Timmy & Sam Don't ask, Don't tell 10

Um conto erótico de Syaoran
Categoria: Homossexual
Contém 4727 palavras
Data: 02/08/2013 18:23:56

Gente, voltei mais cedo do que pensava. Pensei em tantas coisas nestes dois dias que a história não me deixou em paz, então tive que escrevê-la. Sinto que este capítulo será o mais diferente de todos até então e vocês entenderão o porquê assim que lerem. :D E quero que me digam o que acharam.

Querido diário sinto-me tão estranha voltando a escrevê-lo depois de tanto tempo. Mas com tantos acontecimentos preciso desabafar com alguém, ou refletir sobre as coisas que acontecem comigo e minha família.

Neste momento fico pensando, uma mãe realmente conhece seus filhos? Passamos nove meses com eles em nosso ventre, os amamentamos, vestimos, ensinamos a andar e a falar. Viramos verdadeiras feras para defender nossas crias. Tentamos defendê-los do mundo, embora, muitas vezes não possamos. Por vezes tentamos, por nossa experiência protegê-los deles mesmos. Queremos que todas as suas tristezas e chagas sejam cravadas em nossa carne, nosso corpo se assim eles pudessem sofrer menos. Pelo menos é assim que eu penso, mas ao contrário de muitas não sou daquelas que encobrem os erros de seus filhos. Se ele errou, se fez algo que não era certo é seu dever consertar, não algum outro. Mas será que isso faz de mim uma boa mãe? Sei que a única coisa que desejo é o melhor para os meus três filhos.

Desde que eles nasceram, em cada nascimento eu já fazia inúmeros planos, até me pegava planejando como seriam seus casamentos, nós mulheres também ainda guardamos algo de infantil. Mas isso era mais com minha filha, imaginava ela entrando na igreja com o vestido mais lindo que poderia ser visto, naquele que se converteria em um dos dias mais felizes de toda a sua vida. Claro que também imaginava no casamento de meus filhos, mas sabem como é: Homens. Isto deveria ficar a cargo do pai deles. Imaginava conhecer meu genro e minhas noras e de como eles entrariam e fariam parte da minha família... bem sonhos. Passei um pouco mais de 20 anos com eles até que eles foram alterados. Eu já não teria os três casamentos, e nem minhas noras e meu genro, mas apenas dois: o dos meus gêmeos e teria agora genros é isso mesmo, no plural, e uma nora. O meu filho mais velho, aquele que só você sabe como me deu um enorme trabalho na adolescência por conta das namoradas é Alegre [Um dos significados de gay em inglês é alegre]. Se assumiu homossexual.

Dizer que isto abalou os alicerces da minha família, isso é bem verdade, foi por isso que tive que abandoná-lo diário. Lembro que foi em um jantar, já havíamos descoberto da natureza diferente do amigo de meu filho. Pensamos até em pedir que nossa filha tentasse encontrar alguém para ele, foi uma ideia que tive, para meu marido seria bem mais simples apenas escorraçá-lo de nossa casa e tentar obrigar o nosso filho a mudar de dormitório. Eu sabia que isso não levaria a lugar algum, apenas indisporia pai e filho, e este nunca foi o meu interesse. Enquanto eu tentávamos sondar algo no jantar, uma possibilidade, estávamos em um ambiente familiar...

Diário, desculpe, é difícil lembrar, ao ouvir a nossa proposta a sua irmã Timothy ficou visivelmente alterado – eu já devia ter suspeitado, ele estava sem namorada a tempo demais – como se seu pai e eu o tivéssemos ofendido.

_________

- Deixa eu ver se eu entendi, vocês querem que a Vivi tente encontrar um namorado pro Samuel? – ele me perguntava sem entender.

- Filho, creio que não deve ser bom estar sozinho e quem sabe assim você pare com esta solidariedade e consiga voltar a namorar. – eu respondia. Havia combinado com meu marido que eu tentaria resolver esta situação, mas o semblante de meu filho ficava cada vez mais vermelho.

- Quer saber, dane-se.... dane-se todo mundo... – ele respondia exasperado.

- Timmy! – Vivi gritava, de onde tinha saído este apelido?

- Não Vivi, deixa. Eu preciso disso. Eu preciso estar com raiva pra poder fazer a coisa certa...

- Mas do que diabos você esta falando? – perguntava meu marido – Você recobrou a razão e vai finalmente acabar com sua relação com o invertido?

- Pai... – eu observava meu filho, ele normalmente era calmo e não respondia a seu pai, quem fazia isso normalmente era a minha filha, mas alguma coisa aconteceu, ele estava prestes a explodir.

- Calma Timmy. – pedia Vivi, ao que eu não entendo. É ela que gosta de ver as coisas explodirem pedindo calma.

- Família, duas coisas... não sei por onde começar. – ele fazia uma pausa e depois continuou – Primeiro, enquanto vocês quiserem arrumar namorada pra mim, tudo bem, são meus pais eu vou entender, e mesmo que não surta efeito eu vou ter que engolir, mas o invertido, o viado, o sodomita não entra nisso e vocês não vão tentar bancar o casamenteiros com ele. Estamos entendidos.

- Filho, vejo que recobrou o bom senso, eu também não gostei desta ideia de sua mãe. Acho bem melhor deixar aquela coisinha longe de nossa casa. – meu marido falava em um tom satisfeito, ao que se meu filho tinha se acalmado ao falar o número um tinha se convertido em uma bomba ao ouvir a declaração de seu pai.

- Pai, nunca mais... está me entendendo, NUNCA MAIS use o termo coisinha, invertido, viado, sodomita, ou qualquer outro termo pejorativo ao falar acerca do Samuel, ou melhor do Sam, ou melhor ainda do MEU NAMORADO. Pronto, falei, o Sam é meu namorado, não adianta me jogar pra todas as filhas das amigas da mamãe, ou fazer qualquer coisa. Eu não estou solteiro eu tenho um NAMORADO e EXIJO que o respeitem.

- Timothy, que brincadeira é essa? – Questionava John.

- Brincadeira nenhuma pai, eu apenas estou falando a verdade. Vocês não precisam se preocupar com a “influência” que ele possa ter sobre mim, tudo o que poderia ter acontecido já aconteceu. E quer sa... – meu marido dava um soco no rosto do filho.

- Timothy Brian Miller, eu creio que brincadeira tem hora e esta não é o momento mais apropriado... ou você assume a verdade... para de nos tentar fazer de bobos... ou...

- A verdade é só uma: eu o amo, se isso me faz gay, que se dane eu sou mesmo. Já sei, o grande oficial quer uma prova de que eu não estou brincando, tirando a mamãe e o senhor todos já sabem.

- Como? – eu questionava.

- Isso mesmo, a Vivi percebeu o meu pequeno problema de ciúmes. E eu disse pro Craig depois do quinto encontro que ele tentou me arrumar. O Sam é o homem da minha vida.

- Saia desta casa, agora, e não volte nunca mais. – John ordenava.

- Vo... você não pode. – eu intervia.

__________

Naquele dia, após a briga com o pai Timothy saiu de casa apenas com a roupa do corpo. E pouco tempo depois meu marido teve sua primeira crise cardíaca e teve de ser internado.

O que uma mulher, o que uma mãe deveria fazer em um momento como este? Deveria pensar em meu filho que agora estava vagando sem rumo pela cidade, ou em meu marido que acabava de desfalecer bem na minha frente? As coisas com Tim poderiam ser resolvidas em outro momento, como a boa esposa que sempre fui acompanhei meu marido, que repetia diversas vezes não ter mais filho e de que não gostaria que o ingrato fosse ao hospital vê-lo, se é que iria.

Sei que o Owen não teve culpa de nada, mas naquele dia eu o odiei, odiei a forma como ele entrou e arruinou a minha família, John era o melhor amigo do filho e agora ele agia como se Tim não existisse. Eu queria que Owen fosse apenas uma fase, que sumisse e que meu filho enjoasse dele, pois eu queria meu filho próximo de mim e de sua família. Na época eu pensava que assim que a faculdade acabasse e Tim entrasse para o exército aquele fascínio, aquela coisa, seja lá como eles chamam acabaria.

Culpar o garoto me fazia bem, quando consegui que meu marido permitisse que Timothy regressasse a casa também o convenci que a melhor forma de separá-los seria deixando-os perto de nós. Fizemos uma série de regras para que o garoto dos Owen pudesse frequentar a nossa casa.

Eu, a rainha dos estratagemas, esqueci de levar em consideração apenas um fator, quem sabe o mais importante de todos em minha luta pessoal contra Samuel, eu sou uma mãe e o que quero, acima de tudo, é a felicidade de meu filho. Mesmo com nossas regras estapafúrdias, que visavam limitar o contato entre os garotos, agora, como não estava no armário Timmy se permitia ligar diversas vezes para Samuel e falar de diversas coisas, ou comentar mais abertamente com a irmã, ou com quem quer que fosse o que ele sentia pelo outro. Meu marido considerava tudo isso uma espécie de afronta pessoal, como se quisesse mostrar para todos a sua anomalia, já eu fazia tempo que não o via tão feliz e leve. Não existe o ditado: quem agrada meus filhos, a minha boca adoça, se o contato com Samuel fazia eu ver o meu filho verdadeiramente feliz, como a muito tempo não via os errados éramos nós e não eles.

Aos poucos fui me despindo de meus preconceitos e aceitando o fato de que meu filho tinha um namorado e que era muito feliz com isso.

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Era um dia ensolarado quando recebo uma ligação muito estranha de meu filho que diz querer ter comigo uma coisa muito seria em um shopping, ao que eu estranhei. Chegando lá o no local combinado.

- Timothy, o que foi? Você me telefonando assim, me deixou preocupada. – respondo sobressaltada.

- Espera só um pouco mãe, a Vivi esta já chegando e pelo menos eu falo logo pras duas de uma vez. – ele falava com uma espécie de sorriso no rosto.

Aqueles momentos de espera pareciam uma eternidade, eu gostaria de saber o que era, mas pelo seu semblante não deveria ser nada serio, pois ele estava com uma fisionomia muito boa. Quando minha filha chegou mil almas foram salvas do purgatório.

- Gente, desculpem a demora, mas o Sam não queria me liberar, principalmente quando eu disse que era pra vir te vê. – ela falava apontando pro irmão.

- Está tendo algum problema entre vocês? – perguntava realmente preocupada, eu agora já gostava de meu genro.

- Sim, temos um problema, um grave problema. – ele falava sério, o que me deixou preocupada. – Eu quero dar o próximo passo.

- Como assim “o próximo passo”? – Questionava.

- Safado, tu tá pilhando ele pra depois fazer isso? – Vivi questionava.

- Com certeza, se der certo irei me aproveitar muito de toda esta tensão. Uhuahuahuh – depois que Timothy saiu do armário sua relação com a irmã melhorou substancialmente, por vezes eu não conseguia entender o que eles falavam.

- Como assim “o próximo passo”? – Insisti.

- Mãe, larga de ser tonta, o próximo passo é o próximo passo. Eles já não estão morando na mesma casa? Qual é o próximo passo? – minha filha falava como se apresentasse o óbvio.

- Não... – a ficha caiu.

- Eu sei que ainda não é legalizado, mas eu quero deixar de ser apenas o namorado dele, estamos juntos a tanto tempo... então assim que for possível eu já...

- Meu querido, você não acha que deveria estar pedindo a mão do Samuel pra família dele e não pra mim. – respondia ainda sem entender ao certo a situação. – mas você não nos chamou aqui apenas pra dizer isso, não foi?

- E.... que... eu gostaria que vocês me ajudassem a escolher uma aliança. Tipo, de nós dois é ele quem normalmente faz essas coisas.

Eu estava eufórica, meu filhinho querendo comprar as alianças de casamento e querendo que eu o ajudasse a escolher. Pensei que isto deveria ser com outra pessoa, mas seu pai não entenderia, não aceitaria. Fomos em diversas lojas, sei que quando se trata de alianças o modelo é parecido, mas a forma como meu filho se preocupava com os detalhes. Creio que ele poderia ter ido sozinho, ele conhece o namorado que tem, mas queria que nós também estivéssemos lá.

- Olá em que posso ajudá-lo? – perguntava a vendedora

- É que eu gostaria de ver algumas alianças. – respondia o meu filho.

- Olha, nós temos este modelo aqui. – falava a vendedora nos mostrando a joia – como pode ver ela é de prata, mas o centro é de ouro 24. – enquanto ela mostrava também tentava conversar comigo. – Ansiosa pelo grande dia heim mamãe.

- Acho que o grande dia ainda vai demorar um pouco.

- Sei, o rapazinho aqui laçar logo a moça... oh não vá enrolá-la por muito tempo não viu, as mulheres enjoam disso.

- Pretendo me casar o mais breve possível. – ele respondia.

- Há quanto tempo vocês estão juntos? – a vendedora inqueria.

- Acho que uns 4 anos, mais ou menos. Nos conhecemos na faculdade e as coisas foram acontecendo, acontecendo e... deixa eu ver essa daqui. – ele falava apontando para uma peça.

- Vejo que o noivo já escolheu a sua aliança. – Era uma peça de prata, que no meio tinha uma imagem parecida com uma onda.

- Timmy, é linda. – minha filha dizia.

- Se quiser experimentar? – a moça perguntava.

A vendedora havia ficado chateada, a aliança não cabia no dedo de meu filho, mas ela não entendia o porquê disso o deixar tão feliz.

- Nós podemos alargá-la. – ela tentava garantir a venda.

- Que cabeça a minha, mãe, Vivi, vejam. – ele retirava o anel de formatura de Sam. – acho que vai caber, o que vocês acham?

- Nossa, não sei se sua noiva gostaria desta aliança... não me leve a mal, mas ela é muito masculina. – a vendedora falava com certo receio, ao que começamos a rir.

- Meu bem, obrigado pela preocupação, mas eu tenho absoluta certeza que minha noiva me mataria se eu chegasse com uma aliança feminina. – meu filho ria ainda mais. – Desculpe, foi um erro meu. Eu não quero pedir a namorada em casamento, eu quero pedir meu namorado, entende?

A moça da loja começou a rir sem graça, e passou a fazer diversas perguntas enquanto mostrava o acervo de alianças masculinas.

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Diário, aquele foi um dos dias mais felizes que eu tive. Eu estava eufórica com a noticia, meu filhinho crescendo e já pensando em realmente constituir família. Eu já não tinha mais a ilusão de que aquela relação era passageira, e a compra das alianças apenas demonstraram o quão certa eu estava desta minha nova postura. Ao contrário de meu marido que vivia uma negação. Ele não falava mais do filho, ou apenas respondia ao que lhe era questionado na rua. Pra ele sim, aquela relação não passava de um engano, que Tim voltaria a ser o garoto que sempre foi e ser o terror das garotas.

Quando ele soube dos planos do filho ficou horrorizado, disse que iria impedir, que iria consertar o filho. Não sei o que ele tentou fazer, mas depois disso Timothy passou mais de dois meses sem andar em nossa casa, ao passo que meu marido gostaria de esquecer que tinha um filho mais velho.

Um tempo havia se passado e soubemos de Massachusetts estava aprovando uma lei que regulamentava o casamento homossexual. Todos da nossa família, com exceção do meu marido ficaram contentes com a notícia. Timmy mal tinha tempo de ir nos visitar, na verdade nós é que íamos visitá-lo. Neste momento o John teve uma outra parada cardíaca foi internado as pressas e veio a falecer poucos dias antes do casamento de Timmy.

Naquele período eu não fui mãe, fui apenas a mulher. Eu deveria ter contado ao meu filho acerca da saúde de seu pai, mesmo que eles estivessem estremecidos aquele tinha o direito de saber. Quem sabe aparar as arestas, eles poderiam se entender. Diário, sinto que a culpa me consome, como se cada ato, cada movimento errado que meu filho esteja tomando viesse deste meu posicionamento. O primeiro ataque cardíaco de meu marido foi após a briga com Timmy, depois ele sempre passou a se queixar de dores e incômodos, mas tinha pavor de médicos. E agora o óbito. Era muita coisa pra pensar em pouco tempo.

Como não pude perceber o sofrimento de meu filho, o sentimento de culpa, achar que falhou com o pai, achar-se responsável por sua morte e tentar aparar as arestas quando já não era possível. Meu filho, o meu menino abdicou de sua felicidade bem diante dos meus olhos e eu não fiz nada. Assisti de camarote a cada jogada, cada passe, cada lance e não o ajudei. Eu deveria ter sido firme, lutado contra tudo, contra todos, contra meu próprio filho na tentativa de fazê-lo feliz, mas não o fiz.

Quando soube do que ele havia feito, quando fui informada que ele partiria para outra cidade, que ele seguiria o “plano original”, os planos de seu pai eu me dirigi a única pessoa que eu sabia que poderia tê-lo auxiliado, minha cunhada. Fui a sua casa sem nenhum tipo de cerimônia, sendo informada que ela estava na cozinha.

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- Christina, querida. – a cumprimentei.

- Luna, como você está... desculpe não ter ido mais a sua casa, mas foram tantas coisas... – ela tentava se explicar.

- Não, o que é isso, eu entendo. – cortava este assunto para chegarmos na questão certa.

- Mas esta não é uma visita cordial, não é? – ela falava enquanto enxugava as mãos.

- De todas as pessoas que o meu filho poderia pedir ajuda para entrar no exército, a única que acho que ele realmente pediria é você. – fui direta.

- Sim, eu dei algumas orientações para ele. – eu a encarava séria. – não me olhe com essa cara. Este não era o plano original? Antes daquele garoto... aquele entrar na vida do menino e bagunçar a cabeça dele. Quem sabe assim ele volte aos trilhos?

- Como? – eu gostaria muito de não ter ouvido esta última parte.

- Não sejamos hipócritas Luna, ninguém quer o grande Tim com aquela coisinha. Eu ainda tento engoli-lo em respeito aos meus sobrinhos que são liberais demais, ou em respeito ao seu filho. Mas se o seu filho decide parar de brincar de casinha pra se tornar um homem, tomar as atitudes que sempre esperávamos dele, não posso dizer que seja uma grande surpresa.

- Mas eu fico preocupada com a felicidade dele... eu sinto...

- Oh querida, ele ainda é jovem, deixa ele errar, deixa ele quebrar a cara. É bem melhor ele esta encarando isso agora, do que depois jogar isso na cara de qualquer um, confesso que não apoio o estilo de vida dele, mas tentei demovê-lo desta sua vontade, contei algumas coisas que sabia, mais ele é um Miller, o senso de dever as vezes fala mais alto. – ela falava tentando me consolar. – O que você pretende fazer.

- Eu não sei. Eu só quero a felicidade dele e fico com medo de que ele esteja a jogando pela janela, deixando sua vida de lado pra pagar alguma coisa que ele crer dever ao pai. Meu marido morreu... eu não quero perder meu filho também... eu só quero que ele seja feliz– ela esperava para que eu continuasse a falar.

Falei tantas coisas de meu medo e surpreendi minha cunhada ao demonstrar o enorme carinho que eu passei a nutrir por meu genro, e como ele se mostrava uma pessoa solicita e companheira, uma pessoa que sempre realçou o melhor que havia em meu filho. No fundo é isso que toda mãe deseja, alguém que faça nossos filhos pessoas melhores. Ela me escutou e deu um enorme apoio, disse que eu não era a culpada pelas escolhas de meu filho, e que eu deveria respeitar a forma como ele encarava seu luto. Mas as vezes, para me consolar, ela informava que ele logo voltaria pra casa, mas isso não acreditávamos. Coloque um Miller em um campo de batalha e ele dirá “estou em casa”.

Mas se meu filho escolheu servir o exército deverá ser inteiro, se dando conta de tudo o que ele apostou, de tudo o que ele abriu mão para poder viver esta nova realidade. Se ele quer ser o homem que acha que deve ser, o oficial, ele deve ter noção que para isso pode perder o homem que ele é, tanto quanto o homem que ele quer, aquele que ele escolheu para passar todos os dias de sua vida.

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Diário, a pouco descobri que ele usava a irmã para atrapalhar a vida de seu ex, como se minha filha servisse de cão de guarda, impedindo que qualquer outro homem se aproximasse dele, considerei aquele ato completamente abominável e fiz coisas que não sei se eram corretas. Eu sou uma mãe, eu deveria proteger meu filho e seus interesses. Mas eu não poderia deixar que sua atuação leviana acabasse comprometendo a própria irmã, que se deixava enredar, ao passo que não percebia onde estava pisando. Eu agi da forma como achei correto, mas não sei se faria isso mais uma vez.

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Era uma tarde fria e eu havia combinado com uma certa pessoa um encontro em um café. Estava com saudades dela, da forma como ela frequentava minha casa na ausência de meu marido, de seu semblante alegre. Mas precisaria conversar assuntos sérios com ela, assuntos que poderiam mexer com pessoas muito importantes pra mim. Ao chegar ao café, sentei-me e me pus a esperar pelo meu convidado. Ele chegou, nos abraçamos demoradamente antes de começarmos a conversar.

- Luna, você está bem? Eu estranhei este seu convite. – ele perguntava.

- Estou bem sim, ainda sinto a falta de meu marido, e de meu filho... mas eu gostaria de me desculpar pela forma como te tratei da última vez que nos vimos. – eu pedia do fundo do coração.

- Não, o que é isso. Você só estava defendendo o idi... o Timothy.

- Vejo que você ainda esta magoado, acho que ele preferiria ouvir você o chamando de idiota do que Timothy. – comecei a rir.

- Mas Luna, você não me chamou aqui pra falar a respeito dele, não foi? Se for... eu te peço, não... ele me magoou demais. – seus olhos começavam a marejar – ele não podia ter feito aquilo comigo... não podia. E o idiota nem pra me ligar, pra dizer pelo menos que tá bem, ou saber como estou. Lógico que eu iria soltar os cachorros em cima dele, mas pelo menos saberia alguma notícia.

- Mas querido, ele tem notícias suas... não duvido nada que saiba até o que você comeu no almoço. – comecei a rir.

- Como?! – ele questionava.

- Meu Deus, eu não era pra te contar isso. Eu não devia, mas não acho justo com você... – eu não sabia por onde começar. – A Vivi....

- Ela está se passando por minha namorada... – ele completou.

- Como você sabe?

- Eu a conheço já faz tempo. Percebi que ela fingi ser minha namorada, não apenas quando ela diz que precisa se livrar de algum carinha, mas em outros momentos também. Ainda não entendi o porquê, mas tenho minhas suspeitas. – nossa, como ele era perspicaz. – mas que história é essa do Timothy saber at... ahhhh.

- Isso mesmo, foi o meu filho que pediu para que a irmã fizesse isso. Ele quer te dar espaço, mas ele teme te perder...

- Pensasse isso antes de fazer aquela merda. – ele falava cheio de rancor.

- Entendo... – via que falar de Timothy era como tocar em uma ferida sempre aberta.

- Luna, obrigado por me avisar, penso o quão deve ser difícil pra você agir de uma maneira como esta. Mas aquela desmiolada da Vivi vai se ver comigo...

- Não, se ela....

- Calma, e gosto muito daquela desmiolada e fico feliz dela se preocupar com a felicidade do irmão. Se eu estivesse no lugar dela faria a mesma coisa. Mas ela que não pense que vai me fazer de besta. Vai ter que reconfirmar a minha agenda umas três vezes. – ele começava a rir.

- Eu sei que posso estar pisando em ovos, mas Sam, ele te ama homem de Deus.

- Não, não ama se....

- Se não te amasse ele ligaria todos os dias pra saber como você está? Pergunta absolutamente tudo. Ele só liga pra irmã, só liga pra saber como você está... ele errou, eu sei que errou, mas foi um grande erro em 5 anos...

- Que mexeu profundamente com a nossa relação.

- Mas mesmo em um casamento erramos, mas a questão é, se seremos capazes de perdoar. Não pense apenas que o Timothy abriu mão de você, certo ele o fez, mas você também desistiu dele rápido demais. Os dois são responsáveis.

- Luna, se for pra falar dele... eu...

- Ok, ok. Não falarei mais nada.

Conversamos mais algumas amenidades, mas o que ficou claro é que ele poderia estar magoado, mas ainda amava meu filho. Eu joguei, agi da maneira correta, mas ao avisá-lo dos planos de meus filhos fiz com que ele pudesse se defender e com isso posso ter minado e fechado uma das portas para a felicidade de meu filho.

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Diário, por isso que volto a você, meu coração está cheio de pesares, não gostaria de ser julgada. A mãe que não pensa nos filhos, que acaba com a felicidade deles. A mãe ruim. A mulher que pensa mais nos outros, naqueles que fizeram seu filho sofrer e o consideram mais do que o próprio fruto de meu ventre.

A única coisa que agora penso é, será que fui justa? Será que eu estava realmente lutando pela felicidade de meu filho? Mas ainda há uma coisa que eu poderia fazer, e farei.

________________

Já eram altas horas da noite quando decido ligar para o Fort Leonard Wood, pelos anos em que eu servi ao país ainda tinha certo grau de influência nas forças armadas, conhecia muitas pessoas e minha ficha era invejável.

- Alô, Oficial Lana Miller falando, gostaria de falar com o responsável pelos recrutas.

- A senhora deseja falar com a 1SG Potter.

- Oh, a Potter já é 1SG.

Ele me transferiu para o ramal de Potter. Logo quando ela entrou para o exército foi designada para o pelotão de meu marido. Este a confidenciou o desejo de fazer uma equipe de soldados que não deveriam ser apenas armas, mas que deveriam pensar, ter uma formação diferenciada. Este foi um dos reais motivos que o fizeram obrigar o filho a ter uma formação superior, ele não poderia apenas ser um joguete executor de ordens, deveria pensar mais acerca delas antes de efetivá-las. Ao longo dos anos, após a aposentadoria de meu marido Potter ainda o enviava relatórios semestrais informando os avanços no projeto.

- Senhora Miller, a quanto tempo. Quero informar o quanto lamento pela sua perda. – eu sentia a verdade em suas palavras. – O Oficial Miller era um grande homem.

- Obrigada Tabata.

- Mas o que a senhora deseja ligando pra mim a esta hora da noite?

- O projeto Athena ainda está em execução?

- Sim senhora.

- Pois bem, dentre os recrutas existe alguém que se encaixa perfeitamente no projeto, gostaria que ele adentrasse o....

- A senhora fala do recruta Miller?

- Sim, não sei se ele esta maduro o suficiente para o projeto... ele tem a cabeça quente do pai e tende a meter os pés pelas mãos. O convide para o projeto, e siga o procedimento, está bem? Será como se fizesse um favor a meu marido.

- Sim senhora, será uma grande prazer honrar o oficial Miller, a final ele foi o idealizador do projeto.

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Eu sei que não deveria intervir, sei que deveria deixar que as coisas acontecessem em seu rumo natural, mas eu não consegui. Tive que me meter, pelo menos dessa vez, eu tive que tentar dar a ele a chance para poder consertar seus erros e agora caberá a ele fazer ou não a coisa certa. Pois nós pais devemos protegê-los, mas como nem sempre estaremos aqui devemos deixá-los crescer.

Continua...

Ru/Ruanito: Seja bem vindo e fico feliz por ter gostado.

afonsotico: vamos ver o que vai ser. Ele fez a escolha e se arrependeu do que abriu mão, mas não sei se ele vai conseguir recuperar o que perdeu ou não.

Oliveira/Dan: Eu gosto de me preocupar com a regularidade no sentido de, tipo todo mês postar pelo menos um. E eu que vômito vários arco-íris com os seus comentários. Dão mais animo pra continuar.

Juniormoreno: Com certeza, agora é ver o que vai acontecer...

Gente, como é uma casa de contos eróticos um pouquinho mais pra frente eu tentarei trabalhar mais isso. :D


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Comentários

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Muio bom, gostei das atitudes da mãe do Timmy.

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\o/ dois capítulos na mesma semana é muito pro meu coraçãozinho rsrs (mas pode postar mais se quiser, sou forte haha)

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Cara, li todos os contos agora, com avida ansiedade. Obviamente você sabe que escreve com maestria e sua genialidade é provada com a imaginação que teve para tecer uma história tão indiscutivelmente linda. Estou no aguardo pela continuação e torço muito para que o meu casal preferido aqui da CDC fique junto novamente. Obs: Adoro o tamanho grande e envolvente dos seus textos, principalmente quanto há forma flash-back de narração.

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Ai fofucho/cha obrigado!

caramba que mãe digamos louca! mais mãe é mãe

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Espero.realmente q o sam e timy sejam somente amigos...torço p o sam ser feliz c outra pessoa!

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