De São Paulo ao Havaí IV

Um conto erótico de Vetinho
Categoria: Homossexual
Contém 4608 palavras
Data: 29/11/2014 20:04:20

Meus queridos leitores,

É com imensa satisfação que agradeço pelos votos e comentários do meu conto. coelinho33, Irish, Geomateus, Willc, ...*-*sésé*-*..., Ru/Ruanito, Anjo das Trevas vocês são demais. Infelizmente, ainda não tive tempo de ler seus contos, mas saibam que terei o prazer de lê-los. Agora, se deliciem...

De São Paulo ao Havaí IV

Aquele cheiro de sexo incendiava o carro dele. Eu o olhava e via seu êxtase proporcionado pelo momento. A respiração profunda, o suor escorrendo pelos corpos ruborizados e o olhar para o horizonte, davam a dimensão do que tinha sido tudo aquilo. Eu o olhei, sua excitação não cessava. Rimos da situação. Enquanto ele dirigia, escorei-me em seu ombro e comecei a acaricia-lo, ora com as mãos sobre o peito, ora o beijando no rosto. Com a mão livre, ele passeava sobre as minhas costas; num instante ergueu minha mão para seus lábios e a beijou como se agradecesse por lhe ter proporcionado tamanha sensação. O silêncio fora quebrado por mim.

Eu: - Nossa, que foi isso tudo? (olhar de excitação)

Denis: - Foi parte de tudo que imaginei contigo durante todos esses meses. (selinho em mim)

Eu: - Eu também passei noites sonhando com você e, a maioria deles, sempre terminava em sexo! (Risos)

Denis: - Quero saber como eram esses sonhos, será que podemos torna-los reais? (risos)

Eu: - Quem sabe se um dia lhe conto! (retornando para o meu lugar e olhando para o horizonte)

Denis: - Já lhe disse que te amo?! (passou os dedos pelos meus e fechou)

Eu: - Não que eu lembre! (tentando me lembrar)

Denis: - Eu amo você, como nunca amei ninguém. Parece clichê. Mas você me mostrou o verdadeiro eu! (olhando para mim e rapidamente voltando-se para o volante)

Eu: - Eu já tive muitas paixões. Daquelas avassaladoras. Mas com você é diferente. É amor. É calmo. É puro. Simplesmente lhe quero. Amo você demais. (lágrimas nos olhos)

Denis: - É tudo tão estranho, não é. Parece que tudo foi rápido, mas na verdade demorou tempo demais para acontecer! (pensativo)

Eu: - Me fale uma coisa. Às vezes, você fazia coisas para me provocar, não era? (rindo)

Denis: - Como assim? Provocar o quê?(sem entender)

Eu: - Tipo, quando íamos à piscina, você ficava na mesa até eu entrar na água. Assim que eu pulava, você ia para a chuveirada. Enlouquecia-me, parecia cena de filme! (risos)

Denis: (morrendo de rir) – Amor, você é maluquinho. Claro que não. Nós chegávamos cedo, a água estava fria, só íamos quando esquentava . Natural, não? (balançando a cabeça)

Eu: - Ainda bem que tenho memória boa. Um dia eu estava na sua casa, você chegou da academia. Eu estava lavando a louça do café e você foi justo pegar o copo no armário acima da minha cabeça. Quase se encostou a mim e, ainda, elogiou o cheiro do café. Tudo de um jeito tão “sexy”. Vai me dizer que não sentia nada por mim! (olhando para ele)

Denis: (altas risadas) – Realmente, você é bom de memória. Naquele dia, confesso; já estava afim de ti, ainda era meio confuso. Fiz de propósito para ver se você correspondia. Mas você não demonstrou nenhum desconforto.

Eu: - Você acha que eu ia deixar o prato cair ou me tremer?! Não sou tão óbvio assim, além do mais essa tática é muito ultrapassada! (risos)

Denis: (risos) – Nossa, vendo por esse ângulo, é mesmo muito clichê!

Eu: - Amor, o prédio é depois daquele carro cinza, logo ali, à esquerda. Pode entrar direto na garagem!

Denis: - Somente, ali. Mais é o queridinho dos pais mesmo! (voz de deslumbramento)

Eu: - Pare seu chatinho. Não foram apenas eles que me deram, a vó e o vó ajudaram também! (fazendo careta)

Denis: - Então também é o queridinho dos avós! (voz de bebê). É Brincadeira, amor. Você merece! (puxando-me para o seu colo)

Assim que entramos, claro, não pulei no colo dele, embora quisesse muito. No entanto, os outros condôminos não iriam gostar nada de serem avisados pelos seguranças, durante a reunião mensal, que havia moradores fazendo sexo no estacionamento. Assim, nos recompomos e seguimos para meu apartamento. Durante a subida, ele ficou olhando e chamando-me por nomes carinhosos. Ao abrir a porta, grudou seu corpo nas minhas costas e entramos.

Os seus lábios carnudos mordiscavam minha orelha, me arrepiava todo. Caímos no sofá, e trocamos algumas carícias. Mesmo assim tive que interrompê-lo.

Eu: - Amor, já está tarde. Viajo daqui a pouco! ( entre selinhos)

Denis: - Vamos curtir, vou morrer de saudades esses 15 dias! (desabotoando a camisa)

Eu: - Quero dormir bem agarradinho, mas sem sexo. Tudo bem! (olhando em seus olhos)

Denis: - Olhe como estou. Esperei tanto tempo por isso! (aparência de decepeção)

Eu: - Own, amor, também quero muito. Mas deixe-me falar! Você não quer ir comigo ao Havaí! (risos)

Denis: - Como assim? Não tem como, amor. Não deve ter passagem, é veraneio no hemisfério norte e, também, estou trabalhando! (pensativo)

Eu: - Amor, você trabalha para o seu pai. Além do mais, dinheiro não é problema porque tenho milhas no meu cartão que dão para comprar as suas passagens. (passando a mão sobre o pescoço dele)

Denis: - Será?! E o que vou falar para eles? Pai, vou com meu namorado para o Havaí? (negando com a cabeça)

Eu: - O que você acabou de falar?! Repita, por favor! (lágrimas nos olhos)

Denis: - O que amor?! Desculpa se te magoei! (beijo nele)

Eu: - Não é isso! Vou com meu NAMORADO?! (enchendo ele de beijos)

Denis: - Há, sim! Espere um minuto. Vou fazer tudo como manda o figurino! (levantando-se do sofá)

Eu não estava entendendo nada. Ele foi até uma mesinha pegou um papel e ficou de costas para mim, pedindo que esperasse no sofá. Ele voltou com um pedacinho de papel e, simplesmente, se ajoelhou na minha frente. Eu imediatamente levantei com as mãos sobre a boca, sem acreditar no que ele iria fazer. Olhou em meus olhos e disse:

Denis: - Não era para ser assim, nem trouxe um anel verdadeiro, mas meu amor por você transforma tudo em realidade. Essa aliança de papel é para simbolizar o compromisso que quero assumir contigo. Vamos ficar juntos? O que me diz? (lágrimas nos olhos e voz falha)

Eu: - Eu, eu, eu, eu não sei nem o que dizer. Você jura que é desse planeta? Só posso está num sonho maravilhoso! Sim, sim, sim, claro que quero ficar com você. Eu lhe amo muito, muito, muito! ( levantando ele)

Denis: - Everton Mendes receba essa aliança em sinal do meu amor e de minha fidelidade! Agora coloque em mim! (entregando-me a aliança)

Eu: - Denis Edwards aceite essa aliança em sinal do meu amor. Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te por todo sempre!

Nesse momento beijamos ambas as mãos, e passamos longos minutos nos beijando. Paramos e nos olhamos. Depois ele me guiou até o quarto. Colocou-me na cama, e veio sobre mim. Depois daquilo não tinha como resistir. Despimo-nos como num jogo de sedução. Ele beijava meu pescoço, descia sobre meu peito até o umbigo, onde voltava circundando os gominhos com a língua quente e úmida. Encostava a barba em meu rosto, beijando-me na testa, nos olhos e no nariz. Do nada ele me vira, fico sobre ele. Começo a sentir cada parte do seu rosto, beijando-o. Comecei a descer pelo seu peito, os pelinhos aparados, percorria seus mamilos com minha língua, deixando-o em êxtase, ele gemia e eu dizia palavras imperativas. Desci até o caminho da felicidade, seu mastro dentro da cueca pulsava, pedindo para ser liberado.

Nesse instante, tirei sua cueca e comecei a beijar seu membro viril. Subi rapidamente ao encontro da sua boca, ao mesmo tempo, sentia seu mastro roçar minhas nádegas, procurando um local para se encaixar. No meu ouvido, ele pergunta se podia ser sem camisinha. Consenti com a cabeça. Sentamo-nos com os corpos cruzados, ele me fazia gemer de prazer. De repente, me deita e começa a beijar minhas pernas, abrindo- as e se encaixando no meio. Peço para me penetrar, queria senti-lo em mim. Ele se deitou sobre mim, me beijou, com uma mão procurava o meu orifício anal, sentia um pouco de dificuldade.

Denis: - Quer sentir seu macho dentro de você! (olhar penetrante)

Eu: - Vai, logo, amor. Mostre-me do que você é capaz! (mordendo seus lábios)

Naquela posição, não havia como tentar escapar. Não quis lubrificar, sabia que sentiria dor, mas queria como sempre sonhei. Seus 22 cm na portinha, forçava a entrada, eu relaxava. O suor do seu rosto caia no meu peito, o puxei para mim. Passava a mão sobre suas costas como se quisesse rasga-la. Meu ânus parecia não ceder à magnitude da sua glande. Ele pressionava, os gemidos davam ritmo e som ao ambiente. Finalmente, ele começou a penetrar, nesse momento seu corpo estremeceu, pensei que seu clímax já havia chegado. Levantei minhas pernas e travei em suas costas. Ele começou a estocar levemente, entrava e saia. Eu levantava as minhas costas, num prazer instantâneo. Ele me puxou, se deitou, e mandou-me cavalgar olhando para ele. Eu cavalgava rápido, a cada estocada emitia-se um estalo. Minhas mãos arranhavam seu tórax, ele levantou suas pernas e com os joelhos dobrados, segurou minhas nádegas e começou a estocar mais forte. Os dentes trincados mostravam a força que o meu homem colocava.

Denis: - Está gostando, seu safado. Toma meu “pau”! ( gemidos)

Eu: - Vai, vai, me faz gozar sem me tocar, meu gostoso! (gemidos intensos)

Fiquei de lado, ele começou a estocar segurando a minha perna e, beijando a minha boca. Ele ia cada vez mais fundo. O prazer se misturava a dor. Comecei a sentir seu pênis ficar mais pulsante, sentia que ele iria gozar a qualquer momento, eu ainda não estava no meu ápice. Retirei um pouco seu pênis, na tentativa de fazê-lo não gozar naquele momento. Mas seria por pouco tempo, pedi para ser de quatro. Ele prontamente me colocou na posição e começou a introduzir novamente, as estocadas eram cada vez mais fortes, eu gemia descontroladamente. Ele apertava minhas nádegas e as puxava de encontro ao seu quadril. Num instante, comecei a sentir que estava vindo, ele também estava.

Ele deitou novamente por cima de mim, e começou a meter com as mãos por baixo das minhas costas e encostando a boca na minha. Colocou seu rosto entre o meu e a minha clavícula, os corpos colados. Os nossos pênis pulsavam firme e como numa orquestra, gozamos e gritamos juntos. O delírio tomava conta de nós, ele se desfaleceu sobre mim, o agarrei e fiquei alisando suas costas. O membro dele ainda estava duro em mim.

Quando ele sai, e deita ao meu lado, sinto um vazio anal. O cheiro de macho me deixava louco. Deitamos de lado, olhando um para o outro. Fiz carinho nos seus cabelos e beijei o nariz. Ele queria que dormíssemos daquele jeito, claro, não concordei. Enquanto ele foi ao banheiro, troquei os lençóis da cama.

Denis: - Amor venha comigo!

Eu: (na porta do banheiro) – Agora que vejo o quanto você é gostoso. Venho já! (mordiscando a língua)

Denis: - Olhe aqui como estou novamente, só por você. (mostrando a ereção)

Eu: - Mais que fogo, vou apagá-lo, agora! (entrei no chuveiro)

Tomamos um banho trocando carícias, ele passou sabonete em mim e eu nele. Nossa, fiquei louco quando vi a bundinha dele. Quase que pergunto se era virgem, mas já sabia a resposta. Saí de toalha e fui para a cozinha preparar algo para comermos. Já era quase 06h00min. Chegou à cozinha, ficou por trás de mim beijando meu pescoço, enquanto eu fazia a bandeja. Depois fomos para a sala, à varanda ficava de frente para a mesa. Os primeiros raios de sol adentravam, eu estava amando aquilo tudo. Comemos rapidamente e fomos nos deitar.

Não consegui dormir duas horas, às 08h20mim meus pais ligaram:

Pai: - Bom dia rapaz, você perdeu o rumo de casa, foi?

Eu: - Pai, eu fui dormir a duas horas! (voz de sono)

Pai: - Nossa então a noite foi boa?! Coloque o celular para despertar, às 10h30min esteja aqui. Deixe para dormir durante a viagem, beijo!

Mãe: - Filho, onde você dormiu? Nem nos avisou! Que seja a última vez, mocinho! (voz brava)

Eu: - Mãe! Estou no meu “apê” com o Denis, depois nos falamos. Beijo!

Mãe: - Está bem filho, só não se atrase igual ao ano passado, por favor! Beijo!

Voltei a dormir. Acordei desesperado, parecia que tinha acabado de fechar os olhos, embora já fosse 09h45min. Denis ainda estava dormindo, me vesti. Enquanto, organizava as coisas no quarto, ele acordou e ficou me observando.

Denis: - Bom dia, meu lindo! Já está pronto, fica mais um pouco! (levantando-se e indo em minha direção)

Eu: - Amor queria muito, mas tenho que chegar cedo e terminar de arrumar minhas malas. (beijando-o)

Denis: - Vou sentir tanto sua falta, vem cá!

Beijamo-nos ainda por um bom tempo. Ele se ofereceu para me levar até me casa, porém via em sues olhos o sono. Deixei a chave do apartamento com ele para depois entrega-la a Neide.

Eu: - Amor, promete que vai pensar sobre ir ao Havaí?! (cara de súplica)

Denis: - Prometo, sim. Amo muito você! Cuidado lá com os havaianos! (risos)

Eu: - Só tenho olhos para você, meu gostoso! (cheiro no pescoço)

Denis: - Fica bem!

Eu: - Assim que estiver indo para o embarque ligo! (falando eu te amo, da porta, em leitura labial)

Denis: - Cheiro grande! (recíproca do eu te amo labial)

Entrei no primeiro táxi que vi. Quando Cheguei, a sala estava cheia de malas. Fui para o meu quarto, guardei as últimas coisas, tomei um banho e coloquei uma roupa simples: calça jeans, camiseta, boné e sapatênis. Depois ajudei o meu pai a levar as malas para o carro. As crianças estavam saltitando de felicidades, ficavam conversando sobre como seria a viagem. Tempo bom, não há tantas preocupações na vida. A Neide encheu os olhos ao se despedir da gente, todos os anos era a mesma situação.

Pai: - Crianças ponham o cinto! Quem vai “pegar onda” no Havaí?!

Irmãos: - Eeeeeeeu ( gritava as crianças)

Minha cabeça doía da ressaca e da noite mal dormida, cochilei e me acordei já no aeroporto de Guarulhos. Assim que entramos, já soubemos do atraso de 45 minutos devido ao mal tempo na região do caribe. Aquela fila, nada pequena, para o check-in me causava náusea. Enquanto meus pais esperavam lá, as crianças e eu fomos comprar “milk-shakes” e café para minha ressaca. O tempo parece que estaciona no aeroporto, não sei se era a ansiedade, o que realmente pensava era no Denis. Decidi ligar para ele

Eu: - Alô! Já acordou, amor! (risos)

Denis: - Nem consegui mais dormir. Só penso em você! (respiração profunda)

Eu: - Deixe eu lhe dizer, o voo terá atraso de 45 minutos, ou seja, vamos ficar aqui, quase 3 horas! Não quer vir ficar comigo?

Denis: - Claro que sim! Chego já aí! (euforia)

Eu: - Venha, estou lhe esperando! Beijo!

Depois que desliguei, fiquei conversando com meus irmãos. Meia hora depois, ele chega e vai até onde estamos. As crianças já o conhecem, o Esdras o adora porque é surfista igual a ele. Enquanto os dois conversavam a Ellen veio e falou no meu ouvido.

Ellen: - Eu já sei que ele é seu namorado, vetinho! (rindo)

Quase caí para trás, como as crianças de hoje são “evoluídas” (risos). Fiquei sem ter o que dizer.

Eu: - E você gosta dele?

Ellen: - Ele é bonito. Vocês dois são!

Denis: - O que vocês tanto cochicham, em!

Ellen: - Nada não, Dê. Vamos para o Havaí com a gente, por favor!

Nossa eu não esperava isso dela, mas criança é ótima para convencer e mais o Denis que é tão doce. Ele disse que estava decidindo e qualquer iria se tivesse vaga em algum voo no dia seguinte. Meu pai nos chamou, pois era a nossa vez do check-in. Tudo certo nas passagens; ficamos esperando no saguão. O Denis puxou, logo, assunto:

Denis: - Bom dia, Cláudio e Elisabeth, como estão os senhores?

Pai: - Muito bem, mas não tem pra que isso de senhores. Ainda me sinto um jovem de 25 anos! (risos)

Mãe: - Tudo ótimo querido. Sem formalidade, por favor! (risos)

Pai: - E vocês, estão se dando muito bem, pelo que vejo no olhar!

Eu: - É pai, o Denis é especial para mim! (peguei na mão dele)

Denis: - Você que me faz muito feliz, vetinho! (apertou minha mão)

Pai: - Rapaz vejo em você uma pessoa digna do meu filho. Mas não invente de fazê-lo sofrer. Caso contrário, se verá comigo! (sério)

Denis: - Em hipótese alguma, respeito muito seu filho!

Mãe: - Querido não assuste o rapaz! Ele não morde filho! (sorrindo para o Denis)

Eu: - Vocês me matam de vergonha. Assim ele tem certeza que sou mimado! (cara de tédio)

Mãe e Pai: - Não é mimo! (risos por terem falado ao mesmo tempo)

Mãe: - É cuidado de pais! (beijo na minha bochecha)

Eu: - “Manhê” menos, por favor!

Chamei o Denis e fomos para um quiosque para ficarmos a sós. Ele sentou e pediu um suco de laranja. Eu estava com ressaca e por isso mal humorado.

Denis: - Amor, você está tão sério! (olhando-me)

Eu: - Acostume-se, por favor, com minha ressaca. Não é nada contigo, sou assim mesmo! (riso rápido)

Denis: - Eu sei bem o que faria você rir e ficar bem mansinho! (riso sacana)

Eu: - Com certeza sabe! (pisquei o olho para ele)

Denis: - Amor, eu liguei para o meu pai e disse que queria ir ao Havaí!

Eu: - E? (cara de apreensivo)

Denis: - Ah, ele disse que tudo bem, pois eu ainda não tirei férias esse ano! (rindo)

Eu: - Nossa, se não fosse as férias, não teria deixado?!

Denis: - Ele é muito certinho. Não gosta de misturar família e trabalho. Nisso ele tem razão, sabe!

Eu: - Claro. Não dá certo mesmo! Mudando de assunto me fale da sua mãe e seus irmãos!

Denis: - Minha mãe é um doce. Costumo comparar ela com a Bela! (risos)

Eu: - E seu pai é a fera! (risos)

Denis: - Também. Ele tem um coração bom. Só não aceita as “modernidades”, como o mesmo diz!

Eu: - Uma hora terá que ceder! (sério)

Denis: - Até lá, vamos navegar muito! (apertando minha mão)

Eu: - Amor, sua mãe nunca tocou nesse assunto contigo?

Denis: - Já quando eu era mais novo. Disse que se eu tivesse qualquer coisa guardada e quisesse contá-la, ela me apoiaria como sempre fez!

Eu: - Amor e, você não a contou, por quê?

Denis: - Fiquei com medo do meu pai na época! (cabeça baixa)

Eu: - Você ainda tem! Eu entendo você. Sempre tiveram do seu lado, elogiando lhe como perfeito. Mas o pressuposto de um desprezo lhe deixa decepcionado consigo mesmo.

Denis: - Amor, como você é sábio. Tenho esse receio de ser renegado!

Eu: - Principalmente pelo seu pai o qual é referência para você, mesmo com os defeitos dele!

Eu: - Experimente olhar pelo seu ângulo. Veja o tempo de mentira que já viveu. Chega de mentira. Enfrente seus leões e os vença. (falei sério)

Denis: - Você me faz ter a coragem para isso, eu lhe amo! (sorriso lindo)

Eu: - Se não tivéssemos aqui, dava-lhe um beijo de tirar o folego! (risos)

Denis: - Eu queria muito! Acho que vou conversar com eles hoje mesmo!

Eu: - Vai ficar tudo bem. Mesmo que ele lhe diga coisas que o fará sofrer. Depois ele refletirá e voltará atrás!

Denis: - Se minha mãe ficar do meu lado será maravilhoso!

Eu: - Claro que vai ficar! Sim, quanto à passagem, podemos comprar agora mesmo! (euforia contida)

Denis: - Vou lhe pagar o valor correspondente, ouviu! (riso)

Eu: - Vai me deixar chateado! Não quero ouvir isso, outra vez! (sério)

Denis: - Amor, eu tenho meu orgulho. Vamos fazer assim: Quando eu você precisar, peça-me e lhe darei. Combinado? (com a mão aberta)

Eu: - Aceito se for pago em milhas. Já que o empréstimo também será? (estendi a mão e apertei)

Denis: - Está bem!

De imediato acessei online a empresa de viagem e emiti a sua passagem. Enviei para seu e-mail. Ele viajaria na noite do dia seguinte. Meu sorriso estampava minha felicidade, ainda mais porque ficaríamos no mesmo quarto uma suíte-casal. Durante algum tempo ainda falamos sobre outros assuntos como seu curso de Odontologia o qual havia terminado o sétimo período.

O tempo passou tão rápido, meus pais ligaram avisando sobre a chamada do nosso voo. Esperamos na fila de embarque. Na hora da despedida dei um abraço tão apertado e, claro, um cheiro rápido no pescoço do Denis. Despedimo-nos e entramos no corredor que dá acesso à aeronave.

O avião decolou às 14h20min, a viagem duraria 23 horas com escala de quase 4 horas em Houston. Mas, por causa do fuso horário havaiano de 7 horas a menos em relação ao de Brasília, chegaríamos provavelmente às 06h30min do dia 3 de julho.

Eu: - Amor, chegamos à primeira parada! (voz de quem acabou de acordar)

Denis: - Oi, amor. Boa noite. Que bom! Estou morrendo de saudades já! (riso)

Eu: - Nossa aí está de noite?! Aqui são 16h00min! (risos)

Denis: - Já arrumei minhas malas, estou aqui na cama vendo suas fotos.

Eu: - Onde? Gostou do que viu? (risos)

Denis: - No meu “pc” tem fotos das antigas que a Lú guardava das resenhas conosco! (risos)

Eu: - Nossa deve ter cada uma monstruosa minha! (risos)

Denis: - Você feio é bonito, amor! (riso)

Eu: - Vou fingir que acredito! Amor, dormi a viagem inteira! (bocejando)

Denis: - Mas é verdade. Você é lindo de qualquer jeito! Deu para descansar?

Eu: - Mais ou menos, meus pés já estão inchando. Sempre acontece isso! (inconformismo)

Denis: - Caminhe um pouco, o retorno sanguíneo melhora!

Eu: - Obrigado, meu doutor lindo! (risos)

Denis: - Sempre que precisar. Não vejo a hora de lhe abraçar amanhã! (voz feliz)

Eu: - E eu não vejo a hora de lhe agarrar amanhã! (risada)

Denis: - O pessoal gostou da viagem até aí?

Eu: - Meu pai nunca dorme, assiste a filmes. Minha mãe ficou cochilando e as crianças assistiram a desenhos e dormiram um pouquinho!

Denis: - Vou levar uma coisa para nós dois. Sei que você não suporta surpresas! (risos)

Eu: - Não gosto mesmo. Por favor, conte-me o que é! (implorando)

Denis: - It’s surprise! (riso)

Eu: - Só espero que surpreenda minha expectativa, senhor Denis! (sério)

Denis: - Você vai amar. Pode ter certeza! (risos)

Eu: - Amor , você já falou com sua mãe?

Denis: - Não, vou conversar assim que meu pai sair para o pôquer!

Eu: - Humm, então está certo! Amor, eu vou comer agora, estou com um vazio dentro de mim. Literalmente! (despedida)

Denis: - Pode ir amor, vou esperá-la chegar! Beijo amo muito você!

Eu: - Beijo, amor. Também lhe amo muito. Até logo!

A viagem havia nos deixado cansado e faminto, embora ainda tivesse mais algumas horas de espera e quatro horas de voo para Honolulu. Sinceramente, detesto a forma americana de atendimento, é muito mecanizada, não que a brasileira seja diferente, mas o brasileiro tem um carisma natural que aproxima os interlocutores. Pedimos sanduíches, fritas e refrigerante, exceto minha mãe que se contentou com uma salada.

Estávamos comendo quando somos interrompidos por um casal. Eu não os reconheci:

Mãe: - Desculpa, mas nos conhecemos? (dúvida)

A mulher: - Sou Fernanda da turma de ciências biológicas 1994.1! (sorriso)

Mãe: - Não acredito! Nandaaaa! Há quanto tempo não nos vemos! (abraço apertado)

Fernanda: - Mulher a vida deu uma volta grande. Prazer em reencontrá-la! (choro de emoção)

Mãe: - Todo esses anos me perguntava por onde você andava, mulher! (choro)

Fernanda: - É uma longa história!

Mãe: - Amor deixe-me apresentar minha ex-colega e amiga Fernanda!

Pai: - Tudo bom, prazer em revê-la, lembro-me que você eram bem amigas!

Fernanda: - Como esquecer o romântico Cláudio!

Pai: - Ainda continuo o mesmo, não é querida?

Mãe: - Maravilhoso como sempre! (risos)

Fernanda: - Deixe-me apresentar meu esposo Alberto, nosso veterano deMãe: - Nossa, estou me lembrando de você! Tudo bom querido!

Alberto: - Prazer em revê-la, Elisabeth!

Pai: - Tudo bom, Alberto!

Alberto: - Tudo bom, Cláudio! São todos seus filhos?

Mãe: - São sim! O primogênito Everton tem 18 anos, não sei se você chegou a conhecê-lo, e os gêmeos Esdras e Ellen têm 7 aninhos! (risos)

Fernanda: - Como são lindos, lisa. Everton eu cheguei a trocar fraldas, você terminou a universidade ele tinha pouco mais de um ano, não foi?!

Nessa hora procurei um buraco para me enterrar, não acreditava que ela havia falado aquilo. Fiquei vermelho de vergonha e baixei a cabeça.

Fernanda: - Tudo bom, Everton. Não fique com vergonha querido! Venha cá dar um abraço na tia!

Everton: - Tudo sim, e com a senhora?

Fernanda: - Tudo bem! (risos)

Mãe: - Esdras e Ellen falem com o Tio Alberto e a tia Fernanda!

Ambos: - Como vão os senhores, tios?

Fernanda: - Own, que lindinhos. Falam até juntos! (abraçando eles)

Alberto: - Estamos ótimos, crianças!

Pai: - Vocês têm filhos?

Alberto: - Temos um casal: Fernando de 16 anos e Alice de 13 anos. Tenho uma foto deles aqui!

Mãe: - Nossa como são lindos! Parabéns pela fabricação! (risos)

Pai: - São mesmo. Parabéns pelos filhos!

Mãe: Nanda me diga o que fez da vida todo esse tempo?

Nesse momento elas se sentaram e colocaram a conversa em dia. Meu pai foi falar sobre assuntos masculinos com o Alberto e eu, claro, sobrei para ser babá das crianças.

Fernanda: - Depois que terminamos a universidade, perdemos contato, lembra. Tive que ir para Minas Onde minha família mora!

Mãe: - Tentei tanto ligar para você, mas não atendia. O tempo passou e aqui hoje estamos!

Fernanda: - Nesse meio tempo ganhei uma bolsa de estudos em New York e, hoje, sou pesquisadora. Atualmente, moro na Califórnia e trabalho na preservação do parque Nacional da Sequoia. Sou apaixonada pelo lugar!

Mãe: - Nossa que maravilha. Também sou pesquisadora, mas minha paixão é a docência. Há 11 anos medeio conhecimento aos alunos do curso de ciências biológicas.

Fernanda: - Sempre soube que você seria professora universitária. Levava maior jeito!

Fernanda: - Meu esposo, o reencontrei por acaso em 1996 em um congresso aqui nos E.U.A. O amor floresceu e estamos junto até hoje! (risos)

Mãe: - o Cláudio é um excelente marido e pai, agradeço pela família que tenho! (risos)

Fernanda: - Estamos retornando de um congresso em New York. Vamos marcar de nos encontrarmos no final do ano. Estaremos de férias em Minas!

Mãe: - Vamos, sim. Não perderemos mais o contato! (risos)

Eu estava com as crianças e mexendo no meu celular, quando recebo uma ligação. Não esperava uma ligação da Luane, nesse momento.

Luane: - Oi, vetinho. Tudo bom!

Eu: - Oi, Lú. Tudo sim, não esperava sua ligação! (riso de nervoso)

Luane: - Não estamos intrigados, ou pelo menos, não que eu saiba! (riso)

Eu: - Não é isso. Mas, como está?

Luane: - Digerindo tudo isso. Você já está nos Estados Unidos?

Eu: - Estou em Houston. Escala!

Luane: - Nossa que chato. Mas era só isso mesmo. Boa viagem, tchau!

Eu: - Lú espere! Não quero que saiba pela boca de outra pessoa. O Denis está vindo para cá, amanhã à noite!

Luane: - Nossa que rápido. Fico feliz por ter me contado, sejam felizes! (voz de choro e dentes trincados)

Ela rapidamente desligou, a partir dessa reação fiquei refletindo sobre o tom da voz dela naquela última frase. Não que ela estivesse fingindo, porém senti uma sensação estranha como se ela estivesse planejando algo. Mas decidi não pensar naquilo, eu a conhecia muito bem ou não?

Queridos leitores, mil desculpas por ter sumido todos esses dias. Vocês não imaginam a correria da minha vida, o motivo maior é que estou num processo de mudança para os Estados Unidos. Vou cursar mestrado em comércio exterior o que me abrirá ainda mais possibilidades. Não sei se postarei esta semana, mas se tiver tempo com certeza!

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar”

Carlos Drummond de Andrade


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