Acordei e vei André ali do meu lado na cama, mas daquela vez não era só meu primo, era o cara que eu amava. Fiquei pensando no beijo e sorrindo como um bobo por não ter sido um sonho meu. Me levantei e fui ao banheiro. Escovei os dentes (sim, eu tinha uma escova minha no banheiro dele e ele tinha uma só pra ele no meu) e quando terminei, senti ele me abraçando pelas costas.
-Bom dia. Nem me acordou. - Ele disse sonolento.
-Você tava dormindo tão bem, que fiquei com dó de te chamar.
Ele me deu um beijo no pescoço e foi escovar os dentes também. Eu saí do banheiro e voltei pra cama. Me sentei e depois de um tempo ele veio e se sentou do meu lado. Deitou a cabeça no meu ombro.
-Ainda tô com sono. - Ele disse.
-Volta a dormir.
-Não, quero ficar aqui contigo. - Eu corei quando ele disse isso. - Você sempre fica vermelho quando eu falo essas coisas, né? - Ele disse rindo. - Não precisa ficar com vergonha, sabia?
-E quem disse que eu tô com vergonha?
-Eu digo! - Ele disse sorrido e me puxando pra um beijo.
Sua boca estava quente. Sua língua percorria minha boca agora com mais voracidade. O beijo só acabou quando ambos perdemos o folego.
-Vem cá. - Ele disse me abraçando e me deitando na cama.
Ficamos ali abraçados por mais alguns minutos.
-A gente precisa conversar. - Eu disse.
-Eu sei, mas só depois tá bom? Preciso organizar meus pensamentos direito pra não acabar falando merda. - Ele disse sorrindo e me dando um selinho.
Depois disso eu tive que ir pra casa. Quando cheguei em casa minha mãe foi logo reparando que eu estava feliz de mais.
-E esse sorriso? - Ela perguntou.
-Nada não, mãe. - Respondi subindo pro meu quarto.
Quando entrei meu celular vibrou e era uma mensagem dele: "Mais tarde passo aí pra gente conversar. Beijo!".
Fiquei feliz pelo "(...)Beijo!" e não pude evitar um sorriso bobo no rosto.
Desci pra tomar café com minha mãe e depois voltei pro quarto. Me deitei na cama e fiquei pensando nele. Nossa finalmente fui correspondido. Eu estava radiante, mas também bastante preocupado. E se ele não quisesse levar isso adiante? E se ele acabar se afastando de mim? E se ele quiser ficar comigo, como vai ser isso? Afinal nós somos primos... Mas decidi deixar os pensamentos negativos de lado e parar de sofrer antecipadamente, afinal de contas ainda não havia acontecido nada de ruim.
Foi aí que eu me lembrei de um casaco que ele sempre deixava no meu guarda-roupa pra quando viesse dormir aqui em casa. Levantei e fui até o guarda-roupa, o casaco estava lá. Não pude evitar e o abracei, sentindo seu perfume impregnado nele. Voltei pra cama e me deitei abraçado com o casaco, lembrando de seus beijos.
Acordei com alguém me chamando.
-Pedro, acorda. - Dizia André, passando a mão em meu rosto. - Não sabia que você dormia abraçado com meu casaco.
-Não... É que... - Fiquei super sem graça e nem consegui falar.
Ele chegou mais perto eme beijou. Um beijo rápido e calmo.
-Não fica com vergonha. Eu também durmo abraçado com o seu, que fica lá em casa. - Ele disse rindo e envergonhado. - Então... A gente precisa conversar, né?!
-Precisamos sim.
-Eu nem sei por onde começar. - Ele disse, rindo novamente.
-Nem eu. - Concordei.
-Mas eu sei que eu gosto de você... Não como amigo, ou primo... Quer dizer, sim, mas tem mais. É bem maior. Não é como um irmão... Eu gosto como... Como... Ah, eu... - Ele estava ficando nervoso. - Eu amo... É eu amo você.
Olhei pras suas mãos e elas estavam tremendo. Ele estava realmente muito nervoso.
-Calma! - Eu disse segurando sua mão. - Por que tá tão nervoso assim?
-Eu nunca contei isso pra ninguém. É uma sensação de medo e de euforia misturadas.
-Medo de que?
-De você não sentir o mesmo. - Ele disse, abaixando a cabeça.
-Mas eu sinto. Sempre senti. Sei lá, a gente sempre foi muito próximo um do outro. Essa história das nossas mães dizerem que somos como irmãos, me deixava meio que com medo e receio, mas eu sempre senti.
-Eu sei como é. - Ele me olhou nos olhos. - Nós somos primos e ainda essas história de irmãos. Isso me deixa bastante culpado por gostar de você como eu gosto. Eu não quero você só como um amigo, um primo, ou até mesmo um irmão. Desde que a gente cresceu que eu te quero.
Eu em levantei e sentei em seu colo.
-Mas eu sou seu. - Disse, o beijando. - Sempre fui.
Continuamos nos beijando até perder o folego e quando terminamos ele me olhou sorrindo e me abraçou...
CONTINUA!