Minha história, minha luta, minha glória 4

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 1089 palavras
Data: 26/08/2013 23:49:04

Saí da escola atormentado, sem nem prestar atenção direito no trânsito e duas vezes quase fui atropelado. Porque o Brunno tinha feito aquilo? Eu não me sentia atraído pelo Brunno, mas o beijo foi delicioso. Foi diferente sentir aquela barba querendo aparecer me pinicando de leve, as mãos pesadas, grossas, mas macias, segurando meu rosto. O peito dele encostando no meu. Precisava digerir tudo aquilo, precisava pensar.

Sinceramente, não sei porque, mas a única coisa que me veio à cabeça foi encontrar minha namorada, minha amiga. Eu não poderia me abrir com ela, claro. Mas eu me sentia bem ao lado dela. Afinal, eu me dizia enquanto andava, ela era a mulher que eu amava, a mulher da minha vida.

Liguei pra ela. Tinha que marcar em algum lugar. Se eu passasse na casa dela, alguém poderia ver, pois ela morava ao lado da casa dos meus avós paternos e nesse horário (umas três da tarde) com certeza algum dos meus primos estaria lá pela frente. Contudo, como ela estudava de manhã, estaria livre.

Liguei e marcamos na Estação das Docas, perto o suficiente da escola pra eu ir andando, mas teria que esperá-la por um tempo. Não fazia mal, a visão do rio, na baía do Guajará, aquele ventinho constante... Era tudo que eu precisava. Logo eu cheguei e sentei num dos bancos. Quantos casais. Alguns com filhos, outros ainda adolescentes... E lá atrás duas meninas estavam de mãos dadas, olhando a tarde passar, com as cabeças se tocando de leve. Aquilo me deu um aperto no peito! Que coragem, que audácia! Elas eram felizes, mesmo sendo homossexuais, mas como?! Mas eu era feliz também, não era? Era? Nem sabia mais... Eu já estava chorando quando senti um toque familiar no ombro e virei.

- Porque você está chorando, meu am... Ai, você tá todo machucado!- Ela falou aflita e se sentou ao meu lado no banco, tocando de leve no meu rosto e depois me abraçou- quem fez isso contigo?

-Ai, ai! Eu tô todo machucado, não aperta muito, não! - falei e ela se afastou um pouco. Segurei suas mãos antes de falar - não foi nada, só o bullying de sempre, falaram do meu nariz e dessa vez eu me encaralhei e fui pra cima de uns merdas lá do colégio. Mas eu tô bem. Peguei dois dias de suspensão, e provavelmente vou ficar sem mesada e sem poder sair esse fim de semana. Por isso quis te ver logo hoje.

- Sei pai vai te bater?

- Ele não, mas minha mãe... Pode ser. Mas deixa isso pra lá e me beija, por favor!

- Você está bem? Como assim, m...- eu a beijei e ela logo correspondeu. Apesar da minha pouca experiência, pelo menos isso Deus me deu. Eu sempre recebi muitos elogios quanto ao meu beijo.

Ficamos lá um bom tempo, contei mais ou menos o que aconteceu, sem dar os detalhes comprometedores, claro. Ela ficou preocupada comigo, especialmente com a reação dos meus pais. Já eu, nem queria pensar naquilo.

De repente, não sei o que me deu, peguei a mão dela e a puxei comigo.

- Pera aí! Pra onde tu estás me levando?- ela olhou assustada- ficou louco?

- Eu quero fazer amor com você!- o que tinha me dado? Acho que eu queria provar alguma coisa, pra ela, pra mim mesmo- vamos, eu tô morrendo de vontade, e você está um tesão hoje com esse vestido curtinho!

- Você tá doido? Tem gente na minha casa e na tua também deve ter!- bem, era verdade. Apesar de sermos maiores de idade, nunca tínhamos entrado em um motel

- vai querer fazer amor aqui?

- Nós vamos pra um motel, vai ser legal. Eu pago o taxi e nós ficamos a vontade... Vamos?

Ela hesitou, mas concordou com a cabeça, corando.

Fomos, e eu nunca fui tão selvagem, tão violento. Ela reclamou, mas acho que até gostou. Eu mesmo não me reconheci...

Quando cheguei em casa, contei aos meus pais o mesmo que contei pra Vânia, sem tirar nem por. Meu pai ficou chateado, mas acabou me parabenizando pela reação, que ele me cobrou uma vez. Já minha mãe... Pra ela, os estudos eram o mais importante, então ela realmente ficou fora de si. Me deu uns tapas no braços e exigiu que eu ficasse sem poder sair de casa por um mês.

Meu pai, que nunca a contrariava, aceitou. Eu já esperava por isso, e era bem melhor que a pior hipótese!

.

.

.

Logo a sexta-feira chegou e de tarde voltei à escola. Logo na entrada fui cercado por meus amigos, que queriam saber o que aconteceu. Comecei a contar quando notei o olhar furioso da Paula. E eu sabia bem o porquê. Fomos entrando e eu me deixei ficar pra trás e, como eu esperava, ela também ficou. Eu virei e fiquei de frente para ela, que me bateu forte no rosto.

- Seu fofoqueiro! Eu te contei um segredo e na primeira oportunidade tu falas logo pro Otávio?! - senti que ela estava furiosa e tinha toda razão- ele terminou comigo! Égua, porra, eu gostava dele de verdade!

- Olha, Paula, eu não tiro tua razão, mas eu disse pra ele que eu vi vocês juntos.- eu tentava me safar- além do que ele não é teu único namorado, nem é o mais bonito nem o que tu mais gostas.

- Mas ele tem carro, tem pegada e sempre me tratou bem- por tratar vem entenda-se bancar os pequenos luxos adolescentes da Paula, e pra mim isso era quase prostituição, mas deixei quieto- ela jogou um verde e eu caí, acreditei que você tinha falado que eu disse e confirmei. Ele terminou comigo.

- Poxa, Paulinha, me perdoa, vai? Se eu não tivesse falado isso estaria fudido!- fiz cara de triste, com direito até a um beicinho- me pai já me deixou sem sair por um mês só por conta disso, imagina se ele soubesse o que andam inventando de mim!

- Sinceramente, Donovan? Só tem uma pessoa nessa escola que não sabe e não comenta que tu és uma bicha enrustida- ela me olhou com ar superioridade - tu mesmo!

Ela virou as costas e foi embora, e então o sinal tocou. Eu comecei a andar, mas estava aturdido demais. Eu não dava pinta, não era afeminado, como assim todo mundo "sabia" que eu era gay? Decidi tirar essa história a limpo hoje. Fiquei triste porque dei mancada e perdi uma amiga naquele dia. O que eu não sabia era que tinha arranjado também uma senhora inimiga.


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Comentários

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nossa, não tem nada pior que perder uma amiga. E pelo que percebo ela fez um inferno na tua vida... Triste isso (sem contar que deve machucar muito saber que uma pessoa que você confiou e dividiu momentos quer e faz coisas pra te prejudicar)

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Meu caro, tu tem que te aceitares, a vida não é como nós queremos, fiquei triste por você perder uma amiga, mas ela virar uma inimiga ai eu digo ela nunca gostou de você pra ter saído assim tão rápido, espero que tudo ocorra bem r seu conto esta ótimo, ah, as vezes demonstramos quem somos sem perceber.

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