Estava na cama, de olhos fechados, meu corpo pesava, estava conseguindo relaxar e cada vez mais longe...
Vejo um vulto indo ao banheiro e ouço um grito...
Jimmy: Socorro!
Jimmy mostrou os comprimidos ao Phil no banheiro, ele correu até a cama, enfiou o dedo na minha garganta e me fez vomitar tudo, me deu uma dor danada no estômago.
Phil: Você enlouqueceu?
Eu: Eu não estava conseguindo me acalmar...- Falava com dificuldade. – Só queria dormir sem ter pesadelos com ele.
Phil me abraçou, olhei para Jimmy e ele estava chorando.
No dia seguinte eu estava no meu quarto, deitado, como sempre, porque ficar trancado no quarto havia virado rotina, quando minha mãe chega...
Ela: Peter querido, a Emily quer falar contigo.
Eu: Não quero! – Na verdade eu não queria ver a Emily, desde que o Dan fugiu que a evito, apenas não quero vê-la. Todo esse tempo ela vinha me visitar e eu não a deixava entrar.
Ela: Peter isso não é justo com ela, ela está preocupada e quer te ver.
Eu: Mãe será que é difícil de entender que eu não quero vê-la?
Ela: Mas faz quase um mês que ela vem te ver e você a expulsa!
Eu: No momento eu só quero saber do Dan, só ele me importa! Será que ninguém entende?
Ela saiu e Emily mais uma vez não entrou.
Jimmy narrando...
Eu estava arrasado em ver todos na situação que estavam, ver meu tio quase se matar foi demais para mim...
Vovó: Jimmy as roupas do Peter, vá na casa dele e pegue mais, principalmente pijamas.
Eu: Ok.
Fui a casa dele e parece que Deus me mandou...
Entrei e vi roupas do Dan no sofá, subi, tinha papéis do tio Peter sobre a mesa do escritório, aquilo me deixou emocionado, pois de uma hora para outra a vida deles mudou de forma drástica... Peguei as roupas dele em seu closet, e ia saindo mas me veio uma loucura na cabeça... E se Dan houvesse deixado algo? Carta, sim, mas papel não é a cara dele, olhei para o notebook do tio...
Larguei tudo no chão, corri e liguei, não havia senha, ainda bem, mas também ele não escondia nada do Dan, procurei por pastas, havia uma escrito Dan, estava bem visível, era como se fosse para visualizarmos mesmo, cliquei e só havia um documento escrito daddy, abri a comecei a ler... Passei uns 5 min para conseguir processar as informações daquela carta.
Peguei o notebook, guardei na mochila e voltei para a casa da vovó... Subi direto para o quarto do tio...
Eu: Tio, o Dan deixou uma carta.
Tio Peter: Uma carta? Onde? Vamos entregar na policia, pode ser uma pista, algo...
Eu: No seu Notebook, mas não tem nada que possa ajudar onde ele possa estar, é uma carta pessoal.
Deixei o computador com ele e saí, deixei ele só para ler, afinal a carta do Dan era muito pessoal.
Peter narrando...
Claro, uma carta, no meu notebook, bem a cara do Dan, como não pensei nisso antes? Como? OMG!
Peguei o meu notebook, liguei e vi uma pasta com seu nome, abri...
“Pai...
Desde criança você sempre cuidou muito de mim, me amou, não tenho do que reclamar... Sabe, mas tenho que dizer que você já se dedicou demais a mim, está na hora de viver sua vida, está na hora de casar e constituir uma nova Família certo? Mas sinto muito pai eu não posso estar nela, eu te amo tanto, e sou egoísta o suficiente para não ser capaz de ver você dando carinho a outra pessoa, pode parecer infantil mas me mataria ver você beijando, dormindo com outra pessoa que não seja eu, porque te amo de outra forma, você sabe disso, te amo como pai sim, muito, te amo como amigo também, mas te amo principalmente como homem, não me puno, não me martirizo, já passei dessa fase, desde os meus doze anos que te amo e só veio aumentando... Pai eu tenho certeza disso, do amor que sinto por você, não posso fazer nada sobre isso, por isso fugi.
Todas as vezes que você me apresenta uma namorada me mata, morro de ciúmes e agora caí na real que você precisa sim ter sua vida, você sempre me cuidou, me zelou, me amou e acho que por isso me apaixonei, não sei como viver sem você, não sei se conseguirei, mas você precisa ter sua vida e você a escolheu paizinho, a escolheu para passar o resto da sua vida com ela, então resolvi te deixar, resolvi ir embora para você ser feliz com ela...
Pai tenho certeza que nunca em toda a minha vida vou amar outra pessoa como te amo, meu coração é seu, só existe espaço para você, mas não consigo ficar, desculpa, não sou forte o suficiente...
I LOVE YOU...
Dan.”
Meu filho, Dan se declarou para mim, se declarou da maneira mais pura e linda, aquela carta me deixou comovido, chorei mais ainda...
Levantei, fui até a cama, abracei um travesseiro e chorei... Jimmy entrou no quarto, me abraçou e chorou comigo...
Longe dali...
Dan narrando...
Eu: Minha insulina está acabando, tenho a autorização para comprar, você vai para mim?
Paul: Claro!
Eu: Que bom, estava preocupado.
Paul: Dan, você está sofrendo muito, eu percebo isso, volta, desiste disso, você ama seu pai...
Eu: Não posso Paul, é complicado, não posso falar disso com você, mas não posso. – Ele me abraçou e eu chorei. – Gostaria de saber como estão todos lá em casa...
Paul: Falo com o Jimmy, vou mandar uma mensagem.
Ele pegou seu cel e digitou... – Mandei, ele não respondeu, vamos esperar.
Mais tarde naquele dia...
Eu e Paul combinamos de assistir um filme, como eu não podia sair, ele me falou que meu rosto estava espalhado pela cidade... Coitado do Paul, não saía para nada só quando necessário desde que cheguei aqui, ele fala que não quer me deixar sozinho...
Ele fez pipoca e pegou refri, eu tomei suco de fruta, estávamos assistindo ao filme VHS, um filme de terror trash, ele disse que gosta desse tipo de filme, começamos a assistir, mas adormeci no meio, dormi mesmo...
Acordei sentindo uma maciez quentinha em meus lábios, era ele me beijando...
Paul: Desculpa.
Eu: Sem problema.
Paul: Não resisti.
Eu: Paul, como estão você e a Penny? Desde que cheguei aqui não vi vocês juntos...
Paul: Estamos normal, ela viajou com seus pais de férias.
Eu: Paul eu...
A porta bate...
Eu: Você espera alguém?
Paul: Não. Vou abrir...
Ele abriu e Jimmy entrou como um louco...
Jimmy: Preferi vir aqui que falar por telefone, estou louco Paul...
Corri... Ele não podia me ver!
Jimmy: Quem está aqui?
Paul: Ninguém!
Jimmy: Eu vi uma pessoa correndo!
Paul: Você viu coisas porque eu estou sozinho!
Jimmy: Eu vi e ouvi... Vi uma pessoa loira e baixa correndo, não sou louco.
Ele correu para a cozinha onde estava em um cantinho e ele me viu logo de cara...
Jimmy: Dan?
Eu: Desculpa!
Jimmy: Como você pôde fazer isso com a gente? Tá todo mundo louco Dan...
Eu: Desculpa, já disse... Não sabia o que fazer...
Jimmy: Você sabe como todo mundo ficou? Tio Peter, nossa avó... Eu Dan, eu fiquei louco, louco preocupado...
Como você pôde fazer isso com a gente?
Eu pulei nele e o abracei...
Jimmy: Vamos voltar, você vai voltar comigo, agora. – Falou decidido.
Eu: Não Jimmy, quero me preparar, deixa para amanhã, por favor.
Jimmy: Você quer que eu volte, passe a noite vendo todos sofrerem, sabendo onde você está?
Eu: Só essa noite.
Jimmy: Ok. Mas amanhã eu falo.
Eu: Obrigado.
Jimmy: Senti tanto sua falta.
Eu o abracei forte, muito forte.
Longe dali...
Peter narrando...
Eu estava no meu quarto como sempre, de repente minha mãe aparece...
Ela: Peter, a Emily está aí novamente.
Eu: Mãe, eu já disse que não quero vê-la.
Ela: Filho, agora o assunto é importante.
Eu: O que é?
Ela: Parece que ela está grávida.
Eu: O quê?
Ela: É isso.
Eu: Chama ela.
Com um tempo Emily aparece pela porta...
Eu: É verdade o que me disseram?
Emily: Estou atrasada Peter.
Eu: Então não é certeza ainda?
Emily: Não.
Eu: Cuide disso, faça o exame, eu estou um caco por causa do meu filho.
Emily: Por causa do seu filho? Eu estou dizendo que também estou esperando um filho seu e essa é a sua resposta?
Eu: Emily eu já disse, não é certeza, tenha certeza primeiro, será que você não vê o drama que estou passando agora? O Dan pode está morto Emily, morto, a pessoa mais importante da minha vida.
Ela saiu pela porta sem dizer nada, não queria saber de nada a não ser do Dan, nem percebi a gravidade da noticia que ela me deu naquele momento.
Longe dalí...
Dan narrando...
Eu: Paul tenho que sair daqui, amanhã o Jimmy vai vir.
Paul: Não Dan, você vai voltar.
Eu: Não, não vou.
Paul: Você não sabe o que anda acontecendo a sua Família...
Eu: Porque você está dizendo isso?
Paul: Não quero falar, é melhor não.
Eu: Fala Paul, você está me assustando.
Paul: Dan, sua família está sofrendo muito desde que você fugiu, principalmente seu pai, ele mudou para a casa da sua avó, vive trancado no quarto e...
Eu: E o que?
Paul: Ele tentou se matar.
Eu: O quê?
Paul: Ele tentou se matar por sua causa, falei com o Jimmy quando ele esteve aqui, antes de ir embora sem você ver. Dan ele me disse que seu pai perdeu a vontade de viver, nem come mais direito, você não pode fazer isso com ele, não pode continuar com isso... Ele tomou um monte de remédios...
Eu: Meu pai... – Paul me abraçou e eu chorei...
Paul: Você tem que voltar. Você não imaginou que ele ficaria assim? Dan você me contou que a relação de vocês foi forte e linda, ele já perdeu a esposa, e você está fazendo ele perder você.
Eu: Você está me deixando pior Paul.
Paul: Você vai ficar aqui e amanhã você vai voltar, passe essa noite aqui para se acalmar mais, ok? Mas você tem que voltar Dan, ele precisa de você.
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Gente, é o seguinte, vou passar uns dias sem postar, são poucos, no máximo mesmo 5, amanhã talvez eu poste ainda, mas não é certeza por isso estou avisando neste já...
Abraço moçada.