom demais, Toninho...
Então eu me deitei a seu lado, ele acariciou minha bunda e disse:
— Amanhã vou tirar esse cabacinho.
E tirou.
Mas isso é outra históriaConheça os livros de Markus Quint.
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