Puxei minha mãe de lado e disse: Porque vocÊ não me falou que era ela que era a sobrinha da Maria?
Mãe: Achei que você soubesse. E ela estava contigo no jardim no dia que vocÊ caiu na piscina, então achei que você gostava dela.
Eu: Troquei 5 minutos de idéia com essa menina. Nem fodendo que eu viajo com ela.
Mãe: Olha a boca. Fica quieto que elas estão vindo pra cá.
A Maria Helena veio com a Juliana e disse: Já está na hora de vocês entrarem.
Eu virei e me despedi da minha mãe e da Laura. Quando eu fui em direção ao portão de embarque, minha irmã pediu que eu tentasse ser educado com a Juliana. Eu prometi tentar. Ficamos no saguão esperando chamarem o nosso vôo. Fiquei ouvindo música e a Juliana lendo um livro. Virei um pouco e reconheci a capa do livro. Tirei o fone de ouvido e falei: O pai dela morre no final.
Juliana: Oi?
Eu: No fim, o pai dela morre no final.
Juliana: Não to acreditando que você está me contando o final do livro.
Eu ri e disse: Bem, eu estou.
Juliana: E por que você fez isso? Ainda estou no terceiro capítulo!
Eu: Porque eu queria te fazer o favor de te poupar de ler uma história triste.
Juliana: E quem disse que eu queria esse favor?
Eu: Eu achei que você gostaria de saber, tendo em vista que você gosta de salvas as pessoas e evitar que elas se machuquem. Então, como eu quero retribuir o favor por você ter me “salvado” naquela noite, te contei o final pra você não sofrer. DE NADA!
Juliana: Cara, você é muito idiota. Não acredito que você fica remoendo as coisas. Se eu soubesse que era com você que eu ia viajar. Tinha desmarcado.
Eu: Você não sabia que era eu que ia com você?
Juliana: Não. Minha tia disse que era com um filho de uma amiga da família.
Eu: e você não quis saber se você conhecia?
Juliana: Não.
Eu: Bom. Só pra constar, se eu soubesse que ia com você, também não teria aceitado.
Juliana: Você não teve muita escolha.
Virei mais de lado pra olhar direito pra ela e disse: O que você disse?
Juliana: Nada!
Eu: Não,não,não. Você disse que eu não tinha muita escolha! Você SABIA que era eu!
Juliana: Sabia, satisfeito agora?
Quando ia falar chamaram nosso vôo e a Juliana logo se levantou e caminhou em direção ao embarque. Fui logo em seguida. Sentamos em nossas poltronas e eu disse: Mesmo sabendo que era eu você aceitou viajar?
Juliana: Sim.
Eu: Por que?
Juliana: Porque eu queria conhecer o Rio.
Ela falou isso bem irritada, apertou os cintos e fechou os olhos. Eu apertei os meus e pus de volta meus fones e esperei o avião decolar. Quando o avião começou a decolar, olhei pro lado e vi a expressão de medo no rosto dela. Sem pensar muito, segurei sua mãe e apertei dizendo: Relaxa, quando você menos esperar já estaremos voando. Esse friozinho só é no inicio.
Juliana: Eu sei. Já voei antes, mas sempre tenho medo da decolagem e do pouso.
Eu: Não precisa ter medo.
Juliana: é involuntário.
O avião foi pegando mais velocidade antes de decolar e ela apertou minha mão ainda mais forte. Quando decolamos e nos estabilizamos, foi liberado retirar os cintos. A Juliana ainda apertava minha mão.
Eu: Acho que eu vou querer a minha mão inteira pra aproveitar a viagem.
Juliana: Desculpe. Obrigada.
Eu: De nada.
Ficamos em silêncio por um tempo. Era um vôo de 4 horas, então eu resolvi que eu precisava ser mais amigável com ela, até porque estaríamos juntos por uma semana. Foi quando eu virei e disse: Obrigado e desculpe.
Juliana: Oi?
Eu: Obrigado pelo dia da piscina e desculpe por ser um idiota com você.
Juliana: Hummm... ta desculpado.
Eu: então, já que sou seu guia nessas férias. O que você quer fazer?
Juliana: Sério que você está sendo bonzinho comigo?
Eu: Aproveita que eu estou de bom humor. E só pra você saber, eu não sou um completo idiota. Às vezes, posso ser um cara muito legal.
Juliana: HAHA essa é boa. Então o João Pedro que está comigo na viagem é o cara muito legal?
Eu: Pode chamar JP, e ainda não, digamos que nesse momento, eu sou meio legal.
Juliana: Meio legal? Como assim?
Eu: Eu viro o cara “muito” legal quando eu bebo.
Juliana: Que horror! Quer dizer que pra eu ter uma companhia muito legal vou ter que andar com um poço de álcool?
Eu: ahaha, também não é pra tanto. Nós vamos sair e eu vou beber e então vamos nos divertir!Relaxa.
Juliana: Você não acha estranho você só se divertir se estiver bebendo?
Eu: Não...Pra mim é normal. Por que? Você não bebe?
Juliana: Zero álcool.
Eu: Por que?
Juliana: Porque eu fico enjoada.
Eu: Bom, eu gosto.
Juliana: E por que vocÊ gosta?
Eu: Porque me faz mais relaxado.
Juliana: Mais dá pra relaxar sem beber.
Eu: Se você ta dizendo...
Juliana: Quer dizer que você só relaxa se beber?
Eu: basicamente.
Juliana: Olha, eu não acho que vai ser legal estar com alguém que vai estar bêbado a viagem toda.
Eu: Mas só vai ser à noite. Você vai ver a noite carioca é muito legal. Vamos nos divertir muito.
Juliana: Não sei,não vou me sentir segura. E se você perder o controle?
Fiquei pensando nisso e falei: Olha só, vou fazer um acordo com você. Eu prometo que quando você achar que eu já passei do limite e pedir pra eu parar eu paro, ok?
Juliana ficou um tempo calada e disse: Eu tenho uma proposta diferente.
Eu: E o que é?
Juliana: Vamos fazer uma aposta?
Eu: Aposta? Que aposta?
Juliana: E aposto que você não consegue ficar sem beber durante toda essa viagem.
Eu: HAHAH você ta de sacanagem né? Claro que eu consigo.Não sou nenhum viciado.
Juliana: Não parece.
Eu: Você ta falando sério mesmo?
Juliana: Estou.
Eu: Tá bom. Eu aceito o desafio. Vou te provar que eu consigo ficar uma semana sem por uma gota de álcool na boca!
Juliana: Feito!
Eu: Mas espera aí! Não é assim que as coisas funcionam.
Juliana: Como assim?
Eu: Toda aposta tem um prêmio.
Juliana: Certo. E o que você quer?
Eu: Deixa eu pensar. Enquanto isso, me diz o que VOCÊ quer?
Juliana: Quero saber o real motivo de você beber desse jeito.
Eu fiquei encarando ela e disse: Mas eu já te falei, pra relaxar.
Juliana: Não sou idiota. Eu quero o real motivo.
Eu: Bom, como sei que você vai perder. Eu aceito.
Juliana: ok. E o que você quer? Já pensou?
Eu: Não, mas vou pensar em alguma coisa e te falo.
Conversamos mais um pouco até que ela adormeceu. Coloquei meus fones e tentei dormir um pouco. O que é quase impossível com uma criança na poltrona detrás da sua, chutando o encosto. Passado algum tempo, fomos avisados que já estávamos chegando ao RJ. Juliana acordou e pediu desculpas por ter dormido. Eu disse que não havia problema. Na verdade, até preferi porque me fez pensar em como essa menina conseguia me ler. Ela sabe que eu escondo alguma coisa. Mas o que mais me perguntava era o motivo dela se importar.
Desembarcamos e encontramos meu avô nos esperando. O cumprimentei e o apresentei à Juliana. Fomos conversando pelo caminho e mostrando a paisagem para a Juliana. Meus avós moram em um apartamento em Copa. Sempre gostei de visitá-los. Quando era criança,lembro de passar as férias aqui e ir correr com minha mãe na praia todas às manhãs. A Laurinha era bem criancinha ainda e costuma ficar com meu pai na areia, construindo castelos. Era uma boa lembrança.
Chegamos em casa e cumprimentei minha avó e minha tia Mariana. A tia estava no final da sua primeira gravidez. Na verdade, a única. Por ter 42 anos, era uma gravidez de risco. Ela tinha engravidado umas 3 vezes antes, mas nunca segurou. Mas dessa vez, tinha dado tudo certo.
Minha tia perguntou: Essa é sua namorada, Pedrinho?
Eu: Nãaaaao, tia! Rsrs...Ela é uma amiga.
Mariana: Oh, desculpe, mas é uma moça tão bonita, que pensei que era sua namorada.
Juliana: Obrigada pelo elogio. Mas não, somos apenas amigos.
Mariana: Uma pena. Vocês formariam um belo casal.
Eu: Ei, vamos deixar essa conversa que ta ficando embaraçosa aqui. To com fome, com sono e acho que a Juliana também,né?
Juliana: Sim!
Vó: Vão tomar um banho e venham comer que a mesa do café está pronta. O que você gosta de comer minha filha?
Juliana: Qualquer coisa que a Senhora servir.
Vó: Assim que eu gosto. Sem frescuras.
Nós dois rimos e eu fui mostrar onde éramos quartos. Como minha tia estava no apartamento, só sobrou mais um quarto, que era o que a Juliana ia dormir. Eu ia dormir na sala ou no escritório. Ainda não tinha decidido.Tomamos café e depois fomos descansar um pouco. Acordei umas 10 da manhã e ouvi vozes vindo da sala. Fui até lá e encontrei a Juliana,minha avó e tia Mariana rindo e olhando álbuns de fotos.
Eu: O que vocês tanto riem aí?
Mariana: Estamos mostrando para Juliana algumas fotos.
Eu: Que fotos? Pelo amor de Deus. Me diz que não são fotos minhas!
As três riram. A humilhação não poderia ser por. Tinha foto minha fantasiado, sujo de lama, pelado quando bebê e algumas do início da minha adolescência quando eu queria ser cantor.
Juliana: VocÊ tocava violão?
Eu: Ainda toco um pouco, mas raramente.
Vó: Ele toca muito bem. Seu avô ainda guarda aquele seu violão. Por que você não toca alguma coisa?
Eu: Talvez outra hora. Juliana,você não dormiu?
Juliana: Sem sono.
Eu: Então se arruma que vamos começar a temporada de turismo. Vó, cadê o vovô?
Vó: Ele foi pra confraternização do consultório, só volta à tarde.
Meu avô é médico pediatra e todos os anos ele faz uma confraternização no final do ano e doa brinquedos pra crianças que estão com câncer. É bem legal da parte dele.
Eu: A senhora vai usar o seu carro?
Vó: Não, pode usá-lo. Qualquer coisa, usamos o da sua tia.
Eu: Beleza. Então, Juliana? Vai ou não vai se arrumar? Eu já estou pronto.
Juliana: Mas você está só de bermuda e camiseta.
Baixei um pouco a bermuda e disse: E sunga! Vestuário mais do que obrigatório aqui. Põe uma roupa leve e biquíni e vamos logo.
Juliana: Vamos à praia?
Eu: Também.
Ela foi se arrumar e eu fui comer mais alguma coisa. Minha mãe me ligou e perguntou como eu estava, se tava tudo certo. Eu disse que sim. Ela disse que transferiu um dinheiro pra minha conta pra eu poder sair um pouco com a Juliana. Eu perguntei se o meu pai sabia que ela havia feito isso e ela disse que ele não precisava saber. Claro, o todo poderoso queria que eu ficasse trancado aqui no RJ, e sem dinheiro, não tinha como sair.
Eu e a Juliana fomos passear, mostrei o Cristo, passeamos de bondinho, fomos caminhando pelo calçadão de Ipanema, fui mostrando as áreas, os postos, essas coisas. No final da tarde,demos um mergulho e depois caminhamos de volta pra casa.
No dia seguinte, fomos à praia de novo, mas voltamos cedo pois estavam preparando pra festa da virada. Eu a convidei pra irmos ver os fogos na praia. Assistimos o show, o fogos e quando faltava uns cinco minutos pra contagem dos fogos pra virada eu disse pra ela: Dois dias sem beber!
Juliana: Eu sei,mas ainda faltam 5.
Eu: Eu sei!
Juliana: Já sabe o que quer se ganhar?
Eu: Ainda não. Mas você vai saber!
A contagem começou. 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4,3,2,1!
Falamos juntos um pro outro: Feliz ano novo!
Nos abraçamos e por alguma razão que eu não sei o que era, não queria que o abraço terminasse. Ela que quebrou o abraço e disse olhando pro céu: Nossa, que coisa linda!
Eu, sem pensar no que falava disse: Não tão linda quanto você!
Juliana: O que?
Eu: Nada não, tava só tirando onda com sua cara.
Ela desviou o olhar e voltou a ver o show de fogos. Qual era o meu problema? “Não tão linda quanto você!?” Devia ser carência ou falta do álcool. Eu precisava beber. Mas eu tinha uma aposta pra ganhar e não sei se eu falei pra vocês, eu sou um BABACA quando se trata de apostas. Sério, eu sempre ganho. Faço tudo pra ganhar.
Ficamos até amanhecer. Dançamos, pulamos as ondas, fizemos nossos pedidos. Perguntei dela o que ela havia pedido e ela disse que não podia dizer senão o desejo dela não se realizaria e que não ia perguntar o que eu desejei. O resto da semana correu bem. Mostrei todos os pontos turísticos, saímos à noite, baixo gávea, shopping, essas coisas. Confesso que a cada dia eu estava me interessando mais pela Juliana e desejando menos bebida. Na véspera da nossa volta pra Manaus, no dia 6 de manhã, acordamos cedo e fomos correr na praia. Fizemos isso todos os dias. Quando estávamos voltando ela parou pra tirar uma foto nossa. Eu disse: último dia dessa paisagem linda,hein! Melhor tirar uma foto linda!
Juliana: Eu sei. Eu queria te agradecer por esses dias, foram maravilhosos!
Eu: Foi,não foi? Eu também queria agradecer. Você foi uma ótima companhia. Aprendi muito com você e me divertir bastante. To até mais relaxado.
Juliana: Oi? Eu ouvi direito? Você disse relaxado?
Eu: Hahaha DISSE SIM!
Juliana: E qual o gosto que isso tem na sua boca?
Eu: De vinagre! Horrivel ter que admitir que você tinha razão. Dá pra se divertir sem bebida. Falando nisso, acho que ganhei a aposta hein!
Juliana: Ainda não, ainda não é dia 7!
Eu: Qual é? Nós já estamos praticamente com malas prontas, não vamos ais a lugar algum a não ser ao aeroporto. Eu me declaro VENCEDOR dessa aposta!
Juliana: HAHAH ta certo! Você venceu!
Eu: Te disse que conseguia ficar sem beber. Mereço algum credito.
Juliana: merece mesmo.
Eu: Obrigado! Obrigado!
Juliana: E aí? Qual o seu premio?
Eu: Ainda não sei...
Juliana: Não tem nada que você queira?
Eu: Tem, mas eu acho que você não pode fazer nada sobre isso.
Juliana: Tenta.
Eu: Eu quero um beijo...na boca.
Fala, pessoal! Que bom que estão gostando. Vi alguns comentários que achei desncessários e resolvi apagar. Mas caso, a pessoa volte a ler a história, só quero esclarecer que se ela está buscando erotismo, sinto muito não vai encontrar. Tenho certeza que você pode encontrar isso na biblioteca aqui do site ou, se quer alguma coisa mais real, pode comprar uma playboy ou assistir algum videos no xvideos ;)
No mais, quero dizer que amanhã tem a continuação. Abraços e valeu pela força!