Ele me deixou em casa e não disse nada só me beijou, nem um tchau.
Chegando em casa tomei banho, me vesti, arrumei minha mochila e saí a caminho da casa do Lipe pra depois irmos até a da minha avó, e de lá nós iríamos para o terreiro (local onde acontecem nossas praticas religiosas).
Não vou dar detalhes de como tudo ocorreu lá, até porque não sei se vocês se interessam e nem é correto daminha parte.
Três da manhã eu estava chegando em casa. Quando olhei meu celular que ficou desligado na mochila umas vinte chamadas do Guilherme, sem exagero, e um SMS.
‘ Me liga quando acabar essa coisa tão importante (PS: estou sendo irônico e estou com voz irônica nesse momento)’
Era tarde, mas ele pediu...
- Alo! Ele falou sonolento.
- Você pediu pra eu te ligar!
- Você só chegou agora?
- É!
- Tudo bem! Amanhã eu te interrogo. To com sono agora.
- Ta! Bom resto de noite.
Eu tomei banho dormi e só acordei dez horas da manhã. Escovei os dentes e desci todo descabelado pra comer alguma coisa e quando cheguei na sala estavam uns parentes da minha mãe.
‘Putz, esqueci do aniversario da minha mãe’ Pensei.
- Bom dia! Disse minha tia vindo falar me abraçar.
Eu cumprimentei todo mundo e fui pra cozinha. Fiz um sanduíche, peguei leite e voltei pro meu quarto.
Pouco tempo depois de terminar o lanche escuto um barulho de carro. Vou até a minha varanda ver e era o Guilherme.
Ele me viu e acenou.
Minutos depois ele já estava no meu quarto.
- Tava com saudade do seu beijo!
- Não tem nem vinte e quatro horas que a gente se viu.
- Pra você ver como mesmo você tendo uma vida dupla eu te amo.
- Mudando de assunto... O que seu pai achou da feira de ontem?
- Riu horrores de você vestido de boneca.
- E quem não riu? O pior é que Samanta (Minha professora de Artes) tirou foto e postou no face.
- Eu vi... Ele disse e começou a rir.
- Não ri não, que você também não tava nada divo vestido de porquinho.
- Não foi o que as meninas me falaram...
- Oi?!
- É! As meninas. A Sarah do primeiro ano disse que só ficaria melhor sem a lycra rosa.
- Serio? Se elas gostam, né?! Eu achei ridículo. Disse me virando e evitando demonstrar ciúmes.
- A Deborah também gostou. Aquela do primeiro B.
- Interessante! Disse me deitando na cama.
- Ah, o Breno também...
- Chega! Se você valar mais um nome eu juro que minha tesoura voa na sua goela.
- Adoro seu ciúme...
- É? Meu ciúme vai acabar te matando.
- Sabe o que eu quero fazer hoje? Diz o Guilheme deitando sua cabeça na minha barriga.
- Descansar pra amanhã acordar cedo?
- Não! Queria te levar pra almoçar e depois...
- Não dá! Hoje é o aniversario da minha mãe e, acredite se quiser, vai ter churrasco.
- Então posso ficar?
- Pode! Mas eu vou ficar aqui encima.
- Nem nas festas de família você participa?
- Nessas mesmo que não. Já tenho que encontrar o Renan na escola, aqui em casa prefiro evitar.
- Ah, é! Eu vi ele lá em baixo.
O Renan era meu primo. A gente não se bicava acho que por uma rivalidade vazia que eu nem sei de onde veio. Ele também era gay, só que assumido, e talvez por isso nós não nos dávamos bem. Resumindo: por pura boiolagem.
- Eu vou tomar banho! Porque não sei se você reparou, mas eu acabei de acordar.
- Pior que reparei! Seu cabelo não ta muito agradável.
- Isso é coisa que se diga ao namorado. Disse enquanto abria a porta.
Ao abri a porta percebo a presença do Renan.
- Namorado? Ele diz com aquela voz debochada que me irritava ao extremo.
- É! Por que?
- Sua mãe sabe disso?
- Não! Você vai contar?
- Eu? Claro que não! Quem sou eu pra me meter na vida alheia.
- Ótimo! Eu vou tomar banho!
- Eu fico aqui fazendo companhia pro... Guilherme, né?!
- Nem pensar! Você vai sair comigo.
- Ele vai ficar sozinho aqui?
- Vai! E bem longe de você.
- Nossa! Isso tudo é medo de perder pra mim?
- Se for isso, fica tranqüilo, amor, prefiro você.
- Vamos Renan?
- Tudo bem! To saindo!
Eu tomei banho e voltei pro quarto onde não encontrei o Gui.
Desci e, qual não é minha surpresa, encontro o Guilherme no maior papo com meus parentes, mais especificamente com meus tios e primos, enquanto come lingüiça.
- Pensei que ia morar no chuveiro. Disse meu pai.
- Muito engraçado! Disse mordendo meu lábio inferior.
Sentei por uns minutos na sala, fiquei conversando com umas primas sobre a noite anterior.
Mais tarde eu cansei e subi, deixei o Gui com eles.
Estava deitado na minha cama e o Guilherme entrou.
- Vim me despedir.
- Já vai?
- Meu pai me ligou! O Breno ta passando mal e ele quer o carro.
- O Breno!... Sempre o Breno.
- Ta com ciúmes? Ótimo!
- Para!
Ele me beijou e saiu. Fiquei na varanda/sacada e acenei pra ele.
Eu não percebi, mas estava mudando. Eu me sentia alguém perto do Guilherme, alguém importante. Até o meu jeito de socializar, como diria minha professora de Sociologia, estava diferente. Acho que não enfrentaria o Renan do jeito que fiz se não tivesse com o Gui. Ele me dava firmeza em todos os sentidos.
O resto dia tudo correu bem. Fui dormir e acordei sem nenhum animo pra ir pra escola. O que me confortava era a aula de um dos meus professores favoritos, Kleber. Ele devia ter uns vinte e poucos anos é o meu professor de Ed. Física e confesso, sempre tive uma queda por ele. Ele era lindo tinha um corpo e um rosto maravilhosos e percebi que o Guilherme sentia um pouco de ciúmes, acho que ele percebeu minha admiração pelo Kiko (apelido dele). Já que o assunto é ele vou pular direto pra aula dele.
- Hoje vamos fazer uma aula diferente. Se organizem em grupos... Thalles você vem pra cá, você vai me ajudar.
Eu olhei pro Gui e ele sorriu pra mim.
Fui até o professor e ele falou no meu ouvido o que eu tinha que fazer.
Foi um jogo estranho, eu nem lembro o nome, mas lembro que o Guilherme não gostou das vezes que o Kiko se aproximou muito de mim.
- Eu bem vi, ta?! O jeito que você olhou pro Kiko.
- Eu olhei normalmente pra ele. Igual eu olho pra você.
- Exatamente! Esse é o problema.
- Para, Guilherme! Eu conheço o Kiko antes de te conhecer. Se tivesse que rolar alguma coisa já teria acontecido.
Eu terminei de trocar de roupa e fui para casa com o Lipe. A Lua estava com um casinho novo.
Já em casa, tomei banho e fui ler um pouco.
- Thalles, vem almoçar! Gritou o Thiago.
O resto da semana foi um pouco ruim. O Gui e eu ficamos dois dias sem nos falar por bobagem como sempre.
- Fazer as pazes é a única parte boa de brigar. Disse o Guilherme enquanto me beijava no carro.
- Cala a boca, Guilherme! Só me beija.
- Seu pedido... Eu o interrompi com um beijo.
Dali nós subimos para o meu quarto.
Eu deitei na minha cama e o Gui ficou por cima de mim. Depois de muitos beijos ele colocou a mão no meu pau e pode ver como estava duro. Ele botou a mão no meu zíper e me olhou. Eu só consenti com a cabeça. Eu estava pronto pra minha primeira vez com o garoto que eu amavaDicas do Dia: />
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