Porque eu me lembro, de tudo muito bem (Parte 13)

Um conto erótico de Carlinhos
Categoria: Homossexual
Contém 1995 palavras
Data: 18/10/2014 15:23:36

Ola queridos leitores. Bem, não posso dizer que fiquei estarrecido com alguns comentários, mais eu sabia disso quando eu decidi contar a historia da minha vida. Mais em especial, houve aquele comentário em que o leitor fala que mal espera a hora de eu me foder e tals, para que eu aprenda a não brincar com os sentimentos das outras pessoa, mais neste conto vou dar dizer quem eu realmente sou por dentro.

Bem, na vida há acontecimentos que vão moldando pouco a pouco quem você é, como você vê o mundo e em como você reage a certos assuntos. Eu era uma criança como todas as outras, eu era o mais novo de dois filhos da minha mãe, eu brincava, eu apanhava, eu corria, ia pra escola. Eu me lembro de ter 4 anos, quando minha mãe, já separada do meu pai, engravidou de outro homem, então eu virei o filho do meio, o meu irmão mais novo nasceu em 1999, ano este também que um dia minha mãe chegou em casa e disse que precisava conversar comigo e com meu irmao mais velho, que eramos filhos dela com o mesmo pai, de nome João.

_ Bom, eu preciso contar uma coisa a vocês. Disse ela já chorando enquanto eu e meu irmão houviamos tudo quietos. _ Bem, o pai de vocês, ele morreu.

Dito isso eu e meu irmãos caímos no pior sentimento da vida, não foi fácil, primeiro porque, era seu pai, segundo, pelas circunstâncias, derrame cerebral, e terceiro, ninguem da familia do meu pai havia comunicado a mãe, meu pai já havia morrido, já havia sido velado e enterrado, e minha mae só ficou sabendo por que encontrou uma mulher em seu serviço que conhecia o meu pai, e essa mulher perguntou pra minha mãe sobre o porque nos não havíamos ido ao velório dele. Pode se imaginar o choque que foi para ela. A partir dai nossas vidas estavam predestinadas a mudar. Ela agora estava com o meu padrasto, acordavamos eu e meu irmão no meio da madrugada e nos abraçavamos e choravamos ao escutar ela gritando e pedindo por socorro, então ela vinha pra o quarto, com os olho roxo e lagrimas, nos dava alguma roupa para vestir e saiamos dali, sem rumo e sem destino,madrugada, frio, batiamos algumas vezes na casa de alguma de suas amigas do trabalho, algumas vezes íamos pra o albergue noturno, que ficava umas duas horas da minha casa, íamos a pé, pois não tínhamos carro, ou algumas vezes simplesmente ficávamos na rua vagando ate dar a hora de ir pra creche. Bem, minha mae naquela época não se separou dele, primeiro porque gostava dele, o que é diferente de apanhar, segundo, porque ela sozinha com dois filhos para criar e grávida do terceiro não haviam muitas alternativas a se fazer. Um certo dia acordamos eu e meu irmão com as brigas tipicas, meu padrasto agora queria que minha mae interrompesse a gravidez, ela recusava e ele batia nela, então ela correu para a rua e ele correu atrás, e ela caiu dentro de uma valeta que tinha frente a nossa casa, mais logo levantou e conseguiu correr, só que ele a puxou por trás segurando sua jaqueta, mais ela conseguiu abrir e zíper da jaqueta e tira-la, então como a rua inteira estava acordada vendo o barraco, minha mae entrou na casa da vizinha, e ele quis entrar atrás, só que minha mãe, mesmo gravida pegou um pedaço de pau e começou a surrar ele ali mesmo na rua, gritando para que ele pudesse houvir que ela jamais tiraria o filho dela, bem não preciso dizer mais nada.

O tempo foi passando, ela agora com três filhos para dar de comer trabalhava o dia todo, de segunda a sexta, e nos finais de semana trabalhava de diarista. Foi uma época difícil, mesmo trabalhando muito o que sobrava era pouco, pois tinha o recém nascido, que precisava de leite, fraldas e todas aquelas coisas que um bebe precisa. Moravamos em uma casa de 3 cômodos minúsculos, no quarto apenas cabia a cama de casal e o guarda roupas de seis portas, na cozinha apenas cabia a pia e o fogão, a geladeira tinha que ficar meio no quarto, meio na cozinha, o banheiro só dava pra entrar uma pessoa por vez, pois não caberia duas pessoas. Geralmente tínhamos o basico, arroz, feijão e macarrão, mais por vezes isso não tinha, e tínhamos que dormir com fome, e comer apenas no dia seguinte na creche.

Bom, os anos foram passando, eu já estava com 9 anos, as coisas agora estava melhores, havíamos nos mudado para uma casa maior e tals, como mencionei no primeiro capitulo do conto. Minha mae decidiu a dar mais uma chance ao meu padrasto. Ele havia mudado, desde a vez que ele apanhou dela nunca mais ergueu a mão pra ela, ajudava ela nas despesas de casa e tals, e tratava eu e meu irmão mais velho como se fossemos seus filhos de sangue, só que ele me tratava um pouco mais diferente, era eu daqui, eu de lá, e não sei o que mais.

Era uma segunda feira, minha mae havia ido trabalhar e estávamos apenas eu e ele na casa, ele estava de folga e ei estudava a tarde, então ele me acordou e perguntou se eu não queria ir deitar lá na sala com ele, falei que sim e fui, estava passando Mais Você na televisão, entao decidi dormir novamente.

Acordei e fiquei olhando para o nada, meu padrasto agora estava me beijando o corpo inteiro, se esfregando em mim e eu ali, parado, como um objeto a ser usado.

Bem, os dias passaram, suas investidas eram maiores e seuodo de me tratar havia mudado, agora enquanto minha mae trabalhava ele vinha em casa, transava comigo e me deixava deitado chorando na cama e ia trabalhar, a noite ele trazia brinquedos pra meus irmãos e não trazia nada pra mim, então quando esatavamos a sós ele me dizia.

_ Hoje Você foi um imprestavel, então não trouxe nada.

As vezes enquanto a mae estava trabalhando ele me batia e me ameaçava, e eu, bem eu não contava nada a ninguém, muito menos a minha mãe, porque seria difícil, era a minha palavra contra a dele, eu não sabia se ela acreditaria ou não. Ele um dia me levou em um bar, longe da minha casa, bebeu algumas e foi embora, me deixando sozinho no bar, junto daqueles bêbados iguais a ele, fiquei o dia todo sozinho no bar, pois não sabia voltar pra casa, minha sorte é que minha avó morava próximo dali e estava indo visitar minha mae, então me viu ali e me levou pra casa. Havia sempre um video porno que ele queria que eu imitasse, mais eu não fazia, então ele me batia. Um dia descobri que ele guardava esse video encima do guarda roupas, então decidi tirar aquele video de lá, mais como eu não alcançava eu subi encima da centrifuga de roupas, mais com meu peso quebrei a tampa da centrifuga, mais consegui jogar o video fora. Apanhei dele por ter jogado o video e apanhei da mãe por ter quebrado a tampa da centrifuga, claro, ela não sabia o porque eu havia quebrado.

Um dia meu irmão chegou mais cedo do colégio e meu padrasto estava me usando novamente e meu irmão viu, naquele dia em diante o inferno começou, ele me apontava, me batia e me xingava, pois ele sabia que eu era gay, então pra ele eu queria estar sendo abusado.

Os anos passaram e isso durou ate os meus 12 anos, e só parou porque minha mãe decidiu se separar dele por conta de traições com outra mulher.

No ano de 2011, estava com 16 anos,e conheci um cara que na época tinha 20. Ele era muito lindo, ficamos e eu me apaixonei perdidamente por ele, só que ele apenas me usou e me enganou, e nunca mais me olhou na cara. Foi a primeira vez que eu senti tudo o que o amor faz, pela primeira vez eu vi que tudo era quebrar, queimar e acabar, chorei um ano inteiro por ele, porque nunca pensei que o meu primeiro amor seria o primeiro a quebrar o meu coração. Tentei suicídio, tentei tudo para poder me livrar daquele sentimento. Nesse mesmo ano o cerco sobre minha sexualidade começou a se fechar, minha mae falava que se eu fosse gay era para eu esquecer que eu tinha família, que ela não aceitaria filho gay e etc. No diaapos uma forte opressão acabei assumindo a ela sobre minha sexualidade, apanhei, apanhei dela, apanhei do meu irmão, me tiraram sangue, me davam socos e chutes, mais a pior das dores foi ver ela caindo,gritando e chorando, falando que prefiria a morte ao invés disso. No dia seguinte contei a ela sobre os abusos da infância, mais um choque pra ela, que meio que ficou desnorteada. Aos poucos ela foi aceitando, mais aquele tipo de aceitação em que ei poderia ser o que eu quisesse, mais só depois que eu saísse de baixo do teto dela.

Conheci o meu namorado, e saímos, sabe aquelas pessoas que as conversas não batem? Aquela pessoa que te sufoca? Então ele é essa pessoa.

Bem também que a essa altura da minha vida eu já não confio em mais ninguém para relacionamento, mesmo que eu tente eu não consigo, meu coração agora em milhões de pedaços, nunca se recuperou de ter a figura de um homem que eu amava como ae fosse meu pai, figura que eu amava e respeitava, me abusando, me deixando como um objeto descartável encima da cama, já por sua vez, quando eu abri o meu coracao ao Vinícius, eu decidi fazer o melhor de mim, e longas eram as noite quando os meus dias giravam ao seu redor, eu contava os meus passos e rezava pra não cair outra vez. Meus amigos me acusavam de ter perdido a cabeça, eu jurava que não, ele pintou meu céu de azul, mais voltou para transformar tudo em chuva. E eu nunca soube com qual de suas versoes eu falaria no telefone ao anoitecer. Mais talvez a culpa foi minha e do meu otimismo bobo, e ele adicionou o meu nome na sua longa lista de traidores que não entendem, e eu me arrependo por não ter ouvido quando as pessoas disseram para eu correr o mais rápido dele que eu pudesse. Sabe, eu vejo tudo, agora. Sera ele ele nunca achou que 16 anos, eu era uma pessoa muito nova para viver nos jogos de xadres dele? Em que ele mudava as regras todos os dias. 16 não é muito cedo para ele jogar os seus jogos obscuros comigo, enquanto tudo o que eu fiz foi amar ele? Ele é um expert em desculpas, e em manter as linhas borradas. Ele deveria saber.

Então, o meu namorado tambem não colaborava muito, eu tinha essa sensação de também estar brincando com ele, e pedia para que terminassemos, mais ele sempre tentava se matar, me seguia aonde eu fosse, nem que eu estivesse andando normalmente na rua, me segurava pelos bracos e me botava medo, então, eu não conseguia de forma alguma terminar com ele, porque ele é psicótico. Decidi dar uma chance ao amor, mais esse sentimento não veio, assim como o sentimento que eu senti pelo Matheus jamais vai poder ser comparado ao meu sentimento pelo Vinicius, nunca! Eu cresci, superei o amor que eu senti pelo Vinicius, mais também nunca mais consegui amar ninguém com a mesma intensidade que eu amei ele, e se eu contasse que eu perdi muitos caras que realmente valiam a pena, que prestaram, tudo por que eu nunca consegui ama-los como eles me amaram...

Bom, ta ai um pouco da minha vida, meus sentimentos e tals, espero que comentem. Abraços.


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Comentários

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Sempre passamos por coisas boas e ruins na nossa vida independente do que foram e de que forma contribuiram pra nosso viver, a unica coisa que eu acho quando comentei aquilo,foi que antes de fazer algo com alguem se ponha no lugar da pessoa pra ver se tem uma pequena noçao do que se ira fazer, sua historia e triste sim, mas vc nao optou por te-la nenhum de nos tem esse poder de optar mas temos o poder de mudar, nao deixar se abater ja e um começo...

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Carlos sua história de vida teve um inicio triste mas acredito que vc um dia encontrará alguém que te faça feliz. bjos

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... M(a)rcelo eu ia escrever a mesma coisa... carlos espero que possamos ser amigos um dia...

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Quando eu souber o que falar e o choque passar, talvez escreva um comentário decente.

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