Mona está de volta - XI
Aldo contou que uma das colegiais era irmã da atendente do motel e que estava de comum acordo com as sequestradoras. O objetivo era dar-lhe uma lição por não haver ajudado as estudantes com notas baixas. O plano foi seguido à risca: as três foram embora do motel deixando-o desacordado ao lado da filha do delegado, que fingia dormir. Uma delas ligou anonimamente para a delegacia e disse que presenciou o sequestro de uma aluna por um professor. Assegurou que ela seguiu forçada, tanto que ele colocou-lhe alguma coisa no nariz para que ela "apagasse". Havia anotado a placa do carro. O número dado foi o da placa do automóvel do professor.
Quando Aldo recobrou a consciência, ainda estava no quarto do motel, sem algemas e arrodeado de policiais. A estudante menor de idade, que planejara seu sequestro, chorava copiosamente nos braços do pai que estava furioso. O homem tinha uma arma na mão e ameaçava atirar no professor. O lençol que envolvia a garota, cobrindo-lhe a nudez, estava sujo de sangue virginal. Um policial segurava fortemente o braço armado do delegado, impedindo que ele atirasse no indefeso pedagogo.
Os acontecimentos seguintes se desenrolaram com rapidez. O mestre foi preso por sequestro e estupro. Foi demitido da escola onde lecionava. A esposa o deixou, levando os filhos, pois não acreditava na sua inocência. Por mais que Aldo insistisse em atestar os fatos, ela os achava fantasiosos demais para ser verdade. Mesmo quando, arrependida, a estudante a procurou e confessou toda a armação. Até estava disposta a testemunhar a favor do professor. Mas a esposa deste cismou de que a moça era sua amante, querendo livrar a cara do sujeito. Então, a filha do delegado foi visitá-lo na cadeia. Implorou, mas o professor estava muito revoltado para perdoá-la. Querendo provar seu arrependimento, deu um jeito de deixar a porta da cela apenas encostada. Aldo conseguiu escapulir da delegacia naquela mesma noite, quando havia poucos policiais no plantão.
Primeiro, fugiu para São Paulo, onde tinha uns parentes. Havia juntado umas economias e tirou-as do banco assim que teve oportunidade. Mas foi achado, poucos meses depois, pelo delegado. Levou um tiro deste, mas conseguiu fugir. Foi para o Rio de Janeiro. Novamente achado. Novo tiro. Nova fuga. Esteve peregrinando de um lugar para outro até que veio parar de novo no Recife. Agora, estava disposto a se vingar do policial. Matando-o, acreditava que daria fim à insistente perseguição. Porém, a filha do seu inimigo resolveu tirar a própria vida, na residência do mendigo, incriminando-o de uma vez por todas.
Aldo parou de falar e voltou a fixar a vista em algum ponto perdido do quarto. Mona abraçou-se a ele, tentando confortá-lo. Aquele homem estava sofrendo muito. Mas havia um corpo estendido no chão, e era preciso resolver a situação. Saiu da casa e ligou novamente para o médico namorado de Veruska. Dessa vez ele atendeu. Contou o ocorrido aos prantos. Ele pediu que se acalmasse e o aguardasse. Num instante estaria lá. Quando voltou para perto do mendigo, este a olhava de uma forma diferente. Demonstrava estar excitado. Pior: tinha uma expressão assustadora no olhar. Parecia um maluco tarado. Partiu para cima dela rosnando, rasgando-lhe a blusa. Mona estava apavorada com a mudança de comportamento dele. Disse que, se ele quisesse sexo, ela faria com prazer. Mas que fosse sem violência. No entanto, ele estava querendo mesmo era estuprá-la, como as colegiais fizeram consigo.
Jogou Mona sobre a cama. Tirou-lhe as calças de um só puxão. O ferimento em seu flanco recomeçou a sangrar com o esforço, mas ele não parecia sentir dor. Seu membro enorme já estava em riste. Encaixou-se entre as pernas dela apontando a glande para a racha da vagina, sem largar a pistola. Ela o esbofeteou com força. Levou um tabefe de volta, que a deixou zonza. Então ele enfiou o cacete duríssimo de uma vez, até o talo, empalando-a com o membro gigante. Mona arranhou seu rosto com as unhas. Ele deu-lhe um murro, atingindo-a em cheio. Mona resistiu à vontade de desmaiar. Conseguiu se desvencilhar dele e tentou correr, mas foi jogada na cama novamente. Dessa vez, de bunda para cima. Sentiu o enorme caralho invadir-lhe o cu sem piedade. Tentou debater-se, mas ele segurou-a firme, fazendo os movimentos de cópula. Rosnava de prazer fodendo o rabo dela.
Mona estava disposta a parar de lutar contra o agressor. Relaxe e goze - ainda pensou. Mas aí, ouviu o barulho do motor do carro se aproximando da casa. Viu o clarão dos faróis iluminarem o quarto. Então, gritou por socorro. O médico invadiu o aposento, seguido de um homem armado. Seria o delegado de polícia? Não deu tempo de saber a resposta. Dois tiros ecoaram na casa. Um, disparado pelo policial, acertou o mendigo no peito. Este, no entanto, antes de desabar no chão, puxou o gatilho da pistola que ainda estava em sua posse. Mona, na linha de fogo, sentiu o impacto na cabeça. Sentiu a visão escurecer. Sentiu um frio intenso tomar-lhe todo o corpo. Depois, não sentiu mais nada.
Mas ainda ouviu, nitidamente, uma voz rouca dizer bem perto do seu ouvido:
- O livro que eu te dei pra guardar, sua puta. Cadê o livro, cadela safada? Só ele te salva agora!
FIM DA DÉCIMA PRIMEIRA PARTE