Cap. 4
Eu parecia estar num sonho, ali, sendo abraçado pela pessoa que eu mais queria um abraço, e que passou quase 2 semanas me desprezando. Mas agora isso não me importava, eu estava junto da pessoa que eu mais queria. Passamos quase a tarde todinha ali. Deitados no chão, com ele enroscado em meus cabelos, e eu com a cabeça encostada em seu peito. Até que recebi uma ligação da minha mãe.
- Alô- falei
- André, aonde você está, já são 18h sabia- falou ela
- Nossa, está muito tarde, eu já estou indo- falei- anda, Gabriel, vamos, já são 18h.
- Nossa, mas já, o tempo passou muito rápido, vamos- falou ele, me puxando pela mão.
Logo estávamos no táxi. E logo, estávamos a frente da minha casa. E logo, estávamos dentro da minha casa.
- Agora vocês vão me dizer aonde estavam até esse horário- falou minha mãe, mas antes que eu pudesse falar( novidade), Gabriel falou por mim.
- Eu que levei ele, pra casa de um amigo nosso. Estávamos fazendo um trabalho lá, e eu perdi a noção da hora, desculpa- falou ele.
- Hum, tá ok- falou ela.
- Vem aqui no quarto Gabriel- falei, o puxando- você e essa sua mania de ficar falando pelos outros- falei, na hora em que ele me puxou.
- Já estou com saudades sabia- falou ele, me beijando de novo- você quer ir no cinema comigo amanhã.
- Ah, eu não costumo ir muito no cinema né, afinal só escuto. Mas sim, eu vou com você- falei
- Ai que bom, eu já tenho que ir pra casa tá, mas amanhã eu volto. Tchau- ele me beijou.
- Tchau.
Logo ele saiu. E eu fiquei pensando. Puxa. Em um dia, minha vida mudou de novo. Agora sim, eu tinha certeza que estava amando aquele garoto, cujo nem o rosto eu sei como é. Me lembrei de cada palavra que ele disse pra mim, em cada beijo que a gente deu. E fiquei por quase uma hora, sorrindo, me lembrando desses momentos lindos, que eu achei que nunca iria ter na vida. Desde quando foi contado, que eu nunca poderia enxergar, eu nunca achei que um dia, seria capaz de amar alguém. E nunca achei que alguém seria capaz de me amar, por causa dessa deficiência que insistiu em cair sobre mim. Mas me enganei redondamente. Como é bom sentir a sensação de ser amado. Como é bom a sensação de ter seu amor retribuído. Eu mal via a hora de ouvir novamente a voz dele amanhã, de receber todas as carícias que ele poderia me dar. Logo, recebi uma visita.
- André- ouvi a voz da Giselle
- Oi Gi- falei- achei que você não viria mais aqui hoje.
- Eu decidi vir, pra saber o quê que o Gabriel queria com você, sua mãe disse que vocês ficaram a tarde toda juntos André, aonde vocês estiveram- falou ela me questionando.
- Nós só saímos Giselle- falei, tentando despistá-la
- Só saíram, você está de brincadeira comigo André, eu sei muito bem que não foi só isso. Eu vi o brilho nos olhos dele. Diz logo, aconteceu alguma coisa entre vocês dois- caraca, ela pega rápido as coisas ein. Mas eu ainda não iria dizer nada.
- Não aconteceu nada entre a gente Giselle- falei
- Não mente pra mim André, olha a sua cara de felicidade, é óbvio que alguma coisa teve nesse passeio- falou ela.
- Ah, tá bom. Eu conto. Ele me levou em uma cachoeira, não sei aonde fica, mas ele disse que era uma cachoeira- falei
- E o quê mais- falou ela.
- E, bem. Ele se declarou pra mim, e me pediu em namoro- falei sorrindo, e me lembrando do momento.
- Como assim, fez uma declaração normal. E você aceitou o pedido- falou ela
- Sim, e sim. Eu já disse pra você que eu estava gostando dele, na hora nem acreditei. Afinal quem vai acreditar em uma coisa dessas assim de cara- falei
- Puxa, eu nunca pensei que o Gabriel fosse gay- falou ela- eu acho que vou aceitar o pedido do Júlio.
- É, ele me parece ser um bom rapaz, você merece uma ótima pessoa Giselle- falei
- E vocês vão sair amanhã- falou ela. Ia sair sim, mas menti. Porquê ela ama cinema, e iria querer ir caso eu dissesse que iria. E, tipo, ela ia ficar segurando vela pra nós dois, então preferi dizer que não sabia- Não sei.
- Tá bom, Tchau- falou ela
- Tchau.
Como o tempo passa rápido. Quando fui ver, já havia completado 1 mês de namoro. E ele me convidou pra irmos comer num local. Ele disse que quando chegamos ao local, tinha muita gente nos observando, afinal, quando saio de casa, preciso de algum apoio, pra me ajudar a andar, e então, ando de braços dados, tanto com ele, quanto com qualquer pessoa. Mas as outras pessoas não entendem assim.
- Tá todo mundo olhando a gente- falou ele
- Você prefere me soltar- perguntei
- Não, tá bom assim.
Logo estávamos sentados numa mesa. Ouvi alguns comentários de algumas pessoas, mas não liguei.
- Você não sabe o quanto eu tô feliz de estar completando 1 mês de namoro com você- falei, pegando na sua mão.
- Eu também estou muito feliz, você foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida- falou ele, apertando minha mão.
Logo depois do jantar, ele me levou, pra casa dele. Nossa, iria conhecer o pai dele, pela primeira vez.
- Meu pai, se chama Marcelo. Ele é meio enjoadão, então não estranha se ele for um pouco grosso com você ok.
- Tudo bem. Mas ele não vai estranhar a gente estar desse jeito.
- Eu já avisei a ele que você é cego.
- Ok.
Estava meio nervoso, apesar de ele não saber nada, sempre dá um friozinho quando vai conhecer gente da família do namorado. Logo estávamos na frente da casa dele.
- Chegamos- falou ele, abrindo o portão, dei uma suspirada, e entramos- paiii- ele soltou o grito.
- Tô aqui na sala- falou ele
- Esse aqui que é o André, meu amigo- falou Gabriel, me direcionando para onde o pai dele estava.
- Muito prazer seu Marcelo- falei
- O Prazer é meu- falou ele.
- Vamos lá pro quarto André- falou ele me puxando.
- Você é todo exagerado, seu pai nem é grosso- falei, assim que entramos no quarto.
- Isso é porquê ele ainda não te conhece direito. Mas logo ele vai ficar meio grosso- falou ele- mas esqueça meu pai, eu quero um beijinho agora- falou ele, vindo me beijar.
- Me diz uma coisa, você acha que seu pai vai aceitar nosso namoro- perguntei.
- Não- ele gritou, com uma cara de assustado- ele é muito homofobico, não pode nem sonhar que eu tô namorando com você- falou ele.
- Mas você não vai poder esconder isso pra sempre Gabriel.
- Você acha que sua mãe vai aceitar- falou ele, passando as mãos no meu cabelo, enquanto estava deitado entre as suas pernas.
- Eu, eu não sei. Acho que sim- falei, mas não sabia qual seria a reação da minha mãe, quando soubesse que eu estava namorando um garoto, e não uma garota.
- Sabe o que estava pensando. Está na hora de a gente ir mais além- falou ele.
- Como assim- perguntei meio sem entender, mas logo entendi- você quer transar.
Continua
E aí, será que o André vai aceitar essa proposta do Gabriel. Votem, Comentem ai por favor. Valeu