Você Quer Ser Meu Pokémon? Cap. 7 e 8

Um conto erótico de Fã do Pokemon Gui/Dodói
Categoria: Homossexual
Contém 6588 palavras
Data: 14/09/2013 10:34:24

- Dá esse rabinho apertado pra mim. – eu sussurrei na orelha dele.

Guilherme interrompeu abruptamente o beijo e de repente parecia que eu tinha jogado um guindaste de água fria em cima dele...

Voltei a agarrá-lo pela cintura, beijando o cangote do meu lindo e ignorando a expressão de pânico no rosto dele.

- Dá esse cuzinho delicioso pra mim, vai!? – repeti.

Guilherme me afastou.

- Cara, acho que não vai rolar...

- Por que não?

- Eu não curto...

- Você não curte?

- Quer dizer... Eu acho que eu não curto. Nunca tentei... Sei lá, é algo que atinge a minha masculinidade... Entende?

O meu ânimo foi, aos poucos, minguando. Porém eu não estava exatamente surpreso com aquela reação de Guilherme, de cera forma já era esperada.

- Tudo bem... – eu disse por fim, cabisbaixo.

Caminhei para a minha cama, onde estava o Game Boy Color, para voltar a jogar o Pokémon Red. Eu estava com vontade de xingar Guilherme, mas me segurei.

Eu estava ligando o Game Boy, quando escutei a voz de Gui irromper pelo ar.

- Espera Dodói!

Ele veio andando até se aproximar mim.

- Eu te amo, cara... Acho... Acho que a gente pode tentar... – ele disse hesitante.

- Sério!? – exclamei feliz. – Mas eu não quero te forçar...

- Eu não estou me sentindo forçado. – falou Gui. – Eu quero sentir você dentro de mim. Foda-se o resto.

Só essa frase já tinha servido para me deixar excitado. Puxei Gui pela cintura e comecei a beijá-lo com volúpia.

Joguei meu Pokémon Gui na minha cama e caí por cima dele.

Lentamente fui despindo meu primo, até deixá-lo só de cueca. Tirei minha roupa até ficar só de cueca também.

- Onde que você guarda aquelas "coisas"? – perguntei.

- É na parte de trás da mochila, no fundo. – respondeu Gui.

Guilherme parecia apreensivo.

Fui até a mochila e voltei com um pacote de camisinha numa mão e o tubo de lubrificante na outra.

- A gente não vai fazer nada que você não queira fazer. - eu falei olhando para Gui, enquanto tirava a cueca dele.

Nesse momento, Guilherme me deu um abraço forte.

- Eu te amo muito! – ele exclamou e pegou o tubo de lubrificante da minha mão.

Ele abriu o tubo e passou um pouco do k.y. num dos seus dedos. Em seguida, ele deitou de barriga pra cima na cama, abriu e levantou as pernas, ficando na posição de frango assado.

O meu pau pulsava dentro da minha cueca de tanto tesão.

Guilherme começou a acariciar o próprio ânus com o dedo que estava molhado de lubrificante.

- Você quer meter nesse buraquinho, quer? – provocava Gui, passando o dedo em volta do seu cuzinho.

- Quero! – eu exclamava hipnotizado, quase babando com aquela cena.

Não agüentei e tirei minha cueca. Eu nunca tinha visto meu pau tão duro.

- É assim que você quer meter em mim? – perguntou Gui e começou a socar o próprio dedo dentro da bunda.

Caralho, que tesão ver aquele playboyzinho de pernas abertas pra mim.

- Ahhh. – começava a gemer Gui, enquanto se penetrava com o dedo.

Ele tirou o dedo e passou um pouco de lubrificante no segundo dedo. Em seguida, começou a se penetrar com dois dedos. O rosto de Gui se contorcia em expressão de pequena dor, como se ele estivesse recebendo uma injeção. O rosto dele ficava ainda mais lindo com aquela expressãozinha de dor.

- Dodói, acho hoje talvez seja mais apropriado eu te chamar de Marcão. – falou Gui sorrindo. – Ainda mais com o tamanho desse documento que você tem aí...

Eu apenas dei um sorriso e concordei com a cabeça.

Aquela imagem do meu Pokémon Gui de pernas abertas estava me deixando doido. Não consegui mais resistir a tentação. Vesti o meu pau com o preservativo, passei um pouco de lubrificante nele e avancei ávido sobre o meu namorado, louco para tirar a virgindade dele. Ia ser uma delicia meter naquele cuzinho virgem.

Meu pau foi entrando aos pouquinhos dentro do meu primo.

- Cara, vai com calma, seu pau é muito grande. – pedia Gui.

- Eu vou te arreganhar gostoso. – eu falei tarado. – Depois de hoje, você vai querer dar pra mim sempre.

Eu fui penetrando meu primo com carinho. A bundinha dele era apertadinha e quentinha, melhor do que qualquer xoxota que eu já tinha comido.

Meu cacete foi abrindo o cuzinho de Gui até chegar lá no fundo e os meu pentelhos esbarrarem nos glúteos de Guilherme.

- Pronto. – eu falei. – Agora eu estou todo dentro de você.

Pela expressão no rosto de Guilherme, ele não tinha forças nem para abrir a boca para dizer algo. Ele apenas respirava fundo, tentando se acostumar com aquela vara que estava arregaçando a bundinha dele.

Eu me inclinei próximo do rosto dele e comecei a beijá-lo enquanto começava a bombar o meu pênis dentro dele, bem devagar e bem suave. Hora e outra, Gui soltava um gemidinho de dor.

Peguei nas pernas de Gui e comecei a acelerar o ritmo. Era uma delicia meter naquela posição de frango assado, vendo o rosto do meu Gui se contorcendo num misto de prazer e dor.

Quando eu percebi, Gui já estava com a mão no próprio pau e se masturbando.

O meu pau entrava igual uma rocha dura no cuzinho de Guilherme.

Os gemidos de dor dele começaram a dar lugar aos gemidos de prazer.

- Vai Marcão, me come gostoso vai... – pedia Gui. – Eu sou todo seu... Me come do jeito que você quiser...

- Você tá gostando, é?

- Tô... Não pára... O seu pau é muito gostoso cara...

Era surreal ver Guilherme naquela posição de submissão, mas me dava um tesão da porra ver ele gemendo de prazer com o meu pau dentro da bunda dele.

- Aihh Marcão... – gemia Gui.

Enquanto eu metia no cuzinho virgem do meu primo, minhas mãos ficavam acariciando suas pernas, indo das coxas até os pés. Os pés de Guilherme eram bonitinhos e gostosos de apertarem. Ele estava gostando de receber uma massagem nos pés enquanto meu pau fodia ele todo.

O meu corpo pressionava o corpo de Guilherme contra a cama e nossos suores se misturavam indistintamente.

A respiração de Gui começou a ficar mais ofegante, progressivamente mais ofegante. O ritmo com que ele se punhetava estava cada vez mais acelerado.

De repente senti o cuzinho dele se contrair contra o meu pau e ele gozou.

No momento que o cuzinho dele se contraiu, apertando mais ainda meu pau, eu não agüentei e gozei também.

Enchi meu namorado e beijos e chamegos. Nossos olhos se entreolharam e não foi preciso dizer nenhuma palavra, a expressão de alegria era óbvia no rosto de nós dois.

Segunda-feira acordei às 05h45min com o despertador do meu celular.

- Gui? – falei, balançando o ombro dele para ele acordar.

Guilherme me olhou com aquela cara de anjinho e desceu para a cama dele.

15 minutos depois meu pai entrou no meu quarto recitando “Meu Mundo e Nada Mais”.

“Não estou bem certo

Que ainda vou sorrir

Sem um travo de amargura...”

Fui para a aula sem maiores aventuras, apenas com a preguiça de uma segunda-feira de manhã.

O grande furacão aconteceu de tarde. Eu liguei meu computador para ver umas informações na internet sobre as datas do vestibular e acabei entrando no meu MSN e por conseguinte acabei abrindo meu e-mail.

Havia um e-mail de Guilherme para mim, dizendo que a tarde de domingo tinha sido mágica, que ele tinha ficado com medo de se entregar pra mim, mas que no final das contas ele tinha gostado muito da experiência. Enfim, mais um e-mail fofo do Gui.

Levantei minha mão para pegar o pen drive encima da estante. Meus dedos deslizaram pela fina camada de poeira da estante. Deslizaram mais uma vez. Deslizaram mais outra vez.

Levantei-me de supetão da cadeira. Meus olhos varreram a estante de um canto ao outro.

O pen drive não estava lá...

Comecei a sentir uma aflição dentro do peito.

Fui para o meu guarda-roupa, revirei-o de cabeça para baixo. Abri as gavetas da bancada. Olhei dentro de minha mochila. E nada!

Onde eu poderia ter colocado o pen drive? Eu sempre o deixava em cima da minha estante.

Talvez Guilherme tivesse pegado emprestado. Isso! Guilherme tinha pegado emprestado, só podia ser isso. Acalme-se Marcos, o pen drive deve estar com Guilherme, não há motivo para entrar em pânico, eu dizia para mim mesmo.

Eu coloquei a mão na testa. Todo um sentimento de angustia e medo percorriam as minhas artérias.

Quando Guilherme entrou no quarto, respirei fundo e tentei manter a calma, eu não queria que ele me visse em pânico. Eu não queria admitir nem pra mim mesmo que eu tinha perdido o pen drive.

Virei para Guilherme como se estivesse fazendo a pergunta mais corriqueira do mundo.

- Gui, por um acaso, você não pegou meu pen drive não, né?

- Hunn... Não. Porquê?

- Não, a toa mesmo. Eu achei que tinha deixado aqui em cima da estante, mas não está. Devo ter posto em outro lugar...

- Se quiser, eu te ajudo a procurar. – ofereceu Gui.

- Nah, não precisa não obrigado. – agradeci. – Essas coisas a gente só acha quando já não está mais procurando...

- É verdade. – concordou Gui.

Passei o resto do dia procurando discretamente pelo meu pen drive e nada de eu achar, eu não queria que ninguém lá de casa percebesse a minha aflição, mas por dentro eu estava gritando desesperado.

Todos lá em casa continuavam a agir normais comigo, ninguém parecia ter descoberto o meu segredo.

Chegou de noite e nada de achar a porcaria do pen drive...

Talvez eu tivesse perdido na rua?

Eu me agarrava a qualquer esperança, por mais improvável que fosse eu ter perdido o pen drive na rua.

O sono não veio e eu passei a noite em claro, mal abraçado em Guilherme, me prendendo a pequenas esperanças de o pen drive aparecer magicamente num lugar que eu não tinha olhado direito.

No dia seguinte mal consegui prestar atenção na aula. Era um desespero que me corroia por dentro, por fora eu parecia normal, ninguém percebia a minha angustia.

Quando cheguei em casa, acho que deus me iluminou ou sei lá o quê. Não sei por que cargas d’água resolvi olhar atrás do monitor do meu computador. E não é que o pen drive estava lá!?

Provavelmente Cintia, a empregada, tinha colocado meu pen drive ali. Na hora senti raiva dela, ao mesmo tempo que o alivio encharcava a minha alma. Pelo menos ficava a lição para eu ser mais cuidadoso.

- Achei meu pen drive. – falei para Gui.

- Que bom... É nesse que você guarda ”aquelas” coisas? – ele perguntou

- Anrã.

- Ufa, ainda bem que você achou.

Depois do incidente, passei a guardar o pen drive dentro de uma gaveta do meu guarda-roupa, um lugar mais escondido e seguro.

A quarta-feira passou tranqüila, a quinta também.

Na sexta-feira, entretanto, tudo estava prestes a mudar.

Jantávamos alegres e faceiros na sala de jantar. Meu pai com sua habitual implicância com Guilherme, minha mãe tentando ser agradável como sempre e meu irmão simplesmente indiferente.

Depois do jantar, meu pai mandou que Marcelo lavasse a louça.

- O Marcos vai lavar pra mim hoje. – disse meu irmão.

- Vou? – exclamei surpreso.

- Vai sim. – disse com tranqüilidade Marcelo.

- Tsss... Vai ver se eu estou na esquina, retardado... – respondi truncado.

- Vem cá um pouquinho, Marcos. – disse meu irmão, fazendo sinal para eu ir com ele no corredor.

Chegando no corredor...

- Eu sei de tudo, “Pokémon Dodói”. – debochou meu irmão.

Naquele momento, uma ansiedade subiu a minha cabeça e eu me senti totalmente vulnerável ali na frente do meu irmão, totalmente exposto.

- O que você está dizendo? – perguntei me fazendo de desentendido, o que mais eu poderia fazer?

- Você sabe muito bem! Eu fui pegar emprestado o seu pen drive para transferir umas músicas do meu computador para o da Bianca e de repente me deparei com aquelas coisas . – disse meu irmão, fazendo cara de nojo.

- Mar/Mar/Marcelo... – minha voz saia gaguejada. – Não é nada do que você está pensando...

- Eu tenho vergonha de você... Aquela foto de vocês dois juntos... Me deu vontade de vomitar...

Eu coloquei minha mão no ombro de Marcelo, tentando ganhar tempo para pensar em algo.

- Não me encosta! – exclamou Marcelo. – Você não é mais meu irmão! Eu tenho repulsa de você.

Eu estava sem rumo, eu não conseguia sequer olhar na cara do meu irmão, meu rosto mirava o chão, eu estava me sentindo sujo. Eu percebia o tom de desprezo e aversão na voz do meu irmão.

- Tadinha da Monise. Eu tenho pena dela... – falou Marcelo.

Fiquei quieto, apenas escutando o sermão do meu irmão. Minhas pernas tremiam...

- Agora vá lá lavar a louça. – ordenou Marcelo. – Não me faça ter que contar para o pai que ele tem um filho baitola, ele não merece esse sofrimento. Nenhum pai merece...

Não me restou alternativa senão ir lavar a louça.

- Ué Marcos, resolveu lavar a louça para o seu irmão? – perguntou minha mãe.

- Sim. É um antigo favor que eu estava devendo a ele. – eu respondi.

Tirei a mesa e fui para cozinha lavar os pratos. Enquanto o detergente era esfregado nos pratos, eu tentava organizar os meus pensamentos, mas era impossível, o temor ofuscava tudo. O medo exalava-se pelos meus olhos. O que seria agora? O que ia acontecer? Eu não conseguiria nunca mais olhar pra o meu irmão, só de saber que ele sabia, eu já me sentia acuado, pior então era imaginar que ele poderia espalhar o meu segredo para as outras pessoas...

Seria simplesmente insuportável saber que meu pai tivesse descoberto sobre mim. Não só porque ele iria ficar possesso... Mas principalmente porque eu sabia que para ele seria uma grande decepção... Meu coração doía e eu sentia vontade de chorar quando eu pensava nisso, eu já conseguia imaginar os olhos de desilusão da minha mãe e os seus soluços de choro que se arrastariam durante semanas. Meu pai e minha mãe iam achar que a culpa tinha sido deles, iam achar que tinham errado na minha educação...

Eu mesmo me sentia errado...

Saí da cozinha, os dois, meu pai e minha mãe estavam na sala vendo televisão, me deram um sorriso quando eu passei indo em direção ao meu quarto... Continuariam sorrindo se Marcelo lhes mostrasse as cartinhas de amor que eu tinha escrito para Guilherme? A simples possibilidade deles verem a minha foto com o rostinho colado ao Gui já me assustava...

Meu irmão me parou no corredor, entes de eu entrar no meu quarto.

- E nem adianta vasculhar o meu computador. – ele alertou. – Eu salvei os arquivos em três e-mails meus e você nem sabe quais são esse e-mails... Quanto mais a senha de cada um deles...

Entrei desolado no quarto, meus olhos lacrimejando.

- Que foi Dodói? – perguntou Gui, vindo na minha direção para me acudir.

Eu não agüentei e cai no choro.

- Marcelo descobriu tudo!!! – eu falei entre soluços, mal conseguindo respirar.

- Tudo o quê? Se acalma, cara.

Expliquei toda a situação para Guilherme...

- Ah sim... – ele disse, depois que terminei de contar.

Depois de alguns minutos respirando fundo e tentando acalmar, eu virei para Gui.

- O plano da fuga ainda tá de pé?

Guilherme me olhou receoso.

- Claro que está... Mas calma, não vamos fazer nada precipitado...

- Por favor Gui, quanto antes melhor. Eu acho que eu não vou conseguir continuar nessa casa... Eu não tenho estrutura emocional pra isso...

- Okay, eu vou mandar um e-mail para o meu contato que mora no interior de São Paulo e enquanto isso, vou ver se descolo algum dinheiro emprestado com os meus pais... Essas coisas não são rápidas... Você vai ter que agüentar por mais alguns dias as chantagens do seu irmão até tudo ficar acertado... Você tem algum dinheiro guardado?

Eu fiz sinal negativo com a cabeça.

- Mas Gui, eu aceito até morar num quartinho de fundo. Eu tô aceitando qualquer coisa... Eu não sou exigente... Eu aceito qualquer trabalho também...

- Está bem. – respondeu Gui. – Relaxa e tenta não pensar nisso. Deixa por minha conta que eu vou organizar isso.

Passei a ter que preparar o café-da-manhã do meu irmão todos os dias. Além disso, todos os deveres que meu pai ou minha mãe davam para ele, Marcelo os transferia para mim. Eu tinha me tornado um verdadeiro capacho do meu irmão... Guilherme tentava me ajudar no que era possível.

O cúmulo aconteceu no sábado de noite.

Marcelo trouxe sua namoradinha Bianca lá para casa para assistirem um filme. Eu fiquei encarregado de fazer pipoca e pão de queijo para eles e servi-los.

- Traz mais coca-cola pra mim. – mandou Marcelo, esticando seu copo vazio.

Eu estava sendo totalmente humilhado na frente de Bianca, mas que outra opção eu tinha?

- Prestativo seu irmão. – comentou Bianca, quando eu voltava com o copo cheio de coca-cola.

- É... Ele é meu “Pokémon” agora. – zombou meu irmão.

Entreguei-lhe o copo, controlando a raiva dentro de mim.

- Tá faltando gelo. – reclamou Marcelo, me entregando o copo de volta.

Voltei para a cozinha para poder por gelo no copo do meu irmão. O meu corpo se sacudia de raiva. Abri a porta do congelador e tirei a travessa de gelo. Arranquei três cubos de gelo da travessa e coloquei no copo. A raiva estava me engasgando a garganta.

Olhei para o copo e o copo olhou para mim...

Sem que eu pudesse pensar, dei um cuspe dentro do copo de coca-cola do meu irmão.

De repente escutei uma voz me pegando em flagrante.

- O que você está fazendo?

O nervosismo foi tão grande que eu deixei o copo cair no chão, espatifando-o em cacos de vidro por toda a cozinha e lambuzando o chão de coca-cola.

- Pode deixar que eu limpo. – eu falei.

Minha mãe me olhava transtornada.

Agachei-me e comecei a catar os cacos de vidro que estavam espalhados.

Subitamente senti a mão de minha mãe agarrar o meu braço esquerdo.

- Pára Marcos! – ela exclamou.

Fiquei inerte, olhando para o chão.

- Olha pra mim, meu filho. – ela pediu.

Levantei meu rosto, mirando meus olhos na expressão de perplexidade da minha mãe.

- O que está acontecendo? – ela perguntou. – Nos últimos tempos, você tem feito tudo que o seu irmão te pede...

- Eu gosto de ajudar. É só isso mãe. – eu expliquei.

- Eu conheço vocês dois... – falou minha mãe. – O que está acontecendo? Conte para mim.

O meu corpo tremia de tensão.

- Mãe... – minha voz saia tremida. – Não está acontecendo nada, por favor, pare de se preocupar.

- Eu vou descobrir agora o que está acontecendo, vou falar com o seu irmão.

- Não! – exclamei. – Por favor, mãe! Eu gosto de ajudar, só isso.

Eu não conseguia mais controlar os meus sentimentos. O meu corpo tremia tenso e lágrimas começavam a despencar dos meus olhos.

- Mãe... Por favor... Não é nada demais. Ele só me pediu para ajudá-lo, porque ele está com algumas dificuldades... Não se intrometa, eu imploro, por favor.

Minha mãe me olhou com cara amargurada, ameaçou abrir a boca para falar algo, mas depois mudou de idéia, ficou em silêncio e começou a me ajudar a limpar a sujeira que eu tinha feito na cozinha.

Ela por enquanto não iria fazer nada. Mas agora eu já sabia que era só uma questão de tempo até que ela perdesse a paciência e colocasse meu irmão contra a parede... E aí... Eu estaria entregue a sorte...

Depois de limpar a merda que eu tinha feito na cozinha, fui à sala entregar o copo de coca-cola com gelo para meu irmão Marcelo.

Depois que o filme terminou, eu tive que lavá-los até a casa de Bianca. Eu ainda não tinha carteira de motorista, mas eu já sabia dirigir. Peguei o carro escondido, porque meu pai não deixava que eu dirigisse sozinho.

Marcelo e Bianca foram no banco de trás do Sportage como se eu fosse o motorista deles...

Chegando na casa dela, Marcelo mandou que eu ficasse esperando do lado de fora, os dois entraram na casa dela e eu fiquei no carro. Só depois de 40 minutos que meu irmão voltou.

- Pronto, pode me levar de volta pra casa. – ele falou.

Foi por pouco que meu pai não me pegou usando o carro dele escondido.

Fui para o meu quarto, Guilherme estava usando o meu computador.

- Alguma novidade? – perguntei ansioso. – Eu não sei quanto tempo mais vou agüentar ficar aqui Gui... Minha mãe já está percebendo que tem algo errado...

- Calma Dodói. – falou Guilherme.

- Como que eu posso ter calma?

- Tenha um pouco de esperança... Vai dar tudo certo.

Peguei o Game Boy e fui jogar um pouco de Pokémon Red, a única coisa que era capaz de me distrair um pouco, eu já estava quase fechando aquele jogo...

- Espera! – exclamou Guilherme. – A gente não está proibido de namorar? Está?

- Não. – eu disse com sorriso.

Guilherme veio na minha direção e eu senti suas mãos me segurarem pela cintura, como se me protegessem. O rosto dele se aproximou do meu e eu senti sua boca de morango encostar-se na minha.

Sua língua começou a explorar a minha boca. De repente era como se todos os meus problemas tivessem desaparecidos. A única coisa que eu conseguia sentir era o prazer que aquele beijo me proporcionava.

Caímos na cama. Quando eu percebi, estávamos na posição de “69”, um pagando boquete para o outro e nem tínhamos trancado a porta do quarto.

Era uma sensação maravilhosa chupar o pau de Guilherme enquanto ele chupava o meu.

A boca de Gui era tão delicada, tão perfeita, fazia o meu pênis ficar louco de duro.

Não demorou muito e eu senti o elixir do meu amor invadir a minha boca, Gui gozou igual um cavalo na minha língua. Aquele liquido dentro da minha boca me excitou tanto, que eu não agüentei o tesão e gozei logo em seguida, inundando a boca de Guilherme com a minha porra.

Eu olhei para a porta destrancada e subitamente senti um desespero. Corri até a porta e a tranquei.

- Podia ter entrado alguém aqui... – eu falei.

Da mesma forma repentina que a preocupação tinha ido embora, ela tinha voltado agora. Distrair-se não resolvia os problemas...

- Mas não entrou ninguém.- disse Gui. – Então pronto, passou.

Ficamos de chamego um no outro. Minhas mãos deslizavam pelo corpo másculo e perfeito de Guilherme.

- Faz uma massagem nos meus pés? – ele pediu.

- Faço.

Fui descendo minhas mãos que estavam em seus braços musculosos até seus pés, passando pelo seu peitoral e suas pernas.

Passaram-se mais 4 dias. Eu continuava tendo que fazer as vontades do meu irmão caçula em troca dele manter segredo sobre meu romance com Guilherme. Todavia, cada vez ficava mais claro que a situação era insustentável, que uma hora ou outra, aquela farsa iria desmoronar.

Meu irmão parecia não se importar, suas exigências eram cada vez mais abusivas e mais humilhantes. A própria empregada lá de casa estava começando a estranhar aqueles “favores” todos que eu fazia para o meu irmão.

A minha esperança - talvez a minha única esperança - era fugir daquela casa com o meu amor, para vivermos felizes e em paz, quiçá no interior de São Paulo.

No entanto, o processo todo estava deverás lento. A fuga, que na minha opinião já deveria ter ocorrido há muito tempo, era sucessivamente procrastinada por Guilherme, no argumento de que precisávamos ter um mínimo de segurança para empreender o plano, porque uma vez colocado em prática, não haveria volta.

Enquanto isso, eu era obrigado a tolerar as intransigências do meu irmão Marcelo.

Guilherme estava encontrando dificuldades em todas as frentes. O contato dele em Vinhedo tinha desistido de levar adiante a idéia de abrir uma produtora de eventos e os pais de Gui estavam ultra resistentes em emprestar qualquer dinheiro.

De noite o telefone tocou. Levantei-me da cama e fui atendê-lo, era capaz de ser Monise...

- Alô? – falei ao pegar o telefone.

- Oi... É o Marcos que está falando? – perguntou a voz do outro lado da linha.

- Sim... Quem é?

- É seu tio Pedro. – anunciou a voz. – Tudo bom?

- Tudo bom tio.

- Seu primo Guilherme está por aí?

- Está sim, só um pouquinho que vou chamá-lo pro senhor.

Deixei o telefone em cima da mesinha e fui chamar Guilherme.

Gui estava assistindo televisão.

- Guilherme, seu pai no telefone... – eu falei.

Guilherme pareceu surpreso. E também não era para menos, Guilherme já estava há três semanas lá em casa e, até então, nem o pai, nem a mãe, tinham ligado para ele para saber como ele estava e tal. Tinham se comunidade apenas por e-mail.

Gui se levantou do sofá e foi para o corredor atender ao telefone.

Assentei-me no sofá, no lugar onde antes estava Gui. Não tinha me ocorrido, mas talvez meu tio estivesse ligando para dizer que ia emprestar o dinheiro que Gui queria...

De uma hora para outra, a ansiedade cresceu dentro de mim e eu estava borbulhando expectativas. Mal podia esperar para que Guilherme terminasse o telefonema e viesse me contar as boas novas.

Guilherme, contudo, custava a voltar para a sala. O que os dois tanto conversavam? Eu estava louco para saber.

.

Quando Guilherme retornou para a sala, a expressão no seu rosto era de simples indiferença. Onde estava a empolgação? Ele tinha que estar empolgado, oras! Eu pensei.

- E aí? – eu perguntei.

- O quê? – indagou Gui.

- O que seu pai queria? – eu perguntei.

- Ah cara... Meu pai é um babaca... Deixa pra lá...

- Não deixo pra lá não ué. O que o seu pai queria? – insisti na pergunta.

Guilherme me olhou com cara azeda e em seguida respondeu.

- Queria saber se eu estava estudando para o vestibular... – ele falou com uma carinha meio triste.

- Só isso? – e meu tom de voz saiu levemente decepcionado.

- Pois é, cara... Só isso... – respondeu Gui. – Típico do meu pai...

Resolvi não prolongar o assunto. Assistimos um pouco mais de televisão e depois fomos dormir.

A sexta-feira transcorreu tranquilamente, eu tinha até combinado com os meus colegas de irmos ao clube sábado de manhã. Quem não animou muito foi Guilherme, que me falou que não talvez não fosse... Achei uma pena, porque eu estava realmente com muita vontade de repetir aquela seção com ele dentro do vestiário, sem contar que eu adorava ver Gui de calção e molhado de piscina...

Entrementes, uma pequena preocupação me assolava. Neste domingo estaria chegando Monise e eu ainda não tinha arquitetado a melhor forma como eu iria terminar com ela. Eu tinha que pensar em que lugar que eu ia levá-la, o que eu ia dizer, enfim, eram muitos detalhes que eu tinha que pensar...

Sábado de manhã o despertador tocou às 8h30min. Eu e Gui nos levantamos e fomos tomar café-da-manhã.

- Tem certeza que você não quer ia ao clube? – eu perguntei.

- Tenho. – respondeu Gui, enquanto dava uma mordida em sua torrada com manteiga feita por mim. – Estou meio desanimado...

- Poxa... Então acho que também não vou.

- Por quê?

- Ah, não tem graça ir sem você. – eu falei.

- Ah não! – exclamou Guilherme em tom sério. – Eu vou ficar muito chateado se você não for...

Parei por alguns segundos, fitando os olhos do meu namorado.

- Está bem. Mas tem certeza que não quer ir?

Guilherme balançou afirmativamente a cabeça.

Enquanto Guilherme terminava o café-da-manhã, eu fui para o meu quarto, me arrumar para o clube.

Quando eu estava saindo do quarto, Gui estava chegando...

- O que você vai ficar fazendo agora de manhã? – eu perguntei.

- Ver televisão, estudar um pouco, não sei...

Eu dei de ombros...

- Está bem... – falei. – Estou indo então.

- Aproveita lá. – disse Gui.

Fui caminhando a pé para o clube, não era longe. Eu tinha combinado de encontrar com os meus colegas lá mesmo.

Quando cheguei ao clube, Flávio e Otávio já estavam lá. Ficamos conversando durante um tempinho.

Nos minutos subseqüentes, foram chegando o restante dos meus colegas. Flávio resolveu tirar a camisa e o resto do pessoal resolveu acompanhá-lo.

Eis que eu percebi que o protetor solar não estava na minha mochila.

- Droga! – exclamei.

- Que foi 'Zé'? – perguntou Flávio.

- Esqueci o protetor solar no meu quarto.

- Aff véi! Você é muito paranóico com esse negócio de protetor solar...

Pior que eu era muito paranóico mesmo. Resolvi voltar em casa para buscar o protetor solar.

O ar da manhã enchia os meus pulmões de leveza.

Entrei em casa e ao adentrar no meu quarto, me deparei com Guilherme em pé.

Ele me olhou surpreso. Obviamente ele não estava esperando que eu voltasse tão cedo assim do clube.

- Esqueci o protetor... – mas as minhas palavras se perderam no ar quando eu percebi que ele estava com a mochila nas costas e segurando seu bolsão na mão esquerda.

Uma nuvem de incógnitas encobriu a minha cabeça.

- O que está acontecendo? – eu exclamei.

Guilherme franziu a testa.

- Bom. Já que você está aqui... Acho que não precisa mais disto. – ele falou e caminhou até a minha cama, levantou meu travesseiro, pegou a carta que estava ali embaixo e guardou no bolso.

- Gui, o que está acontecendo? – eu repeti, com a voz tremelicando.

- Marcos...

- Não me chama de Marcos... – o interrompi. - É Dodói, é Pokémon Dodói.

- Marcos, por favor, cara... Não complique as coisas.

- Gui, eu não estou entendendo nada...

- Não é óbvio, Marcos?

- Pra mim não tem nada óbvio.

- Eu estou indo embora. – falou Guilherme com simplicidade.

- Como assim indo embora?

Eu não estava entendo nada. Eu simplesmente não conseguia acreditar que Guilherme estava indo embora, assim, sem mais nem menos.

- Meu pai conseguiu uma vaga de última hora para eu ir estudar inglês na Irlanda durante um ano. – ele falou. – Apesar de ser um curso caro. Meu pai tem dinheiro e está disposto a pagar. Ele acha que vai ser melhor eu ficar afastado um pouco do Brasil, colocar os meus pensamentos em ordem, pensar no meu futuro, pensar o que eu quero para a vida... Eu também acho que vai ser bom pra mim.

- Mas e a gente? - minha voz saiu esganiçada, a expressão no meu rosto era de total desolamento.

- Fala sério Marcos... Você realmente achou que nós iríamos pra frente? Que daria certo? Desculpa, mas foi ingenuidade sua...

Eu comecei a sentir uma dor forte dento do peito, um vazio profundo. Parecia que o chão tinha desaparecido dos meus pés. Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, avabcei sobre Guilherme, tentado abraçá-lo.

- Não piore as coisas Marcos. – disse meu primo, se esquivando do meu abraço.

Eu soluçava sem ar. Aquilo parecia simplesmente um péssimo pesadelo de mal gosto. Eu não conseguia aceitar que aquilo fosse real, que estivesse acontecendo de verdade.

- Pokémon Gui, por favor, não faça isso. – eu supliquei, as palavras mal conseguiam sair da minha boca. – Eu te amo. Eu te amo! Vamos fugir juntos!

- Não, Marcos. Eu estou embarcando para Irlanda daqui a duas semanas e vou ficar lá durante um ano. É isso que eu vou fazer.

- Por favor, não! – eu chorava desesperadamente.

- É melhor eu ir embora. Não quero te causar mais sofrimento.

Eu estava imóvel, encarando Guilherme, a minha ficha não conseguia cair.

- E o que eu vou fazer agora? – eu perguntei desesperado.

- Você toca pra frente a sua vida. – respondeu Guilherme de forma simples.

- Mas e as chantagens do meu irmão? O que eu vou fazer?

Neste momento, Guilherme se aproximou de mim e colocou sua mão no meu ombro.

- Você vai ter que se virar... – ele falou.

Em seguida, ele pegou novamente seu bolsão que estava no chão e caminhou em direção a porta do quarto.

- Onde você vai? – eu perguntei em transe.

- O taxi já deve estar esperando lá fora para me levar para a rodoviária...

Eu continuava imóvel, em completo estado de choque.

Antes de passar pela porta do quarto, Guilherme voltou um pé novamente para dentro do quarto.

- Já ia me esquecendo. – ele falou. – Isso é muito importante. Leia “O Príncipe” de Maquiavel. Você disse que iria lê-lo depois do vestibular. Leia sim, tenho certeza que ele irá te ajudar com o seu irmão... Agora eu preciso ir... Sucesso pra você.

Guilherme apontou para o livro que ele tinha me dado e que estava na estante, entre "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e "O Conto da Ilha Desconhecida".

Disto isto, Guilherme saiu pela porta, rude e seco. Perdi-o de vista, como se ele tivesse evaporado de uma hora para a outra.

Assentei-me lentamente na cama. Eu simplesmente não conseguia ter qualquer reação. Era como se eu tivesse levado um tapa na cara. Eu estava obstupefato com toda a situação.

É difícil explicar, mas aos poucos um turbilhão de sentimentos começou a explodir dentro da minha cabeça.

O sentimento de abandono se misturava com o de raiva. O sentimento de culpa se misturava com o de ódio mortal.

Abracei-me ao meu travesseiro e comecei a chorar com toda a minha força...

Uma vontade de sair destruindo tudo.

Obviamente que eu não tive nem ânimo para voltar ao clube.

Eu me sentia um completo idiota por ter me deixado apaixonar por Guilherme. O ódio que eu sentia era de mim mesmo. Mas ao mesmo tempo eu me perguntava se teria tido algo que eu pudesse ter feito para evitar que Guilherme fosse embora...

Por que ele tinha que ser tão perfeito?

Acho que no fundo meu avô era que tinha razão... Guilherme um ‘quase-tudo’. Um quase-perfeito. O problema que existe um abismo enorme entre a perfeição e a quase-perfeição, e agora eu estava justamente experimentando esse abismo.

Eu me debulhava no travesseiro. Era uma dor que eu não conseguia explicar. Era algo que eu queria arrancar de mim. Eu amava tanto aquele menino... Eu teria feito tudo por ele, até enfrentado meus pais... Ele tinha simplesmente desperdiçado isso tudo, como se um amor desses fosse algo que se achasse na esquina... Aí, era muito ódio que eu sentia!!!

Será que eu não tinha expressado direito o meu amor por ele? Será que a culpa era minha? Eu passava minhas mãos pelos meus cabelos, uma vontade de arrancá-los fora, de dar uma facada na minha barriga, de ir atrás de Guilherme só para desejar na cara dele que ele ardesse no inferno.

Passei a manhã inteira trancado no meu quarto, sofrendo...

Nesses momentos, quando não há ninguém, ninguém para te consolar, ninguém para desabafar, só resta uma saída... Recorrer à diva.

Peguei meu MP3 e coloquei os fones nos ouvidos.

Por mais que ela fosse esquisita e controversa, por mais que ela parecesse um andróide de outro mundo e se vestisse igual uma doente mental, ela era uma diva e ponto final. A voz dela existia era justamente para nos consolar...

Por mais que fosse muito gay escutar “Cher”, dada as circunstâncias, não havia outra pessoa que pudesse me socorrer naquele momento além dela.

Selecionei a música “If I Could Turn Back Time” e coloquei o volume no máximo.

Fiquei em pé no meu quarto, dançando loucamente e catando aos gritos a música enquanto as lágrimas desciam dos meus olhos, foda-se se alguém estivesse me escutando. A única coisa que eu conseguia fazer naquele instante era gritar para fora o meu sofrimento.

“If I could reach the stars

I'd give them all to you

And you'd love me, love me, like you used to do”

A minha voz saia com intensidade da minha garganta, como se toda a minha emoção estivesse concentrada naquela música.

Cantar aquela música com toda a força do meu gogó e dançar com todas as minhas energias eram tudo o que eu tinha naquele momento para me exorcizar, mas eu não conseguia evitar que as lágrimas parassem de cair dos meus olhos...

Depois desse meu primeiro momento de ”piti-frenesi', tirei o fone do ouvido e fiquei assentado melancólico na cama. Pensei em jogar Pokémon Red para me distrair, mas aí me lembrei que o jogo era do Guilherme e que ele tinha levado o Game Boy embora junto com ele. Senti um aperto ainda maior no peito, faltava tão pouco para eu fechar aquele jogo...

Fui para a janela do meu quarto e fiquei vendo o tempo e o vento passarem. Eu estava sereno, mas um sentimento de tristeza poluía o meu interior de forma intensa.

De repente já era hora do almoço e eu escutei minha mãe batendo na porta, avisando que já ia colocar a comida na mesa.

Fui para o espelho do meu guarda-roupa ver se meus olhos estavam muito inchados. Estavam levemente dilatados. Sequei-os na manga da camisa e fui ao banheiro lavar meu rosto, tentar melhorar a aparência da minha cara. Uma água fria nessas horas quebra muito o galho...

Em seguida, fui para sala de jantar.

O assunto em pauta era a repentina decisão do meu tio Pedro de mandar Guilherme para a Europa.

- Pedro ligou hoje cedo aqui para a casa. – disse minha mãe. – Marcos estava no quarto e acho que Guilherme já tinha ido embora... Foi tão assim... ”Do nada”, igual vocês jovens dizem...

- Meu irmão é maluco mesmo... E o filho dele... Mais maluco ainda! – exclamou meu pai. – Ainda bem que Marcos já é grande o suficiente para não se deixar influenciar por ele... Espero que ele não tenha feito a cabeça de Marcelo...

- Deus me livre dele ter feito a minha cabeça! – exclamou Marcelo e em seguida me lançou um olhar cortante.

O almoço inteiro foi esse assunto infernal, eu não agüentava ficar ouvindo o nome de Guilherme. Marcelo não parava de me olhar, como se me analisasse.

Quando o almoço terminou, minha mãe me mandou tirar a mesa e lavar a louça suja.

- Pode deixar que eu tiro pra ele. – falou meu irmão.

Meu queixo caiu na hora.

- É? – indagou minha mãe.

- É... Marcos tá com uma cara de cansado. Acho que não tem problema eu quebrar esse galho pra ele hoje... – falou meu irmão.

Eu fiquei tão sensibilizado com aquela atitude dele, que no estado de emoção a flor-da-pele que eu estava, foi por um triz que não desabei em choro de tão tocado que fiquei.

- Eu te ajudo a lavar a louça. – eu falei.

Meus pais se entreolharam admirados e em seguida saíram da sala de jantar e foram assistir televisão.

Eu e meu irmão entramos na cozinha e começamos a lavar os pratos. O silêncio era rompido apenas pelo barulho da água batendo contra os pratos.

Eu não sabia o que dizer para o meu irmão, mas a simples presença dele ali já me deixava feliz...

Quando terminamos de secar o último prato, Marcelo se virou para mim.

- Rolava um sentimento forte, né? – ele perguntou.

Eu balancei afirmativamente a cabeça.

- Pior que sim...

Ele então veio na minha direção e me abraçou.

- Eu sinto muito ow. – ele disse.

- Obrigado. – eu respondi.

Aquele abraço não diminuiu a dor que eu estava sentindo, mas me trousse um conforto tão grande, que eu não consigo nem explicar, mas foi simplesmente essencial ter recebido aquele abraço do meu irmão...

Fui para a pracinha que tinha perto da minha casa, para tentar me distrair...

Assentado no banco, eu observava as pessoas caminharem, apressadas.

Eu pensava em Monise. Era um grande alivio eu não ter terminado o meu namoro com ela. Eu me sentia estúpido por ter quase posto a perder aquela princesa em troca daquele charlatão...

Monise me amava e eu quase tinha desperdiçado isso em troca de uma ilusão mongólica. Mas era bom que me servia de lição, para eu dar mais valor à Monise. Para eu gostar de quem realmente gostava de mim.

De noite foi estranho, me senti profundamente sozinho dentro do meu quarto. A presença de Guilherme enchia o quarto de calor e ternura. Meu quarto sem ele parecia mais frio e sombrio. Era esquisito olhar para baixo e ver a bicama fechada.


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Comentários

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comecei a ler o conto hj e fiquei louco por ele :) ele n é original mas foi uma ótima escolha relançar esse! fechou o dia com um ótimo capitulo e gosto de quero mais tá forte...

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Muito Trist aki' Guilherme éh Um Imbicil...

:((

Continua Logo... 10

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Eu não tenho mais o link da comunidade, eu só tenho o documento em arquivo word :)

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Eu acho o Guilherme um covarde e um sem sentimentos, tomara que ele quebre a cara na vida e volte arrependido e você faça a coisa certa dessa vez.

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Cara de que lugar do orkut tem contos gay tem como vc deixar o link de algum

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Nossa, eu quase chorei, gatinho! Que história mais fantástica. Obrigado por nos proporcionar essa leitura agradável. Ah, também acho que dentro do "Maquiavel" tem algo importante. Bom, nota mil. Até.

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Vontade de quebrar a cara do Gui. Mas acho que teve outro motivo pra ele ir embora assim.

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Fiquei desolado agora, triste... acho que vou parar de acompanhar, quando você acha que ao menos vai ver a história de uma pessoa em que tudo deu certo, acontece isso,e nós leitores acabamos perdendo o chão também... estou muito triste =/

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ai meu Deus....to entendendo mais nada... acho q o guilerme deixou alguma carta dentro do livro q ele deu ao Marcos.....e continua logo

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amando meu deus ate chorei com o poby..... posta outra rapido :p

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