Muito obrigado aos que comentaram e é claro, aos que leram também. Grande beijo pra vocês, espero que gostemDesculpa não ter avisado ontem, é que eu tive que sair às pressas, não podia deixar minha mãe sozinha numa hora dessas. -dizia apressadamente Kevin, ainda abraçado a Jack.
-Que isso Kevin, não precisava nem explicar. Vamos esquecer isso, ok? -respondeu-o calmamente, tentando tranquilizá-lo.
Mesmo numa situação tão difícil como essa, Jack não conseguia deixar de pensar em como era tão bom estar assim com Kevin. Sentir seu cheiro de perto, tocar sua pele macia, envolver seus braços em volta de sua cintura, ouvir sua voz em sussurros e a essa distância observar o movimento de sua boca perfeita. Essa sensação era maravilhosa. Kevin era maravilhoso. Sua preocupação com Jack ainda que passando por um momento turbulento mostrava o quanto humano ele era e conquistava o aprendiz.
Enquanto os braços do aluno cruzavam as costas do patinador na altura de sua cintura, os do patinador envolviam o pescoço do ator, tamanha necessidade de acalento deste. Sua cabeça estava debruçada sobre seu braço esquerdo, que estava sobre o ombro direito de Jack. Baixinho, porém desesperado, Kevin chorava. À medida que as lágrimas caíam, ele apertava seu consolador, friccionando ainda mais os corpos em busca de aconchego. As mãos de Jack moviam-se levemente pelas costas do rapaz, com a intenção de o confortar.
Da posição que estavam, era permitido ao ator ver a casa, ao menos a cozinha e a sala, no entanto, sua concentração estava voltada para outro local. Seus corpos colados, pediam para não se afastarem, imploravam para se apertarem mais. O cheiro um do outro invadia o olfato de ambos, misturavam-se e se tornavam um só. Não havia segundas intenções no carinho do rapaz, e sim uma vontade imensa de poder estar com ele, pelo simples fato de estar.
-Eu nem tive a chance de dizer que o amava. Eu nem pude falar pra ele o quanto eu sentia sua falta. Nós estávamos brigados a mais de dois anos, eu nem tive a chance de pedir desculpas. Eu sou um fracasso como filho. -chorava o patinador.
Depois de tanto tempo entrelaçados, Jack soltou-se do corpo dele e levou suas mãos ao seu rosto. Olhou-o nos olhos, enxugou algumas lágrimas e o repreendeu:
-E, ei, ei... não fala uma coisa dessas. Você não é e nunca será um fracasso. Kevin você é a pessoa mais incrível que eu já conheci na vida, se não fosse eu não teria viajado tanto tempo pra vir até aqui. -os olhos tristes de Kevin desviaram´se para o chão. Jack limpou novamente seu rosto e ainda o encarando, procurando aquele doce, contudo, triste olhar e completou- Olha pra mim. -Kevin voltou a encará-lo- Você é incrível, aposto o meu Óscar que seu pai diria a mesma coisa pra você. -falou sorrindo e vendo pela primeira vez naquela tarde os dentes de seu patinador predileto- É assim que quero te ver, sorrindo. Você faria sucesso com as gatinhas de Hollywood, senhor galã. -tirou as mãos dele, colocou-as no bolso tentando fazê-lo se sentir mais leve e aproveitando para poder elogiá-lo.
-Olha quem fala, o cara que deve pegar geral -forçou um sorriso, dividindo seu olhar entre o chão, a rua e ele.
-Nada, sou quieto.
-Duvido.
-Sou sim.
-Esperando uma princesa? -soltou Kevin o encarando, torcendo pela resposta.
-Não, só a pessoa certa. -após dizer isso, Jack sorriu e, com vergonha, Kevin sorriu e fixou-se em tudo, menos no rosto do visitante.
-Obrigado. -seus olhos estavam ainda no chão.
-Pode parar de me agradecer, eu disse que estaria aqui pra tudo, não disse? -procurando o olhar dele.
-Quem pode dizer que é seu amigo tem mesmo muita sorte. -disse finalmente o olhando nos olhos.
-Espero que você tenha muita.
-Se você me dar a honra.
-Ela é toda minha -disse estendendo a mão.
Kevin apertou e falou:
-Obrigado, de verdade, amigo. -seus olhos estavam cheio de lágrimas outra vez.
-Sempre que precisar, eu estarei aqui. -deu uma piscadela pra ele- Bem, eu já falei com você, agora preciso procurar um hotel, conhece algum?
-Hotel? Vai embora já? Nem entrou ainda. Ah, agora lembrei, eu não convidei. -riu- Por favor, entra.
-Eu tenho que ir, depois nos falamos. -tentou desconversar.
-Nada disso. Você vai entrar e tomar um café reforçado. Nem deve ter almoçado, não é?
-Confesso que não.
-Tá vendo. Entra. -disse virando as costas e o chamando- Só não repara que a casa é simples.
-Que isso, vivi muito tempo em um kit-net, sua casa é um luxo.
-Quem me dera, mas um dia a gente chega lá. Vou buscar um suco, pode ser de uva? Tem pão de doce aqui também. Senta aí no sofá, sinta-se em casa.
-É que eu tenho que ir Kevin.
-Quer manteiga no pão?
Jack sentou-se no sofá e começou a vasculhar a casa de Kevin com seus olhos. A sala era grande, composta por dois sofás de couro preto -super confortáveis por sinal-, uma estande encostado à parede contrária à porta, onde estavam guardados alguns livros e fotos da família, os pais de Kevin, talvez seus avós e ele -pelo jeito era filho único-, ainda havia um pedestal que guardava um vaso com rosas vermelhas, a cortina verde esmeralda que cobria a janela que estava atrás da TV de 32 polegadas, outras fotos da família do patinador ocupavam os espaços vazios. Jack as olhava com atenção, mas rapidamente, exceto em uma.
Jack fitou um porta-retrato que continha um homem agachado usando um chapéu de cowboy, calça justa, blusa xadrez, com um garotinho sentado em uma de suas pernas e uma das mãos em volta de sue pescoço. Não olhavam para câmera, o garotinho parecia gargalhar com algo que via e olhava o horizonte, uma vez que estava de lado no colo do pai, pressupunha, o adulto mantinha seus olhos no filho e não resistia àquele sorriso contagiante e sorria com ele. Era tão real a fotografia e tão cheia de emoção que Jack podia sentir o momento, imaginar a cena. Eram sim pai e filho. O afeto que transmitiam era inegável. O amor que passavam um para o outro, fazia o ator lembrar de sua família. Jack levantou-se e pegou o retrato, passou seu polegar involuntariamente sobre o garotinho e, pensando alto, disse "Eu vou cuidar de você".
Uma lágrima fugiu de seu globo ocular e rapidamente ganhou seu rosto. Percorreu-o até chegar a sua boca e salgar sua saliva. Entretanto, nada tirava sua concentração naquele garotinho, Podia o ver apartando-se dos braços de seu pai e correndo em torno da arena que aparecia ao fundo da foto, imaginava a criança sobre os ombros do pai, se movendo constantemente imitando o movimento de um boiadeiro ou ele pedindo a seu pai um chapéu igual ao dele e ele pondo o seu em sua cabeça, ainda o menino encostando na cabeça de um touro e rindo feito um louco com tamanha coragem. Kevin conseguia ser apaixonante até mesmo em uma foto.
Jack só parou de visualizá-lo, quando o barulho de uma panela caindo e o grito de "Merda!" vieram da cozinha. Mais que depressa ele foi ao encontro dos barulhos e, preocupado, viu o moço inconformado com a bagunça de comida no chão que havia feito. E como estava lindo. Uma vontade de abraçar, olhar, morder, beijar, apenas tocar invadia os instintos de Jack, no entanto, ele apenas sorriu e ofereceu socorro ao desastrado.
-Não precisa, você está cansado e é visita. Fica lá sentado, eu já vou te servir.
-Que nada. -foi caminhando todo sorridente até o amigo- Eu não vou deixar você trabalhando sozinho.
-Quanto trabalho. -ironizou Kevin, abaixando e recolhendo o estrago. Jack fez o mesmo e mesmo catando o, agora lixo, não parava de olhar a beleza estonteante de seu amigo.
-Quer dizer que isso tudo era pra mim?
-Era, você deve estar morrendo de fome.
-Não precisava, de verdade.
-Claro que precisava. -já tinham retirado tudo e estavam a centímetros, um do outro- Não podia te deixar morrer de fome -olhou-o com seu sorriso único e voltou a ajeitar as coisas.
Jack era apenas impulso, a proximidade entre os dois, o desejo estampado nos olhos e no corpo dele, a beleza que Kevin tinha, tudo começava a deixar o ator ensandecido. Ainda que não fosse roteirista, ele via a cena que estava para acontecer: sua mão percorrendo o braço do rapaz, passando pelo pescoço e chegando ao seu rosto. Como queria tocar aquela pele macia, aqueles cabelos bagunçados, aquela face meiga, aqueles lábios impiedosos e imensuravelmente desejáveis. Como queria Kevin.
Num movimento rápido, Jack segurou o pulso do patinador, que, de imediato, retribuiu o olha, e, fitando seus olhos e com uma voz suave, agradeceu:
-Obrigado por se preocupar comigo.
-Não foi nada.
-Pra mim é. -encarava seu amigo incessantemente e deixava seu polegar passear pelo pulso dele, com movimentos repetitivos, calmos e curtos. O corpo de Kevin não saía do lugar, as expressões de tensão, tristeza e medo davam lugar à suavidade -sentida no momento-, felicidade -mostrada no sorriso singelo que deixava escapar com o toque e as palavras de seu amigo- e a paixão -que brotava em seu coração-. Tais sentimentos deixavam a beleza do garotinho ainda mais evidente, fazendo o admirador se entregar aos poucos, e aproximar seu rosto do dele.
28 centímetros, seus corações aceleravam. 26, as mãos tremiam. 24, elas suavam. 22, a testa franzia. 20, o arrepio subia. 18, a boca secava. 16, o braço que segurava seu pulso subia leve e vagarosamente com certo receio. 14, as bocas começavam a se abrir. 12, o cheiro de ambos trazia-lhes de volta mais arrepios. 10, os olhos se encaravam, entregando-se ao outro, a mão do admirador já estava na altura do bíceps do garotinho e a deste já saía do vácuo e aproximava do corpo desse perto do tórax. 8, as cabeças se moviam, entortando-se, as bocas continuavam a se abrir, os corações batiam desesperadamente, o suor nas mãos e na testa denunciavam o nervosismo. 6, a mão do admirador parava sobre o pescoço do garotinho, sentindo sua pele macia, acariciando-a, ao passo que o garotinho já sentia os movimentos cardíacos involuntários e acelerados do admirador. 4, os olhos que se encaravam, revesando com a boca, fechavam-se, como se assim fossem aproveitar ainda mais o que estava por vir, como se de olhos fechados vissem melhor seus sentimentos e desejos. 2, ouvia-se a respiração do parceiro, seu cheiro, massageava-se seu pescoço ou peito, o coração veloz causar suor, os toques arrepios, a certeza do que queriam e estavam prestes a fazer dava-lhes mais vontade, a simplicidade nos movimentos de ambos, o encaixe quase completo. 0,7 (sete milímetros), seus lábios começavam a se chocar e a fastarem-se, pelo formato não-uniforme e não retilíneo de todas as bocas eles já se encontravam em alguns pontos, pelo sorriso com tais choques, eles se dilatavam e aumentavam a distância entre si, os olhos, marejados, abriam-se por um relâmpago de segundo, viam-se um ao outro, na curiosidade pelo fato, e tornavam a se cerrar, a fim de curtirem o momento, a porta da sala abria-se.
Tão perto, tão pouco para realizarem seu desejo mais aguçado até então. Porém, o receio era maior. Kevin pôs-se de pé, virando-se de costas para Jack e foi ao encontro dos que adentravam o local. Jack ficou ainda agachado por uns instantes, lamentou-se mordendo seus lábios, colocou seu braço que balançava, depois da queda do pescoço de Kevin, sobre a coxa e junto ao outro, fazia força para que o ator ficasse de pé. Não era dessa vez. Caminhou até a sala, onde viu, além de Kevin, duas senhoras, dois rapazes e uma moça, que gritou.
-Ah, nossa, que falha a minha. Esse é o Jack...
-Claro que eu que é o Jack Blown, ele é incrível. -atropelou a menina- A pergunta é o que ele está fazendo aqui?
-Ele vai fazer um filme sobre patinação e eu estou treinando ele. Então, ele, gentilmente -nessa hora ele olhou e sorriu para Jack-, veio prestar suas condolências -desviou o olhar.
-Kevin... não vai... -forçava a moça.
-Ah sim. Jack, esses são minha mãe Kathy, minha tia Mary, meus primos Jhon, Joshua e minha prima, um pouco fã sua, Jane. Bom, esse é o Jack, acho que de alguma forma vocês o conhecem -sorriu Kevin, enquanto o autor viajava em sua fala.
-E como, eu vi todos os seus filmes -disse Jane entrando em sua frente-, três vezes cada um e umas cinco o último que lançou.
-Nossa, obrigado, nem sei o que dizer. -disse Jack voltando de seus devaneios e olhando a garota entusiasmada.
-Posso te pedir um autógrafo e uma selfie? -dizia ela. Jane devia ter seus dezesseis anos, nada menos que o público de Kevin ultimamente.
-Jane, comporte-se. -brigou Mary.
-Ah mãe, não é todo dia que um galã de Hollywood vem aqui em casa. -respondeu a moça.
-Tudo bem, eu tiro. -disse Jack. Ele procurou por alguém na sala, seu rosto alegre passou para preocupado e investigativo, até achar o que o interessava, encostado à parede da sala, olhando para o chão, com as mãos no bolso, quem sabe com ciúmes da cena que se apresentava na sala. Um sorriso então saiu de seus lábios e um pensamento lhe surgiu "Que vontade de te abraçar".
-Já comeu alguma coisa Jack? -disse a mãe de Kevin, sentada no sofá.
-Eu estava preparando um lanche pra ele, quando a vasilha caiu mãe. -falou olhando para o sofá e, por acidente ou intencionalmente, seu olhar se cruzou com o do ator que não parava de admirar sua beleza. Foi inevitável não ter sorrido naquele momento. Os olhos de Jack brilhavam, o rosto era pequeno para seus lábios, o coração se apertava. Era fato, Jack estava rendido- Vou lá tentar fazer qualquer coisa.
-Não precisa, eu já estou de saída.
-De jeito nenhum, ninguém sai da minha casa com fome. Vamos lá pra cozinha, já está na hora do café mesmo.
Os sete se juntaram na cozinha, mas Joshua logo saiu para ver a namorada. Kathy sentou-se na ponta, Mary ao lado da filha, e Jhon no outro extremo. Jack ficou de frente para a Jane, que não parava de perguntar sobre as cenas, os filmes, a vida dele. Jhon, meio acanhado, atreveu-se a abrir a boca apenas para sussurrar sobre as "gatinhas" que ele havia namorado ou ficado, ao contrário de sua mãe que gritava aos quatro cantos sobre a vida íntima dele. Kathy elogiava sua beleza e admirava o jeito dele de separar a vida profissional da pessoal, uma vez que poucas notícias do ator eram expostas fora do telão. No meio disso tudo, Kevin fazia torradas, suco e outras guloseimas para que eles aproveitassem a tarde. Jack, sem deixar de responder os questionamentos, buscava sempre a imagem do cozinheiro, que em seguida serviu a todos.
-Não vai se sentar conosco? - indagou Jack, olhando em seus olhos. Kevin ficou hipnotizado por dois ou três segundos naqueles olhos fixo e intensos, que naquela pergunta, pediam para ele que ficasse, que se aproximasse e jamais saísse, que fosse dele; e voltou a servir os visitantes.
-Vou tomar um banho, já volto. -nem esperou qualquer resposta e foi para o banheiro.
Jack e a família conversaram por mais um tempo, até que Mary resolveu ir com seus filhos embora. Jane tentou ficar, mas foi convencida a ir também. O ator também queria ir embora, mas não sairia dali antes que visse novamente seu garotinho. Kevin demorava em seu quarto, na esperança que o ator fosse embora. Dessa vez o medo rondava por sua cabeça. Seria certo se entregar para um homem como ele e tão cedo? Sua família havia desconfiado da troca de olhares? Como ele permitiu que aquilo fosse tão longe? Havia conhecido o ator a três dias e não parava de querer estar com ele, como isso podia acontecer?
-Eu preciso fazer umas coisas para o velório. Vou te deixar no quarto do Kevin, tudo bem? -disse Kathy.
-Acho que eu vou com a senhora, preciso arrumar um hotel pra me hospedar ainda.
-Se você quiser, pode ficar aqui em casa. É simples, mas é aconchegante. -sorriu- Ah, não tem paparazzi.
-Nossa, tentadora. Mas é que eu nem trouxe roupa. Tenho que ir a um shopping.
-Pega uma do Kevin enquanto issoBom, você disse que não gosta que os paparazzi te achem , por que não fica aqui? Compra a roupa pela internet, usa as do Kevin enquanto isso, e depois resolve o que vai fazer.
-Por que não. Acho que vou ficar sim.
-Opa, tenho um famoso em minha casa. -riu- Obrigada por ter vindo pelo meu filho, ele parecia bem melhor quando cheguei.
-Seu filho é um ótimo amigo e um grande homem. Dá pra ver quem a ele puxou.
-Obrigada pelo elogio. Bem, fique a vontade, vou chamar o Kevin pra te ajudar, vem ver seu quarto.
Kathy deixou Jack no quarto de hóspedes e depois foi conversar com o filho. Kevin tomou um susto quando ouviu da boca da mãe que Jack se hospedaria na casa deles. "Será que isso era bom?" Ele resolveu deixar o medo de lado e deixar as coisas acontecerem. Pegou uma camisa e um short para emprestar ao admirador e foi até seu quarto. Bateu na porta, mas nada ouviu. Abriu-a de vagar e uma bela imagem se revelou a ele. Em cima da cama, ainda com a calça e a camisa, Jack estava deitado de lado. Sua cabeça estava apoiada sobre seu braço direito, enquanto o outro estava sobre o colchão. Jack estava dormindo. Ele ficava lindo dormindo. Instintivamente, o patinador sentou-se na cama bem perto de seu rosto e ficou observando a beleza de seu aluno. Um sorriso de canto de boca se abria no atleta e sua mão ia ao encontro dos cabelos do sonolento. Por um longo tempo ele acariciava as mechas do ator, sentia que isso os relaxava, sim, ele amava cada vez mais zelar elo sono de Jack, poderia fazer isso pelo resto dia, mas a razão o fez sair.
Fora do quarto ele pensava em como era bom estar ao lado daquele cara incrível. Pensava em tudo, até no fato de uma pessoa pública tão reservada como Jack, sair de tão longe para estar com ele naquele momento difícil. Ninguém nunca fizera algo parecido para ele. Jack o conquistava no olhar, na humildade, na gentileza, no carinho. O que mais tinha vontade era de sair daquele corredor, abrir a porta do quarto de Jack, abraçá-lo e velar seu sono outra vez.
"Que se dane o medo, é isso que eu quero". Novamente ele abria a porta do quarto de visitas, com cuidado para não acordá-lo. Sentou-se na cabeceira da cama, atrás de Jack e voltou a acariciar seus cabelos.
-Já estava com saudade de seu toque. -disse o ator ainda com os olhos fechados.
Kevin ficou assustado, mas não retirou sua mão dos fios macios do ator.
-Obrigado por tudo. -sussurrou.
Jack virou-se para ele e ainda deitado, pegou a mão livre do patinador e entrelaçou os dedos, trazendo-a para perto de sua boca tocando suavemente e causando arrepios no garotinho.
-Quero estar sempre contigo no que precisar e quando não precisar também. -sorriu, olhando para cima e vendo que o patinador não o olhava- Tudo bem?
-Não sei. -respondeu Kevin.
-Acho que quem tá precisando de carinho é você. -falou Jack se sentando e abraçando o amigo de lado, de forma que a cabeça de Kevin encaixasse no ombro dele, devolveu-lhe as carícias de antes e com a outra mão, insistiu em grudá-la à dele. Por fim, Jack beijou sua testa e permaneceu com os movimentos sobre os cabelos e a mão de Kevin. Era só o que ele precisava agora. Carinho. -Você parecia ser tão espoleta quando era criança. -disse fazendo o que ninguém conseguia fazer naquele dia, Kevin sorrir