Ficamos trocando carícias na cama por um tempo. Tomamos nosso banho e fechamos a casa ainda cedo da noite. Agora tínhamos todo o tempo do mundo pra ficar juntos, não poderíamos perder nenhum segundo. Naquela noite nós não jantamos. Continuamos na cama. Bernardo deitado e eu com a cabeça em seu braço esquerdo.
- Sério que você nunca ficou com homem? – eu falei.
- Não. Nem de longe! Pareceu? – ele falou assustado.
- Não, não pareceu. Só curiosidade...
- Não teria porque negar um negócio desses pra ti. Você já ficou com algum daqueles seus amigos?
- Não! Eles são héteros Bernardo!
- Eu era hétero.
- Não. Não fiquei, ok? Você falava de mim pra sua médica?
- Hum... Falava. Todos os dias desde quando você veio morar aqui.
- Desde quando você começou a notar que gostava de mim?
- Um tempo depois de você se mudar pra cá. Você foi gente fina comigo no dia do lance do nariz, daí eu vi que poderia retribuir. Por isso me aproximei de você. Mas até aí não tinha nada demais. Só que de alguma forma eu comecei a gostar e gostar mais... As aulas vieram e eu te observava. Não tinha segundas intenções, só te achava puta inteligente. Mas depois que você veio pra cá... Eu pensei que fosse doideira dessa minha cabeça com parafuso a menos... bipolaridade sabe?
- Saber se tava virando viado... – nós rimos.
- É, tipo isso. É porque eu lembro que eu tinha uns 17 anos quando a minha psiquiatra disse que eu poderia desenvolver afeto exagerado por qualquer pessoa. Independente do gênero. Então poderia gostar de um cara sim. Mas nunca aconteceu. Daí hoje mais cedo eu cedi aos instintos, te beijei e confirmei o que eu já achava.
- Por isso o ciúme.
- Hum... Também. Tipo, eu sinto ciúme porque gosto de você. Independente de a gente ser só amigo eu já tinha ciúme de você. É consequência do meu gostar. Não adianta.
- Você precisa mudar isso.
- Eu sei. Mas um é consequência do outro. Vai ser difícil. Mas eu tô cuidando nisso, eu sei que incomoda. Só me dá um tempo. – ele me abraçou e me deu um beijo na testa.
- A gente agora tá junto?
- “A gente agora tá junto?” – ele me imitou. – A gente sempre esteve junto Lucas. Ou você pensava em ficar com outra pessoa, porque desde que comecei a gostar de ti eu nunca mais pensei.
- Claro que não.
- Então! O que é que falta? Tamo junto e pronto. A gente vai dormir agora aqui no meu quarto. Todo dia. Pode trazer algumas coisas suas pro meu guarda roupas e roupa de cama pra cá também.
Eu ri daquilo. Afundei meu nariz no peito dele. Soou como se fossemos casar.
- Eu tô fazendo de novo né?
- O que?
- Sendo exagerado! Você vai me enjoar, cara... Pode apostar. Eu vou te sufocar uma hora, eu já acostumei com isso. Se você sobreviver, parabéns!
- Depois de hoje, não sei não...
Ele riu.
- O que achou?
- Sinceramente? Muito melhor que qualquer outra transa que eu já tenha tido.
- Sério? Me achei tão perdido...
- Com o tempo se acha.
- Lucas... – ele tirou o braço debaixo da minha cabeça. Me abraçou e pôs o nariz no meu pescoço. A voz saiu abafada pelo travesseiro. – Eu chupei um cara! Eu chupei o pau de um outro cara! Meu Deus que doideira!
- Pensa pelo lado bom. Eu sou tão higiênico... – eu ri fazendo pouco caso.
Ele soltou aquela gargalhada linda dele.
- Seu safado! Seu pescoço tá todo roxo. – Ele mordeu meu lábio inferior e puxou até soltar. – Você tem uma boca maravilhosa.
- Não é pra menos. Vai com calma de agora pra frente... Ah, e é bom ter a confirmação. – eu passei os braços em seu pescoço.
- Não foi só da boca que eu gostei... – ele se encaixou entre minhas pernas enquanto me beijava. – Você viu que eu gozo pouco né? – ele disse entre os beijos.
- Percebi.
- Já fui no médico, eu não sei o que é.
- Anatomia talvez...
- Não te incomoda ser tão pouco?
- Não... nem um pouco. Relaxa. Você não é ator pornô. E se serve de consolo, tem até “dublê de porra”.
- Ainda bem que você pensa assim. – ele me beijou mais forte. Passou as mãos por baixo das minhas costas enquanto as coxas abriam as minhas pernas. Eu estava entregue.
Ele levou uma mão à minha bunda e passou o dedo em mim.
- Se você não aguentar...
- Cadê o KY?
Ele riu mordendo o lábio inferior. Recomeçamos tudo. Bernardo se lubrificou e me penetrou me fazendo arquear as costas na cama. No mesmo instante começou a bombar rápido. Eu gemia e segurava em seus pulsos que estavam na minha cintura.
- Quanto mais você gemer, mais louco eu vou te comer! Lucas, isso me excita! Para de fazer essa cara! Cala a boca senão é pior pra ti caralho!
Eu ria sem saber o que dizer. Como que se transa sem gemer?
Ele mordia a língua e continuava com força. Diminuía o ritmo contendo o gozo e recomeçava. Se curvava pra me beijar.
- Eu gozo pouco. Como é a segunda vez, eu vou gozar menos ainda então deve demorar mais ainda pra eu gozar. Tem certeza que aguenta nesse ritmo? Porque por mim a gente amanhece o dia transando, e ainda são oito da noite!
- Só vai mais de vagar as vezes. Dói um pouco...
Ele assentiu e me beijou. Continuou alternando entre o ritmo louco dele e meu mais lento. Quinze minutos depois e eu ainda gemendo com ele encima de mim. Ele era incansável. Gozou de novo e se deitou do meu lado.
- Não tem explicação pro quanto é bom estar dentro de ti. É a minha primeira vez em anal. Deve ser por isso que acho tão bom.
- Pelo visto está aproveitando né... – eu disse cansado.
- Você tem que me avisar quando não aguentar mais. Daqui a pouco eu vou querer de novo! – ele riu.
- O que? Eu tô há dois anos sem transar Bernardo! Isso faz de mim quase virgem de novo. Duas em uma noite tá bom demais já...
Ele riu.
- Eu sei... – ele me beijou já subindo em mim de novo. – Mas a terceira vai ser bem rápida, eu prometo!
Eu o olhei assustado. Ele gargalhou.
- Tô brincando... Mas se quiser...
Fui tomar um banho enquanto ele descansava na cama. Tudo ainda era muito recente. Em menos de 8 horas toda a minha relação com o Bernardo mudou. A gente admitiu que se gostava, transou duas vezes e, o principal, não acabou. Ia durar. A gente morava junto. Que maravilha! Fui tomar meu banho pensando naquilo tudo. Assim que liguei o chuveiro a porta foi batida.
- Lucas, pra quê essa porta fechada? Eu também quero tomar banho pow!
Eu abri meio com vergonha. Ele entrou normalmente. Pelado com a toalha no ombro. Como se aquilo fosse habitual.
A gente tomou banho junto aos beijos. Eu sei que é clichê, mas é um ritual da maioria dos casais gays. Transar e ir banhar junto. Meu Deus, éramos um casal gay agora... Surreal.
Ele passou a mão na minha virilha enquanto eu pegava o shampoo.
- Como você tira esses pelos Lucas? – ele disse me olhando.
- Barbeador.
- Olha... – ele puxou o pau pro lado e mostrou uma pequena cicatriz bem do lado do membro. – isso foi um barbeador descartável. Por isso que uso elétrico.
- Tentou cortar fora foi? – eu ri.
- Tua cara! – ele me jogou água. – Desde desse dia eu nunca mais usei barbeador descartável.
A gente ficou brincando no banho por um tempo até ir dormir de fato.
- Você cai contar praqueles seus amiguinhos né? – ele perguntou já quando estávamos deitados.
- Acho que sim. Eles já sabiam que eu era a fim de ti.
- Não compartilhe coisas demais. Conte só pra eles e tenha certeza que se um deles espalhar pra mais alguém eu vou fazer um estrago com a cara desse.
- Rum...
- Tô falando sério. Se isso se espalhar as pessoas vão ficar com os olhos encima da gente e daí já era privacidade, vão haver um monte de comentários e... Não, seria um pesadelo.
- Eu vou conversar com eles. Mas você deveria dar mais uma chance pra eles. Tentar sair com a gente.
- Hum... Claro que eu vou. Com você eu vou pra qualquer lugar. Mas eu não sou amigo deles. Só vou estar no mesmo ambiente, não me peça pra chamar um deles pra dançar.
- Já é um começo... – eu suspirei me aconchegando.
- Conte apenas o necessário e o obrigatório. Diga que está namorando comigo, que agora é comprometido e não pode ficar em rua todo dia porque pega mal pra um rapaz comprometido.
- Pega mal... – eu ironizei.
- É. Pega mal. Você agora tem namorado e aonde você for ele provavelmente estará junto pra acompanhar e cuidar de você. Mas claro que você vai sair sozinho com eles de vez em quando, eu não sou tão chato assim. Na universidade, por exemplo, você vai estar só com eles.
- Claro. Porque eu sou o Obama e preciso de seguranças 24h por dia.
- É... Exatamente. Você pode sim sair com eles Lucas... Ah! Além disso, você é meu e ninguém toma. Eu não tenho esses braços fortes a toa, eu sei como usar. Deixa qualquer um se meter a besta contigo...
- Eu já entendi Bernardo!
- Hum... Acho bom.
Ficamos calados por um tempo. Ele fazendo carinho no meu cabelo.
- Você dorme assim é? – ele perguntou.
- Assim como?
- Abraçado? - Eu comecei a desfazer o abraço. Ele me segurou. – Não... De boa. Fica aí. Só nunca tinha dormido com ninguém assim. Agora, eu te disse que durmo peladão, né? Você não liga?
- Não.
Ele começou a tirar a cueca.
- Não tá machucado Lucas? Ardido? Você deveria comprar um a pomada pra por na bunda.
- NÃO! – Eu falei morrendo de vergonha com ele rindo.
Ele baixou a cueca e jogou pro lado.
- Agora sim. Pode abraçar. Mas com vontade! – ele falou rindo.
Refiz o abraço e dei um beijo no peito dele. Bernardo deixou uma mão encima do meu ombro. Ele tava comigo. Era a melhor sensação do mundo.
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Texto sem revisão, desculpem algum erro de português. Não tive como postar esses dias. A gente saiu com uns amigos e esquecemos do mundo. rs
#Léo: Que preparação pra o beijo hein? rs Adorei.
Irish: Eu fui escrevendo e quando cheguei em 6 folhas eu pensei em separar. Se eu tivesse dividido o sexo ia cair pro nove. Fiquei com medo das reações mesmo... preferi deixar junto. Ainda bem que agradou.
marcelo8486: É que Bernardo é largadão, sabe? Aí ele fala essas coisas... Ele me faz rir ar vezes justamente por falar essas coisas.
vitinho: Lucas é super tímido, mas eu já consegui arrancar dele sim que o Bernardo é bom de cama. Ele não conta os detalhes, mas fala o necessário pra que eu possa desenvolver o texto. Tipo, o lance da força, da pegada e tal... De vez em quando eu flagro alguma mancha roxa no bixinho... Mas como o Bernardo é bem mais branco nele sim eu noto melhor de vez em quando. kkkk fico tirando onda.
yumi: Seu email foi o mais lindo que eu já recebi até hoje. Coisa pra guardar mesmo. Prova que não é preciso dizer muito pra demonstrar carinho. Obrigado do fundo do coração.
Drica Telles (ametista): Essa coisa de eu ter o dom tá se espalhando... quem sabe, né? rs
love31: Huuum... Suspeitei desde o princípio!
Higor Melo: Cara isso é engraçado... vocês são um casal hetero (ou eu entendi errado?) e leem os contos gays sem problema algum? É nessas horas que eu fico impressionado pensando porque todo mundo não pode só respeitar todo mundo e pronto? Se for isso, eu achei super massa! Quanto aos casais, bem... eu acho Lucas e Bernardo bem mais "humanos" que Kaio e eu. Digo, a minha história tem um quê de conto de fadas justamente por conta do romantismo que impera sobre o KAio e eu. Diferente do Lucas e do Bernardo, onde a relação não é tão melosa sabe? As coisas aconteceram muito rapido comigo e com o Kaio. A gente já queria namorar com uma semana de conhecidos, viajem juntos, sexo, aliança... tudo! O Lucas cresceu a relação com o Bernardo com muito mais tempo justamente porque Bernardo não é tão aberto quanto o Kaio é. Me fiz entender? Sem contar que o Kaio, por ser romantico, já queria as coisas de imediato comigo naquele velho estilo "juntar as trouxas e casar imediatamente porque encontrei o amor da minha vida!" Isso não aocnteceu com o Lucas e o Bernardo. Graças a Deus, com o Kaio e eu deu certo. Mas não recomendo as pessoas se doarem assim tão de repente e tão intensamente a um relacionamento ainda "verde". Mas o safado do Kaio me amoleceu... rs
Wyllia Paes: Vi todos os seus comentários nos contos antigos. Adorei! Obrigado :)
Teteus18: Obrigado, mas muito o que?
Lehh ♥, esperança, geomateus, mille*** um abraço a todos.
É isso pessoal. Eu volto na segunda. Vou escrever mais amanhã pra manter um número bom de capítulos adiantados senão atrasa e já era... Eu sei que muitos vão achar o capítulo de hoje super curto mas isso se dá porque ele é muito mais conversa que narração então você acaba lendo muito mais rápido.
Obrigado por acompanharem.