Cap.3
Fiquei horas lá, sentado, esperando. Até que ouvi as grades abrindo.
- Ô novato, tem visita !- mais que rapidamente me levantei e fui em direção a saída. Logo vi Lucinda de longe, e corri pra dar um abraço nela. Ela também estava feliz em me ver
- Ai, que bom te ver Guilherme. Tá tudo bem ? Não fizeram nada com você ?- falou ela, me olhando de cima a baixo.
- Não. Até agora não. Tá tudo certo. E ai, alguma novidade ?- ela abaixou a cabeça, e olhou pra trás. Um homem engravatado estava escorado na parede.
- Guilherme, este é David, ele é advogado.
- Prazer-falei
- Bem, ele me disse que sua situação não é nada boa. - ela falou
- É, Guilherme, eu vi o retrato falado, e a pessoa é realmente a sua cara- o homem falou
- Não pode ser !- falei, já ficando triste
- Sim. Além disso, há algumas testemunhas, todas elas alegaram que aquele retrato falado é o da pessoa que roubou aquele senhor lá fora. Sinto muito, mesmo que não seja você, vai ficar difícil dizer o contrário, a nossa justiça é muito falha !- àquela altura estava arrasado- de qualquer forma, entrei com um pedido de Habeas Corpus, para que você possa responder longe daqui. Temos que esperar o resultado, e ele só sai amanhã. Você vai ter que passar a noite aqui !- tentei ser o mais duro possível, para ouvir essa notícia. Dei tchau pra Lucinda, e voltei pra cela. Me sentei no mesmo lugar que estava antes, e fiquei pensando, ao menos tentei.
" E agora ? Como vou sair dessa ? Será se vão me condenar por algo que eu não fiz? "
Fiquei minutos tentando pensar numa forma de me defender daquela acusação, até ser recolocado no mundo real.
-Ei porquê você está aqui ?- falou um homem que estava sentado do outro lado da celaele riu
- Eu também. Mas você não tem cara de ladrão, nem de quem anda com arma.
-Não fui eu quem fez isso, eu estou sendo acusado injustamente.
- É o que todos dizem kkkkk - o homem ria como se não estivesse ali. Devia estar drogado. Aonde eu fui parar !
TEMPO DEPOIS
De tão cansado, acabei pegando no sono. Acordei, com um homem trazendo comida. Tomei uma xícara de café, e pão. Só. Poxa, não tinha trazido nem um livro para aquela joça. Agora tinha que ficar me entretendo apenas com meus botões. E eles insistiam em pensar numa forma de defesa. Até que eu me toquei de uma coisa.
- Tem câmeras na academia !- falei a mim mesmo. Esperei ansiosamente a chegada de David. Logo ele chegou.
- Guilherme, consegui. Você vai poder esperar em casa. - Não me contive e o abracei, de felicidade. Tá, poderia ser por pouco tempo, mas ficar longe daquele lugar já era ótimo. Sai dali, e entrei no carro dele.
- David, eu preciso saber de uma coisa. Que horas foi o roubo ?
- Foi as 7h45, porque ?
- As 7h45 eu estava trabalhando ! Estava na academia ! Essa vai ser a minha salvação. Temos que pegar as imagens do circuito interno da academia, e mostrar aos policiais.
- Gênio !
Ele ficou de pedir as imagens a justiça, para que expedisse o mandado, pedindo as imagens. Isso não demorou muito a acontecer. Logo as imagens chegaram. Ele me mostrou. E como era esperado, e eu estava lá, trabalhando. Aquela seria a minha salvação. Seria. Se não tivéssemos pedido o video, 2 dias antes do meu julgamento.
-O que ? Como assim perdeu Guilherme ?- Lucinda, olhava pra mim, brava.
- Eu não sei, o CD estava dentro dessa gaveta, e agora não está mais. Era só o que me faltava agora.
- Como você vai se defender ? Essa era a sua única prova. E não dá pra pedir outra vez as imagens, demoraria muito tempo, e o julgamento é depois de amanhã ?
- Agora ferrou-se. Só pode ser o destino, querendo me levar para trás das grades.
Dois dias depois, lá ia eu, para o tribunal. Havíamos pedido outras vez as imagens, mas não daria tempo. Eu fui sem provas na minha inocência ao tribunal. Só um milagre pra me livrar da cadeia. O julgamento começou. E cada vez mais eu tinha certeza de que iria ser preso. Logo terminou. Tivemos um tempo, antes do juiz revelar a sentença. Logo a hora chegou.
- O juri deste tribunal, decreta que, o senhor Guilherme Schelotto, é considerado culpado, pelo crime de roubo, com ameaça a mão armada, com pena de 5 anos de reclusão, em regime fechado.
Ouvir aquele martelo bater na mesa, era o fim de qualquer esperança que eu tinha. Mais uma vez, estava no esgoto.
Continua
Gostaram???