Capítulo 10
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R -Algumas coisas aconteceram hoje e... não estou bem. Não sabia para quem pedir ajuda. Desculpe-me se te acordei.
M -Vai ficar tudo bem.
R -Não, não vai. Eu quero morrer Maddie, não espero que entenda...
M -Entendo melhor do que você pensa. Onde você mora?
R -Por quê?
M -Pois eu vou ai.
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Rebecca deu o endereço para Maddie, a qual pegou sua moto e foi à casa indicada, isso sempre falando com a garota pelo celular, em uma ligação.
Ao chegar, Rebecca a esperava do lado de fora de uma casa muito linda. Havia um bom espaço, ocupado por um jardim, na frente da casa, depois alguns degraus e um espaço com o chão de madeira, algumas cadeiras e uma rede, com um apoio ao redor da área, feito também de madeira, e a porta. A casa era toda branca e parecia ser de madeira, ao menos por for fora, com uma porta vermelha.
Maddie abraçou a garota e segurou por longos minutos, enquanto a mesma chorava em seus braços. Ela acariciava os cabelos da jovem, que parecia estar quase caindo ao mesmo tempo em que todo o seu corpo tremia.
--Shhh... está tudo bem, eu estou aqui agora.
--Ajude-me, por favor... eu não aguento mais, não sei o que fazer e não tenho ninguém.
--Tem a mim agora, não se preocupe.
Aos poucos, Maddie foi levando Rebecca até os degraus e a sentou ali, sentando logo em seguida, a segurando novamente em seus braços.
--Sua vez, me conte sobre você e o que quer que tenha acontecido para que ficasse assim.
--É complicado...
--Isso não impede que me conte, eu entendo muito bem de coisas complicadas, você já deveria saber disso nesse ponto.
--Não sei se conseguirei contar.
--Try your best sweetie. –disse Maddie, dando um meio sorriso aos lábios de Rebecca.
--Tudo bem, mas quero que cante para mim, assim posso me acalmar um pouco.
--Qual música?
--Missing You da banda All Time Low.
--Está bem, irei cantar para você, aliás, tem bom gosto para música.
Assim que ela começa a cantar, Rebecca parece impressionada. A voz da garota combina perfeitamente com a música e, além disso, ela parece cantar também com o coração, dando sentido à letra.
--Canta muito bem.
--O que importa é que eu já cantei, agora você deve me contar tudo.
--Certo, trato é trato.
“Tenho alguns problemas há muito tempo, comecei a me cortar e não consegui parar, cada vez eu fazia mais cortes. O problema foi quando minha mãe descobriu dos cortes, por um descuido meu. Eu conseguia escondê-los muito bem, mas acabei deixando papéis ensanguentados no lixo do banheiro, e ela os viu.”
“(...)Assim que meu pai ficou sabendo, percebi que começaram a me tratar de outra forma, tinha impressão de que eles pensavam que eu me mataria a qualquer segundo. Me levaram ao psicólogo com a justificativa de que, já que eu não os contava o que estava acontecendo, teria de contar a alguém, que fosse então um psicólogo(...)”
“(...)Foi um fracasso, só eu mesma poderia me ajudar. Começaram até a esconder os objetos afiados com medo de que eu os usasse para me cortar ou me matar, contudo eu tenho minhas lâminas, as quais escondo bem, para isso. Então nos mudamos para cá, buscando ‘um novo começo’ e alguma mudança.”
--Onde se corta?
Rebecca levantou parte da camiseta de mangas longas que vestia, mostrando parte da barriga e alguns cortes, que pareciam ser recentes, depois levantou a manga esquerda e tirou alguns braceletes da frente, revelando outros cortes.
Maddie deu um leve beijo nos cortes do braço e, em seguida, nos da barriga, levantando então a face e beijando a garota levemente.
--Por que você se cortou hoje?
--Como sabe que alguns são de hoje?
--Só me diga o porquê~The Self-harmer
Ta aí mais um capítulo para vocês, espero que tenham gostado.
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