A gente tava feliz, vivendo uma lua de mel super bacana nos primeiros dias de casamento. Não havia nada de ruim e acordar do lado dele era a melhor coisa do mundo. O Léo sempre acordava mais cedo que eu, ainda que saíssemos juntos. Acordei numa quarta e o Léo já havia tomado banho:
- Nem me esperou pra tomar banho.
Fui falando antes de sair do quarto até que vi o Léo sentado com a minha mãe no sofá. O que ela queria de novo?
- Lucas, sua mãe veio conversar com você. Eu vou ir me arrumar pra gente não se atrasar.
Ele saiu e minha mãe estava séria.
- Meu filho, como você tá?
- Tô ótimo. Melhor impossível.
- Lucas, eu vim conversar com você uma coisa bem séria.
- Pode falar.
Eu me sentei no sofá e ela, de frente pra mim, começou:
- Filho, eu sei que eu demorei pra entender isso que eu estava vivendo, mas agora eu posso dizer que aceito.
- Aceita...
- Aceito você, o Leonardo, a vida de vocês.
- Ah, você aceita, mãe? Tudo bem. Era só isso?
Eu estava sendo seco mesmo. Era muito cômodo pra ela aparecer enquanto eu estava bem e se encher de orgulho depois de todas as dificuldades que eu vivi. Nos momentos mais pesados da minha vida, o que de fato me motivava era o amor que eu sentia pelo Léo e a necessidade de surpreendê-lo e reconquistá-lo. O amor de mãe estava longe de mim e ela a única forma que ela oferecia ajuda era se eu esquecesse o que não dá pra esquecer: meu amor e minha orientação. Enfim, já tinha me acostumado a viver sem ela e não tava disposto a desequilibrar novamente.
- Lucas, eu sei que fiz mal a você, mas você precisa entender que não foi fácil pra mim.
- Mãe, isso se chama egoísmo. Você pode ter chorado muito, ter sofrido muito, mas eu me senti um lixo por diversas vezes por sua causa. Era o que eu menos esperava de você.
- Você me odeia?
- Não, não odeio. Eu sou grato a você por ter me criado, mesmo sem a presença do meu pai, mas isso não te dá o direito de ter feito aquilo comigo.
- Eu já pedi perdão.
- E eu já perdoei, só não esqueci.
Ela começou a chorar baixo e eu tentava manter o tom seco, para puni-la de alguma forma. Olhei pra trás e o Léo tava ouvindo tudo, já arrumado pra ir pra faculdade. Me levantei e me aproximei dele. Dei um selinho e ele me abraçou. Disse no meu ouvido, mas acredito que ela ouviu:
- Dá uma chance pra ela. Eu queria muito conviver bem com ela e eu sei que você também quer.
Ela estava de cabeça baixa e não esboçou reação. Olhei nos olhos do Léo e percebi que ele estava certo. Ela era minha mãe e eu estava cometendo o mesmo erro que ela, sendo intolerante.
Fui até ela e a toquei no braço, fazendo com que ela voltasse a atenção pra mim novamente:
- Mãe, eu entendo você.
- Mesmo?
- Mesmo. Fique a vontade pra vir me visitar quando quiser. E eu também te peço desculpas por não ter correspondido ao que você queria que eu fosse.
- Lucas, não diz mais isso. Eu sempre te amei e esse tempo longe de você só me fez mal. Tudo que eu queria que você fosse, você é. Honesto, inteligente, estudioso e hoje eu consigo ver que existe amor de verdade entre vocês.
- Muito amor.
Chamei o Léo e ele se aproximou de nós. Foi estranho, mas minha mãe abraçou o Léo e pediu desculpas a ele, que aceitou prontamente. Minha mãe foi embora em seguida e fomos pra faculdade. No caminho, o Léo só falava que a gente devia comemorar essa nova fase. Eu tava meio sem cabeça, mas concordava com ele. Acho que a gente tem que ir comemorando mesmo as coisas boas da vida, porque assim elas ficam mais marcadas.
Chegamos na faculdade e o Victor tava na portaria. Cumprimentamos ele contamos como estávamos. Ele pareceu muito feliz e passei a ver o Victor de outra forma. Depois de ter desabafado com ele sobre a traição naquela vez, já tinha uma imagem nova dele e isso acabou nos aproximando mais. Confesso que ainda tinha ciúmes dele, mas era bem de leve.
Depois das aulas, indo pro trabalho, o Léo só falava na tal comemoração. O inocente aqui achando que ele queria comemorar a dois, mas não. Ele queria dar uma festinha. Convidar uns amigos e comemorar dessa forma. A ideia era boa e eu não reclamei em nada. Nem quanto aos custos (rsrsrs) que foram bem poucos na verdade.
Trabalhamos e toda hora ele mandava um sms falando sobre o tal encontro. Convidou umas dez pessoas e eu convidei mais umas cinco. Era algo pequeno e só os chegamos mesmo. Como era no apartamento, decidimos fazer um almoço (nós dois sabemos cozinhar, mas eu sei só o básico, bem básico kkk).
Chegou o domingo e a galera ia chegando. Algumas pessoas eu não conhecia e o Léo corria pra me apresentar os amigos, o que foi bem bacana. Quase na hora de servir o almoço e o Victor chegou sozinho. Percebi que ele estava sem graça e fui me aproximar dele. De fato, o cara era bacana. Ofereci cerveja e ele bebeu comigo.
Depois de um tempo chegou a Denise.
- Que saudades de você.
- Eu também, linda.
Ela me abraçou forte e quando viu o Léo, gritou:
- Vou te largar porque agora você é um homem casado.
Rimos juntos e ela cumprimentou o Léo. Só depois que ela foi conversar com o Léo que eu o vi lá:
- Oi Lucas.
- Oi Eduardo.
O fofoqueiro estava lá. E tenho que confessar: estava gato demais!
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Gente, demorei, mas é que meu trabalho apertou bastante. Tô tentando postar, mas começava a escrever e não conseguia terminar. Quero agradecer a todos e a cada um e na próxima agradeço a quem comenta de forma individual. Boa noite e valeu mesmo. Comentem bastante hahaha Beijo!