Eu logo quis falar que não havia nenhum problema mas eu simplesmente travei, e quando eu fico nervoso eu começo a rir descontroladamente, então foi o que eu fiz: ri. Eu ri tanto que eu me joguei no chão, e como eu tava só de toalha, a toalha caiu e então eu fiquei pelado na frente dele. A gente riu muito e acho que ali era a primeira vez que nós riamos juntos. Fui até a minha mala, peguei meu barbeador e entrei no banheiro. Ao contrário da outra vez, eu havia ficado muito excitado e logo bati uma punheta que melou todo o banheiro. Em seguida entrei no chuveiro, me ensaboei, lavei bem meu amiguinho e fui até a pia, onde me barbeei e escovei os dentes. Quando saí do banho vi que só faltavam 5 minutos pro ônibus que nos levava pra palestra passar e então saí que nem um desesperado pro lobby do hotel.
Quando o elevador se abriu, todos estavam conversando no lobby, incluindo Marcelo e Ju. Eu achei legal da parte dele falar com ela. Quando ele me viu, logo ficou vermelho e eu devo ter ficado também. Todo mundo percebeu, já que eu e ele somos muito brancos, e logo perguntaram o que havia acontecido. Contei a parte que a toalha havia caído, mas não a parte da punheta, e todos riram muito de mim. Ele me olhou em seguida com um olhar do tipo "obrigado por não ter me constrangido na frente de todo mundo" e eu retribui o olhar com um sorriso.
Quando voltamos da palestra era por volta das 16 da tarde, eu estava só o caco, com muito sono e cansado. Era uma quinta feira, então todo mundo foi pra piscina do hotel e então eu fui dormir. Dormi até as 19, até que Maurício me chamou pra jantar. Fomos novamente no elevador sem trocar nenhuma palavra, mas o constrangimento entre nós era visível. Quando as portas do elevador se abriram, ele ficou na minha frente e se virou pra mim.
- Olha, Alexandre, valeu por não ter contado sobre o que você viu hoje. - ele disse.
- Tá tranquilo - respondi
- Não, sério, obrigado. Olha, eu te acho um cara gente boa, se eu pudesse voltar no tempo eu não teria pego a sua égua - ele disse. Nesse momento eu comecei a rir porque sei lá, foi engraçado.
- Do que você tá rindo? - ele perguntou.
- De como nós dois somos estúpidos de brigarmos esse tempo todo por nada. Olha, eu também tenho que te pedir desculpas pela Ju, eu não sabia... - tive que mentir. - Ela forma um casal mais bonito com você do que comigo - ri.
- É, mas ela não gosta de mim. Quem sabe... - ele respondeu, dando um tapa em meu ombro. - E então, tregua? - ele levou as mãos até mim.
- Trégua. - apertei sua mão. Naquele momento foi como se uma corrente elétrica passasse pelo meu corpo, meu coração começou a bater mais rápido e eu fiquei sem graça. Será que eu estava me apaixonando?
Nós dois seguimos até o restaurante do próprio hotel e quando o pessoal nos viram juntos todos estranharam, já que nós vivamos brigando o tempo todo. Por coincidência o tempo estava fechando e estava relampeando muito, o que foi motivo de piada entre nós.
- Olha aí, o tempo tá desse jeito porque vocês não tão brigando - disse a Ju.
- É verdade - concordaram os outros.
Eu olhei pro Maurício e ele olhava pra Ju. Aquilo quebrou meu coração. Mas enfim, achava que era coisa da minha cabeça, até porque não era possível que eu tivesse me apaixonado pelo meu inimigo, e ainda mais tão rápido.
Terminamos de jantar e então voltamos pro quarto e dormimos. Na sexta, acordei com uma dor de cabeça horrível e então não fui no ultimo dia da palestra. Dormi o dia tudo e acordei com o Maurício entrando no quarto e tomando banho. Felizmente minha dor tinha passado e eu fui responder as mensagens do WhatsApp. Dessa vez, ao terminar o banho, Maurício saiu só de toalha novamente e mais uma vez ficou constrangido.
- Eu pensei que você tava dormindo, foi mal - disse ele, ainda vermelho.
- Relaxa - respondi, mais vermelho ainda.
- Escuta, hoje o pessoal vai numa pub aqui perto, a ju tava há um tempão querendo ir lá, tu vai né? - disse ele vestindo a cueca por cima da toalha.
- Ah, vou sim - respondi olhando pro celular.
- Eu odeio que não falem olhando nos meus olhos - ele se aproximou.
- Eu vou sim - respondi dessa vez olhando em seus olhos cor de mel.
- Ótimo - ele riu. Vou dar uma dormida. O pessoal tá na piscina - ele se jogou na cama de bruços e eu pude observar seu corpo. Ele tinha 1.82 de altura, era mais forte que eu, tinha as costas largas e musculosas, cabelos pretos lisos e castanho escuro cortados curtos com um típico topete. (/ Balancei minha cabeça em forma de negação e desci até a piscina, onde me sentei em uma cadeira de praia e fiquei observando todos brincando. Eu não tava meio no clima mas não sabia por que. Algum tempo depois todos foram aos seus quartos e eu fui pro meu, e dessa vez felizmente -ou infelizmente- o Maurício não estava se masturbando.
- O pessoal já foram tomar banho, tu vai tomar primeiro ou eu vou? - perguntei.
- Tu vai - ele respondeu meio grosseiro.
- Beleza então - tirei minha cueca por cima da toalha e fui pro banheiro. Tomei meu banho, fiz minha higiente, me depilei, escovei os dentes e voltei pro quarto. Peguei meu celular e mandei foto das roupas que eu havia levado pra Letícia e ela escolheu a minha roupa, enquanto Maurício estava no banheiro. Quando saiu ele já saiu pronto e estava muito bonito: calça preta, sapatênis e uma camisa polo branca. Já eu estava com uma calça jeans, sapato preto uma blusa social preta. Ambos descemos e fomos até o lobby onde o taxi já nos aguardava. Dessa vez fomos apenas eu, Maurício, Ju, JF e Letícia pra pub. Lá era bem legal, tocava uma música boa e era bem tranquilo. Não demorou muito pro JF e a Letícia estarem ficando, então eu me afastei um pouco e a Ju se aproximou do Maurício. Não demorou muito e os dois estavam se beijando apaixonadamente e então eu pude sentir o que o Maurício havia sentido no dia do churrasco. Não porque ele estava com a Ju, e sim porque a Ju estava com eleObrigado novamente aos comentários, adoro ver a opinião de vocês ao meu respeito e a respeito do conto. Aos que estão reclamando que o conto está curto, sinto muito mas é o que meu tempo dá pra fazer. Além do mais, ao meu ver, se eu escrever mais do que isso, o conto fica cansativo de se ler - e de se escrever, também -. Um abraço a todos!