O pagodeiro machão não era tão machão assim... - 2

Um conto erótico de Kadu
Categoria: Homossexual
Contém 1477 palavras
Data: 29/11/2014 23:40:05

Em exatos 20 minutos, ouço uma buzina na frente da minha casa. Avisei minha madrinha que iria sair, e que não almoçaria em casa. Lhe dei a benção, ela me deu uma quantia me dinheiro e me liberou. Aproveitando esse intervalo, não falei sobre a minha madrinha. Pois bem, ela só teve um filho que mora em São Paulo. Ele é Médico, é casado e tem uma filha de 2 anos. Ela é uma senhora de 48 anos bem cuidados, é viúva, pois seu marido havia falecido alguns anos antes por um câncer (acho que no estômago). Eu sempre fui muito intimo dela, ela é como minha segunda mãe. Sempre me ajudou em tudo que podia e por isso me trouxe pra cá.

Ao sair de casa, entro no carro do Neto e percebo que ele estava usando meu perfume favorito: ferrari black.

- E ai - ele abriu um sorriso.

- E ai - respondi com outro sorriso.

Ele me perguntou onde eu queria almoçar e eu disse que em qualquer lugar pra mim tava bom. Seguimos caminho até chegar numa espécia de pub ali mesmo na zona sul.

- Curto muito almoçar aqui. Tem música ao vivo e uma feijoada muito boa. Partiu.

Eu fiquei meio com cara de tacho porque nunca fui fã de feijoada, mas como queria ir embora logo, resolvi acompanhá-lo. Vai ver aquilo poderia não ser tão ruim.

Ao entrarmos no local, vi que se tratava de uma pub de verdade, mas que funcionava como restaurante de dia. Tinha uma banda que tava tocando pagode. O problema é que eu também odiava pagode. Vejam bem, eu curtia MPB, rock brasileiro e até pop internacional. Mas pagode era pedir demais.

Me sentei numa mesa e ele disse que ao banheiro. Uns minutos depois ele voltou e se sentou na mesa.

- E ai, ja viu o que vai querer comer?

- Vou comer sushi. Aqui vende, né?

- Po mermão, tu vai vir aqui pra comer sushi? Tu vai perder a feijoada mais foda do Brasil - aquele sotaque carioca dele me deixava exitado.

- Não sou muito fã de feijoada.

- Bom, então fechou.

O garçom veio até nossa mesa e anotou os pedidos. Ali eu pude ver que o Neto, ao contrário de muito rico metido a besta da região e até mesmo da faculdade, era muito gente boa. Vejam bem, não estou dizendo que ele não era playboy, até porque o cordão de prata que devia pesar mais que eu em seu pescoço não me deixavam mentir. Mas ele era um playboy humilde, simpático, sorridente, de bom papo... eu gostava dele. Aquela companhia que eu achei que seria chata começou a fazer eu me sentir muito bem, como a muito tempo eu não me sentia. Ele me fazia rir muito com as suas leseiras.

Uma hora ele começou a me contar de uma vez quando ele era moleque, ele trouxe uma ex namorada pra comer feijoada, só os dois. O problema é que a feijoada fez muito mal pra ele e ele não conseguiu sair do banheiro por um bom tempo. Revoltada, a menina espalhou pra escola todo que ele era cagão e ele foi apelidado assim pelo resto do ano. Por conta da vergonha, ele até saiu da escola e nunca mais viu a tal menina.

Nisso eu já ria muito, muito mesmo. Algumas pessoas das outras mesas me olhavam e começavam a rir, outras me olhavam estranho, mas o que eu queria mesmo era ir no banheiro, porque se não eu ia mijar nas calças. Fui falar isso pra ele mas a minha voz acabou saindo mais alta que o normal, e todo mundo ouviu eu dizer "eu vou me mijar". Todos começaram a rir e eu ainda mais.

Quando voltei do banheiro, tudo estava mais calmo. O almoço já tinha chegado e finalmente eu ia poder comer meu sushi. Quando coloquei o primeiro pedaço na boca, o Neto me olhou com uma cara estranha.

- O que foi?

- Esse negócio de peixe cru é sinistro

- Vai dizer que tu não gosta de sushi?

- Eu não. Se eu quisesse comer peixe cru eu ia no mar, pegava um peixe e colocava na boca. Coisa de gente doida.

Eu ri muito desse comentário dele e comecei a insistir pra ele comer um hot (o que é frito). Ele disse que não, mas meu poder de persuasão é muito alto e eu o convenci de provar. Se ele gostasse, ele pediria um adicional de sushi pra ele. Mas se ele não gostasse, eu teria que comer a tal feijoada.

Peguei os meus hachis e peguei um sushi da barca. Eu coloquei na sua boca e pude finalmente reparar na beleza do Neto. Na verdade, ele não era o homem mais bonito do mundo, mas o jeito crianção dele deixava ele muito bonito. Ele tinha 1.84 de altura, uma barba completa sempre aparada, dentes bem alinhados (porém amarelos porque ele tomava muita coca cola), tinha as costas largas e o braço normal. Ele me disse que fez academia mas sempre acabava deixando de ir por causa da preguiça. Ele não tinha barriga de tanquinho, pelo contrário, ele tinha até uma barriguinha que combinava com ele. O que mais me chamava atenção nele era seus olhos verdes brilhantes e o fato de ele ser peludo. Caralho, os braços dele, o peitoral que ele deixava meio a mostra por conta da camisa polo me deixavam louco.

Ele fez uma cara estranha e tentou cuspir, mas não conseguiu. Eu sabia que ele tinha gostado do sushi.

- Eu odiei - ele disse na cara de pau.

- Mentiroso - eu cruzei os braços.

Ele riu, chamou o garçom e pediu um adicional de 15 peças de sushi. Eu ri muito ele ficou com cara de emburrado, mas logo abriu um sorriso. E que sorriso.

Depois de mais algumas horas de papo, era hora de ir pra casa. Porém, ao pagarmos a conta, um garçom feio até nós com uma proposta irrecusável:

- Senhores, o dono do bar pediu pra avisar que o consumo de vocês será pela conta da casa se o sr Neto cantar uma música pros clientes.

Eu olhei incrédulo pra ele. Ele cantava pagode??? Essa eu queria ver.

- Ele vai sim - disse.

Empurrei ele pra cima do palco e ele me olhou com uma cara muito engraçada, como a de quem não sabia o que fazer. Ele sentou-se no banco e se apresentou e bla bla bla. Por fim, ele acabou cantando uma música que não sei o nome, mas que diz alguma coisa meio com "coração, deixa de ser trouxa coração". Ele foi muito aplaudido e o dono do local veio até nós nos cumprimentar pessoalmente. Percebi que não era a primeira vez que o Neto cantava ali e que ele e o dono do local já se conheciam a um bom tempo. Eles se despediram e eu também me despedi do simpático senhor.

Ao sairmos do restaurante, vimos um casal gay entrando no bar de mãos dadas. O Neto me olhou e balançou a cabeça negativamente. Aquilo me deixou um tanto quanto atordoado. Será que ele era homofóbico?

- Por que balançou a cabeça? - perguntei ao entrar no carro.

- Não tenho nada contra viado, mas se querem ser viados, que sejam entre quatro paredes

- Se fosse um casal hétero você não falaria nada.

Ele ficou calado e eu também me calei. Aquela pequena discussão tinha me dado até dor de cabeça. Ao chegarmos em frente de casa, ele me deu tchau e me deu um aperto de mão, mas eu fui estranho com ele. Fechei a porta do carro e ele seguiu pra sua casa.

Contei sobre o almoço pra minha madrinha, que ficou feliz por eu finalmente ter feito um amigo na cidade maravilhosa. Ela me fez prometer que eu o traria em breve para um almoço e eu apenas afirmei que sim com a cabeça. Subi para meu quarto, coloquei o celular pra carregar e apaguei. Quando acordei era por volta das 20 da noite. Minha tia e a Marta (empregada que mora conosco para fazer companhia a minha tia) tinham ido ao supermercado. Fui até a geladeira, tomei um gole d'água e voltei pro meu quarto. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem do Neto.

- Fiz alguma coisa de errado? Foi mal, sou um prego mesmo, espero que tu me perdoe seja lá pelo o que eu te fiz. Abraço.

Eu fiquei com vontade de respondê-lo, mas aquilo talvez faria eu me aproximar mais dele, o que eu queria por um lado, mas não queria por outro. Eu gostava da companhia dele, ele me fazia rir e tudo mais... mas o que ele faria quando descobrisse que eu era gay? Ele poderia falar pra todo mundo e minha vida estaria fodida pelos próximos 5 anos. Eu não estava disposto a colocar tudo a perder por ele. Não naquele momento.


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Comentários

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Gosto qdo é mais objetivo

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Tbm já passei por isso,esses comentarios sobre nós...

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Ja passei por isso Kevina.

Gostei muito do teu conto continua...

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Te dou 10, porque é a nota máxima, merece muito mais que isso! Concordo plenamente com o Dhcs, adorei a narrativa e estou ansioso pelo desenrolar da mesma. Até breve, não nos abandone!

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Adorei sua história primeiro por ser muito bem escrita, segundo pela descrição do personagem Neto, diferente da maioria dos contos daqui da Casa onde os os personagens são sempre, louros, altos, de olhos azuis e extremamente musculoso, o seu não, é justamente uma figura que podemos encontrar na rua. É um cara que pela personalidade se torna bonito, particularmente acho isso mais crível do que o "deus Grego" que tanto leio por aí. Espero que continue, pois já estou vidrado na sua história!

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Continua. E não demora a postar. E se puder posta maior o conto.vou da 9 por causa do tamanho. Mais seu conto é otimo

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Adorando sua história! O papo estava bom, a comida boa, música rolando, mas, então, uma frase estraga tudo... Já passei por isso, estar curtindo uma conversa entre amigaos e, de repente, sair uma "pérola" do tipo. Ah, se soubessem que sou... Ansiosa pelo próximo capítulo!

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