- Vamos conversar então.
- Desculpa se eu fui grosso com você.
- Tudo bem. Eu tô invadindo seu espaço. É muita coisa pra um dia só e eu entendo você. Amanhã eu vou pra casa da Denise. Ela me jurou que eu não ia atrapalhar e eu acho melhor.
- Não precisa amor. Fica aqui comigo?
Ele se aproximou como quem quer um abraço e eu recuei.
- Vai ser melhor assim Léo. A gente tá indo rápido demais mesmo.
- E quanto à sua mãe?
- Eu vou esperar um pouco. Se ela levar isso a sério eu vou ter que sair da faculdade e procurar um trabalho.
- Eu tava pensando que talvez fosse melhor a gente terminar.
Ele disse isso sem nem fazer pausas. Foi uma bomba.
- O quê?
- Eu não quero destruir sua família Lucas. Você tava bem e por minha culpa tudo desabou. Não era isso que eu esperava.
- Também não era a solução que eu esperava de você. Hoje mesmo você enchia a boca pra falar que me amava e agora tá querendo terminar? Você é um idiota.
Fui pro quarto que eu tava ocupando e ele veio atrás.
- Lucas, vai ser melhor.
- Vai sim. Eu posso pelo menos dormir aqui ou você vai me expulsar?
- Tenta me entender cara. Eu te amo tanto que eu prefiro ver você bem.
- Me ama porra nenhuma. Guarda suas merdas pra próximo otário que você enganar. E se você tá carregando essa culpa é problema seu porque eu não te responsabilizei hora nenhuma.
- Lucas, você não percebe que eu quero seu bem?
- Não Leonardo. Você quer se livrar de mim como se o problema fosse eu. Você devia era perceber que eu ia ficar bem do seu lado. Aliás, ia ficar bem do lado da pessoa que eu achava que você era.
- Você tá entendendo tudo errado.
- Fodas. Eu quero dormir, dá licença.
- Durma bem.
- Vai pro inferno Leonardo.
Fechei a porta do quarto e caí na cama. Era muita coisa pra um dia só. E no outro dia ainda tinha aula. PQP
Coloquei meu cel pra despertar bem mais cedo do que de costume, tomei um banho e dormi. Demorei, mas consegui.
O celular despertou bem cedo. Coloquei tudo de volta pra mala e pra mochila e me arrumei pra ir embora. Vi que a porta do Léo tava fechada e imaginei que ele dormia. Ótimo não ver ele. Saí rápido, peguei um ônibus e cheguei na casa da Denise.
Tomei um banho lá, depois de me instalar num quarto e ela me avisou que eu ia dividir com o irmão dela. Saí do banho de toalha porque havia me esquecido de levar a roupa pro banheiro (hábito de casa rs). Quando entrei no quarto tinha um cara mais ou menos da minha altura, com o cabelo claro, mas curto, bem branco assim como Denise e olhos claros.
Morri de vergonha.
- Você é o Lucas?
- Sou. Desculpa a situação, mas não sabia que...
- Relaxa. Sou Eduardo, irmão da Denise. Prazer.
Estiquei o braço pra cumprimentá-lo, mas ele me abraçou. E pior: fiquei de pau duro.