O desenhista cap- 7

Um conto erótico de Caio
Categoria: Homossexual
Contém 2031 palavras
Data: 10/09/2014 18:41:48
Assuntos: Gay, Homossexual

O resto do domingo foi ótimo, na tv passava os jogos da copa, mais a gente nem ligava muito, só colocávamos o papo em dia. O David Ariel de namorico na sala com Luiza, meu pai, eu e o Vitório sentados na bancada comendo queijo e cerveja rolava solta. Lembro que meu pai falava de dois policiais que vieram transferidos de outro departamento pro daqui da cidade, pela descrição eram jovens, quando a campainha tocou [já troquei por interfone porque tem uns moleques perturbados aqui na rua rsrs] fui até o portão ver quem era, achando ser as Testemunhas de Jeová, quando abri vi o Augusto em pé na minha frente, trajava roupas leves, dignas de um domingo em casa, tava meio constrangido, notei. Eu também estava.

Augusto:_ Oi cara, vim pedir desculpa pelo que disse na festa, não deveria ter lhe dito aquilo.

Eu:_ Tudo bem, eu que peço desculpa pelo soco, por ter quebrado seu nariz.

Augusto:_ Tudo bem, rs na sua situação teria feito o mesmo.

Estava sem jeito, ele também. Então ele falou que já ia embora, meu pai saiu do lado de fora, veio me perguntar onde coloquei o licor, ao reconhecer o Augusto foi logo convidando pra entrar, convidando não é bem a palavra, intimando mesmo. Ele me olhou sem graça, o mandei entrar. Me senti mal educado nessa hora, nem sabia que se conheciam, mais pelo visto... Lá dentro eles falavam de tudo, principalmente de futebol, mulheres e política. Mais até que tava legal, e lá vai mais cerveja e tira gosto pra dentro. O David foi levar a Luiza embora, ficamos nós quatro conversando. Meu pai estava bem habituado a casa no final da tarde rsrsrs, percebi no meu pai uma felicidade que não via a anos, sempre tão duro pelo trabalho ou por não me entender. Agora era diferente, tinha um orgulho que não cansava de demostrar, talvez fosse as cervas kkk. Preciso nem dizer que tava gostando disso tudo.

Já eram umas 6hs e 30min quando meu pai decidiu ir embora, chamei ele e o Vitório pra dormir em casa, eles disseram que não poderiam pois teriam que estar cedo no DP. O Augusto também se despediu, acho que não queria causar mal impressão pra minha família, notei que tava querendo me falar alguma coisa, mais a situação não permitia.

Entrei pra dentro fui arrumar a bagunça, nada demais, só uns copos sujos e alguns pratos também. Assim que terminei fui ler um livro, chama-se O Pássaro Pintado, é uma história triste e real de um garoto americano durante a Segunda Guerra Mundial. Tava distraído quando a campainha tocou, não imaginava quem seria aquela hora. Era o Augusto. Disse que tinha algo pra me dizer, perguntei o que era ele se calou, me olhou por alguns instantes, foi em direção a janela aberta, encostou-se nela e ficou olhando o jardim, lá tem um chafariz pequeno, gosto de passarinhos, por isso o instalei e mantenho.

Augusto:_ Sabe, quando vim pra essa cidade, vim em busca de sucesso no trabalho, com as mulheres... ter dinheiro, subir de cargo. Mais aí rsrs você cruzou meu caminho, nos falamos por telefone e ainda não nos conhecíamos, te vi na festa de casamento do Flávio, mesmo sabendo que tava errado pela minha grosseria que disse ao telefone queria te esganar, mais aí... você subiu ao palco, cantava... era apenas pra eu te ouvir e nada mais, mais acho que prestei atenção demais em você, quando me dei conta já tava meio perdido. Achei que fosse coisa de minha cabeça, vim aqui aquele dia, foi legal, aí aconteceu aquilo...

Eu:_ Augusto...

Augusto:_ Espera... [ainda olhando pra água do chafariz]

Augusto:_ [Lagrimas rolando] Tive raiva, tive muita raiva de você cara. Ontem na festa, eu não aguentei, te vi beijando um cara, não deveria me importar mais... E nem sei porque. Saí com uma mulher linda, um doce, mais no fim da noite era com você que eu pensava. Então percebi que você não tinha culpa de nada, aconteceu. E eu não tô sabendo lhe dá com isso. Vim mais cedo te pedir desculpas, por que me senti mal pelo que falei, sei que pode estar com outro... ou outra rsrs, não podia jogar tudo isso na frente de sua família, criei coragem pra falar. Desculpa.

Passou a mão no rosto limpando as lágrimas, virou pra mim me olhando, foi andando rápido em direção a porta, teria que passar por mim. Fiz a primeira coisa que me veio a cabeça, o abracei. Sabia o que era aquela confusão de sentimentos, também passei por isso. Tínhamos quase a mesma altura, sou mais baixo pouca coisa. Sei que abraçar quem a gente gosta uma hora dessas é um aconchego. O senti mais vulnerável era estranho pra mim. Nem eu sou.

Eu queria beijá-lo. Queria muito. Minha cabeça era só confusão. E se ele não quisesse mais me ver? E se parecesse que estava me aproveitando? E se... resolvi não arriscar,nessa hora chorava sem nem perceber, naquela situação me dei conta que só a presença dele me fazia feliz, não precisava muita coisa, nem ao menos o conhecia direito. Não fazia parte da minha linha de amigos mais chegados, não era o tipo de cara que eu apostaria, o achava perfeito demais pelo menos pra mim, seu jeito arrogante me irritava. É a vida prega cada uma.

Uns cinco minutos depois, ele desfez o abraço, me olhou sério, achei que fosse embora, me deu um nó na garganta. Passou os dedos em uma mecha de meus cabelos.

Augusto:_ Nunca pensei que diria isso a um homem rsrs... Gosto de seus cabelos, da forma que os cachinhos mesmo bagunçados ficam harmônicos, do teu rosto cheio de sardas quase invisíveis, desses olhos tão grandes e brilhantes, não sei porque detestava a cor azul, mais em você eu gosto, da sua boca tão bonita, até pecado querer tocar.

Já estávamos muito próximos, nos beijamos. Queríamos tanto, aquilo era bom, mais era bom porque nos queríamos de verdade, minha verdade, a verdade dele ali. Beijo com carinho, sem lascívia.

Chuva, chuvisco, temporal... Lá fora São Pedro acabava com tudo, aqui dentro tudo aquecia, eu, Augusto e o vento.

Ficamos mais um tempinho abraçados nos beijando, notei uma certa excitação, mais sabia que não passaria daquilo, nem tentaria, tempo, pra ele e pra mim. Já tive minha primeira vez com um cara, mais eu sempre fui ativo nas poucas relações que tive. Com Augusto achei que seria... diferente. Sei que a gente não deve se taxar disso ou daquilo, mais sabia que se fosse adiante com Augusto hora ou outra teria que ceder.

Bem, eram umas dez horas quando ele foi embora. E eu deitado em minha cama com sorriso bobo, parecendo aqueles meninos de cinco anos que fica feliz só porque pegou na mão da namoradinha no recreio. Uns dez minutos depois chegou mensagem dele me dando boa noite.

Passou-se quase uma semana, já tinha contado pro Jhon o que estava acontecendo, ele pareceu não gostar mais logo estava me zuando. Era São João, fui convidado pela mãe do Jhon a aparecer lá na casa deles pra comer canjica, amo. Fui, me trataram super bem como sempre, comi demais, canjica, bolo de milho, de aipim, doce de jenipapo e etc e etc.. foi bom pois pude conversar bastante com o Jhon no quarto dele. Ele ainda ia na minha casa, mais não com a mesma frequência, nunca mais tinha dormido por lá, tava sentido falta dele nessa semana. ele falou que não queria atrapalhar minha relação com o Augusto, falei que aquilo era bobagem, que ele sempre ai ter o cantinho dele por lá, que não me deixasse não. Mais o fato é que sempre que tocava no nome Jhon o Augusto fechava a cara, e vice versa. Enfim, a tarde fui embora sob protestos da família linda do Jhon, dona Graça principalmente, fez tempestade em copo d'água kkk.

Chegando em casa alimentei o Marvin, pus uma coleirinha e fomos pra casa de meu pai, ele mantém a tradição de acender fogueira no dia de São João, não sou muito festeiro não, e vamos combinar que ficar em casa assando milho na fogueira e comendo é bom demais. Até o Marvin aproveitou, parecia espoleta correndo no quintal, dentro da casa, isso quando não tava deitado no colo de um ou de outro, brincalhão como ele é.

Os vizinhos vieram pra ficar um pouco conosco, "quentar" fogueira e assar espetinhos de carne, as crianças soltar traque e girar chuvinha, até eu girei chuvinha :p huahauahaha. O Augusto viajou pra Porto Alegre pra visitar os pais, passaria o período junino lá., nesse tempo conversávamos horas por telefone, pelo Whats e por mensagens. Chegou na quarta dia 25 de junho. Ficou de passar na minha casa mais tarde, quando retornasse da empresa.

Foram alguns dias, e eu com tantas saudades, mal cruzou o portão lá de casa e eu já o agarrava rsrs, foi bom senti que ele sentiu minha falta também. Aquele homem ainda ia me enlouquecer.

Já tinha passado quase um mês, toda noite, depois do trabalho o Augusto ia me ver, as vezes levava chocolates e filmes, me mimando,dizia que não sabia o que me dá rsrs e dizia que não queria nada, só ele, mais não adiantava. As vezes pedíamos pizza, outras a gente cozinhava. Eu estava amando. As vezes dormia aqui, ficávamos na cama fazendo planos, ele sempre beijava minha testa antes de dormir, fazia carinho no meu rosto e assim a gente dormia. As coisas já começavam a esquentar entre a gente, mais aí do nada ele ficava sério e parava. Acho que ele não tava preparado ainda pra uma relação sexual com outro homem. Comecei a achar que era minha culpa, mais ele ficava excitado, não ficava? Numa dessas horas, sem perceber deixei uma lagrima cair, ele percebeu minha frustração, tentou se desculpar, falei que não tinha pelo o que pedi desculpa, ainda não tinha aceitado totalmente o que tínhamos, mais eu sofria por que percebia que o amava e comecei a temer que ele pudesse me deixar e não seguir adiante nisso. Parece loucura nunca me via assim, nunca antes estive assim, mais o amor faz cada coisa, nos tira do chão.

Me acalmei, não iria deixá-lo sem jeito, nem tava sedento por sexo ou algo assim, mais queria a presença dele, o cheiro dele, ele por inteiro. Ele me abraçou novamente, deslizando as mãos em minhas pernas, subiu e as colocou por baixo de minha camisa, ficou alisando minha barriga, eu sentado em seu colo, beijou meu pescoço, sua barba, ahh sua barba... me causa arrepios só em pensar. Tava bom tava muito bom, eu fazia nele também, beijava o pescoço, acho que ele nem notou quando desabotoei a camisa social que ele usava, desci beijando o tórax, barriga e depois subia de novo, ele arfava baixinho, rosto sério, olhos fechados. Parei. Ele ficou me olhando desejoso sem entender, comecei a abotoar novamente a camisa dele. Não queria que ele fizesse só porque não queria me magoar, aconteceria na hora certa. Sei que tínhamos desejo o suficiente um pelo outro, mais estava decidido que quando acontecesse seria bom pra nós dois, sem arrependimentos, tranquilos quanto a nossa escolha.

Augusto:_ Amor, te quero como jamais quis alguém. _mordendo meu pescoço, me arrepiando por inteiro.

Eu:_ Também te que...ro... muito._ Difícil falar com sua barba roçando meu pescoço enquanto ele dava mordidinhas em minha orelha.

Talvez eu não consiga expressar quão perfeita foi aquela noite, foi memorável, a mais linda. Fizemos amor.

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E aê galera! Que bom que sentiram minha falta rsrs. Respondendo ao Plutão, realmente não tinha dito onde moro por puro esquecimento, o problema que agora não posso dizer por causa do local do meu estágio, só somar dois mais dois kkkk, é que prefiro ficar anônimo. Mais moro em uma cidade pequena, e tô fazendo estágio no Tribunal na capital, ficam perto uma da outra. mais espero no fim do conto poder falar. Ah, adoro vcs, gosto quando comentam, fico super feliz.


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Comentários

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Que bom que está gostando Agatha1986, obrigado por acompanhar For Fun, Geomateus e Irish. Obrigado pelo carinho gente, de coração.

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Obrigado por voltar a escrever. Ficou ótimo.

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Lindo esse inicio de amor! Que dê super certo. Mas e o Jhon? Acho que ele gosta de você...

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