O Lutador e o Loirinho

Estava em um sono gostoso, na minha cama quente quando sou interrompido com o som estridente do despertador do meu celular, é pedir demais para os desenvolvedores desse treco colocaram toques menos irritantes? Parece que fazem isso de propósito. Mas em fim, ainda com os olhos fechados procuro ele na minha cama para desliga-lo, quando finalmente acho acabo com aquele barulho irritante e continuo deitado, mas a minha consciência me diz que se eu dormir mais vou acabar me atrasando pra minha faculdade, então levanto caço meus fones de ouvido e vou fazer minha higiene matinal enquanto escuto musica pra ver se me animo, deixo a musica no viva voz enquanto tomo banho, quando saio já arrumado do quarto vejo meu irmão mais velho já tomando café e vendo alguns papeis.

-bom dia. Digo pra ele me sentando.

-bom dia, sabe o que é isso? Ele me responde mostrando os papeis.

-contas? pergunto tomando um gole de café.

-isso mesmo, não tem jeito, o que eu ganho no café e você na academia não está sendo o bastante para suprir todas as contas. Ele diz claramente preocupado.

-se pelo menos a Bia ainda morasse com a gente. Digo me lembrando da minha amiga.

-é, mas ela foi fazer intercambio então temos que dar um jeito. Diz ele se levantando.

-bom... Eu posso tentar pegar mais um turno lá na academia. Digo olhando pra ele.

-não mesmo, você já tem faculdade pela manhã. Academia de tarde e treino no jiu-jítsu a noite, você não tem tempo, eu sou o irmão mais velho esqueceu? Eu dou um jeito. Diz ele se aprontando pra sair.

-está bem papai. Digo sorrindo.

-me chame de senhor papai, mas de qualquer forma já me decidi, vou colocar um anuncio no jornal alugando o outro quarto.

-mas e a bia? Perguntei, não quero que ela chegue e não tenha um quarto para ficar.

-a bia foi fazer intercambio e não sabe quando volta, não podemos esperar ela, e nem nossos credores o nosso dinheiro. Ele falou abrindo a porta e saindo.

Infelizmente ele tinha razão, se ao menos nossos pais estivessem vivos... Mas não posso me lamentar assim, terminei meu café e peguei minhas coisas e foi pra minha faculdade, no elevador terminava de arrumar meu cabelo castanho em um topete, meus olhos castanhos claros ainda demonstravam sono, sou moreno, 22 anos, tenho 1,85, tenho um corpo bacana graças a academia e o jiu-jitsu, bom como eu queria ser lutador de MMA então posso dizer que sou bem forte, vocês devem estar se perguntando como um futuro lutador de MMA está fazendo faculdade e não se dedicando aos treinos por completo certo? Isso é por causa do meu pai, ele me diz “você pode ate ser lutador de MMA, mas não quero um irmão burro, então faça uma faculdade”, para honrar esse desejo hoje depois da morte dele, mas pelo menos fazia educação física, então era um assunto que eu gostava.

Por sorte minha casa ficava perto da faculdade, então não precisava pegar ônibus, enquanto caminhava pelos corredores do prédio vi minha namorada vindo em minha direção, devo dizer que eu sou um homem de sorte, ter uma loira, com peitos medianos, cintura fina e bundas grandes não é pra qualquer um.

-oi amor. Ela falou sorrindo vindo me abraçar.

-oi bebê. Falei beijando ela.

-dormiu bem, perguntei abraçando ela e fazendo-a andar junto comigo.

-dormi sim e você?

-dormiria melhor se tivesse “dormido” junto com você. Falei olhando pra ela com uma cara safada.

-você não presta Eduardo. Ela falou dando um tapinha no meu ombro e sorrindo.

- e eu sei que você gosta senhora Ana Clara. – falei beijando ela.

-ta bom ô dom Juan, deixa ir pra minha sala. Falou sorrindo

-tchau minha futura advogada. Falei beijando ela outra vez

-tchau meu lutador. Ela se virando

Fiquei admirando aquela bunda gostosa rebolando por um tempo e me virei pra minha sala, quando dou um esbarrão em um garoto.

-aai, olha pra onde anda ô brutamontes. O menino de cara fachada.

-olha como você fala comigo ô tampinha. Falei olhando aquele projeto de gente

-tampinha é a mãe. O menino falou irritado com o apelido que eu dei a ele.

-já falei pra você medir as palavras comigo. Falei de cara fechada pra ele.

Ele apenas se sentiu intimidado e saiu.

“viadinho” pensei dando uma ultima olhada pra ele e voltando pra minha sala.

O resto do dia como da semana foi resumida à faculdade> trabalho na academia> treino no jiu-jitsu>casa.

Sexta feira, cheguei em casa todo suado do treino, escutando musica no ultimo volume em casa e muito distraído, fui direto pro meu quarto tirei toda minha roupa coloquei minha toalha no ombro e sai do quarto, fui na cozinha que ficava integrada a sala, abri a geladeira e bebi um pouco de agua, quando me viro pra ir pro banheiro me deparo com um estranho no meio da minha sala com os olhos arregalados pra mim.

-Ai meu deus. Gritei soltando o copo D’água no chão e pegando minha toalha pra me cobrir.

-ai me desculpa, o menino falou tentando tapar o olho.

-quem é você e o que você ta fazendo aqui? Falei nervoso terminando de amarrar minha toalha.

-o seu irmão, ele... - Antes dele termina de falar meu irmão aparece.

-o que ta acontecendo aqui? – ele falou vendo o menino todo envergonhado ainda com os olhos tampados e eu de toalha.

-Bernardo quem é esse? Perguntei ainda nervoso.

-ele é o Nicolas, ele passou na mesma faculdade que você, e viu o anuncio do quarto que ta pra alugar, eu estava mostrando a casa pra ele, quando meu celular que estava no meu quarto tocou, dai fui atender.

-dava pra você me avisar que ia mostrar a casa pra alguém? Perguntei meio baixo.

-eu mandei mensagem pro seu celular. Ele tbm respondeu baixo

-olha se não for o momento certo eu posso voltar outra hora. O menino falou tirando a mão do rosto.

-não tudo bem, eu só fui pego de surpresa, me desculpe pelo o que viu. Falei morrendo de vergonha.

-não se preocupa Nicolas, meu irmão já estava indo pro banheiro, vem vou ti mostrar a área de serviço. Meu irmão falou virando o menino de costas, e me olhando de cara feia.

Mal sabia que aquele loirinho ia me trazer situações mais constrangedoras do que essa que acabou de ocorrer.

Eae galera, gostaram? Devo continuar? Essa é meu primeiro conto.